“... Somente você...

Sim, o ar era fresco. Como um vento de outono batendo em meu rosto. Tudo a minha volta era macio e agradável, tão aconchegante. Eu estava confortável, sentindo a sensação do algodão fofo sob o pano macio como seda em minha pele. Adorava aquela sensação.

... Minha...

Os lençóis estavam geladinhos, pedindo para minha pele roubar seu frescor, o que fazia enquanto se aninhava mais aos travesseiros, envolvendo-os lenta e preguiçosamente, trazendo-os de encontro ao corpo, aninhando-os confortavelmente em mim. Enterrei meu rosto no pano brando, sentindo minha bochecha alisar aquele tecido macio.

... Somente minha...

Eu me sentia em um mar de colchões, com travesseiros serenos a toda minha volta. Envolvi minhas pernas em outro travesseiro, o trazendo para perto de mim. Girei meu corpo um pouco para o lado. Sentindo como se penas leves e gentis roçassem minha pele, me dando um arrepio prazeroso, senti-las em meu corpo me deixou tão mais calma e tranquila que passei novamente o braço pelo colchão suavemente, sentindo sua brandura. Eu estava nas nuvens.

... Ruivinha...    

Senti a preguiça rondar meu corpo enquanto o quentinho repentino tomou conta de mim. Eu não queria abrir os olhos e muito menos acordar. As nuvens ao meu redor eram tão delicadas. Tão delicadas como uma chuva de pétalas de rosas, caindo em meu ser lentamente. Brandas.

-... Fique... comigo...  

Tão leve quanto um floco de neve e tão macia quanto uma pena. A pétala de rosa acariciou minha bochecha, passando docemente pelos meus lábios. Doce como sorvete. Suspirei, a suavidade era tanta que cheguei a desejar mais. Abri levemente meus lábios sentindo o toque manso e carinhoso percorrer por minha boca. Tão tentador. O cheiro de chocolate repentino invadiu minha mente, embriagando-me, deixando minha mente loucamente confusa com o desejo por mais.

- Ruivinha... – sussurrou Sieghart baixinho, mas sua voz grave e sedutora atraiu minha atenção, me fazendo abrir lentamente os olhos. Por entre uma fina abertura de luz eu pude ver. Seu rosto era o de um gato manso e sereno, tão calmo que não parecia aquele garoto travesso de sempre. A respiração de Sieghart era lenta. Ele dormia como um leão cansado, mas eu ainda estava sonolenta demais para perceber o que acontecia. – Ruivi... nha. – murmurou ele em meus lábios. – Eu te amo...

Espera aí! O QUEEEEEEEEEE?!?! Arregalei meus olhos drasticamente, jogando meu rosto para trás enquanto tampava a boca para impedir por instinto um grito. Só depois eu notei que eu o abraçava como a um ursinho de pelúcia gigante. Meu braço direito estava em baixo de seu pescoço, antes o abraçando, enquanto minha perna esquerda pousava em cima de seu corpo. Tirei-a rapidamente de lá rapidamente. O braço do mesmo se envolvia por minha cintura, enquanto o outro servia de travesseiro para minha cabeça. Nossa distancia era nula naquela cama imensa de casal. Meu rosto corou de uma forma impossível enquanto minha boca tampada se escancarava cada vez mais. MAS QUE PORCARIA ESTAVA ACONTECENDO?

Sieghart se moveu lentamente, puxando minha cintura para próxima de si, por mais que estivesse dormindo, seus movimentos ainda eram possessivos. Engoli em seco, sentindo meu rosto esquentar anormalmente. Notei que ele usava as mesmas vestes arrumadas de ontem, mas sua blusa branca se encontrava totalmente desabotoada e amarrotada enquanto as suas mangas estavam puxadas até o cotovelo. Olhei para baixo, vendo – e ficando por algum motivo completamente aliviada – meu vestido preto em meu corpo. Um cobertor macio pousava desarrumado em minhas pernas indo parar nas de Sieghart, cobrindo a metade de sua calça preta.

- Morango... – murmurou Sieghart, enterrando o rosto em minha franja.

Aaaaaaaah! Arregalei meus olhos, sentindo a vergonha no limite se espalhar por dentro de meu corpo. Repreendi outro grito. Eu não podia acordar Sieghart! Não! Não! Eu não iria conseguir encará-lo se ele nos visse assim. Mas, afinal, COMO É QUE FICAMOS ASSIM?!? Olhei ao redor, percebendo uma segundo coisa que eu preferiria não ter percebido.

