Somebody To Love escrita por firecracker


Capítulo 9
Bizarre Love Triangle


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE um capitulo que eu gostei do resultado final.. espero que gostem!



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Nos dias que se seguiram ao natal, Judy se esforçou para se acostumar com a presença de Rachel na vida da filha. Fez questão de pedir para Quinn convidar a garota para almoçar todos os dias. Rachel aceitou. Qualquer coisa para ficar perto de Quinn. Não que fizessem algo demais. Judy estava por perto praticamente o tempo todo, então só ficavam vendo filmes ou conversando. A irmã de Quinn e o cunhado ficariam por lá até a véspera do ano novo, então estavam quase sempre presentes também. O único momento que tinham para estarem sozinhas era quando Quinn levava a outra garota em casa, após passarem o dia juntas, e elas trocavam longos beijos, antes de finalmente se despedirem.

Rachel já estava ficando desesperada com a falta de contato mais intimo, mas estar ao lado de Quinn naquele momento era realmente importante para ela. Passava praticamente o dia inteiro admirando a outra garota. Acordava cedo, como era de costume, e ficava a manhã inteira esperando pelo momento em que finalmente iria ver a garota loira que ocupava sua mente até mesmo quando ela dormia. Conversavam bastante e, quanto mais conhecia Quinn, mais tinha certeza de que estava se apaixonando por ela. Se apaixonando não. Ela tinha certeza absoluta que estava apaixonada por Quinn Fabray. Começou inclusive a se questionar se aquilo era realmente um sentimento novo. Refletiu sobre como se sentia em relação a Quinn em todos os momentos de disputa que tiveram, e percebeu que, de certa forma, a garota sempre ocupara um lugar confuso nos seus sentimentos.

Não tivera a chance de compartilhar essa conclusão com Quinn. Duvidava que Judy estivesse pronta para ouvir as duas garotas conversando sobre seus sentimentos. Mas, se conseguisse um dia falar sobre isso com a cheerio, perceberia que Quinn se sentia da mesma forma. Não era novidade pra Quinn que ela se sentia atraída fisicamente por Rachel. Desde que admitiu para si mesma que gostava de mulheres, sempre soube que Rachel meio que.. fazia o seu tipo. Sempre havia preferido as garotas morenas. As pernas bem torneadas, os seios que, para Quinn, tinham o tamanho certo, a boca bem desenhada.. Tudo isso, aliado ao fato de que Rachel era mais baixa que ela, o que dava uma sensação de poder de dominância sobre a outra garota, tornavam Rachel praticamente o sonho de consumo de Quinn. Mas era difícil para a outra garota aceitar isso antes, devido ao fato de que era Rachel Berry, a garota irritante do Glee Club. Mas agora, não. A convivência com Rachel só a deixava mais apaixonada.

No dia 30, durante a tarde, a família Fabray estava se preparando para viajar. Arrumavam as malas com calma, pois só viajariam no dia seguinte depois do almoço. Passariam a virada de ano na casa de Frannie, juntos com os pais do marido dela. Quinn estava relutante em ir, mas era isso ou passar o réveillon com os Berry, coisa que a assustava bastante. Ainda não conhecia os pais de Rachel e, levando em conta que eles não sabiam que ela estava levando a filha deles para o universo gay de uma forma que eles nunca conseguiriam, sentia que tinha motivos para temer o momento em que iria conhecê-los.

- Você pode ir conosco, se quiser, Rachel. – ofereceu Judy, enquanto ajudava Quinn a arrumar as malas. As três estavam sentadas em pontas diferentes da cama, dobrando roupas e colocando na mala que havia entre elas.

- É, Rach.. vamos conosco. Você não tem nenhuma tradição judaica pra cumprir, tem? Você poderia só ir conosco pra me fazer companhia..

- Na verdade, a gente não comemora a virada no mesmo dia que vocês. Mas meus pais são bem... abertos as tradições cristãs, então nós comemoramos no dia 31. Geralmente vamos para a praça da cidade assistir os festejos e.. – ela foi cortada por uma musica da Madonna, vindo do celular de Quinn, que tocava anunciando o nome de Santana na tela. Judy e Rachel se fecharam em expressões idênticas de desagrado e ficaram em silencio, enquanto tentavam ouvir o que a latina falava. Quinn levantou-se da cama e ficou de costas para elas.

- Sant? Tudo bem?

- Q! Sim, tudo.. Escuta. Cancele qualquer plano que você já tenha para o réveillon. Meus pais liberaram a casa. Vou fazer uma festa aqui. Convidei alguns caras do time de futebol. Mas não Azimio e Karofsky. Kurt vem com Finn.. pedi para eles convidarem o resto do Glee Club. E vou chamar algumas cheerios..

- Eu não sei, Santana.. tenho que ver com a minha mãe, nós íamos pra casa da minha irmã..

- Por favor, Q, sua mãe vai entender se você quiser passar com seus amigos, ao invés de rezando ou coisa assim..

- Eu.. não sei. Vou ver com ela.

- Ok então, Q. Me confirme assim que possível..

- Santana!

- O que?

- Rachel vai ser convidada, certo?

- Quinn. Eu não falo com aquela anã. E eu quero tentar algo com o Finn na festa, então..

- Tente o que quiser.. mas.. – ela olhou de esguelha para as duas mulheres no quarto, que ainda a encaravam tentando descobrir sobre o que elas conversavam – se Rachel não for, eu não vou.

-Você continua amiga dela, então? Que seja, então, Q, traga ela, se realmente te importa.. mas venha, ok?

- Ok, Sant. Vou ver aqui e te dou a resposta. Tchau.

- Tchau, Q.

Ela se virou para as outras duas. Sorriu ao ver que ambas estavam de braços cruzados.

- Meu Deus, é um motim?

Rachel olhou para Judy, sem entender.

- Minha mãe também não gosta muito da Santana, Rachel..

- Não é que eu não goste da garota. – Judy explicou – eu só acho que a amizade de vocês não é saudável. Santana não me parece o melhor tipo de companhia para você. Ela te influencia a fazer coisas erradas e vocês brigam demais para que eu possa considerar essa amizade sadia..

- Na verdade, Quinn, eu nunca entendi realmente a sua amizade com ela.. – Rachel perguntou.

- Nós somos realmente ótimas amigas. Claro, nós brigamos bastante, e Santana é realmente.. desbocada, e pode ser muito mal educada quando quer.. mas, mãe, ela já faltou com educação em relação a você? Ou ao menos na sua frente?

