Procura-se Um Amor escrita por Anny Taisho


Capítulo 4
Reminiscências




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Cap. IV – Reminiscências

Shunsui voltou a Seireitei calmamente, não tinha pressa alguma, o capitão estava tentando digerir tudo. Tinha que admitir que rever Lisa mexeu muito com seus sentimentos, não que seu amor por Nanao tivesse evaporado, era somente aquela sensação de algo mal resolvido.

O moreno inevitavelmente ainda sentia algo por Lisa, só não sabia bem o que era... Seria possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Perdido em devaneios, Kyouraku não notou que o sol começava a despontar no horizonte. Não havia dormido nada e dessa maneira não conseguiria trabalhar, sendo assim, decidiu inconscientemente se dirigir para sua residência, lá seria o último lugar em que a Ise o procuraria.

Tudo ao redor estava muito silencioso, o que fez o shinigami notar o som de passos as suas costas. Pela reiatsu ele sabia muito bem quem era e dessa maneira não se incomodou, permaneceu em sua rota. Sabia que seria ignorado pelo jovem Byakuya.

- Bom dia, Kyouraku-dono. – disse o capitão da Roku com seu tom sempre superior surpreendendo o capitão que não esperava por aquilo  –

- Bom dia, Byakuya!! – cumprimentou Shunsui com simpatia – Vejo que acordou cedo!

- Parece que não fui o único, passar bem. – Dito isso, o moreno apressou seus passos, tinha que chegar em casa logo para trocar-se antes de ir para seu esquadrão – E a propósito...

Kyouraku levantou a aba de seu chapéu curioso, Byakuya estava extremamente falante aquela manhã.

- Sim?

- Mande minhas recomendações a Ise-san.

- Oh claro, eu falo com minha Nanao-chan... – Mas o Kuchiki não o ouvia mais, já estava muito longe –

Aquela manhã começou bem fora dos padrões, Shunsui não sabia que o jovem Kuchiki era amigo de sua Ise. Na verdade, muito pouco o capitão sabia sobre a Ise, desde que deixara de ser criança, Nanao se tornou um livro fechado. Era estranho isso, afinal, era irrevogavelmente apaixonado por ela.

O passado da Ise em Rukongai não era de conhecimento de Kyouraku, Nanao nunca tocava no assunto, como se aquele período de sua vida não existisse. E ele tinha real curiosidade em saber mais, em saber tudo... Quem sabe um dia ela não lhe dissesse?

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Como não dormira nada, Nanao chegou cedo ao Bantai e não se espantou ao não encontrar seu capitão ali. Era bem provável que ele se quer desse o ar da graça por lá... E quer saber, melhor assim, não estava com muita vontade de encontrá-lo.

Aquele dia correu calmo na Hachi, Tatsufusa trouxera formulários para a Ise ler, assinar e arquivar. Houve uma pequena inspeção e nada mais, o que sobrara fora apenas o que o capitão deveria assinar. E naquele dia ela não estava realmente com vontade de “caçá-lo” pela Seireitei.

As seis quando o expediente se findou, Nanao não esperou para se retirar do escritório, estava muito cansada devido sua falta de sono. Tudo o que queria no momento era um bom banho e sua cama quentinha.

Sua mente ainda estava muito cheia de informação, a conversa da noite passada com o capitão da Roku deixou Ise muito confusa. Era lógico que ela não deixara de amar Shunsui, afinal, amor não acaba do dia para noite, no entanto, seu coração já estava saturado de tantas cicatrizes e o acalento estava vindo de onde ela jamais imaginou.

- Já vai, Ise-fukutaisho? – indagou o terceiro encarregado –

- Hai, estou um pouco cansada. Se quiser ir também, o expediente já terminou!

- Sim, senhora.

A Ise caminhou a passos lentos até sua casa e depois de banhar-se demoradamente, fez um chá de camomila para ajudá-la a dormir. Não estava com muita fome, por isso, apena beliscou em alguns biscoitos que levou junto do chá.