Nós estávamos em seu quarto. M-mas... c-como? COMOOOOOO??? AAAAAH!!! Balancei minha cabeça, dividida entre sair daquela cama e me lembrar do que aconteceu ontem. Levei a minha mão esquerda para minha cintura e tentando, delicadamente, tirar o braço de Sieghart de lá. Meu coração pulava tão alto em meu peito que temi seriamente acordá-lo. Levantei minha cabeça e tirei o seu braço esquerdo de baixo de mim. Minha mão tremia. Xinguei-a mentalmente. Se essa mão maldita acordasse aquele idiota, eu juro que a amputaria!

Isso era tão estranho, como do nada eu estava... - Senti vontade de enterrar meu rosto para sempre em um lugar que ninguém nunca jamais acharia – beijando-o? Fechei meus olhos constrangedoramente. Sieghart se moveu novamente, ajeitando-se. O sangue em minhas veias por um segundo eram rios de gelo. Minha respiração se acelerou enquanto eu rezava para que ele não acordasse. E graças a Deus foi o que aconteceu. Ele ainda dormia. Suspirei aliviada.     

- Vamos ver se eles já acordaram! – ouvi um dos irmãos de Sieghart dizer, subindo as escadas.

NÃAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!! MAS QUE [CENSURADO]AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

Meu braço direito estava preso em baixo de pescoço de Sieghart, onde, se eu fosse bruta demais, o acordaria com facilidade. A adrenalina de meu corpo rondou por minhas veias. Puxei lentamente meu braço de lá, mas à medida que eu fazia isto, Sieghart se inquietava e, muito pior do que isso, os passos ficavam cada vez mais próximos daquele quarto. Meu rosto tomou uma expressão de desespero. Droga, droga! Se eu continuasse nesse passo...

- Eu vou abrir a porta, viu?

- Como assim você? Eu é que vou! – as vozes já estavam a poucos degraus do segundo andar. Xinguei em pensamentos. Eu ainda estava no antebraço!

- Cala a boca! – a terceira voz soou, claramente já no andar de cima. Ah não! – Pois, como eu cheguei primeiro, serei eu que vou abrir, seus perdedores! – a menina riu maliciosamente, andando em direção à porta.

Eu não tinha outra escolha. Puxei rapidamente meu braço de baixo de Sieghart e pulei da cama, me jogando no chão de qualquer jeito. Pude ver Sieghart se mover, como se tivesse acordado. Deitei meu corpo no chão e girei-o para de baixo da cama em um só movimento.

Um silêncio vergonhoso rondou no quarto. Será que ele havia me visto? Enterrei meu rosto em minhas mãos, corando.

Clak. A porta se abriu em um estalo.

- Sieghart-niichan! Elesis-chan! – gritou uma voz feminina, com certo ar malicioso. Pude ver seus pés por debaixo da cama. Meu coração se acelerou nervosamente. Um barulho de molas me avisou que Sieghart se moveu. Imaginei seu rosto sonolento de mau-humor fuzilar a menina por ser acordado tão repentinamente de manhã. 

- Seddie... Você definitivamente não vai comer hoje – decretou Sieghart, como previsto com uma voz baixa e medonhamente assustadora. Senti um arrepio percorrer minha espinha. Acabei de confirmar para mim mesma que todas as pessoas do mundo, até mesmo Sieghart, podem acordar de mau-humor se alguém as despertar aos gritos.

- Vo-você está assusta-tador...

- Tsc, você acabou de me acordar de um sonho maravilhoso que eu estava tendo com certa pessoa... Obrigado – engoli em seco, por algum motivo corando.

- Onde está a Elesis-chan? – dessa vez foi uma voz masculina, mas ainda infantil ao perguntar. Um silêncio rondou no quarto.

- Como assim? Ela deve está na casa dela... Por quê? – respondeu Sieghart em outra pergunta, levemente desconfiado. As molas da cama soaram novamente. Ele havia se sentado no colchão.

- Ela não estava aqui quando você... - Clap. – AAAAII!! Porque você me ba...?

- Não é nada não Nii-chan – a menina deu um risinho malicioso. – Bye bye. – novamente o som da porta se fechando soou no lugar.

- Ei, porque você fez is...? – a voz por detrás da porta foi interrompida.

- Cale a boca Stefan! Agora venha. Lhe explico lá embaixo.