- Bom, não.. mas você me conta as coisas que ela faz!

- Que não tem nada a ver comigo! É só o jeito dela.. e, Rachel, eu sei que ela é realmente má com você as vezes, mas ela me respeita. Ela respeita a nossa amizade. E enquanto você estiver.. comigo.. – ela sentiu o próprio sangue subindo pela face, e percebeu que Rachel também tinha ficado instantaneamente envergonhada. Judy desviou o olhar das duas, contraindo os lábios – ela não vai fazer nada contra você, eu te garanto isso, ok?

- Ok.. – a voz dela era um sussurro. Tinha ficado realmente constrangida.

- Enfim, o que ela queria, Quinney? – Judy disse alto, tentando quebrar o clima que havia se estabelecido no local.

- Ela vai dar uma festa de réveillon na casa dela. É uma casa realmente bonita e grande. E os pais dela liberaram a festa, mãe, não vai ser nada ilícito. Eu.. – ficou em duvida se deveria pedir permissão a mãe primeiro, ou convidar Rachel antes. – eu gostaria de ir, se você – ela olhou pra Rachel – quiser ir também e você – dirigiu o olhar para a mãe – não se incomodar.

As duas cruzaram os braços novamente. Quinn deu um novo sorriso, observando o gesto.

- E então?

- Eu não sei se quero ir, Quinn.. não sei se me sentiria a vontade..

- Viu? – Judy indicou Rachel com a mão – essa garota gosta de intimidar os outros.

- Mãe.. – Ela cobriu o rosto com as mãos, suspirando antes de prosseguir – você poderia me deixar a sós com a Rachel só por um momento, para decidirmos isso?

- Quinn! – Rachel exclamou, ficando realmente vermelha agora.

- Tudo bem.. – Judy se levantou da cama, forçando um sorriso – Se Rachel aceitar ir com você e você realmente quiser ir, você tem minha permissão, Quinney. Mas eu terei uma série de advertências a fazer..

- Obrigada, mãe.

Assim que Judy deixou o quarto, Rachel começou o seu discurso.

- Você é louca, Quinn? Como você fala assim com sua mãe? Como você pede pra ela sair do quarto assim? Meu Deus, você consegue imaginar todas as coisas que ela acha que nós estamos fazendo agora? Você percebeu o quão constrangida eu fiquei?

Quinn se aproximou de Rachel, sentando atrás dela na cama. Afastou o cabelo castanho, dando um beijo na nuca da garota, que arqueou as costas com o contato, prendendo a respiração e parando de falar imediatamente.

- Continue falando alto assim, baby, e minha mãe não vai desconfiar de nada.. – ela mordeu o local aonde antes beijara, passando a mão livre pela cintura de Rachel.

- Quinn.. – o nome da garota escapou de sua boca quase como um gemido. Ela sentiu o corpo amolecer com a respiração quente dela em contato com sua pele, e não teve escolha se não aconchegar-se mais contra o corpo da outra. – o que você está fazendo?

- Aproveitando o momento que eu tenho pra ficar perto de você sem ter que me desviar do cambio da marcha, do freio de mão e de todos os obstáculos daquele maldito carro.. – Ela agora distribuía selinhos molhados por todo o pescoço de Rachel.

Rachel encostou a cabeça contra o ombro de Quinn, dando livre acesso aos lábios da loira em seu pescoço.

- hmm.. – murmurou e, aprovação, ao sentir o nariz de Quinn fazendo um leve carinho abaixo de sua orelha, antes dela subir a boca e depositar uma leve mordidinha em seu lóbulo.

Quinn soltou os cabelos da morena, levando a mão ao seu rosto e trazendo-a pra perto, buscando um beijo. Rachel correspondeu calmamente, conduzindo Quinn para um beijo lento e profundo. Quinn, a essa altura, já havia esquecido completamente da festa de Santana, da mãe, que estava em casa, da conversa que teria que ter com Rachel e de todo o resto que não fosse a outra garota ali, lhe beijando de uma forma completamente enlouquecedora. Mas Rachel não havia esquecido todo o resto. Se afastou devagar, olhando para Quinn.

- Você quer realmente ir nessa festa? Mesmo depois do que aconteceu na festa de natal na casa do Sr Schue?

- Rachel.. eu só quero estar com você em algum lugar à meia-noite.. Seria estranho pra nós duas passarmos tanto com seus pais quanto com a minha família.. sem falar que nem eu quero passar com os sogros da Frannie.. então a melhor opção é a festa.. E são nossos amigos.. Kurt vai estar lá! Eu estou morrendo de saudades dele.. Por favor..

- Tudo bem, Quinn. Eu tenho péssimas impressões sobre essa festa, mas se você quer ir.. nós vamos.

- Aaaaaah! Obrigada, Rach! – ela deu vários selinhos rápidos na garota, que riu.

- O que deu em você, Quinn? – ela perguntou, sorrindo.

- Nada, eu só estou realmente feliz em passar o réveillon com você e não ter que passar.. sabe.. com a família do meu cunhado.

Rachel balançou a cabeça negativamente, sorrindo ainda mais, antes de puxar Quinn para mais um beijo, que foi interrompido por batidas na porta.

- Meu Deus, será que ela não pode deixar eu me divertir por um momento? – Quinn reclamou baixinho, antes de se sentar novamente afastada de Rachel e permitir que a mãe entrasse no quarto.

- E então? – Judy olhou de uma garota para a outra. As duas sorriam, culpadas – o que decidiram?

- Nós vamos ficar, mãe.. vamos a festa. Tem certeza de que você não se importa?

- Não.. Mas honestamente, Quinn, eu só estou deixando você ir porque Rachel vai também – a morena abriu um grande sorriso – se fosse para você sair só com Santana, eu não concordaria..

- Certo.. mais alguma coisa, mãe?

- Eu ainda nem comecei. Primeiro, Quinn, sem exagerar na bebida. Deus sabe bem o que aconteceu da ultima vez. Rachel, eu conto com você para controlar ela. – Rachel assentiu com a cabeça – segundo, eu conheço os pais da Santana. Não somos realmente próximos, mas ele é um médico conhecido na cidade e.. eu gostaria de pedir por favor, que vocês duas fossem discretas na frente deles. – ela falava de maneira rápida e segura, como se já tivesse ensaiado isso antes de entrar no quarto – certo?

- Mãe.. nenhuma das pessoas que estarão lá sabe.. do que está acontecendo. Eu e Rachel estamos indo como amigas.. não precisa se preocupar.

