Um Reencontro entre Nós escrita por Karenine


Capítulo 8
Um olhar do além


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa pela demora!!!
Mas aqui está o cap. 8, finalmente!!!!!

A má notícia é que a fic está acabando T_T

Mas ela terá um final alternativo ^_________^ e extras!!!

Beijos para todos e obrigada pelos reviews



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Um olhar do além

            Senti meu próprio sangue surgindo na minha boca, e cuspi. Todo o meu corpo doía. Meus braços e minhas pernas estavam cansados, provavelmente quebrados. Reuni minhas forças, para tentar me levantar. Senti uma enorme dor na perna direita. Sim ela estava quebrada. Apoiei-me em uma parede e olhei ao redor. Pan do passado estava caída alguns metros de mim. Senti seu ki. Ainda estava viva, porém muito fraca. Olhei para cima e vi os dois monstros parados, rindo. Estavam mais fortes, já que tinham sugado toda a nossa energia. Senti o ki de Trunks em seguida. Ele também estava vivo, mas estava muito mais fraco que Pan. Senti uma dor ao lembrar que meu Trunks deveria ter ficado do mesmo jeito na sua luta no futuro.

            Eu precisava fazer alguma coisa. Eu tinha vindo para outro tempo só para evitar que o mesmo futuro se cumprisse, e não iria me dar por vencida. Eu iria acabar com aqueles monstros, nem que tivesse que morrer para isso.

            - ENTÃO? É SÓ ISSO QUE TÊM PARA NOS MOSTRAR, SAYAJINS? – gritou o outro que aparecera depois.

            - Seus malditos... – sussurrei, tentando pensar em algo. Nada vinha em minha mente, só a raiva de querer matá-los e não ter forças para isso. De repente senti o ki do meu avô do passado vindo rápido em nossa direção.

            - Fiquem longe da minha família! – falou Goku do passado. – Eu mesmo me encarregarei de derrotá-los!

            - Ora e quem pensa que é, Sayajin! – gritou Gran, irritado.

            - Sou aquele que derrotou seus outros dois irmãos! – respondeu Goku com um sorriso confiante. – E meu nome é Goku!

            Não sei definir a expressão daqueles monstros ao constatarem que meu avô do passado falava a verdade. Ele realmente tinha derrotado os outros dois, e pelo tamanho do seu poder, dava para ver que fora necessária muita força para isso. Observei sua transformação. Não era uma forma que eu conhecia. Seus cabelos estavam longos, e seu ki estava muito maior do que eu jamais imaginara. Meu avô do passado não tinha chegado àquela transformação, o que queria dizer que esse do passado tinha enfrentado mais problemas do que ele. Sorri aliviada. Talvez eu nem precisasse ter voltado para esse tempo, pensei enquanto os via começando a lutar.

            Goku estava realmente muito forte. Cada ataque dos inimigos eram revidados com facilidade. Seus golpes não chegavam a tocar no corpo do meu avô do futuro, que várias vezes, mandava-os de encontro aos prédios, terminando de destruí-los. Andei até Pan, enquanto a batalha se intensificava lá em cima. Ajoelhei-me ao seu lado e comecei a sacudi-la.

            - Pan! Pan, acorde! Pan!

            Vi seus olhos começarem a abrir com grande dificuldade e avaliei o grau do estrago produzido em seu corpo. Ela estava muito pior do que eu. Eu deveria saber que não poderia ter exigido tanto dela, afinal, ela acabara de dar a luz à Yuki. Sorri, ao vê-la acordando.

            - Consegue ficar de pé? – perguntei, enquanto a ajudava.

            - Acho... que sim... – ela respondeu, fazendo um grande esforço. – Cadê o Trunks?

            - Está desacordado, mas vivo. – falei, enquanto a levantava.

            - Tenho que ajudá-lo. – ela falou, tentando andar, mas sendo impedida pela fraqueza que sentia.

            Segurei-a, apoiando-a. Eu reconhecia aquele instinto de proteção. Era amor. Ela era como eu, ela o amava tanto quanto eu, ela era eu no passado. Sorri. Nós não éramos muito diferentes, na verdade só o tempo nos diferenciava, realmente.