  Um segundo depois um silêncio rondou no ar. Minha respiração voltou a ficar desesperadamente acelerada. A imagem de um Sieghart desconfiado atravessava minha mente. Será que eu ia ser descoberta? Então Sieghart não sabia que eu estava aqui quando acordou? Como nós tínhamos chegado a seu quarto então? O QUE ESTAVA ACONTECENDO?!?!

As molas fizeram um barulhinho irritante e um som ao meu lado foi ouvido por mim. Ele se levantara da cama.

- Aquela garota está armando alguma para mim de novo... Tsc, ela não se cansa de perder? – ele falava provavelmente da irmã mais nova. Acompanhei os passos de Sieghart com os olhos. Cada martelada de meu coração era ouvida por mim. Eu estava tão nervosa que suava frio.

Ele ia em direção ao banheiro quando sua blusa branca foi jogada ao lado da cama e logo depois sua calça preta. Espere só um segundo...

Kyaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhh!! Corei intensamente. Se minha respiração estava acelerada antes, agora ela estava quase se igualando a velocidade da luz. Si-sieghart estava se des-despindo a centímetros de mim. Fechei os olhos fortemente. Ele abriu a porta do banheiro e entrou, fechando-a atrás de si. OMG. OMG. OMG. Uma vergonha avassaladora tomava conta de mim agora.

Esperei alguns segundos, até ouvir o barulho do chuveiro ser ligado. Eu não podia ficar aqui por mais tempo. Aquele idiota... como ele ousa ficar nu? Ta, ok, aqui é o quarto dele, tudo bem... MAS MESMO ASSIM! AAH! Olhei para o pé da porta de seu quarto, formando um plano rápido com a mente. Se eu fosse veloz eu poderia sair de lá correndo e atravessaria a sua casa. Como eu já havia vindo aqui uma vez eu conhecia mais ou menos o lugar, pelo menos sabia chegar até a porta principal, aí então eu voltaria à minha casa sem que ele me percebesse. Respirei fundo. Eu vou conseguir, eu vou conseguir!

Rolei rapidamente meu corpo para o lado, saindo de baixo da cama. Quanto mais rápida eu fosse melhor. Levantei-me em um pulo e me pus a correr, mas algo em baixo de mim me fez tropeçar.

- Kyaaaah!! - Xinguei mentalmente, caindo novamente no chão em um baque barulhento. GRRRRR! SAPATO MALDITO!

Engoli em seco quando o trinco da porta do banheiro se abriu. NÃAAAAOO!!! Ele não poderia me ver! NÃAAO!! Levantei-me novamente o mais rápido possível, mas era tarde demais. Sieghart possuía uma expressão surpresa na face. Dei um sorriso forçado, deixando as costas eretas.

- Hehehe... Oi – eu sentia minha pele quente, fervendo em meu rosto. Mas, quando o sorriso pervertido dele apareceu, eu tinha certeza: Eu cheguei à temperatura do fogo.

- Ruivinha... – ele deu um passo à frente, cerrando os olhos de forma maliciosa. Sieghart estava molhado e o chuveiro ainda estava aberto, enchendo a banheira. Somente uma toalha preta cobria a parte de baixo de seu corpo. Meu coração bateu vergonhosamente mais rápido.

- E-Eu...

- Você...? – seu típico sorriso maldoso de bad boy brincou em seus lábios. Ele se aproximava em passos lentos e travessos. – O que fazes aqui, ruivinha? – ele arqueou uma sobrancelha, dando uma sarcástica e divertida indireta. 

- Er... Hã... – MALDIÇÃO! Nem eu sabia o que eu estava fazendo ali! AAAH, Como eu ia explicar? – É que... eu... sabe... hehehe – dei um passo para trás, nervosa.

- Hmm, então você veio secretamente ao meu quarto...? – seu sorriso se alargou buliçosamente. Fuzilei-o com o olhar.

- Não se aproxime idiota!

- Me aproximar? Porque eu faria isso? – ele ergueu as mãos em sinal de inocência, mas ainda continuou vindo em minha direção – Eu só estou chegando perto.

Trinquei os dentes.

- É A MESMA COISA! – dei outro passo para trás. A parede da porta estava ao meu lado, tão perto que eu poderia tocá-la. Desviei o olhar novamente para o idiota a minha frente.