- Ótimo. E mais uma coisa.. Eu volto no dia primeiro depois do almoço. Mas, isso não quer dizer que você deve dormir fora de casa. Eu não quero você dormindo na casa de Santana. Você deve vir pra sua casa, assim como a Rachel deve ir para a dela. Entendido?

- E-entendido, mãe. – Judy olhou para Rachel, que novamente afirmou com a cabeça. Parecia incapaz de falar qualquer coisa no momento.

- Ótimo. – ela se virou novamente para Quinn - Nós decidimos viajar mais tarde amanhã, para lancharmos com você. Que horas essa festa começa?

- Eu.. imagino que seja no começo da noite..

- Te deixamos lá antes de viajarmos, então. Você volta de táxi pra casa. Não quero você dirigindo se tiver bebido.

- Tudo bem, mãe.

- Ótimo. O lanche fica pronto em 15 minutos, podem ir descendo se quiserem. – ela levantou as sobrancelhas, olhando para as duas, antes de começar a deixar o quarto.

- Mãe! - Quinn se levantou num impulso e abraçou a mãe. – obrigada por tudo. Por ser tão compreensiva. Eu te amo.

Judy sorriu, balançando a cabeça. Deu um beijo na testa da filha e deixou o quarto, batendo a porta.

- Isso foi... realmente fofo. – Rachel falou finalmente, puxando Quinn para deitar na cama, com a cabeça em seu colo. – sua mãe é realmente compreensiva. Você tem que dar valor a isso, Quinn.

- É, eu sei.. na maior parte do tempo eu só estou ficando frustrada porque.. sabe, ela fica nessa coisa de.. sei lá, tentar evitar que nós tenhamos contato físico. Mas eu tenho que entender o lado dela.. isso deve ser difícil pra ela, e ela está lidando tão bem...

- Sim.. Eu fiquei tensa com o jeito como ela falou...

- Eu também.. não entendo o porque.. não é como se eu fosse ficar grávida de novo, né? – ela riu, acompanhada de Rachel. Ajeitou-se melhor na cama, aproveitando o carinho que Rachel fazia em seu cabelo.

--

Quinn foi a primeira a chegar na festa. Aproveitou para ajudar Santana a terminar a decoração do lado de fora da casa. Ela morava um pouco afastada da cidade, numa casa enorme, com piscina e uma grande área externa. A latina não fez novas objeções a Rachel mas, pelo que ela falou, estava disposta a ficar com Finn aquela noite. Quinn não comentou nada sobre isso, também. Ela que fizesse o que bem entendesse com o garoto, contanto que não fizessem nada contra Rachel.

Brittany e Artie chegaram quase duas horas depois, quando já havia anoitecido, e os pais de Santana já haviam deixado a casa para irem a outra festa. Quinn viu a amiga morena apertar os olhos de maneira ameaçadora quando viu Artie, mas ela soube disfarçar muito bem qualquer descontentamento.

Os próximos foram Finn e Kurt. Quinn nem teve tempo de processar direito a informação de que Santana havia recebido Finn com um leve selinho roubado. Sorrindo abertamente, ela correu até Kurt, o abraçando forte.

- Que saudade, Kurt! Droga, você deveria ter aparecido no natal! Tem tanto tempo que a gente não conversa.. eu tenho tanta coisa pra te contar.

- Ah, pode ter certeza que você tem, Fabray. – ele pegou a mão dela e a puxou para um canto mais reservado do jardim – Me conte tudo! Que droga, você não é capaz de ligar? De mandar uma mensagem? A ultima noticia que eu tive de você foi Rachel surtada me ligando, me pedindo o seu endereço, antes do natal.. Até a Rachel me liga, e você não, sua tratante!

- Ah, então foi assim que ela conseguiu meu endereço? – Quinn disse em voz baixa, mais para ela mesma do que para o garoto – Kurt.. – ela segurou a mão do amigo, mordendo o lábio. Sabia que ele surtaria com a informação. – Eu e Rachel...

- Ai meu Deus.

-... nos beijamos.

- Ai. Meu. Deus.

- Na verdade, isso vem acontecido com uma certa freqüência agora..

- AIMEUDEUS. – ele falou, bem alto.

- Se controla!

- Quando foi que isso aconteceu?

- Logo depois das seletivas.. Quando ela terminou com Finn. E depois.. nesse dia, em que ela pediu o meu endereço e apareceu lá em casa.. e a partir de então nós temos nos visto todos os dias..

- Quinn.. – ele tinha um mão sobre a boca entreaberta. Parecia chocado. – Finn vai surtar quando descobrir isso. As duas ex-namoradas dele, juntas.

- Ele não precisa saber. Não é como se fossemos sair por ai anunciando..

- Quem sabe? – ele olhou rapidamente para o novo grupo que havia chegado. Sam estava no meio.

- Bom.. – Quinn começou a falar rápido, com medo de ser interrompida pelo namorado - Você.. Minha mãe, minha irmã..

- Ai meu Deus de novo! Você contou pra sua mãe? Que orgulho da minha lésbica favorita – ele sorriu, apertando a bochecha de Quinn.

- Não foi bem contar.. ela e minha irmã perceberam.. Assim como você percebeu.. É sério, eu sou realmente tão lésbica assim? – Kurt gargalhou – não ri, eu estou começando a ficar preocupada!

- Não, não é tão obvio assim. – Ele olhou para a garota. Ela havia substituído o uniforme por uma calça jeans e uma blusa branca que, apesar de ser um modelo social, de botões, era bem feminina. - Mas dá pra se perceber, se você tiver um gaydar razoável...  Mas sua mãe e sua irmã perceberem.. assustador.

- Elas.. me viram com a Rachel.. e deduziram.

- Argh, vocês devem ser aquele tipo de casal lésbico fofo e problemático.. Eu não quero nem ver vocês duas juntas..

Quinn deu um tapa no ombro do amigo, rindo. Se abraçaram novamente. Kurt espiou por cima do ombro de Quinn, vendo o novo grupo que chegava.

- Ah, droga, parece que eu serei obrigado a ver isso, no fim das contas.. Rachel está vindo ai, Quinn.

Quinn se virou para observar a garota, que se aproximava deles. Ela tinha o cabelo preso num coque elegante. Usava um vestido branco, frente única, sem muitos detalhes além de um decote generoso. A boca de Quinn se abriu ao ver Rachel tão bonita. A garota chegou até eles, sorrindo constrangida.

- Rachel.. – começou Quinn – você está... – ela mordeu o lábio, tentando achar as palavras.