Sentada no mesmo lugar da noite anterior, a morena olhava o horizonte escuro, já que não ascendera nenhuma lâmpada. Será que Byakuya estava mesmo interessado nela? Não parecia muito provável visto que o moreno era um nobre conservador.

Se estivesse atrás de uma nova esposa, supondo que devido a sua personalidade mais distante ele não fosse adepto de casos, não procuraria uma moça vinda de Rukongai e sim uma nobre vinda de uma das quatro casas.

No entanto, a shinigami também não acreditava que o nobre estivesse brincando, o Kuchiki deveria e aparentava ter boas intenções. Só mesmo o tempo responderia isso...

Uma reiatsu conhecida que não fazia questão nenhuma de se ocultar dirigia-se naquela direção. Kyouraku deveria estar indo fazer uma visita, o que calmamente fez a Ise levantar-se para buscar mais uma xícara e voltar.

Mas ela mudou de lugar, não era bom misturar as coisas. Kyouraku era Kyouraku.

- Yo, Nanao-chan! – disse uma voz em tom cantante – Posso entrar? – disse enquanto pulava o muro para dentro das dependências do jardim da moça –

- Boa noite, Taisho. Aceita chá? – disse calma, apesar de realmente não querer recebê-lo aquela noite –

- Eu preferia sake... Mas como sei que minha Ise é abstente, vou aceitar se não for incômodo. – ele na iria embora mesmo que ela pedisse –

- Não é incômodo, capitão. – ela serviu o chá enquanto ele deitava-se de lado –

- Cheguei ao Bantai e não achei minha querida Nanao-chan, está passando mal?

- Estava apenas cansada, capitão, alguém trabalha naquele escritório. – disse ela arrancando uma careta de Kyouraku –

- Cruel, Nanao-chan... – o moreno lembrou de uma coisa – Byakuya-kun mandou recomendações a você. – Shunsui olhou fixamente para a Ise – Não sabia que eram amigos, Nanao-chan.

O tom do rosto da Ise mudou levemente de cor e ela agradecia por estar escuro.

- Kuchiki taisho, como eu, aprecia jardinagem e algum tempo atrás descobrimos que podíamos trocar algumas espécies. – foi a melhor desculpa que ela arrumou –

- Hum... Byakuya-kun é um bom menino, mas um tanto ranzinza, cuidado para não ficar como ele, doce Nanao-chan.

- Não deveria chamá-lo de menino, capitão, ele como o senhor é um capitão dos treze esquadrões de proteção.

A risada ruidosa de Shunsui ecoou pelo jardim de Nanao.

- Eu o vi brincar de shinigami, Nanao-chan, se não me engano o conheci quando ele era menor do que você a primeira vez que te vi. Para mim é um menino...

- Não acho respeitoso. – afirmou ela –

- És muito ligada à convenções, deveria relaxar mais... É tão linda! – disse Kyouraku com aquele tom mole capaz de desarmar qualquer dama –

- Alguém aqui tem de ser, Capitão. – Nanao começou a se levantar – Agora gostaria que fosse embora, estou cansada e gostaria de me retirar.

- Ou talvez eu pudesse lhe fazer companhia... Está uma noite um tanto fria. – aquele tom de segundas intenções ele já nem mais escondia –

- Eu tenho cobertores o suficiente. Boa noite, Taisho.

Dito isso a Ise entro e cerrou a porta mostrando que realmente não queria mais conversa. Shunsui, por sua vez, não tentou mais nada, ficou ali por mais algum tempo olhando as estrelas enquanto pensava.

Sua menina estava mais distante do que de costume, ela nunca antes saíra de maneira tão intempestiva, ele teve a impressão de que sua presença a deixou incomodada.

Será que ela e Byakuya...?

Não! Não mesmo! O Kuchiki ainda era muito preso a memória da esposa falecida! Não era possível que estivesse tendo um relacionamento com SUA Nanao-chan, sem contar que como era conservador em demasia não se envolveria com alguém proveniente de Rukongai. Mas era preciso lembrar que Hisana provinha de Rukongai...

