Procura-se Um Amor escrita por Anny Taisho


Capítulo 6
A garota do Kyouraku Taisho...?




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Cap. VI – A garota do Kyouraku Taisho...?

Nanao abriu os olhos na manhã seguinte sentindo-se ainda muito leve. Percorreu os olhos pelos seus aposentos sem se mexer percebendo que adormecera com a companhia de seu capitão que por um milagre não estava ali. Shunsui não era homem de desperdiçar oportunidades como aquela e realmente era estranho ele não estar ali para fazer alguma piadinha ridícula.

Espreguiçou-se como uma gatinha manhosa e fechou os olhos lembrando-se da tarde maravilhosa que passara com Byakuya. O cheiro das flores ainda estava nas narinas femininas, de olhos fechados podia ver perfeitamente a cena daquele jardim perfeito com borboletas rodeando-os. A voz do Kuchiki fazia cócegas nos ouvidos da moça, era como uma caricia a maneira polida como conversava com ela, a reiatsu antes tão ameaçadora não lhe assustava mais.

Estava no paraíso...

Mas a segunda-feira não se importava com seu paraíso particular e tinha que ir trabalhar. Voltar a sua rotina de papéis, Taisho, irritações... Sorriu, não trocaria isso por nada no mundo. A Hachi era seu lar com todos os defeitos e qualidades.

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Kyouraku adormeceu junto com a Ise e ali ficou até quase o dia amanhecer quando voltou a abrir os olhos e ficou admirando-a, mas dessa vez não esperou vê-la acordar. Ainda sentia o gosto amargo da mentira dela, em seu pescoço havia o símbolo da hachi e o da roku Batai como ela achou que ele não saberia a diferença entre a flor do décimo primeiro esquadrão com o do sexto?

Nanao mentia sem nenhum problema, e o pior era imaginá-la passando o dia com o Kuchiki. O que teriam feito juntos? Onde teriam ficado? O que teriam conversado?  O que tanto tinham em comum para que ela o aceitasse de tão bom grado? Byakuya era um homem sisudo e frio tão diferente de si mesmo, por que sua doce Nanao estava preferindo toda essa distância ao seu amor terno.

O capitão caminhava em direção a sua casa com o coração pesado sabia que precisava tomar uma decisão com relação a sua pequena, mas também sabia que tinha que se resolver antes. Seu coração sabia o que queria, mas o passado havia ressuscitado transformando tudo em uma missão tão complicada.

E qual não foi sua surpresa ao encontrar uma figura muito conhecida sentada a beira do pequeno lago que havia em sua propriedade. Cabelos negros e bem presos, uniforme de colegial e uma katana jazendo ao alcance da mão. A mulher virou o rosto ao sentir sua presença, mas não disse nada, apenas se virou de volta para encarar os peixes.

- Lisa-chan...

- Está tudo igual a primeira vez que pisei aqui há mais de cem anos, não pensa em fazer nenhuma reforma?

- Eu gosto do jardim assim e Lisa-chan também sempre gostou. – Kyouraku caminhou a passos lentos e sentou-se ao lado da moça –

- Está ficando velho e saudosista. Se bem... – ela sorriu – Que você já era velho há cem anos.

O capitão demorou alguns segundos para replicar, tinha se perdido no sorriso que há tempos não via e que até pouco tempo atrás não tinha a menor esperança de rever. Os traços da Yadoumaru eram bem definidos, mas não tinham a mesma profundidade dos traços da Ise. Passar tanto tempo com uma expressão dura deixava marcas e Nanao estava sempre com aquela face que nada dizia.

- Estou na flor da idade, Lisa-chan que é muito novinha...

- Claro, claro... Todos os velhos dizem a mesma coisa. Negação faz parte.

Ficaram em silêncio admirando a paisagem do jardim de Shunsui, ainda era cedo, não passava das oito horas da manhã, e Kyouraku morava em uma das áreas mais nobres da Seireitei onde quase não havia movimentação, poderiam passar o dia ali sem ouvir os ruídos da sociedade.

Um vento que veio do leste fez com que o perfume gostoso da Vaizard chegasse as narinas do homem: ela ainda tinha o mesmo cheiro que tantas vezes ficou empestado nas roupas, nos lençóis e na pele do capitão. O cheiro da luxúria e do amor puro. O cheiro da saudade que quase o levou a insanidade.

- O que está fazendo aqui, Lisa-chan? Pensei que não quisesse me ver mais...

- Eu não sei, só fui dar um passeio e quando dei por mim já estava aqui.

- Você também não consegue parar de pensar, não é?

