Por acaso Namorados escrita por Dorien


Capítulo 5
Por Acaso Virou Oficial




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- Então vocês ainda estão namorando? - Celeste perguntou sorridente.

Er... Então eu e Scorpius estávamos namorando... É. Concordei com a cabeça enquanto tentava botar mais comida na minha boca. Quem sabe aquilo desencorajasse Celeste a ficar me perguntando coisas.

- Então você sabe que tipo de cueca ele usa! - ela falou animada e eu quase me engasguei.

Talvez não tenha sido uma ideia muito boa botar tanta comida na boca assim.

- Ah, me fala! Por favor! Só me fale isso! Você pode vê-lo usando essas cuecas, me deixe ao menos imaginar já que não vou ter a mesma sorte!

Agradeci por ter engolido a comida quando ela terminou de falar isso.

- Celeste... - revirei os olhos. - Ele usa boxers. - confessei rápido.

Talvez fosse melhor se eu ficasse calada. Ela tapou a boca, mas, mesmo assim, o pequeno grito que saiu de lá chamou atenção. E, que fique bem claro, eu só sei disso porque no banheiro dos monitores consegui ver a barra da cueca. Não fiquem me julgando por ai.

- Aquelas mais longas ou as curtas?

Era assustador ver o grau de empolgação dela em saber que tipo de cueca Malfoy usava. E, mesmo que eu tivesse medo do que minha resposta fosse fazer com ela, responderia se soubesse. Mas, como eu disse, só vi a barra. Ia ter que dar uma resposta evasiva.

- Bem, vou deixar isso pra sua imaginação.

Minha amiga parecia que ia desmaiar. Inferno. Levantei da mesa, já tinha acabado de tomar meu café e, ao invés de esperar Celeste como disse que iria, sai do Salão Principal. Ia ser impossível ficar muito tempo perto dela se ela continuasse a me perguntar coisas íntimas sobre Malfoy. Coisas que eu não sabia, que eu não queria saber, mas, quando eu não respondia Celeste tinha um ataque. E minha amiga dando ataque é talvez tão ruim quanto ter que namorar Scorpius Malfoy.

- Bom dia. - falando no demônio.

Ele estava sorrindo abertamente. Provavelmenta ainda ia tomar café, já que estava indo na direção contrária a minha.

- Bom dia. - falei com a voz mais docemente sarcástica que consegui - Como foi sua noite sabendo que eu farei do seu dia um inferno? - perguntei sorridente.

Era impressionante como a perspectiva de irritar Malfoy era deliciosa. Eu sou uma provocadora tão barata quanto ele, no final das contas. Nem essa verdade tirava meu humor. Eu devo ser pior do que pensava.

Eu esperava ansiosa por sua resposta, mas não foi bem com palavras que ele respondeu. Antes que eu pudesse empurrar ou gritar ele tinha me dado um selinho. No meio do corredor. Um corredor com pessoas. E algumas delas olhavam pra nós. Eu levantei minha mão pra bater nele, mas ele segurou ela antes que eu pudesse pegar impulso, como se prevesse meu movimento. Provavelmente por precaução pegou minha outra, que estava paralela ao meu corpo.

- O que você pen-

- Penso que, como seu namorado, tenho o direito de te beijar, ou estou errado? - o sorriso no rosto dele não deixava dúvidas de que ele sabia que tínhamos uma pequena platéia - O que foi, amor, está com TPM?

- Por que raios está fazendo isso, seu idiota? - murmurei, esperando que ninguém me ouvisse, só ele.

- Porque eu prometi que seria o melhor namorado possível, se esqueceu? - falou sarcástico. Também falou alto o suficiente para algumas pessoas ouvirem e eu duvido que elas tenham pegado o sarcasmo na voz dele como eu peguei - E logo quando você termina de provocar alguém você faz um biquinho e arqueia uma sobrencelha. Simplesmente adorável. Apenas aproveitei a oportunidade.

Aquilo seria inteiramente fofo se qualquer outra pessoa falasse pra mim. Ele me soltou lentamente, mas a sorte dele era que eu tinha desistido de dar um tapa nele. Antes de continuar andando ele bagunçou meu cabelo, como se eu fosse um cachorro.

- Ora esse infeliz! - murmurei tentando arrumar meu cabelo.

-o-

Celeste acabou me encontrando na porta da aula de Transfiiguração. Ela parecia satisfeita com as resposta que eu dei pra ela no café e não me perguntou mais nada sobre Malfoy. Um grande progresso.

Infelizmente eu não consegui ficar de boca fechada e comentei que eu esbarrei com ele. E ela voltou a falar sobre ele.

- Bem que eu percebi que ele apareceu pouco depois que você saiu... - ela murmurou - Vocês combinaram de se encontrar? - os olhos dela se arregalaram e antes que eu pudesse desmentir ela continuou - Mas é claro que sim! Como eu não pensei nisso?

- Não combinamos. - revirei os olhos.

- Não? - eu pensei que ela fosse ficar desapontada, mas os olhos dela brilharam - Isso quer dizer que o destino está juntando vocês cada vez mais! Não vê? Quem sabe ele não seja o homem da sua vida?