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Alguns dias depois, Kyouraku ainda continuava com suas indagações sobre como levar sua vida e, nesse momento, tinha algo mais, aquela coisa de Nanao e Byakuya não saía de sua mente. E agora ele tinha certeza de que a Ise estava mais distante, coisa que não poderia permitir.

Shunsui não suportaria perder o carinho e afeição de sua tenente.

- Olá, Nanao-chan! – disse o moreno enquanto corria a porta do escritório –

- Bom dia, Taisho. – disse ela sem muita emoção –

- Hum... Quanta frieza, Nanao-chan! Não se lembra que dia é hoje?

- 28 de março, Taisho.

- Hoje é aniversário da minha esquecida, Nanao-chan! – o capitão tinha consigo um grande sorriso no rosto –

Aquelas palavras caíram como uma bomba no colo da shinigami. Nanao realmente não se lembrava daquilo... Era mesmo seu aniversário?

- Como, capitão? – ela piscou algumas vezes –

- Hoje é seu aniversário, não lembra? Você chegou aqui há muitos anos no dia do seu aniversário...

Lembranças do passado entraram na mente da Ise, aquele não era o dia de seu aniversário, na verdade, ela nem sabia em que dia era tal data... Fora uma colocação de Lisa no dia que a levou da academia shinigami para a Hachi.

Nanao conhecera Lisa antes de ambas se tornarem shinigamis, em Rukongai, distrito 50, a Yadoumaru ajudou-a quando um adulto qualquer tentou espancá-la e depois disso manteve-se a seu lado como uma irmã mais velha. Mesmo não tendo nem dois anos a Ise já possuía forte reiatsu o que causava fúria de alguns espíritos.

Ficaram juntas até Kyouraku em uma missão encontrar Lisa e notar seu poder, a morena não queria deixar o distrito para ir a academia por causa de Nanao, mas depois de muita insistência de Shunsui que não tinha conhecimento da pequena, ela foi... E nesse instante, muita coisa aconteceu, as duas se separaram e durante dois anos Lisa não soube nada da pequena que acabou por ser acolhida por um sensei da academia de artes espirituais.

Muito talentosa, a atual fukutaisho, foi um prodígio e antes mesmo de se formar foi levada para hachi pela fukutaisho do período que agradeceu muito ao sensei que cuidou de sua irmãzinha.

E como fora acolhida no mesmo dia, cerca de um ano antes, em que estava sendo levada para a Hachi, Lisa lhe disse aquela era uma data especial e que a partir daquele dia seria o seu aniversário. Não eram lembranças claras, pois ainda era muito criança, o que sabia desse período fora a própria Lisa que lhe contara posteriormente enquanto ainda era a Tenente do oitavo esquadrão de proteção.

- Nanao-chan? – indagou Shunsui –

- Hum? – disse a morena acordando do transe –

- Então, posso lhe dar um abraço?

O tom de voz usado pelo capitão não parecia esconder nenhuma segunda intenção, o olhar dele era sincero, e por isso, ela não pôde negar o pedido feito. Apesar de tudo, eles faziam parte um da vida do outro. Ele mais da vida dela, do que o contrário, mas mesmo assim... Cem anos era bastante tempo.

- Pode, Taisho.

Ela se levantou e Shunsui envolveu a delicada Ise em um abraço apertado, ele queria aproveitar aquele momento visto que ela raramente permitia tais aproximações. Ele queria tanto que ela fosse menos difícil no sentido de baixar a guarda para o seu amor.

- Parabéns, Nanao-chan! Eu fico feliz de ter estado com você todos esses anos! – ele deu um beijo na testa da moça e se afastou –

Em momentos como aquele, não tinha como ela não ser completamente apaixonada por Shunsui. Apesar de todas as brincadeiras, irresponsabilidades e ações que machucavam seu coração... Ele era sempre tão carinhoso e gentil.

As batidas de seu coração começavam a falhar e ele ainda não tinha acabado...

- E aqui está o meu presente. - o moreno lhe estendeu uma pequena caixinha –

- Não precisava, Taisho.

- Eu sei, mas queria te dar alguma coisa para sempre se lembrar de mim. – ele sorriu –

Como se fosse possível esquecê-lo!