            Levei-a até Trunks e a vi se ajoelhar ao lado dele.

            - Trunks! – ela chamou o sacudindo. – Trunks, acorda! Trunks!

            Não sei o que senti. Meu coração se acelerou e minhas memórias me derrubaram de repente. Me vi diante do corpo de Trunks, com ele nos braços. Aquela dor se apoderou de mim de uma forma, que eu não sabia explicar. Ouvi meus próprios gritos ecoando pela cidade já completamente destruída, e senti minhas lágrimas correndo pelo meu rosto.

            O tempo que eu fiquei presa àquelas memórias, não sei descrever, mas quando consegui voltar a mim, Trunks já estava acordado e olhava para Pan com muito carinho. Mas o que me surpreendeu foi ver outro par de olhos muito conhecidos me encarar, e um sorriso, que eu amava, aparecer diante de mim.

            Minha respiração parou de fluir. Já não sentia mais as minhas pernas, quando terminei de constatar que não estava sonhando. Meus olhos se encheram de lágrimas e tudo que pude dizer saiu como um sussurro.

            - Trun..ks...- vi seu sorriso aumentar, e meu coração falhou uma batida.

            - Sempre me surpreendendo, Pan... – ele falou, já bem próximo de mim.

            Abri a boca para falar alguma coisa, mas não saiu nenhum som. De repente eu já não sabia o que fazer. Tudo que eu queria era abraçá-lo, mas minhas pernas não me obedeciam. Ficamos assim nos olhando, observando um ao outro e eu vi no seu olhar todo o amor que fazia eu me sentir viva, como antes.

            Os soluços começaram a sair do fundo da minha alma. Ajoelhei-me ali diante dele, tremendo de tantos soluços e lágrimas, e senti seus braços fortes me colocando de pé, novamente, envolvendo-me num abraço carinhoso, porém forte.

            - Desculpa, amor... por todo esse sofrimento. – ele sussurrou no meu ouvido, enquanto secava minhas lágrimas. – Sei que já passou por muito... Mas pode agüentar mais um pouco?

            Do que ele tava falando? Ele sabia como eu era. Era lógico que eu agüentaria! Agüentaria qualquer coisa por ele!

            - Até parece que não sabe com quem está falando... – balbuciei, sorrindo. Ele riu, aquela risada que eu amava tanto, e eu quase me esqueci de ouvir o que ele tinha a dizer.

            - Preciso que você e Pan se unam mais uma vez. – Trunks falou. – Vocês estão fracas, mas se puderem agüentar por quinze minutos, assim que aqueles dois seres se fundirem, poderemos acabar com eles.

            - Se.. fundirem? – perguntei. Eu não sabia de fusão nenhuma, mas não tive tempo de ouvir a resposta, pois uma grande luz começou a brilhar no céu, ofuscando nossas visões.

            - Tarde de mais... Já se fundiram...

            - O que está acontecendo? – perguntou Pan, olhando para cima. – O que é essa luz?

            Forcei minha vista. Lá no alto, um novo ser tomava forma. Seu rabo desaparecia, lentamente, e seus músculos ficavam mais desenvolvidos. Seus cabelos se tornaram pontiagudos e esverdeados, à medida que seus olhos adquiriam um tom dourado, que eu conhecia muito bem. Senti meu sangue gelar... Era ele...

            Meu inimigo era um ser de cabelos pontiagudos e verdes. Seu corpo escamoso me lembrava a pele de uma cobra, enquanto seus olhos de um dourado perturbador me encarava com um sorriso.

            - Sabia que tinha mais um de vocês aqui. – ele falou enquanto eu o observava.

            - O que fez com os outros? – perguntei na minha ânsia de saber o que tinha acontecido à minha família.

            - Você não sente? Estão todos mortos. – ele falou e deu uma sonora risada que ecoou por todo o lugar.

            Era ele...

            Meu coração acelerou, enquanto eu encarava seu sorriso sínico diante de nós, e ouvia de sua boca sair aquela risada assustadora.

            - É só isso que pode fazer? Pensei que os sayajins fossem mais fortes. Mas pelo que vejo, é uma perda de tempo lutar com vocês. – ele falou cruzando os braços.