- Eu acho que ela quer dizer que você está muito bonita, Rachel. – Kurt se aproximou da garota, a abraçando.

- Você está linda, Rachel. De verdade. Linda. – Quinn se aproximou devagar. Abraçou Rachel pela cintura, depositando um longo beijo na bochecha dela.

- Droga. Até a garota mais no armário que eu conheço tem uma namorada agora, e eu não consigo um namorado – Kurt exclamou, fazendo as duas se afastarem, rindo. – Vocês são realmente um casal lésbico fofo. Eu vou cumprimentar as outras pessoas. Juízo.

- Então.. – Quinn começou, passando novamente os olhos por todo o corpo de Rachel.

- Então..?

- Eu estava pensando se a gente não podia dar uma volta pelo jardim.. encontrarmos um lugar mais sossegado.. escondido..

- Pra que, Fabray? – Rachel forçou um sorriso sexy.

- Pra ficarmos mais.. a vontade... você está realmente linda nesse vestido, sabia?

- É impressão minha ou você está chegando em mim? – Rachel sorriu, divertida.

- Mais ou menos..

- E você se importaria se eu perguntasse como você vai fazer pra explicar isso pro seu namorado? – Rachel olhou pra Sam, cruzando os braços. Não parecia chateada. Estava apenas pressionando Quinn para fazer aquilo logo.

- A gente dá um jeito.. Ele nem ao menos está prestando atenção.. – ela deslizou um dedo pelo colo de Rachel, disfarçadamente. – Vamos, só um pouquinho...

- Sinto Muito, Quinn – ela segurou a mão de Quinn, abaixando-a – mas isso não vai acontecer enquanto você não der um jeito nessa situação...

- Você está me dando um fora?

- Ué.. Mais ou menos. – Ela disse, de maneira provocativa.

Quinn balançou a cabeça negativamente. Não culpava Rachel. Ela mesma já havia decidido que aquela seria a ocasião certa para fazer aquilo. A morena se afastou, sorrindo satisfeita, e Quinn a seguiu, se juntando ao grupo do Glee Club.

Rachel conversava animadamente com Artie e Brittany agora. Sam, Finn e Mike conversavam em um canto, provavelmente falando sobre futebol. Quinn pegou uma batida alcoólica qualquer na mesa de drinks e a bebeu rapidamente, antes de se encaminhar até o grupo. Abraçou-se a Sam, escondendo o rosto no peito do rapaz, evitando assim qualquer tentativa que ele pudesse fazer de beijá-la. Sam terminou o assunto rapidamente e se afastou, trazendo a garota consigo.

- Ei, baby. Senti sua falta ultimamente.. Você sumiu.. – ele se aproximou de Quinn, que novamente escondeu o rosto no pescoço do rapaz, evitando a boca dele.

- Eu.. estive ocupada.. minha irmã estava lá em casa...

- Tudo bem.. Ei, Quinn.. Eu percebi que você não tem usado o anel que eu te dei..

- Eu.. Sam..

- Tudo bem. Eu entendo.. é muito chamativo e significa demais.. então.. – ele pos a mão dentro do bolso, procurando alguma coisa – eu te comprei um cordão.. não tem nada demais nele, é só um coração com um S pequeno dentro, olha. – ele mostrou o acessório. Quinn estava estática, sem saber o que fazer. Ele colocou o cordão no pescoço dela e sorriu. – Por favor, você poderia só pensar no caso de usar ele?

- Sam.. eu.. não..

- Só pense sobre, ok? – ele cortou a garota, antes de lhe roubar um selinho e sair de perto rapidamente, sem deixar Quinn responder.

Rachel olhou pra ela, com uma expressão não muito feliz no rosto. Quinn apertou os lábios, pensando no que fazer. Não ia se aproximar de Rachel com aquilo no pescoço. Cedeu a tentação de pegar outra bebida, tomando esta mais devagar. Mercedes chegou e ela foi conversar com a amiga. Contou a ela tudo o que havia acontecido. A amiga não pareceu tão empolgada quanto Kurt, mas ficou feliz por Quinn.

- Você está apaixonada por ela?

- Estou, Cedes.. Perdidamente apaixonada.

- Ela sente o mesmo?

- Hm.. sim, acho que sim..

- Então eu estou feliz por vocês. – ela abriu um sorriso, abraçando a amiga.

Ouviram, então, a contagem regressiva começando.

10... Quinn foi desviando-se de todos os jogadores de futebol e cheerios que agora ocupavam o local também. Arrancou o cordão do pescoço, guardando-o no bolso da calça.

9... 8.. Quinn avistou Rachel, se esforçando pra chegar até ela a tempo.

7.. 6... 5... Algumas cheerios a pararam no caminho, a abraçando. Ela viu Finn se aproximando de Rachel rapidamente e, num impulso, ele beijou a garota.

4... 3... 2.... Foram só alguns segundos, mas para Quinn, pareceu durar uma eternidade. Rachel hesitou por exatos 3 segundos antes de se afastar de Finn educadamente. O garoto pareceu tentar se aproximar de Rachel novamente, mas o ano virou e os jogadores de futebol se aproximaram dele, cumprimentando-o.

Rachel pareceu acordar do que havia acontecido. Olhou para frente, vendo Quinn a poucos metros dela. A garota loira chorava silenciosamente.

- Quinn.. – Rachel falou baixinho, se aproximando da garota.

Quinn desviou o olhar do dela. Balançou a cabeça negativamente, decepcionada. Kurt, que havia presenciado a cena, abraçou a amiga, escondendo suas lágrimas.

- Calma, Quinn.. Vem, vamos sair daqui..

Eles desapareceram para dentro da casa dos Lopez. Rachel foi atrás deles, procurando-os pelo local. Quinn conhecia bem a casa, então foi direto para o quarto de Santana. Brittany estava ali, o rosto escondido contra o travesseiro. O quarto estava escuro e ela parecia estar dormindo. Quinn ignorou a garota e sentou-se com Kurt no chão, ao lado da cama. Chorou mais um pouco, antes de se acalmar e reclamar com o amigo. Brittany se mexeu silenciosamente, sentando-se na cama e prestando atenção nos dois.

- Sabe, Rachel estava tão temerosa em relação a essa festa, que eu acabei ficando também. Eu tive muito medo de fazer alguma coisa de errado com Sam e chatear ela.. Eu nunca parei pra imaginar que poderia ser o contrário...Que droga, Kurt, eu tenho feito de tudo pra que ela esqueça o Finn.. Eu não consigo entender o porque.. disso.. dela fazer isso..