Ao abrir o embrulho, Nanao encontrou a ponta de um floco de neve feito de cristal, a ponta que faltava no colar que ela ganhara dele a muitos anos se completar. Realmente, seria impossível esquecê-lo ao olhar aquilo, no final sempre acabavam presos as lembranças um do outro.

Flash Back on

Era mais um dia comum na Hachi bantai, as coisas estavam mais calmas na Seireitei, e novos capitães e tenentes já estavam sendo substituídos. Claramente que tudo só estava bem na superfície, pois além de serem parte de uma organização, os shinigamis que morreram eram pessoas com laços e o vazio que ficou não podia ser ignorado e esquecido.

Uma pequena menina olhava da janela de seus aposentos o sol se pôr, andavam sendo dias estranhos. Todos pareciam tensos e ela soubera pôr alto do exílio de um dos treze capitães...

E Lisa-fukutaisho ainda não havia voltado... Sentia tanta falta dela, afinal, a morena fora o mais próximo de uma figura materna que a pequena Ise tivera. Talvez o grande capitão tivesse notícias... Não, não, não iria incomodá-lo com sua aflição.

Era seu aniversário, aquela data especial e ela estava sozinha. Era estranho, visto que estava acostumada a presença de Lisa, naquele dia fazia um ano que ela chegara a Hachi.

Após alguns minutos de reflexão, a pequena levantou-se, resolveu ir a academia de artes espirituais visitar seu antigo sensei. Afinal, desde que entrara para o esquadrão não tivera muito tempo para visitá-lo, eram tantos livros para ler, e horas de treinamento...

Seria beneficio mútuo, afinal, não podia ser ingrata com aquele que a acolheu tão gentilmente sem nenhuma espécie de interesse. Decidida, a criança caminhou para fora de seu quarto se dirigindo para Rukongai.

Estava havendo um sarau naquele dia, assim, Nanao não encontrou problemas para sair do esquadrão. Era duro ser o membro mais novo, todos se achavam meio que responsáveis por si.

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A Ise foi diretamente para a sala de seu sensei, sabia que ele estaria ali ainda, ela mesma passou muito tempo ali enquanto vivia com ele. Tivera acesso a tantos livros e orientação.

Koyama-sensei era um mestre nas artes demoníacas que no passado tivera uma família que perdeu após um ataque de hollows, desde então vivia apenas para ensinar... Ela vira uma vez a foto da filha dele e eram realmente muito parecidas, tanto que no auge de sua inocência perguntou a ele quando tiraram aquela foto, pois não se lembrava...

Bateu a porta e recebeu permissão para entrar.

- Com licença, Koyama-sensei, estou incomodando?

- Nanao? – disse ele surpreso – Não acredito que estou vendo-a, não achei que o faria tão cedo.

- Desculpe-me, mas não andava tendo tempo. Não me esqueci do senhor.

- Eu sei criança. – ele sorriu paterno – Sente-se, toma chá comigo? Ou essa é uma visita rápida.

A menina sentou-se ajoelhada e foi servida. Tudo estava da mesma maneira que se lembrava. Era bom estar num lugar tão familiar.

- O que me conta de sua vida no oitavo esquadrão, tratam-te bem lá? Está tendo auxilio para treinar? Foi isso que Lisa prometeu a mim quando pediu que eu entrasse com o pedido para sua entrada no esquadrão.

Ela bebericou o chá.

- Tratam sim, muitas vezes até demais. É meio chato ser tratada como uma incapaz! Eu sei que posso!!

- Tenha paciência, ainda tem muito tempo para mostrar seus talentos, não se apresse. – disse o homem –

Ficaram alguns minutos tomando chá em silêncio, esse que foi quebrado por Nanao, ela não agüentava mais ficar naquela dúvida. Talvez seu sensei soubesse de alguma coisa.

- Sensei...

- Sim, Nanao? – disse ele calmo –

- O que está acontecendo? Eu soube de um capitão com ordem de exílio, de shinigamis que desapareceram e Lisa-fukutaisho ainda não voltou de sua missão!!