- Não, mas nós dois sabemos que isso foi a muito tempo e que não tem futuro nenhum.

- Mas nós podemos ser amigos, sempre fomos bons amigos.

- Seria realmente muito agradável, eu, você e a Nanao... – ela riu amarga – Não, não daria certo. Ela não é mais aquela menininha que eu carreguei no colo, é a mulher que você ama.

Lisa virou o rosto para encará-lo, Shunsui não havia mudado nada desde a última vez que o vira. Parecia até que não haviam se passado cem anos e que tudo aquilo não passou de um sonho ruim.

Os mesmos traços de homem maduro mesclando-se com a delicadeza de traços infantis. Pois Kyouraku era um homem de vasta experiência e sabedoria que trazia consigo trejeitos infantis e adolescentes... Como olhar para ele reavivava as cores pálidas de tudo aquilo que se convenceu de ser a verdade.

- Eu nunca deixei te amar.

- Que minha passagem pela tua vida

Não seja leve

Mas indelével.

É preciso que seja profunda

O tempo não importa muito

O que importa são as marcas

Como cicatrizes de guerra...

Que não seja um amor de circunstância

Ou apenas lembranças agradáveis

De alguns momentos de pureza.

Amores vêm e vão a todo instante

Muitos entram rápido

Cumprem seu papel e vão adiante

Outros chegam devagar

E permanecem longo tempo

Amores...amizades...

São amores semelhantes

Amores dão um destino irrecuperável

Outras vezes embriagam um momento

Mas o vício permanente

Queremos sempre mais

Buscamos um amor contínuo

Serei não apenas o dia de sol

Mas também as noites frias de inverno

E as luzes sufocantes do verão.

Passarei e talvez me esqueças adiante

Mas te deixarei uma aurora de plenitude

Dentro da realidade

De amar e ser amado

Na permanência da imortalidade...

Assim como na vida...

Amores existem tantos...

- Lisa-chan...

- Não duvido de seus sentimentos, não duvido que tenha pensado em mim diversas vezes durante os últimos cem anos, concordo que esteja confuso... Pois também tenho os mesmo sentimentos, as marcas cravadas em você também estão em mim, só lamento muito ter terminado do jeito que terminou.

- O que você quer, afinal, Lisa-chan?

- Eu não sei.

Antes de continuarem, outra brisa soprou e antes que ela terminasse a figura desapareceu perante os olhos de ébano de Shunsui e Lisa já não estava mais ali. O moreno suspirou profundamente e fechou os olhos. Será que havia algo mais enlouquecedor do que uma mulher? Ele descobrira que sim, duas mulheres.

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Kyouraku só apareceu no esquadrão na hora do almoço e a rotina foi a mesma de sempre: A Ise deu-lhe um sermão, colocou uma pilha com um número incontável de papéis para que ele assinasse, Shunsui fez algumas pequenas declarações, assinou alguma coisa, bebeu um pouco, dormiu, Nanao o acordou com um tapa no centro do peitoral malhado e ficou vermelha com a brincadeirinha que ele fez, o capitão assinou o que havia para assinar finalmente e depois sumiu deixando que sua tenente fechasse o escritório.

A Ise caminhava com passinhos rimados de um lado para o outro, colocando formulários em pastas, pastas em arquivos, organizando as mesas, guardando o sake que o capitão deixou fora do lugar, fechou a janela, conferiu se todas as dependências estavam do esquadrão estavam fechadas e finalmente se pôs no caminho de sua casa. Nisso já se passava das nove horas da noite, três horas após o fim do expediente.

As sinuosas ruas que ligavam o esquadrão a sua casa estavam mais vazias do que de costume para aquele horário, mas a shinigami não tinha medo ou receio, a Seireitei era um lugar muito seguro. Cumprimentou um ou outro colega de profissão e quando deu por si já estava a porta de sua casa.

Entrou tranquilamente e caminhando no escuro mesmo foi retirando a roupa e entrando no banheiro. Fazia tanto tempo que não tinha um dia tão comum como esse que era corriqueiro antes de toda aquela confusão causada por Aizen. Sentia falta disso... Mas agora um bom banho de banheira terminaria seu dia com chave de ouro.

***

Byakuya estava sentado na varanda de seu quarto observando a lua, vestia-se com simplicidade e os cabelos negros escorriam pelas costas largas formando um manto acetinado. Não estava com sono e não tinha vontade de ler nenhum dos livros de sua biblioteca, queria mesmo era estar conversando com a Ise.

