Better With You 2 escrita por Larissa


Capítulo 1
Never Say Never.




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Alguns meses atrás...

O telefone tocava pela milésima vez. Nicole se virou na cama e tentou ao máximo ignorar aquele toque irritante que estava incomodando seu sono.

- Filha? Não vai atender? – sua mãe lhe perguntou com a voz sonolenta, adentrando o quarto. Nicole balançou a cabeça negativamente. Anna deixou escapar um longo suspiro, sentando-se a beira da cama – Você devia ouvi-lo...

- Não, mãe – ela retrucou já cansada, Anna levantou-se, deixando a filha sozinha novamente. O telefone continuava tocando, até que caiu na secretária eletrônica.

- Alô, Nic? Eu sei que você deve estar aí me escutando... E se estiver eu só espero que você se arrependa pelo o que fez... Eu... Eu não fiz por mal, não tinha intenção de te magoar. Por favor, se você estiver me ouvindo... Atenda o telefone, por favor... Só queria que você entendesse que você se tornou muito mais para mim do que uma aposta idiota, que um idiota concordou em... eu sei... Eu não devia... Me perdoe, por favor...

Tum. Tum. Tum.

E a ligação caiu. Nicole tirou o telefone do gancho e voltou para a cama. Não queria nunca mais vê-lo, ou escutar sua voz, tão pouco estar ao seu lado. Havia se arrependido por ter concordado com a ideia de ir até o show aquela noite...

Por que apesar de em algum lugar, lá no fundo, o perdoar não queria nunca mais vê-lo.

Alguns meses depois...

Nicole’s pov.

Bem vinda de volta, Nic!

Era o que dizia a plaquinha toda enfeitada com corações em volta, que Tina tinha em mãos. Enquanto ela sorria e quase dava pulinhos. Tão típico. Mas não posso mentir, eu senti sua falta. Todo esse tempo que fiquei longe, sem falar com ela... Onde eu estava com a cabeça? Talvez minha mãe tenha razão. Eu exagerei. Mais uma vez. Certas coisas nunca mudam. Uma vez cabeça dura, sempre cabeça dura.

- Nic! – Tina veio correndo ao meu encontro. Ela me recebeu com um abraço apertado e milhares de beijos – Não acredito que esteja de volta - ela se afastou, me deixando respirar novamente. Eu sorri para ela e me senti péssima por não ter retornado nenhuma de suas ligações durante esses poucos meses que passei fora.

- Nem eu – respondi com sinceridade, tentando esconder toda a magoa e ressentimento que eu venho guardando para mim mesma.

- Eu soube sob seu pai, sinto muito – ah, e ainda tem mais isso. Acho que eu venho fugindo desse assunto á semanas. Às vezes só prefiro imaginar que não aconteceu.

- Obrigada – ela voltou a me abraçar.

- Oi! – Ryan veio em nosso encontro. Ele sorriu timidamente para mim. Eu retribuí o sorriso, me separando de Tina.

- Oi, Ryan.

- O táxi já está nos esperando, vamos?

- Vamos – Tina respondeu por mim – Você pega as malas.

- Claro! Tudo eu... Tudo sempre sobra para mim – ele foi resmungando. Tina revirou os olhos.

- Não ligue para ele – eu ri.

- Sabe, não imaginava que isso de vocês fosse tão longe – falei brincando.

- Ei! Como assim, “isso de vocês?” – como disse antes, certas coisas nunca mudam. Não escutei uma palavra sequer mais de Tina. Havíamos parado em frente à banca de revistas e meu olhar logo procurou aquela foto. Aquela que estampa até mesmo as caixinhas de cereais. É. Você não está enganado. Eu venho tentando me convencer a mais ou menos dois meses que já o superei. Mas quer saber? Eu venho tentando muita coisa ultimamente – Nic? – não foi preciso eu responder. O olhar de Tina parou justamente na capa da revista na qual eu também estava olhando. Desta vez ele não estava sozinho. Ao menos alguém superou o que aconteceu – Nic, eu... – fechei os olhos e os abri novamente, me voltando para Tina. Eu nem cheguei a dizer sequer um “a”. Ryan voltou logo na hora.

- Vocês ainda estão aqui? Nós vamos nos atrasar para a festa – eu voltei rapidamente para a realidade.

- Festa?

- Nós vamos numa inauguração de um hotel esta noite e você vai conosco.

- Não! Não mesmo – respondi de imediato. Meu plano esse ano era: Não comemorar o Natal.

- Ah, qual é, Nic! Não vou deixar você sozinha.

- É, vamos! Vai ser divertido – Ryan falou me encarando com um sorriso no rosto. Eu olhei novamente para Tina, que me implorava com o olhar.

- Acho melhor n...

- Nicole Braun Campbell! Não aceito não como resposta – eu revirei os olhos e bufei.

- Ok! Você venceu, mas não vou ficar até o final.

- É o que veremos! – Tina falou me puxando pelo braço, com um Ryan atrás de nós carregando duas malas gigantes, cheia de coisas desnecessárias que eu deveria ter deixado em minha casa.

xxx

- Posso saber o que nossa árvore de Natal faz lá fora? – Scooter perguntou enquanto entrava, carregando algumas sacolas. Justin deu de ombros, voltando a atenção para o homem.

- Tomando um ar – Scooter balançou a cabeça, rindo. O garoto continuou retirando os últimos enfeites da sala – O que tem aí? – perguntou curioso, vendo o empresário passar por ele. Justin deixou os enfeites de lado e seguiu Scooter até a cozinha.