- Quinn, não foi bem assim, vai. Eu observei Rachel a noite toda. Ela nem ao menos se aproximou de Finn. Eles mal se olhavam.. Foi o Finn que foi atrás dela..

- E ela não afastou ele! Ele tava lá, com a boca grudada na dela, e ela não afastou ele, sabe..

- Ela afastou, Quinn..

- Muito tempo depois!

- Quinn. Eu não estou defendendo o que Rachel fez, ok? Mas.. Não foi culpa dela. Finn foi pra cima.. E ela sente algo por ele. Você sabe disso, não sabe? Eles viveram muita coisa juntos.. Eu não estou dizendo que ela vá voltar correndo pra ele agora ou coisa assim, mas, entenda.. deve ter sido difícil pra ela resistir..

- Exatamente, Quinn. – Rachel disse, na porta do quarto, finalmente achando eles. 

Os três garotos no quarto olharam para ela. Ela entrou, insegura.

- O que a Brittany faz aqui? – ela perguntou, fazendo Quinn e Kurt olharem para a garota na cama.

- Eu estava com saudade daqui.. Desde que eu comecei a namorar o Artie eu não venho aqui.. Eu sinto falta dela..

- Porque você não fica com a Santana então, Brit? – Rachel deu um meio sorriso triste – o relacionamento de vocês sempre funcionou bem, de uma forma estranha, mas sempre funcionou..

- Não. – Quinn interveio – Santana é uma idiota. Ela foi uma idiota com a Brit várias vezes.. Ela te magoou, não foi, Brit? – a loira confirmou com a cabeça. – E o Artie realmente gosta dela. Ele realmente se importa com você, Brittany.. Eu sei que você sente falta da Santana as vezes, mas, acredite, você tem que dar valor a tudo que o Artie faz por você.. – Ela olhou para Rachel, a encarando com frieza. A diva entendeu a fala dela como uma indireta e assentiu com a cabeça.

- Kurt, Brit.. vocês podem sair só um minuto? Eu preciso muito conversar com a Quinn..

- Vocês estão se pegando, certo? – Brittany perguntou, espontânea.

Rachel não soube o que responder. Não sabia se Quinn continuaria com ela depois daquilo. Olhou para ela, que se levantou, indo se sentar ao lado de Brittany. Kurt levantou-se também, ficando ao lado de Rachel.

- Sim, Brit, nós estamos. Mas você não pode contar isso pra ninguém, está bom? Nem pra Santana ou Artie, muito menos para a Treinadora Sylvester..

- Eu posso escrever no meu diário?

- Não, Brit.. seu gato lê o seu diário, lembra?

- É verdade..

- Você guardaria esse segredo?

- Sim.. – ela olhou de uma garota para a outra – mas não briguem..

- Nós só precisamos conversar... Vá com o Kurt lá pra fora, nós já estamos indo, ok?

Os dois deixaram o quarto, fechando a porta. Rachel trancou a mesma, antes de se sentar ao lado de Quinn na cama. Segurou a mão da loira, que ainda não olhava pra ela.

- Você tem total razão no que disse. Você tem sido incrível comigo, Quinn. Eu me apaixono mais por você a cada dia que passa. Eu nunca te disse isso, não é? Mas eu estou.. realmente apaixonada por você. E é tudo culpa sua. Você tem sido absolutamente encantadora. Eu dou muito valor a isso, de verdade. Mas Kurt também tem razão no que disse. É difícil pra mim. Ele ainda mexe comigo, e não há nada que eu possa fazer em relação a isso. Mas eu te garanto que nada vai acontecer entre a gente. Porque eu me importo com você. Eu estou sendo completamente honesta, Quinn..

- Eu.. também estou completamente apaixonada por você.. – Quinn disse, com a voz falha de choro. Novas lagrimas rolaram pelo rosto dela, e Rachel percebeu que também estava chorando. Quinn ignorou as lagrimas da outra, decidida a não deixar Rachel a amolecer com aquilo – mas que droga, Rachel, porque fazer aquilo na minha frente?

- Quinn.. – Rachel segurou o rosto da outra com as duas mãos, forçando um beijo. Quinn relutou, mas sem muita força. Ela murmurava palavras de encontro a boca da outra – Você não pode me desculpar? Não vai mais acontecer...

Quinn não conseguiu mais lutar contra. Entreabriu a boca, dando passagem a língua de Rachel. Trocaram um beijo rápido, antes de Quinn cravar as unhas nos ombros de Rachel, forçando a garota a se afastar de novo, sem solta-la. Novamente aqueles sentimentos tomavam conta dela. Raiva. Decepção.

- Não se atreva a partir meu coração, Rachel Berry. – novas lágrimas explodiram em seus olhos.

- E você não se atreva a partir o meu, Quinn Fabray. – Ela se aproximou novamente, buscando os lábios de Quinn.

As unhas da cheerio ainda machucavam a sua pele, mas ela não se importou. Forçou Quinn contra a cama, ficando por cima dela. A língua de Rachel novamente buscou a de Quinn, num beijo violentamente intenso. Quinn apertou mais as unhas contra a pele da outra garota, a arranhando, mas agora ela não a empurrava mais, e sim a trazia para cada vez mais perto. Rachel sorriu ao sentir a entrega da loira. Aos poucos, foi deixando o beijo mais gentil. Deslizou as mãos levemente pelos braços de Quinn, fazendo com que ela soltasse as unhas de sua pele e passasse as mãos em torno do seu pescoço.

Quinn virou-se por cima de Rachel. A morena permitiu, levando as mãos até as costas dela e a pressionando contra si. O ar começava a faltar, mas elas continuavam a se beijar com intensidade. Quinn apoiou-se em um dos cotovelos, sustentando o peso do seu corpo, se afastando para respirar. Se olharam por um instante, antes de voltarem a se beijar, ainda com mais vontade que antes. A mão livre de Quinn passeou pelo corpo de Rachel. O calor da discussão, juntamente com os beijos que trocavam, transformaram-se numa mistura explosiva, que não permitia a ex-chefe do clube do celibato controlar a excitação do seu corpo. Apertou forte o quadril de Rachel, antes de subir a mão até um dos seus seios, massageando-o. Ela arqueou o corpo, sentindo o toque.

- Quinn. Não. – A mão de Rachel alcançou a da loira, impedindo o gesto e a guiando de volta até a própria cintura.