O que será que Nanao estaria fazendo agora? Provavelmente dormindo ou lendo um bom livro em seu leito. Mas também ela podia estar a olhar a lua pensando nele, pelos próximos dias não via chances de poder ver a moça e se visse não poderia parar para conversarem.

Um sorriso brotou nos lábios finos do Kuchiki, parecia um adolescente bobo e apaixonado. Isso mesmo, Kuchiki Byakuya estava apaixonado novamente após tantos anos de reclusão amorosa e isso não irritava como sempre achou que aconteceria. Tudo talvez por Nanao não ser uma mulher de causar grandes comoções, era um bom sentimento, algo calmo, simples, sincero e de pequenos gestos. Eram parecidos, com hobbies em comum, um intelecto acima da média, ponderados, educados e gentis, não gostavam de estardalhaço, de poucos amigos... Praticamente como se fossem feitos um para o outro.

Apesar de tudo ainda estar em um estágio embrionário, via boas possibilidades de futuro, esse que incluía matrimônio e uma família. Sabia que se chegasse do jeito certo ao coração da moça não precisaria se preocupar com o sentimento dela a respeito do capitão bêbado. Nanao era o tipo de mulher para se cuidar com todo cuidado e não para ficar caçando bêbados pelos bares.

***

Nanao estava sentada em sua cama com um álbum de fotos no colo, seu bom e velho álbum de recordações. Não sabia muito bem o motivo de estar folheando-o agora, apenas sentira vontade. Ali tinham tantas recordações... E em quase todas estava Shunsui, principalmente nas primeiras quando ainda era uma criança, o capitão tinha o hábito de carregá-la nos ombros para onde quer que fossem. E conforme foi crescendo ele sempre dava um jeito de abraçá-la, principalmente, quando se tornou uma mulher.

A Ise riu, por mais que ficasse irritada com Shunsui, não conseguia ficar com raiva dele realmente. Será que isso fazia parte de estar apaixonada? Não é como se fosse cega aos defeitos dele, conhecia todos, até de cór se parasse para pensar.

Seria tão mais simples se ele não tivesse aqueles defeitos que ela mais abominava, não precisava ser perfeito, apenas podia gostar um pouco menos de farra, ser mais comedido em suas ações, mais esforçado no trabalho, que se interessasse menos em uma vida de bom vivant... No entanto, não seriam essas características parte do moreno e sem elas, Shunsui não seria Shunsui e então não o amaria. Então será que realmente o amava? Afinal, quando ama-se, ama-se apesar dos defeitos e se queria mudá-lo talvez não o amasse tanto assim.

Demorou tantos anos para conseguir aceitar para si mesma que o amava e que não estava confundindo sentimentos e agora aquilo de que sempre teve certeza estava tão turvo e enevoado. Essas coisas de amor não eram realmente com ela, gostava mesmo era dos números, sempre precisos e exatos.

Fechou com carinho o álbum e colocou-o ao seu lado no futon se ajeitando para dormir.

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Alguns dias se passaram e tudo estava na mais santa paz, na medida do possível, na Seireitei. Nanao não teve mais notícias do nobre Kuchiki durante esses dias e começou a achar que ele tinha lhe esquecido. Não que tivesse alguma grande pretensão, isso não mesmo, mas também não achou que seria esquecida assim tão rápido.

Caminhava ritmadamente em direção ao décimo primeiro esquadrão, estava com saudades de Matsumoto, quem sabe até não bebesse uma dose do sakê que a amiga sempre tinha para oferecer(beber).  Estava tão absorta em seus pensamentos que nem notou a figura parada aos portões da Roku Bantai e por isso mesmo se assustou quando o vulto apareceu a sua frente.

- Boa noite, Ise-san. – a voz melodiosa de Byakuya ressoou nos ouvidos da shinigami –

- Byakuya-san. – a morena corou levemente, tinha pensado nele durante aquele dia –

- Vinha me dar o prazer de um chá?

- Bem... Na verdade estava indo visitar Rangiku-san, estava indo embora?

- Já encerrei o expediente por hoje, estava caminhando pelo jardim do esquadrão quando senti sua reiatsu. Pensei que vinha me fazer uma visita...

- Oh... – a morena ficou desarmada com aquele comentário – Eu nem pensei em incomodá-lo, o senhor é um homem ocupado.

- Por favor, não me chame de senhor, não sou assim tão mais velho. Não quer entrar e tomar um chá então? Ou marcou algo com Matsumoto?

- Eu não avisei nada, apenas iria visitá-la... Seria um prazer tomar um chá com você.

