A mulher de cabelos castanhos e rosto angelical passou seu olhar bondoso ao redor.

Constatou que era muito feliz.

Tinha três filhos saudáveis e igualmente bondosos. Emmett, Edward e Alice eram cópias perfeitas dela e seu marido, Carlisle. Em falar nele, assim que seus olhos o captaram, ela sorriu. Encontrar o amor verdadeiro era mais comum do que as pessoas pensavam, o único segredo era suportar os defeitos e problemas, aproveitando os bons momentos que consequentemente se tornavam mais intensos.

Forks era uma boa cidade para se morar, principalmente por causa do frio. Esme amava o frio, a neve e a chuva. Seus filhos gostavam também. Mas infelizmente ambos iam se mudar.

Suspirou.

Sabia que casar com um advogado em uma cidade pequena seria difícil, já que as maiorias dos moradores não podiam pagar por um serviço de verdade e não havia um escritório de advocacia em quilômetros recheados de árvores. Agora ela estava se mudando para a ensolarada Califórnia – e ali ficaria por certo tempo – e junto da mudança, vinha a tristeza.

O marido ia trabalhar demais e consequentemente ganhar bastante dinheiro, mas... E os filhos? E as lembranças de uma Esme que morou naquele lugar desde sempre? Dinheiro realmente poderia comprar felicidade? Tudo parecia muito errado, e ao mesmo tempo, muito certo.

“Quando vocês vão?” Renée - sua melhor amiga e conselheira – perguntou como se tivesse um bolo na garganta. Era difícil para as duas, se separarem.

“No dia vinte e seis.” Respondeu tentando não encontrar os olhos da amiga.

“Certo.” Ela suspirou. “Vai ser uma pena separar as crianças. Elas parecem tão bem juntas.”

“Sim.” Esme olhou para as quatro crianças – sim, quatro – com um olhar melancólico.

Bella era a quarta criança. Tinha cabelos chocolate que caiam até perto da cintura, sempre amarrados em uma trança estilo pocahontas. Ela estava tentando aprender a andar de velocípede na neve, o que rendia boas e inocentes gargalhas a Emmett, o mais velho dos filhos Cullen. Alice – a mais nova – ainda era muito pequena, e apenas balbuciava coisas sem conseguir formar algo com sentido. Edward por sua vez era muito calmo e quieto, um garoto maduro e responsável demais para sua idade.

Em uma das caídas de Bella, enquanto Emmett gargalhava, Edward a ajudou a levantar. Naquele momento um mito foi criado. Charlie Swan, pai de Bella, olhou para os dois e logo disse:

“Esses dois ainda vão se casar. Vocês querem apostar?” Claro que como pai esse era um pensamento estranho – sua filha tão pequena se casando? -, mas ele apenas pensava que se fosse para ela se casar algum dia, seria bom que fosse com um garoto como Edward.

Esme olhou para os dois, constatando que eles realmente pareciam bem juntos. Mas, o destino nem sempre bonzinho os separaria... Por um longo tempo.

“Você promete que me mandará várias cartas?” Renée pediu, mal aguentando os soluços. Renée era intensa: ora animada demais, ora deprimida demais.

“É claro que prometo.” Esme sorriu, abraçando a amiga.

Pena que promessas são quebradas.