            - Não! Você ainda não sabe o que posso fazer! – falei voando novamente em sua direção e o atacando diretamente e por vários pontos. Eu iria matá-lo, destruir sua vida desprezível por toda a dor que sentia naquele momento.

            - É inútil garota! – ele falou rindo enquanto desviava. – Você é muito mais fraca que os outros, principalmente que aquele sayajin de cabelos roxos. E olha que foi bem fácil acabar com ele.

            - Não perca o foco, Pan! – falou Trunks no meu ouvido.

            Olhei para ele. Seus olhos demonstravam a força que eu sempre encontrava quando era necessário. Senti sua confiança me enchendo por dentro e me virei para Pan, que tentava ajudar Trunks a se levantar.

            - Vamos nos fundir, Pan. – falei com convicção.

            Olhamos uma nos olhos da outra e concordamos, prontamente.

            - SAYAJIN, SINTA-SE HONRADO POR VER A MINHA VERDADEIRA FORMA! – gritou o monstro para Goku. – MEU NOME É GRAG E SEREI AQUELE QUE IRÁ TE MATAR!

            - ISSO É O QUE VEREMOS! – gritou meu avô do futuro e partiu para cima dele.

            - Pans... – falou o meu Trunks olhando para nós duas. – Vocês só têm 15 minutos, após esse tempo, a fusão de vocês desaparecerá, e vocês não poderão lutar mais.

            Concordamos com a cabeça, enquanto nós, uma ao lado da outra, igualávamos o nosso ki. Senti suas lembranças se conectando com as minhas, enquanto as minhas faziam o mesmo. Os dois Trunks estavam um do lado do outro também, na mesma posição e, estranhamente uma energia os envolvia. Nesse momento percebemos, já quase fundidas, que os dois estavam doando suas forças para que fizéssemos a fusão. Agradeci mentalmente aos dois pela chance. E antes de terminar de me tornar uma com a Pan do passado, vi o meu Trunks sorrir pela última vez e sumir.

            “Adeus”, pensei, sentindo meu coração bater mais rápido. “Não... até logo, amor”. Nossos olhos se abriram, depois de alguns minutos, já como uma única Pan. Sentimos o poder nos envolver e nos transformamos em super sayajin. Estranhamente nós já sabíamos o que fazer.

            Os ataques de Goku já não eram suficientes para conter aquele monstro. Por mais que ele tentasse, seus golpes eram sempre revidados, e com o muito tempo de luta, meu avô já demonstrava os primeiros sinais de cansaço.

            - MORRA SAYAJIN! – gritou Grag jogando uma grande rajada de poder em direção ao meu avô, que tentava segurá-la, enquanto as transformações de super sayajin iam sumindo.

            - NÃO! – gritamos, eu e Pan do passado, juntas, enquanto o atingíamos de surpresa. – VOCÊ NÃO MATARÁ MAIS NINGUÉM, MONSTRO! – e começamos a atacar com todas as nossas forças, enquanto meu avô desviava já com muita dificuldade o ataque que lhe fora emitido.

            Nosso tempo já estava acabando. Nossos golpes não eram fortes o suficiente, e Goku precisava de mais tempo para recuperar suas forças. Senti que minha conexão com Pan estava cada vez mais distante. Mas eu precisava de tempo, eu precisava matá-lo. Precisava disso!

            “Agüente mais um pouco, Pan”, falei com Pan em pensamento.

            “Estou tentando, mas o tempo está se esgotando”, ela respondeu. Lancei mais um ataque que fora facilmente revidado.

            “Droga, ele é muito forte!”, Pan pensou, enquanto lutávamos.

            “Vamos pousar e fazer um kamehameha”, falei de repente.

            Ela não me questionou. Provavelmente, tínhamos apenas um minuto antes de perder a nossa fusão. Pousamos, rapidamente, reunindo nossas últimas forças.

            - KA...

            Minhas memórias começaram a me pertencer.

            - ME...

            As imagens da vida de Pan já não faziam parte da minha mente.

            - HA...

            Nossas ligações começavam a balançar...

            “Mais um pouco!”, pensei.

“Vamos conseguir!”, falou Pan em minha mente.

