Capítulo XIV: Décimo-quarto tiro.

Era um tanto óbvio o fato de eu saber que eles todos eram consiglieres, pois... DÃR! ELES ERAM MEUS PROFESSORES!
Eu olhei rapidamente para todos e estranhamente a minha presença não modificou a atmosfera. A maioria continuou conversando como se nada tivesse acontecido, porém outros apenas me lançavam olhares e voltavam ás suas atividades.

Olhei para Gaara e ele me indicou uma cadeira.

Oh! Sim, irei me sentar quietinha aqui enquanto algum deles tenta me matar. ATÉ PARECE!

- Escuta aqui! – Apontei o dedo indicador para ele, porém fui interrompida por uma voz atrás de mim.

- Senhorita Yamanaka! Vejo que você já esta se sentindo melhor. – Eu não precisava me virar para saber que esta voz era do Kakashi. Pois as aulas dele são as que eu mais gosto, afinal, a voz dele é agradável para se dormir.

- Oi Kakashi. – Falou Gaara enquanto eu me virava para encarar o professor.

- Fiquei pasmo ao saber o que aconteceu com a senhorita Yamanaka. – Kakashi colocou sua grande mão em minha cabeça. – Mas ainda bem que você está melhor. – Ele sorriu. Olhei preocupada para Gaara, porém ele estava com sua famosa expressão “Poker Face”.

- O...Obrigada- Falei enquanto Kakashi afastava sua mão da minha cabeça. Apenas fazendo um breve comentário aqui. Ou um desabafo, sei lá. O meu cabelo esta tão ridículo que, poxa vida, me sinto incomodada de alguém tocar nele. E também tem o fato de que eu estava em COMA durante, hum, 2 semanas? Então, tecnicamente, fazem DUAS SEMANAS que eu não lavo o meu cabelo. Como é que o cara chega e toca esta “coisa” tão casualmente? Muito suspeito.

- Nós pretendemos ficar aqui durante um tempo, certo Ino? Ino?! – Ah! Droga! Eu fiquei tão entretida em meus pensamentos que fiquei perdida na conversa. Olhei para Gaara, que ainda estava esperando a minha resposta com um olhar de “FALE-ALGO-AGORA”. Forcei uma tosse  e falei:

- Sim! Sim! – Sorriso de propaganda de pasta de dente.

- Que bom, mas tomem cuidado. Este lugar esta cheio de ratos, vocês sabem o que eu quero dizer, certo? Bem, eu vou indo lá cuidar para que a diretora não faça nada vergonhoso como no ano passado – Ele supirou.

Kakashi apertou a mão de Gaara como forma de despedida e bagunçou o meu cabelo. Como se o meu cabelo fosse ficar mais bagunçado do que já esta! SACANAGEM! Porém eu compreendo o motivo dele ter que cuidar da diretora, pois não é que ela tenha problemas com bebidas, porém quando ela bebe surgem os problemas. Nunca irei esquecer da cena do ano passando, quando a Diretora foi encontrada dançando em cima do carro de um dos funcionários, com uma garrafa em cada mão. Todos os que presenciaram a cena foram devidamente calados. Mas graças á isso eu consegui, milagrosamente, passar de ano. Por que será?

- Venha, vamos comer. – Gaara falou ao se sentar na mesa redonda á nossa frente. No salão haviam diversas mesas, e cada um estava sentado ou em pé ao lado de cada mesa. Olhei atentamente para a mesa á nossa frente e reparei que nela havia uma plaquinha dizendo “Yamanaka”. Encarei a placa durante alguns segundos e me sentei.

- Preste muita atenção. – Olhei para Gaara espantada. AH! Não! O que ele vai fazer desta vez?

- O que foi? – Falei ao revirar os olhos. Ouvi um suspiro vindo dele.

- Irei dizer isso só uma vez, então preste muita atenção. – Ele se inclinou para ficar próximo de mim. – Quer saber, já volto.
O QUÊ?! Ele ficou louco? Vai me largar aqui? SOZINHA?! NO MEIO DE ASSASSINOS?!

- Que isso! Você pretende me largar aqui? – Minha expressão era de medo e raiva ao mesmo tempo. Esse maldito quer matar, ou o que?-

- Fique tranqüila. – Ele já havia se levantado e caminhava em direção ao final do salão.

- Capeta. – Sussurrei ao pegar a colher para comer a sopa que estava no meu prato.

- Eu posso te ouvir. – Engasguei. Malditos brincos!

- Vou atrás de você, seu retardado. Como ousa me largar aqui? Quer me ma-

Porém eu não pude continuar com o meu momento de raiva, pois algumas pessoas se sentaram na mesma mesa que eu.

- Deduzo que eles já chegaram, não é mesmo? – Perguntou Gaara.

- Aham – Falei baixo o suficiente para apenas ele me ouvir.

- Não se preocupe, alguns deles fazem parte da Família, outros são aliados, você está segura com eles.

Fiquei pasma. Então as mesas daqui estão separadas por Famílias? O que eles pretendem? Uma luta até a morte depois do jantar? Olhei para as pessoas á minha frente, e não acreditei no que eu vi.

Eles eram as ultimas pessoas que eu consideraria “aliados”.