Lembrança de Natal escrita por GiullieneChan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Betado por Lulu-lilits.

Um fic de Natal, com os Cavaleiros e Espectros.



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Loja de brinquedos.

—Larga a caixa... -Milo dizia meio desanimado, segurando a caixa.

—Larga você. -Aiacos não a soltava.

—Preciso ir ao banheiro.

—Eu também, mas não solto a caixa.

—Maldito refrigerante que tomei antes de chegar aqui!

—Solta a caixa e vai se aliviar.

—Prefiro ter uma cistite! -Milo respondeu imediatamente, tentando puxar uma lixeira com o pé para mais perto.

—Não tá pensando em fazer isso aqui?!

—Se o desespero mandar... –tentando em vão arrastar a lixeira.

—Por Cora... Isso não vai acabar? -Minos perguntou a Camus, olhando a cena do outro lado, sentado em uma mesa, tomando chá.

—Acho que não. Parecem duas crianças. -respondeu Camus, bebendo capuccino.

—Incrível como Aiacos tem a habilidade de se portar de maneira tão indiscreta quando quer.

—E Milo que parece que não cresceu!

—Vive em encrencas, atrás de rabos de saias. Principalmente das ninfas do senhor Thanatos.

—Era um devasso, melhorou depois que casou, mas continua irresponsável!

—Certamente! Um dia eles tem que crescer, não é?

—Sim. Gosta de Voltaire? -perguntou Camus.

—Um dos meus escritores preferidos. -afirmou Minos.

—O meu também! E Música?

—Mozart, sem dúvida!

—Partilhamos do mesmo gosto! Fantástico! -surpreendeu-se Camus.

Eles se olham, depois se levantam rapidamente.

—Anda logo com isso, Milo! Detona este cara e vamos embora!

—Aiacos, manda este cara pra outro planeta e vamos embora!

O cavaleiro e o kyoto olharam para os amigos espantados.

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Enquanto isso, do outro lado do Shopping.

Dois homens estavam de tocaia, seguindo uma senhora pelo enorme estabelecimento, visando pegarem o colar que caiu dentro da sacola desta.

— A culpa é sua, carcamano! Deveria ter aceitado a derrota com honra e me deixado levar o colar! -Radamanthys acusou o cavaleiro.

—Minha? Você trapaceou no Jô-Ken-Po, ô Monocelha! -revidou.

—Eu paguei pelo colar.

—Pagou uma vírgula!

—Deixa de balelas! Tenho que recuperar o meu colar!

—O meu colar! E quem fala balelas hoje em dia, caspita?

—Silêncio, comedor de lazanha! Olha, ela entrou no Bingo! -avisou Radamanthys. -Vamos!

—Que humilhante! Eu perseguindo uma velhota pelo Shopping!

—Shhh! Disfarça! -pediu o kyoto entrando no Bingo.

Máscara da Morte disfarçou um pouco para entrar, e notou curioso que os seguranças do Shopping, acompanhados pelo gerente da joalharia pareciam procurar alguém. Quando o viram, apontaram em sua direção e correram. O cavaleiro tratou de alcançar o Kyoto, parou ao ver três homens perfeitamente parecidos com os desenhos alterados que Milo de seus retratos, sendo escoltados pelos seguranças para fora, apesar de protestarem que nada haviam feito de errado.

O Cavaleiro de Câncer disfarça e se mistura à multidão, avistando o Kyoto em meio a eles.

Radamanthys observava o mar de idosos, que estavam ocupados e concentrados no Bingo. Tentava achar a velhinha que havia carregado seu colar! A avistou e sorrindo com maldade se aproximou, até quase cair ao chão com o esbarrão do canceriano.

—Estou cansado de você, verme dourado! -Radamanthis vociferou.

—Achou a velha caquética? Quero o colar antes que sejamos presos por roubo.

—Do que está falando?

Máscara da Morte apontou para a entrada do Bingo, onde os seguranças acabavam de entrar. Os dois se abaixaram para esconder.

—Eu paguei pelo colar. Por que nos perseguem?

—Seu dinheiro dever ser falso. -respondeu Máscara da Morte sorrindo.

—Cale-se, Carcamano! -entre os dentes. -Não sou um pé rapado como você!

Máscara da Morte ergueu a mão em um gesto que indicaria que ele o agrediria com um soco, mas desistiu ao ver a velhinha que levava o colar na sacola.

—Ali está ela! -sussurrou, apontando na direção em que ela estava.

—Vamos pegar o meu colar.

—O MEU colar, Monocelha!

—Meu!

—Meu!

—Meu!

—Meu!

—Não vamos discutir isso agora! -pediu Radamanthys, engatinhando entre as mesas para chegar até à senhora.

—Se acha que vou deixar levar o meu colar, vai esperando Espectro!

Máscara da Morte foi se arrastando logo atrás dele, aumentando a velocidade para ficar lado a lado com o Kyoto. Chegaram perto da sacola, Radamanthys pediu silêncio para o cavaleiro e esgueirando-se devagar, enfiou a mão na sacola.