Não interromperam o beijo. Quinn gemeu de frustração contra a boca de Rachel. A morena deu um pequeno sorriso. Foram diminuindo a intensidade do beijo devagar. Trocaram um ultimo selinho. Quinn novamente olhou nos olhos de Rachel, antes de suspirar e sair de cima da garota e deitar-se na cama, de costas para ela.

- Quinn? O que foi? – ela segurou o ombro de Quinn, forçando-a olha para ela. A outra garota parecia ainda triste.

- Nada. – resmungou - Eu só não queria ter te beijado..

- Porque não, Quinn?

- Como porque não, Rachel? Você acabou de beijar o Finn!

Rachel comprimiu os lábios, vendo o rosto triste da garota. Estava arrependida, e disposta a fazer Quinn esquecer aquilo. Passou as costas da mão pelo rosto dela, acariciando.

- Teoricamente, sim, eu acabei de fazer essa burrada. Mas, se você for realmente analisar, eu fiz isso ano passado. Nos últimos segundos do ano passado, eu sei – ela arriscou um sorriso. Seu argumento era horrível, mas ela só estava tentando ser romântica – Mas.. eu quero deixar isso em 2010. Já estamos no ano novo, e esse ano a única pessoa que eu quero beijar é você. A única pessoa que eu vou beijar vai ser você.

Quinn revirou os olhos, mas sorriu levemente. Rachel se aproximou para um novo beijo e ela aceitou, retribuindo num beijo leve, cheio de carinho por parte da morena. Trocavam vários selinhos, quando Rachel deslizou o dedo pelo pescoço de Quinn, mantendo contato visual com ela.

- Cadê aquele cordão que o Sam te deu?

Quinn hesitou. Então Rachel havia visto.

- Eu vou devolver. Vou terminar com ele hoje.. eu preciso fazer isso.. Por nós.

- Você já deveria ter feito..

- Eu sei. Mas é difícil.. Sam é tão.. fofo – Rachel fechou a cara. – Não fica assim, não é nesse sentido. Mas ele é realmente bonzinho, e é um ótimo amigo..

- Por isso mesmo, Quinn. Você quer continuar fazendo isso com ele? Você está tipo.. traindo ele, você sabe disso, né?

- Sei.. é, mas relaxa. Tudo vai acabar hoje..

Rachel sorriu, dando um ultimo beijo nela, antes de se levantar.

- Vamos voltar pra festa, vem..

Elas saíram do quarto de mãos dadas, cruzando com uma cheerio e um jogador de futebol, que esperavam ali se agarrando, loucos pra entrarem no quarto. As duas balançaram a cabeça em desaprovação, sorrindo.

Soltaram as mãos ao chegarem ao jardim. Quinn pegou bebidas para as duas. Rachel olhou para ela, repreendendo-a com um olhar.

- Sua mãe mandou você não beber muito..

- É só a terceira taça...

- Terceira? Quinn!

- Ai, para de querer agradar a sogra..

- Sogra?

- Kurt te chamou de minha namorada, hoje...

Rachel tentou não sorrir abertamente, se deliciando com a idéia. Apontou para Sam disfarçadamente.

- Você já tem um namorado, Fabray..

Quinn revirou os olhos. Kurt, Mercedes, Brittany e Artie se juntaram as duas, conversando e brincando. Quinn terminou sua bebida e, percebendo que Rachel estava entretida, se afastou do grupo, indo em direção a Sam.

- Sam..

- Oi, baby..

- Precisamos conversar.. em particular. – ela olhou para os outros jogadores que cercavam o garoto.

- Claro...

Eles se afastaram da festa, indo para um canto isolado do jardim. Quinn tremia levemente ao segurar a mão do garoto. Sentaram-se na grama, lado a lado.

- Pode falar.. Porque não está usando o cordão, Quinn?

- Sam.. – ela tirou o cordão do bolso, pondo na mão do garoto – eu não posso aceitar isso. E.. – respirou fundo – eu não posso continuar namorando você..

- Como? Por que?

- Você sabe o porque, Sam.. eu te disse, eu te avisei desde o começo, sobre.. a minha opção sexual. – ela se odiou por um momento ao perceber que estava completamente envergonhada.

- Eu sei, mas.. eu achava que isso fosse uma coisa que você só ia fazer.. sei lá, na faculdade, ou quando fosse morar em outro lugar..

- Eu também achei que fosse ser assim, Sam, mas não foi assim que aconteceu.. Eu.. estou gostando de uma garota.

- Oh. E.. Oh.. Quem é?

- Você quer realmente saber?

- Eu.. acho que sim.

- Olha, Sam.. eu gosto muito de você. Muito mesmo. Você sabe disso, né? – ele confirmou lentamente com a cabeça – Eu quero muito ser sua amiga.. mas já tem tanta gente sabendo disso..

- Quinn. – ele segurou a mão dela – eu não contei pra ninguém sobre você. Nem quando o Finn veio questionar o motivo de você não.. você sabe.. fazer aquilo.. – Quinn sorriu, extremamente constrangida agora – então.. eu não vou contar pra ninguém..

- É a Rachel, Sam...

- Rachel? – ele estava boquiaberto. – eu não sabia que ela era.. sabe..

- É.. Por favor, Sam.. não comente com ninguém..

- Palavra de escoteiro! – ele bateu continência, arrancando risos de Quinn. – Sabe, Quinn, se você quiser.. nós podemos.. fingir que continuamos juntos.. Assim eu protejo você.. você protege Rachel.. eu continuo namorando a garota mais bonita da escola.. – ele piscou, divertido.

- Não vai rolar, Sam.. Eu agradeço a preocupação, mas você sabe que eu sou feminista, certo? – ele assentiu – eu não me esconderia atrás de um homem.. 

- Você quem sabe.. eu vou continuar aqui pra te ajudar, ok?

- Obrigada..

- E você sabe que.. eu realmente gosto de você, né? Tirando o fator popularidade e tal..

- Sei.. e você sabe que se eu fosse hetero, você seria.. meu príncipe encantado..

Ele novamente afirmou com a cabeça. Puxou a garota para um abraço, ficando assim com ela por um tempo. Quem olhasse a cena, juraria que eles eram o casal mais bonito da festa. Quinn sorriu com o pensamento e se afastou de Sam. Ele se levantou, ajudando Quinn a fazer o mesmo. Ela deu um beijo demorado no rosto do rapaz e se afastou em direção a Rachel, que ainda conversava com Kurt e Mercedes.