- ME...

Sua voz estava se distanciando, enquanto eu sentia minhas próprias pernas.

-HAAAAA! – gritamos juntas, ao mesmo tempo, enquanto nossos corpos finalmente se desfundiam.

A energia foi intensamente na direção do inimigo. Eu sabia que não seria suficiente, porque não estávamos numa fusão completa quando terminamos o ataque, mas um brilho no chão me fez ter uma idéia. Era uma espada. A espada de Trunks. Peguei-a e a olhei com cuidado. Tinha certeza de que ela tinha sido quebrada ao meio em um dos ataques que o monstro revidara de Trunks, mas ela estava inteira. Então, subitamente pensei no meu Trunks, e sorri. Já sabia o que fazer...

- Pan... – falei tirando a bainha da espada. Corra e peça para que Goku mande o maior Kamehameha que puder.

- Mas o que... – ela não terminou de falar, porque eu já tinha alçado vôo em direção ao inimigo.

Não poderia perder aquela chance... Eu não tinha vindo de muito longe para desistir tão rápido. Eu nunca me esqueceria da dor que ele tinha me feito sentir. Nunca iria esquecer os anos que minha filha tinha ficado sem pai e mãe, por causa de sua maldade. Nunca esqueceria a dor de minha mãe, minha avó e minha sogra por perderem seus maridos. Eu nunca iria perdoá-lo pelo que fizera com a minha família.

Então vi o monstro se desviar do nosso Kamehameha. Ele sorria, aquele sorriso vitorioso e horrível.

            - Sim... ele era um companheiro... Deveria ser muito especial para você, sayajin. Mas saiba que ele morreu como um saco de lixo. Apanhando e apanhando... não causou nem um arranhão em mim, assim como você não causará. – ele falou se aproximando mais de mim. – Ele sangrou e sofreu e apanhou... e sabe o que ouvi como suas últimas palavras? – aquele monstro se aproximou ainda mais de mim, ficando quase que a centímetros do meu corpo. – “Cuide de nossa pequena, Pan”... Suponho que você seja Pan. – ele sorriu enquanto meus olhos se arregalavam me denunciando. – Então a pequena seria... – então aquele monstro virou para o lado em que Bulma tinha levado minha filha e sorriu, o sorriso mais assustador que eu já tinha visto.

            Se eu morresse e tivesse acabado com ele, a morte finalmente valeria à pena. Pensei, enquanto me aproximava dele. Seria duro não poder voltar para a minha pequena Yuki. Yuki... já deveria ter 12 anos... como estaria bonita... crescida... Será que ainda se lembrava de mim? “Desculpa, querida... não pude ser uma boa mãe para você...”, pensei quando meus olhos se cruzaram com os dele.

            - EI! – gritei, levantando minha espada.

            Ele arregalou os olhos. Por um minuto, pensei que tivesse sido de susto, mas naquele olhar dourado vi uma memória passar, uma sombra que me reconhecia. Balancei a cabeça, deveria ser só impressão.

            - Como você... – ele falou, encarando o meu olhar determinado.

            Não respondi, apenas empunhei a espada e a quedei com toda a minha força. Ele segurou-a com as mãos, impedindo que chegasse até seu curso. E eu sorri.

            - Adeus... Monstro... – falei, quando vi em seus olhos a luz azulada do Kamehameha de Goku.

            “Adeus... Yuki... Adeus... Trunks... Adeus...”, pensei fechando os olhos.

            Ouvi seu grito ecoar no ar, mas não cheguei a sentir meu corpo sendo atingido. Apenas deixei minha força se extinguir, como se fosse a única coisa certa a fazer. Meus pensamentos desapareceram, minha respiração não era mais necessária. E a única imagem que surgiu na minha mente foi a da minha família reunida, sorrindo... o meu Trunks girando Yuki no colo, rindo, enquanto eu sorria.

            - Cuidado para não deixá-la cair, Trunks! – falava, enquanto tentava filmar os dois.

            - Não vou cair não, né papai? – respondeu ele, imitando nossa filhinha, rindo. – Minha pequena Yuki...

            Sorri com essas lembranças e deixei que meu corpo caísse no chão, inerte.


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