—Senhores! -a voz do gerente da joalheria apareceu logo atrás deles com os guardas do shopping. O susto fez os dois baterem a cabeça na mesa onde estavam embaixo.

—O que é isso? -a senhora ergueu-se assustada. -Vocês de novo!

Se sentido acuado, os olhares das pessoas próximas sobre eles, já que os outros ainda estavam concentrados no jogo, Radamanthys olhou ao redor e fez a única coisa que acreditou ser o certo.

—BINGO! -ele gritou.

Todos se ergueram para verem quem havia ganho a partida, vozes se alteraram dizendo que era alarme falso, outros reclamando por haverem perdido. No momento da confusão, Radamanthys enfiou a mão na sacola e saiu correndo com o colar, com Máscara da Morte em seu encalço.

—Volte aqui, filho de uma... -gritou o cavaleiro, pulando em cima do espectro.

Radamanthys desviou-se agilmente do salto do canceriano, ele colidiu contra uma mesa e em cima de uma senhora gorda, caindo ambos ao chão. A senhora de costas, gritando... e Máscara da Morte com a cara enfiada entre os seios enormes da mulher.

—SOCORRO! -gritava a mulher.

—Hunfff..hunfffghh! -Máscara da Morte tentando se erguer.

—Háháháháháháháhá! -ria Radamanthys, saindo correndo para longe de todos.

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—Eu não irei largar... esta caixa, juro... em nome de Atena. -Milo sentado no chão, segurando a cabeça com uma mão e a outra a caixa.

—Por Hades... nem eu irei ceder a você... cavaleiro. -Aiacos, em uma posição similar. –Duke é meu!

—O Duke é meu...

A discussão entre os dois já havia juntado um grupo de curioso, querendo ver o final dela.

—Vamos resolver isso, de uma vez por todas?

—O que sugere?

Milo fechou os olhos, se concentrando.

—Par!

Aiacos arregalou os olhos espantado.

—Tá brincando!

—Estou não. Par. -sério, com a mão livre atrás do corpo.

—Certo. Impar!

Os dois mostraram a mão.

—Cinco! Impar! Há! Ganhei! -Aiacos comemorando vitorioso.

—Não vale! Você hesitou milésimos de segundos para mostrar os dedos! Trapaceou!

—Não trapaceei! Perca com honra, cavaleiro!

—O que vocês espectros entendem por honra!

Minos e Camus ainda observavam a discussão, ainda não acreditando nela. Ambos carregavam sacolas de compras.

—Compramos livros, tomamos café, peguei os presentes das crianças... -Camus enumerava.

—E ainda achamos aquele DVD magnífico da Ópera de Paris naquele sebo! -Minos completou.

—E eles ainda estão discutindo sobre o maldito brinquedo!

—Inacreditável... -Minos balançou a cabeça negativamente.

—É meu, cavaleiro!

—É meu, espectro!

—Eu sou um Kyoto... e é meu o Duke!

—Maldito!

—Filho da...

Radamanthys irrompeu em meio à multidão, correndo, puxa Aiacos pela gola da jaqueta e grita para Minos.

—VAMBORA!

—NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO! -Aiacos gritou em lágrimas, soltando a caixa contra a vontade. –DUUUUUUKEEEEEEEEEEEEE!!!!!

Minos olhou a cena de Radamanthys praticamente levantar uma nuvem de poeira com a sua corrida, arrastando Aiacos que ainda gritava. O Kyoto suspirou e começou a segui-los, andando calmamente.

—Tenham um Feliz Natal, Cavaleiros. -despediu-se, saindo com elegância do local.

Ambos os cavaleiros ainda olhavam espantados o que aconteceu. Então Milo olhou para a caixa em sua mão e a abraçou como se fosse um tesouro raro e valioso.

—Dukeeeeeee! -abraçando a caixa e beijando-a.

Camus encarou Milo com uma enorme gota escorrendo por sua cabeça, envergonhado.

—Podemos encontrar o Máscara da Morte e ir embora? -pediu Camus.

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No Bingo.

Dois seguranças ajudavam Máscara da Morte a se levantar, outros seis a senhora que ainda gritava pedindo ajuda.

—Droga! Ele levou o colar! -xingava em italiano.

—Senhor... -o gerente o chamou timidamente.

—QUE É?

—Eu... havia visto a discussão entre os cavalheiros em minha loja e ia sugerir que um de vocês levassem o outro colar, do mesmo designer. -fez um gesto e um dos guardas pega uma caixa de veludo e abre-a, mostrando para o cavaleiro, que a fitava boquiaberto. -É de safiras e brilhantes, senhor. Designer exclusivo! Nenhuma joia desenhada por este artista é igual a outra! E todas tem uma rara beleza!

—Embrulha! -sorriu o cavaleiro. -Perfeito... igual a ela!

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Meia hora depois.

Máscara da Morte encontrou os companheiros defronte à loja de Brinquedos. Camus segurava as sacolas com os presentes das crianças e Milo estava sentando no banco, abraçado a várias caixas de bonequinhos. O canceriano ergueu o dedo para perguntar algo, mas Camus fez não com a cabeça, fazendo-o desistir.

—Podemos finalmente ir para casa? -pediu Camus.