 O peito nu de Sieghart me fez ficar ainda mais constrangida do que eu ficaria normalmente. Porque tinha que ser tão perfeito? As gotículas de água percorriam sua pele branca de forma maliciosa. Dançando tentadoramente por todo seu peitoral malhado. Os músculos de seu braço eram delineados e fortes, me dando um leve arrepio por dentro. Era quase o corpo de um anjo, se houvesse asas ele estaria completo. Os braços de Sieghart se moveram, ficando com os músculos levemente maiores quando ele cruzou-os sobre o peito. Balancei minha cabeça rapidamente voltando o olhar para seu rosto, que agora tentava prender um sorriso. Ele possuía uma sobrancelha erguida. Corei violentamente.

- N-N-NÃO É-É O QUE VOCÊ ESTA-TÁ PENSANDO! – gritei, dando mais um passo para trás, sendo banhada de vergonha. – E-eu não estava o-olhando...

- Claro, claro. E eu nem vi sua cara de desejo. Sei que você me acha bonitão. – ele piscou para mim. Aquele exibido...

- Você realmente não tem humildade... – uma gota apareceu em minha cabeça. Mas logo eu percebi que ele já estava perto o suficiente para começar a me molhar com seu corpo.

- Não seja rude, ruivinha. – Sieghart levou vagarosamente a mão para o lado e seu outro braço se apoiou na frente. De repente eu estava presa entre duas paredes do quarto. – Eu só sou verdadeiro.

- Mal-maldito. Vo-você se acha – dei língua a ele, mas sua expressão de divertimento me irritava. Grr - Até o Ryan ga-ganha de você – menti, cruzando os braços e juntando as sobrancelhas. Aquele garoto exibido... Quem ele acha que é?

- O Ryan, é...?

- É!

- Pfff – ele tentou prender um riso, mas não adiantou.

- Do que vo-você es-está rindo, seu imbecil?

- Nada, nada... – ele respirou fundo, se contendo. Fuzilei-o com o olhar.

- Maldito... – resmunguei.

- Mas... você realmente acha isso? – sua voz soava de um jeito divertido.

- Sim! – uni ainda mais as sobrancelhas, encarando-o raivosamente. Um canto de sua boca se ergueu, em um sorriso maliciosamente desafiador.

- Então eu lhe farei mudar de ideia – murmurou, se aproximando perigosamente.

- O-O que você está fa-fazen...? – meu corpo estremeceu loucamente. A pele molhada de Sieghart tocou a minha enquanto seus lábios brincavam em meu pescoço de forma provocante. Eu sentia o sorriso travesso em sua boca a cada vez que beijava meu pescoço. Sieghart subiu maldosamente até minha orelha, me deixando levemente tonta com seus movimentos.

- O Ryan ainda está me ganhando, ruivinha? – seu murmuro grave atravessou minha mente como uma onda quente de prazer, fazendo-me ficar grogue. Fechei meus olhos firmemente, colocando os braços a frente de meu corpo e empurrando Sieghart de lá.

- Ainda, se-seu hentai! – meu rosto estava rubro. Amaldiçoei a mim mesma por não ter afastado Sieghart convincentemente. Droga! Droga! Ouvi seu leve riso ecoar por minha cabeça e logo eu percebi: Foi um erro eu ter confirmado sua pergunta. Odiei-me brutalmente por isso.

Em um só movimento as mãos dele foram em direção às minhas, tirando-as de lá. Sieghart juntou meus pulsos e os agarrou acima de minha cabeça, somente com uma mão. A outra ele levou para meu rosto, o acariciando. Levando o dedo indicador para abaixo de meu queixo.

- Você está mentindo – ele cerrou os olhos, sorrindo desafiadoramente para mim, enquanto se aproximava novamente.

- N-não to não!

- Ah não, é? – Sieghart girou o rosto, encaixando-o novamente em meu pescoço, mas agora indo para baixo. Seu corpo molhado grudou no meu, me fazendo sentir seus traços diabolicamente perfeitos. – Admita que está mentindo. – seu hálito quente em meu pescoço me fez estremecer.

- Ba-baka...

- Admita. – ele começou a subir percorrendo lentamente minha pele em direção ao queixo.

- N-não, seu e-exibi... do... – meu coração deu um salto perturbador, tão alto que eu sabia que ele havia ouvido também. Isso pareceu fazer Sieghart se satisfazer, pois ele intensificou os beijos de forma maliciosa. 

- Então eu serei obrigado a pegar pesado... – murmurou ele em um sorriso levado, logo abaixo de meu ouvido. Isso fez, se possível, o rubor de meu rosto se intensificar, satisfazendo-o ainda mais.

- Eu sabia! Há há há há! – a porta atrás de nós se abriu de repente. Mostrando Seddie, Simon e Stefan, rindo de nossa cara.