Tinha um sorriso confiante no rosto ao se aproximar do grupo. Uma sombra da cheerio malvada passou pelo seu rosto, deixando Rachel apreensiva, mas quando Quinn olhou para ela, um enorme sorriso abriu em seu rosto.

- Feito! – Quinn continuava a sorrir abertamente.

- Você.. terminou mesmo com ele? – Rachel quase não acreditava no que ouvia.

- Sim! – Rachel a abraçou impulsivamente, Quinn se assustou com o gesto inesperado, mas não se afastou – Rach..

Kurt e Mercedes observavam a cena, felizes por elas. Rachel finalmente se afastou, sorrindo tanto quando Quinn.

- Meu Deus, eu acho que eu nunca vi a Quinn tão feliz assim.. – Mercedes comentou, e Kurt confirmou, acenando.

O clima da festa se tornou bem mais leve, a partir de então. Eram quase 4 da manhã quando as pessoas começaram a deixar o local. Quinn e Kurt haviam roubado algumas garrafas de champanhe das cheerios e o Glee Club já estava todo um pouco alegre. Puck tentou se aproximar de Quinn, para o desespero de Rachel, que não podia fazer nada, mas foi Sam quem afastou o garoto, piscando para Rachel com um sorriso.

- Quinn.. – Rachel se aproximou da loira, falando baixo – eu acho que está na hora de irmos, né? Eu vou ligar para os meus pais, eles ficaram de vir me buscar.. Se.. você quiser... pode vir de carona até a minha casa, e depois de lá pegar um táxi até a sua.. ou.. você pode dormir lá em casa..

- Desistiu de seguir as ordens da minha mãe, Rachel? – ela arqueou uma sobrancelha, provocando. – Rachel riu, dando de ombros. – acho melhor eu realmente dormir em casa.. não sei que horas minha mãe chega amanhã, e nós provavelmente iremos acordar bem tarde... mas eu aceito a carona.

Meia hora depois, Quinn estava acomodada no banco de trás do carro dos Berry, junto com Rachel. Ela tinha certeza de que, se estivesse completamente sóbria, ia estar petrificada de medo. Mas estava levemente alta de champanhe, e a mão de Rachel estava confortavelmente repousada sobre a sua, lhe transmitindo uma certa calma. Admirou ainda mais Rachel, pelo fato dela se sentir tão a vontade na presença de sua mãe, Judy. Aquilo era realmente difícil. A morena a havia apresentado a eles apenas com “Pai, Papai, está é Quinn, Quinn Fabray”. Não “Quinn Fabray, uma amiga da escola” ou “Quinn Fabray.. a garota pela qual eu estou apaixonada”. Mas Quinn estava um pouco apreensiva. Se até a mãe e a irmã haviam percebido algo entre elas, provavelmente eles perceberiam também. O casal no banco da frente conversava animado com a filha, enquanto Quinn permanecia em silencio. Eles não tinham tantos trejeitos como Kurt, mas, observando bem, era impossível não percebem que eram um casal. Ou talvez Quinn estivesse apenas desenvolvendo seu gaydar.

Chegaram em casa e Quinn entrou, acanhada. Nunca havia entrado na casa. Chegava apenas na porta, para pegar ou deixar Rachel em casa. Um dos pais de Rachel foi até a cozinha, preparar um lanche, enquanto o outro chamou um táxi para Quinn. O taxista avisou que demoraria um pouco a chegar, devido ao movimento de ano novo.

- Bom, meninas.. nós vamos nos recolher, já estávamos deitados quando Rachel ligou.. Boa noite, Quinn. Foi um prazer conhecê-la. – ele deu um leve abraço na garota. – Boa noite, querida. – abraçou a filha – Feliz ano novo pra vocês.

- Pra você também, Sr. Berry. – Quinn murmurou, envergonhada.

- Leroy, você não vem? – Ele chamou o marido, que estava na cozinha

- Só um minuto, querido.. Vai indo, já vou em seguida.

Rachel acompanhou com os olhos o pai entrar no quarto, antes de puxar Quinn para o seu próprio. Fechou a porta com cuidado, antes de puxar a garota para um beijo.

Quinn correspondeu o beijo com vontade. Segurou Rachel pela cintura por um instante, levantando-a do chão. Estava realmente feliz. Rachel compartilhava o sentimento.

- Eu estou tão feliz, Quinn!

- Eu também, Rach.. muito!

- Escuta.. uma coisa que eu queria te perguntar.. você contou ao Sam? Sobre nós duas?

- Contei.. – ela pareceu hesitante – tem algum problema?

- Não, claro que não.. ele não vai sair por ai contando, vai?

- Ele me assegurou que não..

- E Brittany?

- Não vai contar. Eu garanto. Brittany pode parecer o tipo de pessoa que faz fofoca, por causa da vez que ela entregou a lista das musicas, mas eu garanto que ela fez isso na inocência. É só você explicar exatamente o que ela deve fazer, que ela vai obedecer.. As pessoas se aproveitam da falta de maldade dela..

- Tudo bem.. E você não liga de ter tanta gente assim sabendo sobre.. nós?

- Sinceramente? Não.. se.. as coisas fossem mais fáceis.. por mim todos saberiam.

- Mas.. a escola..

- Estamos de férias. Vamos deixar pra pensar nisso quando não der mais pra adiar..

- Tudo bem.. – Quinn sorriu para ela, confiante – eu já disse o quanto você me deixou feliz hoje?

Quinn a abraçou forte, a puxando para um novo beijo, cheio de vontade. Passou as mãos pela nuca de Rachel, a trazendo cada vez mais pra perto. As línguas dançavam harmoniosamente, num beijo lento e excitante. Rachel apoiou-se na sua cômoda, puxando Quinn, tentando diminuir mais ainda a distancia entre elas. Sentiu a morena se segurar forte a ela. Provavelmente Rachel também estava um pouco alcoolizada. Quinn levou uma das mãos a cintura da outra garota, pressionando o quadril dela contra o próprio corpo. Rachel buscou a mão da loira, a guiando a fazer agora o caminho contrário que havia feito mais cedo. Quinn interrompeu o beijo momentaneamente, ao sentir a própria mão pousar sobre o seio da morena.

- Rachel, o que.. – Quinn sentia o rosto esquentar.

- Você anda merecendo.. – disse Rachel, reiniciando o beijo.

