A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 6
Seqüestro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! :D



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Sentia meu corpo doendo um pouco e meu cérebro implorando para que eu voltasse a dormir, só que isso era uma coisa que eu não estava disposto a fazer. Abri meus olhos e fiquei piscando um pouco por causa da claridade que machucavam minhas íris, me sentei e esfreguei os olhos. Estava distraído me espreguiçando quando escuto alguém murmurar alguma coisa atrás de mim, me virei para ver o que era e me deparei com Luíze dormindo. Fiquei encarando ela um pouco, vendo a mesma dormindo calmamente, como se o sonho que estivesse tendo fosse algo maravilhoso. Estava tão concentrado nela que nem reparei quando a mesma acordou. Ela se sentou esfregando um dos olhos e depois olhou pra mim surpresa e ficou um pouco vermelha.

Eu não disse nada, apenas dei um sorriso de canto por ver a menina corar tão de repente.

-O-O que aconteceu? –ela falou um pouco hesitante.

-Você desmaiou no meio do caminho pra cá, mas nada aconteceu depois dos lobos. –sorri.

-Ér... Então... –fiquei encarando-a querendo saber o que ela estava tentando dizer. –Obrigada.

-Que isso, não foi nada. Aposto se eu estivesse na mesma situação você faria o mesmo. –pisquei pra ela, a mesma apenas sorriu tímida, mas logo o sorriso se desfez. Ela ficava mexendo nas mãos sem parar, parecia que algo a incomodava. Cheguei perto dela e toquei a mão da mesma, senti até um formigamento. –Há algo errado?

-Não. –ela respondeu rápido, Luíze mordeu o lábio inferior e depois me encarou. –Poderia ficar de costas para que eu pudesse me trocar? –fiquei vermelho de vergonha e assenti, virando de costas e encarando a parede. Passou um tempinho, e logo senti uma mão tocando no meu ombro, olhei pra trás para ter certeza que era Luíze que estava me chamando. –Eu naturalmente não pediria pra você fechar meu vestido já que muitas vezes a Lúcia me ajudava nisto, mas como ela não está aqui e eu também não quero sair daqui com o vestido aberto, você poderia fechá-lo pra mim?

-C-Claro. –gaguejei. Ela virou de costas puxando o cabelo para o lado para que eu tivesse uma visão melhor das costas dela, me levantei e me aproximei dela. Enquanto fechava os botões eu reparei que nas costas dela tinha uma estrela marcada, por instinto próprio eu toquei aquela região com curiosidade e eu não consegui não reparar que ela estremeceu ao meu toque. Logo terminei de fechar o vestido da mesma.

-Obrigada de novo Rei Edmundo. –ela agradeceu.

-Edmundo. –corrigir.

-Claro. –ela assentiu e saiu.

                                                                                                                                     

Luíze

Saí daquele lugar onde estava o Edmundo mais do que depressa, a imagem do meu sonho ainda pairava nos meus pensamentos, e ainda ter que acordar dando de cara com ele. Ele foi realmente um cavalheiro por ter me salvado de me afogar e ainda mais por ter me carregado pela floresta. Sentei-me encostada a uma árvore enquanto olhava o céu, limpo e sem nenhuma nuvem, mesmo o céu estando tão lindo o ataque dos lobos era apenas o começo de algo realmente grande. Como uma guerra...

Olhei para o lado e vi ao longe Caspian e Susana conversando e rindo abertamente como se nada da guerra fosse acontecer, eles estavam mesmo se gostando e nem escondiam isso de ninguém, algo legal.

Fechei meus olhos por um momento, mas a única coisa que me veio na mente foi os olhos daquele menino...Os olhos incrivelmente negros e tão fáceis de se perder neles, como se fosse um labirinto e eu nunca achasse a saída. Agora eu entendo por que corei tão rápido quando acordei... Era porque ele estava me olhando. E depois ele deu um sorriso tão fofo, pelos céus, pelas letras do alfabeto o que eu estou pensando? Ele é o Rei Edmundo, o justo e eu sou apenas a princesa que vive pelas nuvens que ninguém sabia que existia. Tem vezes que me dá vontade de bater a cabeça na parede.

Começo a escutar passos atrás de mim e quando me viro, não vejo ninguém. Estranhei... Mas poderia ser um esquilo ou talvez não.

-Te pegamos. –antes que eu pudesse fazer qualquer coisa minha boca foi tapada com um pano e meus braços e pernas foram segurados por alguém. A última coisa que eu me lembro era da minha tiara escorrendo da minha cabeça, e depois tudo ficou escuro...

Edmundo

Luíze tinha saído de lá tão rápido que eu nem me dei conta quando fiquei sozinho, me troquei e saí à procura de Pedro ou qualquer pessoa que eu pudesse conversar. Por fim só achei Lúcia, mas a mesma estava tão distraída com algumas coisas que nem me deu atenção.

Fiquei andando de um lado para o outro sem saber o que fazer foi então que algo chamou minha atenção. Uma pequena coisa brilhava no chão, escondido pela grama, quando me aproximei vi que era a tiara de Luíze. Peguei o objeto e saí correndo a procura de alguém foi quando achei Susana e Caspian.

-Levaram a Luíze. –gritei.

-Como sabe? –Caspian veio correndo até mim.

-Achei a tiara dela jogada no chão, isso é algo que eu acho que ela não deixaria por ai. –mostrei o objeto.

-Chamem os centauros, acho que eles poderão pegar quem fez isso. –Caspian falou autoritário. –Quem fez isso, não pode estar muito longe daqui. –Susana tocou a própria tromba chamando os demais. Pedro e Lúcia vieram correndo junto com alguns centauros e outros animais.