- Ótimo, vamos então. – o nobre ofereceu o braço e os dois entraram na Roku onde não havia mais ninguém... –

Ou talvez não fosse assim, Renji tinha terminado o serviço e sentado debaixo de uma árvore para descansar e acabou por adormecer. E agora já estava escuro, tinha cochilado pelo menos duas horas.

Mas o que realmente pegou foi ver seu capitão de braços dados com Ise Nanao se encaminhando para dentro do Bantai. No primeiro momento, achou que estivesse tendo uma alucinação ou sonhando, coçou os olhos e apertou a visão. Não estava tendo uma visão. O casal caminhava conversando amenamente como se fosse a coisa mais normal do mundo. NUNCA havia visto seu chefe em companhia feminina. E NUNCA havia visto Ise Nanao em companhia masculina que não fosse a de seu capitão.

Já tinha ouvido um e outro boato sobre cada um dos dois separadamente, mas era o tipo de coisa que só acreditaria vendo... E agora estava vendo. Bem, era melhor sair de fininho, não queria atrapalhar nada.

***

Foram para uma sala reservada do prédio principal, um lugar para se receber visitas, aparentemente. Byakuya fez um chá de flor de laranjeira e serviu com alguns biscoitos de forma curiosa que ela imaginou que ele próprio teria feito, eram de amêndoas.

Aquele ambiente era tão confortável, a conversa fluía com tanta facilidade, sentia-se leve perto do Kuchiki. E ele era tão bonito que a morena se perguntava se era realmente verdade aquela imagem. Mas não era uma beleza do tipo arrebatadora, era uma beleza romântica, traços finos e delicados que ornavam perfeitamente com o todo.

- Ise-san, será que posso lhe fazer um pedido?

- Claro, se estiver ao meu alcance.

- Gostaria que me chamasse apenas de Byakuya e que eu pudesse lhe chamar apenas de Nanao.

- Claro, claro, não vejo problema algum... Só acho que vai ser um pouco estranho, não estou acostumada.

- Por isso mesmo, quando me chama de Byakuya-san ou Sama, está me vendo como um capitão do Gotei 13, e quero que veja o homem além do posto, assim como vejo a mulher atrás da fukutaisho eficiente.

Nanao ruborizou.

- Não deveria esperar tanto, sou apenas uma mulher normal.

- E o que é que há de mau em ser normal? Apesar de não ter nada de normal, não é uma mulher comum.

- Fico lisonjeada com sua opinião sobre mim... – a morena olhou pela janela – Sabe, parece que tudo acontece tão fácil quando estamos juntos.

- Eu entendo... O tempo passa rápido, a conversa flui, os gestos são naturais, o riso contido e sincero, os interesses são mútuos. Eu só me senti assim com Hisana.

- Sua esposa deveria ser uma pessoa adorável.

- Era sim, uma mulher como nunca tinha antes conhecido, pena que partiu tão cedo. Mas hoje não fico remoendo esse sentimento, prefiro pensar que apesar de curto, nosso tempo juntos foi único. Muito pior teria sido eu não ter conhecido a dor da perda ao preço de não ter conhecido o amor.

- É muito bonito como se coloca diante disso.

- Nem sempre foi assim, Nanao, no inicio eu só queria morrer junto com ela. Por muitos anos foi como se eu estivesse morto, mas o tempo me mostrou que nada acontece por acaso e que eu não deveria me perder em sentimentos ruins.

- Muita gente acha que até hoje não superou realmente a perda. – Nanao levou a xícara aos lábios –

- Não sei se superar é a palavra, eu cheguei a um ponto em que notei que a vida continua. Nunca vou esquecê-la, mas também não posso viver unicamente de passado. – o Kuchiki bebeu – As pessoas acham que eu seguir em frente implica em cair na esbórnia, mas nem na juventude eu era assim.

- Entendo...

Um silêncio gostoso se instalou, o moreno jamais havia falado sobre a esposa de maneira tão aberta. Não achava que ninguém pudesse entender seus sentimentos então não adiantava muita coisa falar e também não se sentia a vontade. Era um homem reservado e sua vida pessoal só a si mesmo dizia respeito.

- Eu nunca falei nada assim para ninguém. – disse o shinigami quebrando o silêncio –

- Nunca? – A Ise o encarou curiosa –

- Nunca, eu nunca me senti a vontade e nunca achei que alguém pudesse me entender.

- É normal isso, afinal, alguém que não passou por isso não pode dizer que entende realmente. Eu mesma lido com hipóteses, não sei como reagiria se estivesse em seu lugar.

- Mas de alguma forma você me compreende de maneira sincera, não está tentando ser solidária, complacente ou agradável... Apenas me ouviu e deu sua opinião.

