Lucy escrita por Feeds


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Um típico dia no colégio da Lucy...



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O colégio Loyward não era tão longe da minha casa, dava somente uns 10 minutos se eu fosse de bike em alta velocidade, e uns 30 se eu fosse andando. Porém, eu não gostava realmente daquele colégio. Problema número um: você é obrigado a usar farda. Problema número dois: Eu odiava a maioria dos riquinhos que estudavam lá.

Finalmente cheguei ao estacionamento do colégio e prendi a minha bike no estacionamento especial para ela. Corri em direção à entrada do colégio e vi os meus amigos me esperando.

- Finalmente Lu! Achei que não vinha hoje. – Manuela falou abraçada com o seu namorado, e também meu amigo, Gabriel.

Ela tinha cabelos curtos e loiros e um corpo escultural, adorava roupas justas, como a calça preta que ela estava usando. Já o Gabriel tinha músculos que saltavam da farda e tinha o cabelo cortado como o de um militar, era o típico valentão do colégio.

- Mas ainda bem que você veio. Você que tem as melhores idéias para acabar com a paz desse colégio. – Vinícius falou atritando uma mão na outra. Ele usava uma bermuda jeans surrada e um casaco cinza por cima da camisa da escola. Era completamente o oposto do Gabriel, magro, usava óculos arredondados e tinha os cabelos arrepiados. Apesar de parecer um nerd, ele não era muito inteligente.

- Bom dia Lu! – Alice, a mais extrovertida do grupo, me saudou. Ela tinha longos cabelos pretos e extremamante lisos, uma franja perfeita caia sob sua testa. Seu estilo era um paradoxo se comparado à sua personalidade. Um contraste entre triste e divertido.

- Bom dia pra vocês também galera! – falei em resposta à recepção que eles haviam me dado.

- Bom dia Lu. – Gabriel disse, mas foi abafado pelo sinal do colégio que acabava de tocar. Todos nós entramos no colégio.

Essa parte era a que eu mais gostava. Quando as pessoas nos viam, mudavam as suas faces de felicidade para medo, resignação, despreso e até raiva.

O meu grupo era um dos mais temidos do colégio. Nós intimidávamos as pessoas, pois nós simplesmente não acabávamos somente com alguns dos patrimônios do colégio, nós também arranjávamos briga por qualquer coisa, prendíamos alguém em uma sala vazia - principalmente os nerds - e infernizávamos a vida dos professores e funcionários. Falando assim parece que é ruim, mas é divertido, muito divertido.

Entramos na nossa sala e, quando nos viu, a maioria das pessoas se afastaram e foram sentar nos seus lugares. Olhei em volta procurando uma vítima e a achei: Um garoto com cara de nerd sentado no fundo da sala.

Tecnicamente, eu não ataco uma pessoa simplesmente por ela ter cara de nerd, ela tinha que me provocar, e ele já estava fazendo mais do que isso, ele estava sentado na minha carteira.

A sala toda percebeu a burrice do garoto. Algumas pessoas davam risadinhas.

Fui em direção a ele. No caminho peguei o corretivo da mesa de uma garota.

- Olá! – falei simpática.

Ele olhou pra mim. O seu rosto era cheio de espinhas e sardas, os cabelos bem vermelhos e ainda por cima usava óculos. Um típico nerd.

- O-oi... – ele gaguejou.

- Você é novo por aqui não é? – perguntei sorrindo.

- Sim. – ele respondeu um pouco mais firme.

- Ótimo! – comecei. – Assim você já aprende a lição.

Abri o corretivo e despejei todo o conteúdo na cabeça dele. A sala explodiu em risadas. Vinícius se dobrou por cima da mesa de tanto rir.

O garoto olhou ao redor depois voltou os seus olhos para mim, os mesmos já estavam cheios de lágrimas.

- Da próxima vez coleguinha, - falei séria – o corretivo que eu vou te dar vai ser em outro sentido tá.

Ele levantou da carteira - a essa altura o corretivo já estava escorrendo por seu pescoço - e saiu correndo da sala.

- Gabriel. – chamei.

- Sim. – ele respondeu.

- Quando encontrar com ele, por favor, o tranque em um ármario desses.

Ele sorriu.

- Vai ser o maior prazer.

Logo depois o professor de química entrou na sala.

Fui sentar na minha carteira, havia uma gota de corretivo. Limpei-a e fiquei olhando pra cara do professor.

O início da aula estava um saco e, mesmo começando uma guerra de bolinhas de papel pra jogar uma propositalmente na cabeça do professor, eu chamei meus amigos e saímos da sala.

Fomos para o pátio e ficamos lá ouvindo rock pelo celular da Alice. Ninguém nos incomodava, nós sempre fazíamos isso e os fiscais de corredor já estavam acostumados. Ficamos assim até a hora do intervalo do almoço.

- Lu, atenção, os populares estão vindo aí. – Manuela alertou.

Olhei na mesma direção da Manuela com desprezo. Os populares, o tipo de gente mais nojenta composto por líderes de torcida e o time de futebol, composto por pessoas falsas e asquerosas.

Logo na frente vinha a líder do grupo, Patrícia. Ela tinha os longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, o uniforme azul e amarelo das líderes de torcida que ela usava acentuavam as suas curvas perfeitas. Ao lado dela, duas das suas seguidoras, uma ruiva do cabelo curto, falsa e burra, e uma morena também falsa, mas um pouco mais esperta do que a ruiva. Elas eram os braços direitos da Patrícia. Logo atrás uma legião de garotas que almejavam alcançar o mesmo lugar de Patrícia. Coitadas, ou talvez elas mereçam.

- Olá Lúcia! – Patrícia começa com sua voz irritante.

Na mesma hora um arrepio perpassa o meu corpo. Eu odiava que me chamassem de Lúcia. Hoje eu definitivamente não iria engolir nada dela.

- Olá cachorra. – respondo. Ela enrubesceu.

- Quem você chamou de cachorra? – ela disse avançando para cima de mim. Rá! Como se eu tivesse medo dela.

- Você mesma! A carapuça serviu foi? – mal terminei de falar e senti o lado direito da minha bochecha arder. Ela tinha me dado um tapa na cara. É claro que aquilo não iria ficar barato.

Levei meu punho para traz e o trouxe com toda força para frente acertando bem no olho dela. Ela deu dois passos para trás com o baque e colocou as mãos no rosto.

- Paty! – a do cabelo ruivo foi socorrê-la.

- Me larga sua burra! – Patrícia gritou e em seguida olhou para mim com lágrimas nos olhos. – Isso não vai ficar assim sua vaca.

- Ah não? – falei – O que você vai fazer? Vai contar para sua mamãe?

A essa altura todos os alunos do colégio estavam atentos à briga.

- Talvez. – ela deu um sorriso de canto de boca. – Pelo menos, eu tenho uma mãe de verdade não é?

Nessa hora o sangue subiu a minha cabeça. Avancei pra cima dela.

- Sua...

- Que bagunça é essa aqui? – uma mulher interrompeu a briga antes que eu pudesse arrancar os cabelos oxigenados da Patrícia.

Ela tinha cabelos castanhos escuros na altura dos ombros, era um pouco alta e, apesar da expressão séria, tinha cara de ser do tipo boazinha.

- E quem é você? – perguntou uma das baba ovo da Patrícia.

A mulher respirou fundo.

- Eu sou a nova diretora desse colégio e quero ver você – ela apontou para mim – e você – ela apontou para a Patrícia – na minha sala. Agora!


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Notas finais do capítulo

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