Se ele for o homem da minha vida eu prefiro acabar sozinha, sem ofenças. Eu queria falar isso, mas não me parecia algo prudente para uma namorada falar isso sobre o namorado e... Espere aí. Eu não sou namorada dele. Não sou. Não uma de verdade. Não posso pensar como uma. Droga.

- Tanto faz. - falei mexendo no cabelo. Eu mesma me traio com esses pensamentos - Agora vamos entrar logo.

Entramos e ficamos quietas assistindo a aula que era em conjunto com a Grifinória.

Logo no final da aula seguimos para a próxima, Feitiços, junto com a Sonserina.

- Se você quiser eu sento com outra pessoa. - Celeste falou do nada.

- Por que você ia se sentar com outra pessoa? - perguntei.

- Vamos ter aula com a Sonserina e seu na-

- Claro! - interrompi - Mas não precisa mudar de lugar. Continue sentando comigo.

Celeste ia ser o meu escudo. Minha amiga botou o braço em cima do meu ombro e me puxou pra ela.

- Só uma melhor amiga trocaria Malfoy por mim, Rose. - ela disse feliz - Fazer esse sacrifício por mim. Ah, você é tão boa.

Ah, claro. Vamos deixar ela acreditar que seja um sacrifício, sim?

- Já pensou que você e Malfoy não estão acertados? - ela comentou.

- Como assim?

- Bem, depois que foram descobertos, vocês negaram. E iam negar de novo na minha frente e na frente de Jill. Acho que as pessoas estão um pouco confusas. Até eu estou. - ela deu uma risada - Por que não pede pra ele te pedir em namoro de novo? E dessa vez assumem para Hogwarts?

- Não seja ridícula.

Assim que chegamos na porta percebemos que alguns sonserinos estavam lá, assim como alguns corvinais. Geralmente, entre uma aula e outra temos cinco minutos para nos locomover no castelo. O que é bem justo já que o castelo é enorme. Pelo visto tínhamos mais alguns minutos.

- Rose Weasley. - uma voz sarcástica me chamou.

Podia ser Malfoy, se não fosse uma voz mais fina. Era uma menina! Virei em sua direção e achei Brielle Crippen. Por que mesmo ela estava falando comigo? Em um estalo lembrei da resposta. Ela não era aquela que estava se pegando com Scorpius na minha biblioteca?

- Nunca pensei que Scorpius gostasse de ruivas. - ela soltou.

Ah, não. Malfoy já me trazia problemas suficientes sozinho, agora eu vou ter que aguentar uma garota ciumenta? Revirei os olhos.

- Que bom, também não sabia que ele gostava de tábuas de vez enquando. Descobrimos uma coisa nova todos os dias, certo?

Assim que terminei de falar me virei novamente para Celeste, que parecia segurar uma risada. Eu não estava com muita paciência. Andava assim desde a ridícula história co Malfoy começar.

- Não precisa ficar com ciúmes. - ela disse. Como se fosse eu que estivesse com ciúmes. - Agora entendi porque você foi aquele dia fazer aquela cena na biblioteca. Não era pelos seus preciosos livros, certo? Como estão seus chifres, Weasley?

Eu queria me controlar, juro que queria. Mas não deu. Celeste prendeu a respiração quando eu me virei com o nariz empinado, provavelmente achava que eu ia dar um tapa na menina.

- Aquele dia na biblioteca, Brielle, se você quer mesmo saber, eu estava com ciúmes. - o sorriso dela ficou enorme - Sorte minha que depois ele voltou pra mim, não é mesmo? Por que ele te disse, certo? Nós sempre terminamos e voltamos. Ele é sincero comigo quando fala que fica com você às vezes nesses intervalos, mas eu não ligo e sabe por quê? - ela abriu a boca pra responder e eu percebi que ela era mais burra do que eu pensava. Quem responde uma pergunta retórica? - Porque no final, querida, ele sempre volta para o meu colchão. Ou mesa. Ou banheiro. Em outras palavras, ele sempre volta pra mim. E você é só uma substituta tão insignificante que não representa ameaça alguma.

Eu sei, eu sei. Acabei de insinuar que eu e Malfoy fazíamos sexo, mas ou era isso ou falar que nosso amor superava tudo. E a perspectiva de fazer sexo com Malfoy era melhor do que me apaixonar com ele. Não que eu fosse fazer sexo com Malfoy. De qualquer maneira, ver a cara chocada de Brielle também foi ótimo, se quer saber.

E, depois que eu falei tudo que queria, me virei novamente para Celeste. Mas não foi só ela que eu achei. Malfoy também estava parado, segurando a risada ao lado da minha amiga. Celeste e algumas outras pessoas já estavam rindo.

Brielle até agora não tinha poluído o ar com a sua voz, então eu imaginei que ela estava com uma cara arrasada. E provavelmente olhando para Malfoy, pedindo ajuda, já que o olhar dele se encontrava em algum ponto a minhas costas. Ele deu ombros, como quem fala que não pode fazer nada.