Arregalei meus olhos desesperadamente, puxando meus braços para tentar me afastar de Sieghart, o que eu consegui fazer. Uma veia pulsou em sua testa enquanto ele fuzilava os irmãos.

- Vocês realmente são umas coisinhas desprezíveis... – murmurou ele, fechando a mão em punho à frente do rosto. – Já é a segunda vez...

- Um real, passa agora, Simon!

- Nada a ver! Eles estão sim conversando!

- É, mas eu apostei que eles estariam quase para se beijar quando nós chegássemos – Stefan fez uma pose superior, enquanto Seddie balançava negativamente a cabeça.

- Vocês são mesmo uns idiotas, eu apostei que ele teria imobilizado ela em algum lugar, então EU ganhei! Muahahahaaa!!

Uma veia pulsou em minha testa enquanto meu rosto enrubescia. Trinquei fortemente meus dentes, sentindo minha sobrancelha tremer de frustração.

- Vocês vão morrer... – vociferei, vendo pelo canto de olho Sieghart estalar os dedos furiosamente.

- Mas não se preocupem, que dessa vez eu vou ajudar a Elesis nesse trabalhozinho... – ele deu um sorriso vingativo.

- Opa... – disseram os três em uníssono, começando a correr, mas antes de eu me mexer Sieghart já estava disparado a minha frente.

Por algum motivo um sorriso apareceu em meu rosto. Acho que quando Sieghart fica zangado, ele pode até valer mais que duas Elesis furiosas. Muahahahhaaaaa, Até mais, criancinhas!

Andei de forma sorridente até a porta de seu quarto, recostando-me lá enquanto eu estava prestes para ver uma cena de assassinato. Aashuhusahushusuh.

“ – Dezenove, não espere, olha aquela outra ali – Sieghart apontou no céu, uma estrela cadente enorme passou por eles – Vinte, ganhei. – ele sorriu para a ruiva de forma superiora, enquanto a mesma unia as sobrancelhas. Eles estavam competindo para ver quem contava mais estrelas de tamanho acima do normal.

- Isso não valeu! Vamos começar a contar de novo! – exigiu ela, cruzando os braços de forma teimosa, o que fez o garoto rir.

Eles estavam deitados no chão, um ao lado do outro enquanto viam as estralas passando belamente pelo céu negro. Apenas 10 centímetros de comprimento separavam seus corpos. Elesis já havia feito o seu pedido secreto faz tempo, mas sabia que ia demorar um pouquinho a se concretizar, mas a mesma não parava de se perguntar o que Sieghart pedira para as tão poderosas estralas cadentes.

Logo atrás deles, sem os mesmos darem atenção, três criancinhas sapecas riam enquanto possuíam um frasco de vidro transparente na mão.

- Por quanto tempo isso vai os fazer dormir? – perguntou Simon em um sussurro.

- Uma noite toda. É só nós chamarmos o motorista para levá-los depois para a nossa casa – Seddie deu um sorriso malicioso, enquanto esfregava as mãos engenhosamente. – Tudo bem, vamos às apostas.

- Certo, eu aposto que eles vão apenas conversar no quarto quando eles acordarem. – falou Simon, enquanto Stefan colocava a porção cuidadosamente nos dois copos de refrigerante no meio da roda que os três faziam.

- Pff, você é muito inocente, querido Simon. Com certeza Sieghart a imobilizará de forma romântica em algum lugar e começará a fazê-la sentir vergonha com palavras constrangedoras e fofas – era como se dois corações tomassem conta dos olhos da garotinha viciada em romances.

- Claro que não! Ele não iria perder tempo. Com certeza eles já vão estar se beijando ou se não, ele estará indo beijá-la. – disse Stefan quando acabou de colocar o líquido transparente.

- Como você é idiota! Ele só fará isso DEPOIS de deixar ela com vergonha, porque ele é romântico, seu burro!

- Eu não sou burro! Você é que é! É claro que o Sieg-niichan iria... – o garoto foi interrompido.

- Iria? – Sieghart arqueou a sobrancelha, chegando ao meio da conversa inacabada. Elesis olhou para o rostinho fofo de cada criancinha. Eles eram realmente lindos... A cara do irmão. Ela sentiu o rosto esquentar, balançando a cabeça. Droga, porque ela estava pensando nessas coisas idiotas tão de repente?

- Nada, não, Onii-chan. – ele coçou a cabeça, dando um sorriso amarelo.

- Aceitam refrigerante? – Seddie sorriu.”