-O que foi? –perguntou meu irmão mais velho.

-Raptaram a Princesa Luíze... –Caspian mal começou a falar e um grifo interrompeu.

-Raptaram a princesa? –falou alarmado. Eu apenas assenti com a cabeça. –Vamos fazer busca pelo ar. –ele saiu voando junto com um grupo de outros grifos.

-Centauros, vocês poderão achá-la por terra? –perguntou Caspian depois que os grifos foram.

-Faremos o possível. –ele fez uma reverência e saiu galopando, levando outros cinco atrás dele.

-E nós? –indaguei.

-Temos que ficar, senão o local vai ficar desprotegido. –esclareceu Pedro.

-Não vai acontecer nada com ela Edmundo! –Lúcia sussurrou pra mim.

-É o que?

-Nada, nada...-ela sorriu com malicia e depois saiu andando, me deixando bastante confuso.

O dia todo nós ficamos sentados em círculos jogando conversa fora ou até mesmo falando de estratégias para a guerra que estava por vir. O dia já não dominava mais o céu e em lugar dele quem tomou a ordem foi à noite, que veio fria. Os centauros não voltaram quando todos nós fomos dormir e nem mesmo os grifos que tinha ido atrás da sua princesa pelo céu, eu estava ficando realmente preocupado com ela e o que podiam fazer a ela.

Luíze

Acordei com alguém me dando tapas no rosto, abri os olhos furiosa e me deparo com um anão com cara de rabugento me encarando.

-Finalmente acordou.

-O que quer? –tentei mexer meus braços, mas ambos estavam algemados, até mesmo os meus pés.

-Levaremos você a Feiticeira Branca. –o pequeno homem avisou.

-Por que já não fizeram isso? Eu poderia ter fugido. –tentei irritá-lo.

-Não dirija nenhuma palavra a mim, prisioneira.

-Como ousa? Eu sou a Princesa dos céus, você me deve respeito. –quase cuspi as palavras nele.

-Fique quieta. –ordenou ele a mim.

-Seu sujeitinho imundo, você que tem se calar. –retruquei.

-É o que? –ele pegou a pequena faca que tinha presa na cintura e colocou na minha garganta.

-Vai, me mata! Quero ver o que você vai falar pra sua “rainha”.-levantei uma das sobrancelhas, engolindo em seco por aquela arma estar na minha garganta.

-Ér...Hm...Grr... –começamos a escutar barulhos vindo do lado de fora da “prisão” que eu estava. –Mais que diabos é isso?

-Resgate? –sorri irônica para o anão.

-Quieta. –ele rosnou. De repente as tochas que estavam acesas por ali se apagaram, deixando tudo escuro. Eu mal enxergava um palmo a minha frente, mas conseguia escutar os galopes dos centauros que entraram ali, um deles se aproximou de mim e quebrou as algemas que prendiam as minhas pernas, mas antes de quebrar as que prendiam as minhas mãos algo o derrubou e fez ele lutar com a tal pessoa.

Levantei-me desajeitada e sai correndo para fora dali, olhei ao redor e percebi que estava ainda na floresta, só faltava um pouco para sair de lá. Mas era quase um lugar sem saída, de um lado tinha um penhasco e de outro os seguidores da Feiticeira, foi então que eu vi um dos grifos.

-Ora, ora...Pelo visto seu resgate bateu em retirada. –falou o anão irritante.

-É mesmo. –pelo meu campo de visão conseguir ver alguns centauros escondidos na mata. Fiz um sinal com a cabeça para que seguissem, um deles balançou a cabeça negativamente e eu fiz o mesmo sinal novamente e depois apontei para o penhasco. Hesitante o resto dos centauros seguiram caminho ao “esconderijo”.
-E o que vai fazer? –ele perguntou sorrindo cínico.

-Pular o penhasco. –saí correndo mais rápido que pude e então pulei.

-Está louca? –ouvi o anão gritar.

-Não! –falei rindo e acenando para eles enquanto o grifo que havia me pegado me levava para longe dali.

Edmundo

Acordei escutando os galopes que os centauros faziam quando chegaram, me levantei correndo e saí da onde eu estava para ver se tinha conseguido trazer Luíze de volta. Mas apenas os que foram voltaram, nenhum sinal da princesa. Caspian e Pedro se entreolharam e então olharam para o “chefe” dos centauros.

-Cadê ela?-perguntou Lúcia se espreguiçando.

-Não sabemos. Conseguimos soltá-la, só que ela nos mandou voltar, mas antes tinha apontando para o penhasco. Acho que ela pulou. –falou a criatura hesitante.

-Pulou? –Falamos eu e Lúcia juntos.

-Sim.

-O que aconteceu? Por que essas caras? –uma voz feminina foi ouvida atrás dos grupos dos centauros, eles deram espaço para que nós víssemos quem era e eu soltei um suspiro de alivio por saber que era Luíze. As mãos dela ainda estavam presas com as algemas, mas o corpo estava intacto. Ripchip a libertou das algemas e recebeu como agradecimento um sorriso e uma reverência. Eu fiz uma coisa que nunca faria na vida, saí andando a passos largos até ela então a abracei forte, como se quisesse mantê-la em meus braços e só neles estaria segura. Depois, era como se eu estivesse acordado de novo, a soltei rápido e sorrir sem graça, ainda percebi que o rosto dela estava corado com a ação.

-Quando te seqüestraram deixaram sua tiara cair, eu encontrei ela, depois é só pegar comigo. -Cheguei perto do ouvido dela e sussurrei para que só ela pudesse ouvir. Ela balançou a cabeça afirmando, como se não conseguisse dizer mais nada. Me afastei sorrindo e voltei para dormir.


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Notas finais do capítulo

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