Ouvi uma bufada atrás de mim e ouvi passos se afastando, provavelmente ela. Malfoy se aproximou de mim e eu continue com meu nariz empinado. Ele se abaixou um pouco até chegar no meu ouvido.

- Você não estava com ciúmes no dia da biblioteca, estou certo? - ele disse depois de dar um risinho.

- Pode ter certeza que está. - respondei sorrindo.

Ele deu mais uma gargalhada e me beijou de novo. De novo. Eu só consegui ouvi um grito e imaginei que fosse de Celeste. Infelizmente o resto do meu corpo estava concentrado demais na língua de Malfoy. Ou talvez na mão dele, que tinha aparecido magicamente na minha cintura. E ele ainda me puxou na sua direção. Que cretino. Ele queria mesmo que eu conseguisse andar quando minhas pernas pareciam gelatina?

O resto do mundo voltou quando eu ouvi palmas e a voz do professor. Meus braços, que ficaram pateticamente caidos ao lado do meu corpo, empurraram Malfoy. O professor parecia contrariado em ter uma cena daquelas na frente da sua sala, mas apenas mandou todos entrarem. E rápido.

Celeste me puxou e eu agradeci por isso. Não sabia se eu ia conseguir andar sem um empurrão.

- Tem certeza que ainda quer que eu sente do seu lado? - ela perguntou.

- Claro que sim, deixe de ser idiota. - falei enquanto nos sentávamos.

Maldito seja Malfoy. Ia pedir pra ele me avisar quando fosse me beijar, assim eu poderia recusar.

Ou não., uma voz chata na minha cabeça falou.

-o-

No final da minha última aula, eu e Celeste decidimos ir para a biblioteca. Ia demorar para o jantar e não tínhamos nada melhor pra fazer.

- Espero que não tenha mais nenhuma surpresa pra mim na biblioteca. - ela brincou.

Pelo caminho acabei vendo Sco... Malfoy. Acabei vendo Malfoy no corredor. Eu não queria. Juro que não, mas me aproximei. Eu tinha que reclamar pelo beijo. Como ele fez isso no meio de tanta gente? Maldição. Celeste, quando percebeu para aonde eu estava indo, fez um "yeah" que eu fingi não ouvir.

Ele estava conversando com um garoto, que me viu primeiro. O menino apontou pra mim e Malfoy deu um sorriso quando me viu. Se despediu do amigo e ficou esperando eu me aproximar. Folgado.

- Qual é o problema, Weasley? - ele perguntou.

- Por que teria algum problema?

- Você está corada. E eu ainda nem fiz nada.

- Ainda. - revirei os olhos.

- Eu tenho que falar com você. - Celeste se manifestou do meu lado. E ela não estava falando comigo.

Tanto eu quanto Malfoy olhamos pra ela surpresos.

- Você, Scorpius Malfoy, precisa pedir minha amiga em namoro direito!

- Celeste! - eu quase gritei.

- Não, Rose. - ela continuou olhando pra Malfoy - Não é só porque você é lindo que você pode ficar assim com minha amiga. Vocês voltam e terminam, voltam e terminam. Se eu fosse você deixaria Hogwarts saber que estão namorando. Eu conheço muitos meninos interessados na minha amiga.

Se eu dissesse que queria socar Celeste era pouco. Eu queria matar ela e, ao mesmo tempo, abraçá-la. Ah, minha melhor amiga. Scorpius estava com a sobrancelha arqueada, mas sorria. Talvez estivesse achando graça de quando ela disse que tinham muitos meninos interessados em mim. Estranho, se ela conhece tantos por que nunca me apresentou nenhum?

Sim, isso foi sarcásmo.

- Você é quem manda, Celeste. - ele falou rindo e depois olhou pra mim - Então, quer namorar comigo?

- Não! - quem disse isso foi Celeste, fique claro. - Assim não!

- Então como? - ele perguntou.

- Peça direito! - ela apontou para o chão e eu não acreditei naquilo.

Scorpius Malfoy obedeceu minha amiga. Ele se ajoelhou. No meio do maldito corredor. E as pessoas olharam. Muitas.

- Rose Weasley, você aceita namorar comigo? - ele falou aquilo tão sério que eu podia acreditar.

Podia, mas ia ser muito idiota se acreditasse, como as pessoas ao redor deviam estar fazendo. Um não subiu na minha garganta, mas voltou. Eu podia ser uma provocadora barata, mas aquilo era demais até pra mim. E, afinal, era culpa de Celeste, não dele.

- Claro, Scorpius. - minha voz saiu sem tremer e eu agradeci por isso.

Ele se levantou e veio na minha direção. Prevendo o que ia acontecer virei o rosto e ele acabou parando perto do meu ouvido.

- Qual é o problema, Weasley?- murmurou

- Vamos deixar uma coisa clara. - murmurei de volta - Quando você for me beijar, avise, pelo amor de Merlin. Assim me dá tempo d-

- Vou te beijar. - murmurou de volta.

E ele o fez.


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Notas finais do capítulo

Postei mais rápido que da última vez, yeah!
E obrigada as pessoas deixando reviews! :D
;*



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