Quinn hesitou por um momento, pensando se não estariam indo rápido demais. Ela havia tentado aquilo mais cedo, sim, no calor da briga, mas agora.. Ela sentiu a outra mão de Rachel subir pela sua nuca, agarrando o seu cabelo e aumentando a intensidade do beijo. Um novo arrepio de desejo percorreu seu corpo, e ela massageou novamente o seio de Rachel, sentindo o pouco e leve tecido do vestido, que era a única barreira entre os seus dedos e a pele da morena. Soltou a outra mão da nuca de Rachel, levando-a até o outro seio da garota. Rachel levou as duas mãos às costas de Quinn, arranhando de leve.

Rachel beijava Quinn com mais vontade do que jamais beijara alguém na vida. Sentia o gosto do álcool na boca dela, o que provavelmente só fazia Quinn a beijar com cada vez mais intensidade. A garota a fazia quase perder o controle. Pior: a garota fazia ela querer perder o controle. Ela já havia chegado nesse ponto com Finn, mas com o garoto, ela fazia isso simplesmente para saciar um desejo dele. Com Quinn, o desejo surgia nela mesma, e só aumentava. Ela sentiu as pontas dos dedos da garota correndo pelos contornos do seu colo, as unhas arranhando a costura do vestido, quase o afastando de vez. Então Quinn abandonou a boca de Rachel, deslizando a língua pelo seu pescoço, em direção ao seu colo. Os dedos da garota agora circulavam seus mamilos, apertando-os levemente. A língua de Quinn deslizou pelo limite do decote do seu vestido, provando a pele de Rachel, arrancando um gemido agudo da cantora.

Quinn sentia, pelo toque nos seios enrijecidos de Rachel, que a outra garota provavelmente estava tão excitada quanto ela. Ela mordeu o ombro da outra, tentando aliviar um pouco do desejo que sentia. Escolha errada. A mordida arrancou um novo gemido de Rachel, o que fez seu corpo estremecer. Ela respirou fundo contra o pescoço de Rachel, buscando por auto-controle. Lentamente, foi deslizando as mãos de volta para a cintura de Rachel. Buscou novamente a boca da garota, num beijo mais calmo. Abraçou-a pela cintura, terminando o beijo devagar. As duas estavam ligeiramente ofegantes.

- Isso foi.. wow. – disse Rachel, ainda de olhos fechados.

- É.. – Quinn a olhava, o próprio lábio inferior entre os dentes, a respiração se normalizando.

- Eu já disse que adoro o fato de você ser uma garota? – ela finalmente abriu os olhos, fazendo carinho no rosto de Quinn.

- É? Porque?

- Finn já teria visto o carteiro umas 10 vezes, a essa altura... – as duas riram, lembrando-se da fraqueza do ex-namorado em comum. – isso foi muito pra você?

- Um pouco, mas.. você viu, eu consigo me controlar..

- É por isso que eu adoro o fato de você ser uma garota..

Elas se abraçavam de maneira carinhosa. Quinn com as mãos em torno da cintura de Rachel, que por sua vez abraçava a garota pelo pescoço. Conversavam próximas, os narizes se tocando. Rachel puxou o rosto de Quinn mais pra perto, iniciando um novo beijo. A mão de Quinn deslizou pelo quadril de Rachel, enquanto o beijo se tornava novamente excitante. Ouviram uma buzina tocando do lado de fora da casa, insistentemente.

- É o seu táxi, eu acho..

- Droga.. – ela sussurrou contra a boca de Rachel.

Elas sorriram com as bocas coladas. Trocaram um ultimo beijo longo, antes de saírem do quarto de mãos dadas. Rachel levou Quinn até a porta, se despedindo dela com um selinho demorado.

- Boa noite, Quinn..

- Feliz ano novo, meu amor.. – ela deu mais um beijinho rápido em Rachel e correu para pegar o táxi.

Rachel fechou a porta, sorrindo. Fechou os olhos e encostou a testa contra a mesma, relembrando todos os momentos da noite.

- Acho que precisamos conversar, não é mesmo, Rach?

Rachel pulou de susto, ouvindo a voz de seu pai atrás de si.

- P-pai?

Ela sentiu como se todos os pensamentos sobre Quinn esvaziassem dentro dela. Só o medo do pai tomou conta dela.

- Vai pro seu quarto.. não é hora pra isso.. amanhã, eu e seu pai vamos conversar com você, certo, mocinha?

- C-certo.

Ela ainda estava meio paralisada de medo. Leroy passou a mão pelo ombro da filha, levando ela até o quarto. Deu um beijo na testa dela, sorrindo.

- Boa noite, minha filha.

- Boa noite, pai..

Ainda assustada, ela deitou-se na cama. Os sentimentos confusos. Girou na cama várias vezes, demorando pra absorver tudo o que havia acontecido naquela noite.


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Notas finais do capítulo

então.. eu realmente gostei do resultado final! para variar um pouco, né? hahahaha

considerações finais..

— o titulo do capitulo se refere a música do New Order.. uma das minhas preferidas! escolhi pro titulo por causa, obviamente, da situação Finchel na festa.. a letra se encaixa bem. aconselho a ouvirem! :p

— não, eu NÃO sou Bartie! HAHAHA acho nada a ver... mas eu precisava fazer a Quinn defender Bartie, pra deixar a Rachel com remorso.. btw, vocês viram o que tá rolando por ai? parece que vamos ter mais Brittana em Glee! uhul o/

— essa cena já estava elaborada a tempos... eu adicionei alcool nela como uma pequena homenagem à Drunkchele e Drunkgron no Golden Globe! HAHAHAHAAHAHAH

- falando em Drunkgron.. todos os momentos em que a Quinn ficou feliz, nesse capitulo, eu SÓ consegui lembrar dela no Golden Globe, pulando quando o Chris ganhou! a coisa mais fofa do mundo, fato.

- a roupa que a Quinn está usando na festa é a mesma da performance "One Of Us".. vocês podem julgar por conta própria se ela estava muito lésbica ou não :p

- e por ultimo.. incrivelmente, só temos mais 3 capítulos pro fim da fic. eu já sei tudo o que quero escrever, e a fic acaba com o final das férias de inverno, quando Glee volta e o roteiro passa a ser novamente escrito pelo Troll Murphy, e não mais por mim :( HAHAHAHAHA
o que está me afligindo é que daqui a uma semana eu saio do Brasil, então preciso escrever isso RÁPIDO! tô com muito medo de não dar tempo, mas se eu perceber que não vai dar, eu vou cortar algum capitulo.. e postar só o final.. enfim, tentarei escrever freneticamente essa semana! espero que dê tudo certo...

POR FAVOR, COMENTEM! hahahaha eu adorei esse capitulo, quero saber se vocês curtiram também!



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