Muito Bem Acompanhada escrita por MsWritter


Capítulo 3
Pepper sem pimenta


Notas iniciais do capítulo

Então... Eu meio que não atualizei nunca... Espero que isso mude, mas não posso prometer nada... Minha vida tá uma bagunça... Mas eis o capítulo três. Espero que não tenha desistido. Bjus.



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            Tony não precisou de muito tempo para aprender praticamente tudo o que ele precisaria saber para aquela viagem. Um pouco aprendeu do jeito como o pai de Pepper a tratava, o resto, foi com a forma absolutamente invasiva e cheia de alardes que tanto Vitória quanto Lisa falavam dela. Aliás, Tony tinha certeza que nunca tinha visto o tom de pele da assistente passar a cor do cabelo dela em tantos tons, tantas vezes no mesmo dia.

            Aprendeu que apesar de muito bonita, Pepper usou aparelho por muitos anos e sempre foi a mais inteligente de sua sala de aula. Por isso sofreu bullyng dos nove aos quinze anos e que se recusava a admitir essa “fraqueza”. Aprendeu também que a família estava muito orgulhosa dela pelo emprego que tinha (e provavelmente só por isso), não acreditavam que ela fosse capaz de constituir família e que o único que realmente só se importava com a felicidade dela ali era John. E claro, o que mais o chocou, que ninguém tinha a menor ideia de quem ele era, ou que estavam se recusando a ligar o nome à pessoa:

            – A Ginny nunca ligou muito para as pessoas quando era mais nova, sempre escondida em um canto, com a cara metida nos livros. Pelo menos ela conseguiu um emprego que paga bastante agora, e como só ela é certinha e mandona o suficiente pra supervisionar a vida desregrada do chefe, não corre o risco de ser dispensada. – A irmã tagarelava, enquanto uma Pepper completamente vermelha pedia desculpas com o olhar. Tony segurou discretamente a mão dela, como se dissesse que não se importava.

            – E ela nunca ligou para os garotos. Enquanto nós recebíamos várias ligações de meninos apaixonados atrás da Lisa, quase nunca ninguém vinha atrás da Ginny. – Vitória comentou. – Inclusive, não era tão raro vê-la por ai, se enfurnando em livros enquanto a irmã estava em um encontro, a gente até chegou a ficar preocupado.

            Tony não era um gênio à toa. Apesar de Pepper constantemente o chamar de o gênio estúpido, quando ele focava seu massivo intelecto em uma tarefa ele era capaz de desvendá-la em seus mínimos detalhes. O problema, é que essa tarefa geralmente tinha a ver com robótica, hoje seu objeto de interesse era a ruiva ao seu lado. Ele entendeu os sinais. Claro que Pepper se importava, claro que ela queria companhia tanto de amigos quanto de um namorado, mas se o jeito dela sempre foi mandão e ela sempre foi tão inteligente, as pessoas naturalmente deviam se afastar. Ninguém gostava de ser corrigido e Tony sabia que Pepper era muito eficiente e direta em corrigir os outros. Só a contratou por isso. Então quando a irmã, mais nova, saía para um encontro e ela se via sozinha em casa, fazia o que lhe cabia no momento, estudar, melhorar na área em que se dava bem. Pepper pareceu esconder o rosto quando Tony a olhou para ter certeza se o que estava pensando estava certo. Obviamente estava.

            – Até que aos dezoito ela começou a namorar o Sebastian. Ficamos aliviados quando aconteceu. Um ano e meio depois ficaram noivos e quase não acreditamos. – Vitória continuou.

            – E ai ela tanto mandou nele que ele desistiu e isso é tudo que conhecemos da vida amorosa da Ginny. – Lisa completou.

            Tony já queria dar um soco nas duas quando John acabou comentando algo na linha de que, precisamente, o que eles conheciam, já que alguém tão doce e bonita como ela certamente tinha feito várias boas escolhas nos anos que passou fora, e era direito dela escolher não comentar nada.

            – No fundo, fico feliz que tenha sido dessa forma. – Tony comentou, propositadamente focando os olhos castanhos na mesa. – Senão eu nunca a teria conhecido e eu não sei o que seria da minha vida sem ela.

            Apesar de só ter dito aquilo por estar em um relacionamento, ainda que falso, com Pepper, no fundo era tudo verdade e ele sabia disso. Sabia disso desde que fora chamado de o homem que tinha tudo e nada durante seu cativeiro. Pepper pareceu entender a sinceridade da frase, ficando ainda mais vermelha, mas no fundo agradecida. Aquilo calou a boca das duas e Tony foi recompensado com um olhar de aprovação e profundo orgulho de John.

            – Então...Ed, o que você faz mesmo? – Lisa perguntou, ridiculamente se insinuando para Tony.

            – Lisa! Não seja tão indelicada como nosso convidado! – A mãe interferiu. – Anthony, se não quiser não precisa responder!

            – Que mal haveria no trabalho do rapaz? – John comentou, chacoalhando a cabeça lotada de fios brancos, não acreditando no alarde que as duas estavam fazendo por pouca coisa, depois de falarem de um assunto tão delicado quanto a juventude da enteada como se fosse o cardápio do café da manhã.

            – Eu trabalho com... Com computadores.

            – Hum? Com programação? Soube que dá bastante dinheiro... – Vitória comentou, olhando mais para Pepper que para Tony.

            – Você nem faz ideia... – Tony murmurou enquanto Pepper respondia, coçando o rosto.

            – Tony na verdade sabe fazer tanto a parte de hardware quanto de software, da ideia ao acabamento. Ele é muito bom nisso.

            – Você cria softwares, meu rapaz? Tipo aplicativos? – John perguntou, de repente muito interessado.

            – Hum, poderia se quisesse, mas esse tipo de tarefa eu deixo para J.A.R.V.I.S. ...

            – Quem é Jarvis? – Lisa perguntou traçando as unhas na mesa.

            – O que... J.A.R.V.I.S. é um super computador capaz de coordenar toda a man... Toda a casa do Tony.

            – Que medo! – Lisa comentou, enquanto Pepper era obrigada a concordar. Ela mesmo ficou assustada da primeira vez que entrou na casa.

            – Que interessante. Sistema de resposta pré-programada?

            – Inteligência Artificial com... Bom, na verdade é um pouco complicado. – Tony encerrou o assunto, nem um pouco a fim de explicar como J.A.R.V.I.S. funcionava, nem ele entendia mais direito.

            – Então Ed... Acha que pode consertar o meu computador? A tela fica piscando sabe... Muito chato!

            Tony seguiu a loira relutante, enquanto Pepper ria da cara de horror que a mãe fez. Em menos de dez minutos a tela do notebook de Lisa estava funcionando perfeitamente e programado para só funcionar quando a webcam reconhecesse as feições dela. O mais engraçado? A máquina fazia um elogio a cada vez que ela se sentasse a frente da tela e era capaz de responder perguntas simples por pesquisa na rede. Se o problema de Lisa era falta de atenção, Tony tinha pensado em uma forma de amenizar as reações, senão coitado do noivo.

            Quando Tony voltou para seu quarto, ficou surpreso em descobrir uma pequena barreira de travesseiros na cama, com Pepper já adormecida em um dos lados. Ele tinha certeza que seria obrigado a dormir no chão. Dormir na cama era realmente um avanço.


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Notas finais do capítulo

Era isso. Deixem-me saber o que acharam