- Um peru.

- Para essa noite? – Scooter viu os olhos de Justin brilharem.

- É... Mas o que aconteceu com o Justin que não queria comemorar o Natal este ano? – o empresário retrucou lembrando-se da briga que Justin teve com seus pais á uma semana atrás. O feriado preferido de Justin sempre fora o Natal, mas esse ano ele queria passar longe dessa data. Era para ele voltar para o Canadá, rever seus avós e seus primos... Mas ao invés disto seriam apenas Scooter e ele. E agora um peru.

- Comida é comida! – Justin respondeu, observando Scooter começar a arrumar a mesa do jantar – a senhora Davis vai passar aqui?

- Não.

- Por que? Vocês estavam se dando bem!

- Nós terminamos a noite passada.

- Oh, você estragou tudo com aquele papo de não...

- Olha quem está querendo me dar conselhos amorosos! – Scooter o interrompeu.

- Isso já perdeu a graça – Justin tinha uma expressão dolorosa no rosto. Scooter riu, passando a mão no cabelo do garoto, o desarrumando. Ele estava prestes a dizer alguma coisa quando seu celular começou a tocar. Enquanto isso, Justin ficou preso em seus próprios pensamentos. Mais uma vez ele se lembrou dela. Lembrou-se de como sentia sua falta. De como tentava esconder isso saindo com outras garotas, numa tentativa falha de esquecê-la. Depois se lembrou que foi ela quem o deixou em frente a milhares de pessoas e ele ainda se rebaixou ligando para ela no meio da noite... E lembrou-se também que ela colocou aquela foto na Internet e que em todos os lugares estava aquela maldita foto e...

- Vista seu casaco, nós vamos sair.

- Ahn, o quê? – Justin perguntou confuso, voltando à realidade. Seguindo Scooter de volta até a sala, o observando desligar o celular.

- Vamos a uma festa.

- E o peru? – Justin perguntou fazendo Scooter revirar os olhos.

- Lá também tem um peru, Justin.

- Mas eu quero esse peru!

- Peru é peru!

- Não, não é – o garoto rebateu. Scooter se perguntou o por que de estarem tendo aquela conversa sem nexo, mas desejou não querer saber a resposta.

- Que seja – o homem deu de ombros – eu vou comer o peru de lá.

- Então me espere – Justin falou, pegando seu casaco.

- Você não queria ir.

- Mas também não quero ficar sozinho com o peru.

xxx

A festa começou por volta das nove da noite. Scooter estava se divertindo, conversando com todos, enquanto Justin estava comendo tudo que via pela frente. Desde o que aconteceu há alguns meses atrás Scooter notou que o garoto havia mudado, mas era só tocar no assunto que Justin dizia que era apenas impressão. Até mesmo sua mãe e seu pai haviam notado a mudança em seu comportamento, mas não adiantava de nada. Ele sempre negava.

- Você já comeu o peru? – Justin perguntou de boca cheia, para Scooter que o olhava espantado. Era o terceiro prato que Justin se servia.

- Já...

- Acho que vou pegar mais um pedaço...

- Não, senhor. Coma o que tem no prato.

- Mas...

- Justin!

- Quanto mau humor... Tudo por um pedaço de peru! – Scooter o ignorou, Justin estava demais aquela noite.

...

Eram quase dez e meia e nem Tina nem Ryan haviam dado sinal de vida. Eles haviam marcado dez horas. Mas até aquele momento, nada. Nicole já estava desistindo, e pensando em voltar para a casa quando finalmente Tina atendeu o celular.

- Onde você está?

- Eu sinto muito, Nic... Mas estamos no aeroporto esperando um vôo para Atlanta.

- O que?

- Tentei te ligar, mas o celular estava sem sinal... Eu tenho que ir. Te ligo quando chegar.

- Tina...

Mas foi tarde demais. Ela já havia desligado.

Nicole então, foi resmungando pegar o elevador – depois de uma briga com um dos funcionários do hotel, sob onde ficavam os banheiros – para subir até o segundo andar.

...

- Olhe quem está ali! – Scooter falou alto, apontando. Justin levantou o olhar vendo uma garota muito bem vestida, adentrando o hotel.

- Oh, não! O que ela faz aqui? – Scooter deu de ombros – Eu preciso dar o fora daqui, guarde um pedaço de peru para mim!

- Por que? Pensei que gostasse dela...

- Grudenta demais – o homem riu, vendo Justin se afastar.

Justin foi para o lado contrário em que Selena Gomez estava. Ele olhou a tempo de vê-la se aproximar de Scooter e lhe perguntar algo. Provavelmente onde ele estaria. Quando se deu conta, ela estava indo na mesma direção que ele. O garoto entrou na primeira porta que encontrou.

Mas espera aí... Era um elevador! Quando ele tentou voltar, a porta já havia se fechado e ele já havia se esbarrado em alguém.

- Desculpe, eu... – ele começou a se desculpar com a garota, que parecia chocada ou coisa parecida.

É, Nicole. Nunca diga nunca. Ela pensou consigo mesma, ao vê-lo ali, na sua frente. Não em uma caixinha de cereal.  


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Notas finais do capítulo

Eu sei, o primeiro capítulo não ficou bom, mas prometo melhorar com o tempo xD Beijos e obrigada desde já! :3