- Eu não sou ninguém para julgá-lo e também tenho meus fantasmas, sei como pode ser difícil se desvencilhar de certas coisas.

- Gostaria que compartilhasse isso comigo algum dia, quando se sentir a vontade.

- Ficarei feliz de compartilhar no momento certo... Já está um pouco tarde, eu acho melhor conversarmos outro dia. Eu trabalho cedo e você também...

- Tem razão, como sempre, Nanao. – o moreno sorriu – Posso levá-la em casa? Não me agrada a idéia de deixá-la andando sozinha a essa hora.

- Não é necessário, com um shunpou eu chego num minuto.

- Mas se formos juntos e com calma podemos conversar mais.

- Alguém pode nos ver e... Eu não sei, não quero ninguém falando de nós sem saber de nada.

- Nós? – o Kuchiki sorriu – Muito bom ouvir isso, mas ainda insisto. Ninguém está por aí agora, quem não está dormindo, está nos bares.

- Tudo bem, afinal, ninguém tem nada a ver com o que fazemos fora do horário de serviço.

- Absolutamente.

***

Não havia ninguém nas sinuosas ruas da Seireitei, o que era bom, mas também um tanto sombrio. Se não estivesse com o capitão da roku, provavelmente estaria um pouco sobressaltada. Fizeram todo o percurso conversando amenidades e quando chegaram a porta da casa da moça, pararam um diante do outro conversando.

***

Alguns metros distante, do outro lado da rua da casa da Ise Nanao, apareciam duas figuras conhecidas e embriagadas depois de mais uma noite bebendo com os amigos: Abarai Renji e Kira Izuru. O par de amigos ria e se apoiava um no outro conversando e rindo, seus alojamentos ficavam alguns quarteirões a frente.

- Eto... Aquela ali não é casa da Ise-fukutaisho? – disse Kira um pouco incerto de sua visão e senso de orientação –

- É sim, por que? – disse Renji olhando na direção do casal – Ku... Ku... Kuchiki Taisho?!

- Meu Kami, aquele ali é o seu capitão e garota do Kyouraku taisho? – o loiro arregalou os olhos –

- Fala baixo, baka! – Renji puxou o amigo e se escondeu atrás de uma grande caçamba de lixo – Você não quer que eles nos vejam!

- Cara, que babado! Todo mundo pensando que o Kuchiki taisho era uma espécie de ser assexuado e que a Ise era frígida e mal-amada... E os dois tendo um caso!!

- Não seja burro, os dois só estão conversando... Okay que eu os vi lá no bantai antes de sair, mas isso não quer dizer que os dois estejam... juntos.

- Transando você quer dizer. Principalmente porque a Ise-san é tipo assim ‘ a garota do Kyouraku Taisho’ tem que ter muita coragem para encarar a frieza dela e ainda por cima um capitão do Gotei 13!

- O Hisagi comentou que ela não é tão fria assim...

- Mesmo que aquele fofoqueirol esteja falando a verdade que homem quer uma mulher mais inteligente que ele e com esse nariz empinado de dona do mundo? Não obrigado, eu não quero uma general mandando em mim...

- A Ise-san é séria, mas sempre foi muito educada com a gente.

- Ih, já tá defendendo a mulher do chefe. – o Izuru começou a rir e Renji lhe tampou a boca –

- Fica quieto, caralho! E quer saber, isso não é da nossa conta, vamos é dar o fora daqui antes que ferre para gente.

- Yare, yare... – o loiro arregalou os olhos – Definitivamente, ela não é mais a garota do Kyouraku Taisho.

Renji virou a cabeça e viu seu chefe beijando a Ise.

- Meu Kami...

***

Byakuya separou os lábios quando já não conseguiu ficar sem respirar e encarou os olhos azul cobalto da jovem Nanao. Já fazia muitas décadas que não beijava alguém e a sensação era muito boa. Sua companheira havia correspondido o que queria dizer que aquilo não era unilateral.

- Byakuya...

- Eu não consegui mais me conter, não quis ofendê-la.

- Não... Não ofendeu, foi só inesperado... – a morena sorriu –

- Então boa noite, Nanao, espero que noites como essa se repitam outras vezes.

- Eu também.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Amores, não me matem por minha demora. Eu sei que é horrivel esperar! Mas é que sdão tantas fics e tão pouco tempo!!! Agradeço todos os comentários mesmo e o poema na fic NÃO é meu, achei na net e sem autor! Mas repito, o poema não me pertence.
Kiss kiss



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