—Sim. -Máscara da Morte sorria segurando o presente vitorioso.

—Demorou. Algum problema? -indagou o cavaleiro de Aquário, dividindo as sacolas que carregava com Giovanni.

—Hmm... nenhum problema. E vocês? Tudo em ordem?

—Na mais perfeita ordem e paz.

Suspirou Camus, caminhando para fora e parando ao ver três homens, perfeitamente parecidos com as caricaturas feitas por Milo, discutindo com a segurança. O aquariano virou-se espantando para Máscara da Morte que pediu com um gesto que não falasse nada.

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Submundo.

Os três Kyotos acabavam de atravessar o rio Stinx, quando pararam diante da Primeira Prisão.

—Bem, irei ver a Senhorita Pandora... ver se ela precisa de algo e... -Radamanthys disfarçando.

—Vai Tigrão. -diz Aiacos, assoviando. -Conquiste a garota.

—Seja sincero e direto. Sem rodeios. Ela vai gostar de seu presente. -confirmou Minos.

Radamanthys os encarou boquiabertos, corado.

—Sabíamos que era para ela o presente, amigo. -disse Minos, com um sorriso sereno.

—Obrigado.

Radamanthys se afastou, indo na direção do Templo de Hades onde estava a sua amada e Minos observou o amigo se afastando e ouviu um suspiro longo e tristonho.

—Ainda inconformado? -perguntou Minos a Aiacos.

—Eu o tive em minhas mãos...e o perdi. -Aiacos com os olhos marejados, olhando as mãos. De repente, uma caixa colorida e com um laço vermelho, foi colocada em suas mãos. -Que?

—Feliz Natal, meu amigo. -disse Minos se afastando na direção de sua prisão.

Aiacos abriu o pacote e com surpresa olhou com seu conteúdo.

—Dukeeeee!!! -abraçando o boneco. -Obrigado, amigão!

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Giudecca.

Pandora estava entretida lendo um velho livro de contos quando percebeu a presença de Radamanthys, que parecia incerto se entrava ou não na sala.

—Quer me dizer algo, Radamanthys? -a jovem perguntou, fazendo o Kyoto retesar o corpo.

—Eu...eu... -pigarreou.

—Você? -ela insistiu, colocando o livro fechado sobre um móvel.

—Eu sei que a senhorita não comemora o Natal. Mas eu não pude resistir a...  bem... eu... -ainda incerto.

—Não há sentido em comemorarmos, não é? -Pandora viu que ele escondia algo atrás de seu corpo. -Trouxe algo para mim, Radamanthys?

—Sim, senhorita. -ele se aproximou e lhe entregou a caixa. A jovem a segurou, sem abrir para ver seu conteúdo. -Eu achei que combinava com sua beleza, senhorita.

—Obrigada.

—Eu...eu tenho sentimentos pela senhorita. -ela o fitou, um pouco espantada. -Nunca lhe disse antes, por respeito a sua pessoa senhorita. Mas eu...eu te amo!

Pandora ouviu tudo em silêncio.

—Te amo, desde o primeiro dia em que a vi. Eu a amo de outras vidas... -suspirou. -E prometi a mim mesmo que sempre a amaria e a protegeria em todas as nossas vidas. Você é a pessoa que mais amo e...

Pandora coloca a caixa sobre o livro e se levanta, caminhando até o Kyoto, fitando-o.

—Não imagina o quanto esperei que me dissesse isso, Radamanthys. A minha vida toda, esperei por este momento. -ela segura as mãos do Kyoto. -Nunca quis presentes, somente estas palavras. Saiba que eu também te amo... muito. Mas pare de me chamar de senhorita? Só Pandora, está bem?

Ele não esperou mais, se apossando dos lábios de Pandora em um longo beijo.

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Residência dos Kidos, Athenas.

—Feliz Natal, amore mio. -Giovanni entrega a caixa de veludo vermelho para a esposa, enquanto todos os demais convidados da Festa de Natal de Saori brindavam a data festiva.

—Giovanni! -ela admirava o rico presente. -Não precisava! Amor, deve ter sido caro demais!

—Quando formos a Asgard, visitarmos sua família. -ele dizia colocando o colar no pescoço da esposa. -E formos a uma daquelas festas chatas dos gordos nobres de Asgard, todos irão olhar embasbacados para você e as mulheres irão invejar a sua beleza. E o marido gostoso que tem.

—Ensaiou este discurso?

—Com a ajuda do Afrodite. -sorriu, fazendo-a virar-se para ele. -Obrigado.

—Pelo o que, amor?

—Por ter me salvo, amore mio... de mim mesmo. -ele retira uma mecha dourada do rosto da esposa e o coloca atrás da sua orelha. -Feliz Natal, meu amor.

—Feliz Natal... meu cavaleiro.

Ouviram umas risadinhas e viram que Alex e os gêmeos apontavam para eles. Olharam para cima e viram sobre suas cabeças um ramo de visgo e sabiam o que isso significaria. Os dois se beijaram, diante das risadas e vivas das crianças.

FIM

Último fic de Natal. Boas festas! Lol


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