O homem engoliu saliva, não imaginava que ela ainda tivesse sido comunicada da morte de Lisa. Mesmo ele que ficava fora de Seireitei, ficara sabendo, talvez fosse devido a sua pouca idade.

- Bem, Nanao... O capitão do décimo segundo esquadrão ultrapassou todo e qualquer limite ético em suas pesquisas, utilizando companheiros shinigamis de cobaias, o que causou a morte de alguns oficiais.

- Por isso todos andavam preocupados com a ameaça que se escondia em Rukongai... – divagou a shinigami – Agora entendo porque Lisa-chan ainda não voltou, ela deve estar investigando.

- Não, menina. – aquilo seria difícil, mas alguém teria de fazê-lo – Lisa não voltou por esse motivo.

- Não? – indagou confusa – Então por que ela ainda não voltou.

- Desculpe ter que te falar isso... – Koyama não sabia o que fazer, não sabia qual a reação da criança ao ouvir aquela notícia –

- Sensei?

- Lisa não voltará, Nanao, ela não é mais a fukutaisho da Hachi.

- Por quê?? Por que Lisa-fukutaisho foi transferida? Por que ela não voltou para falar comigo?

- Você não entendeu querida, Lisa não foi transferida, ela... – o homem não conseguiu terminar a frase –

- Ela o quê?? – perguntou exigente a criança –

- ele suspirou – Lisa não pertence mais a nosso mundo, ela pereceu em missão.

Naquele instante, o mundo da Ise ruiu em milhões de pedaços. O que ela tinha acabado de ouvir? Lisa-fukutaisho sua melhor amiga, a pessoa a qual devia tanto, aquela lia consigo estava morta?

Não, aquilo não podia ser verdade! Aquilo não era verdade! Lisa era uma fukutaisho muito forte! Não pereceria em combate tão fácil!! O capitão disse que ela estaria de volta ao amanhecer!!!

Por que a vida tiraria a única pessoa que se importava com ela? Desde que se entendia por alma estava sozinha cercada por pessoas que não se importavam com ela... Só quando Lisa apareceu que isso mudou e agora estava só de novo?

As lágrimas brotaram de uma maneira que nunca aconteceu antes, a pequena aprendeu a ser forte e que chorar não era a solução para nada, mas daquela vez não pôde evitar.

Ouvir o pranto desesperado da menina fez aquele velho homem querer que o mundo se acabasse ali. Ele sabia da relação próxima das duas, mas não imaginava que ela fosse reagir daquela maneira.

- Calma Nanao, calma... Não chore! Eu sei que é difícil, mas você é uma menina forte!

- Eu... e... A Lisa-fukutaisho!!! – os óculos de lentes redondas estavam embaçados demais –

Ficaram ali até ela se acalmar um pouco e depois Koyama levou-a para a hachi bantai, achou que Nanao já dormia, mas assim que saiu ela voltou a chorar, mas desta vez baixinho. Não acreditava no que tinha ouvido.

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Shunsui que caminhava pelas dependências de seu esquadrão, achou uma caixinha que se esquecera de dar a pequena Nanao em seu bolso. Era aniversário da mais nova integrante da hachi Bantai e agora que Lisa não estava mais entre eles, ele tinha a obrigação de cuidar dela, como a morena pedira.

O capitão ainda não acreditava que sua Lisa-chan tinha morrido... Aquilo era tão estúpido! Ela não podia ter morrido! Não devia tê-la mandado naquela missão...

Ah se pudesse voltar atrás...

Passando pela porta das dependências da pequena Nanao, decidiu deixar o presente lá, não queria que a menina achasse que ninguém se importava com ela, porque isso era mentira.

No entanto, o que ouviu não foi a respiração calma dela adormecida e sim uma respiração turbulenta que quase apagava o som de um choro baixinho, sem contar a reiatsu alterada.

Sem pensar duas vezes, entrou no quarto da menina, encontrando-a encolhida tentando suprimir o choro. O que estava acontecendo ali?

- Nanao-chan? – sussurrou o capitão –

A menina se ergueu no pulo olhando para a figura que logo sumiu para depois aparecer bem a sua frente abaixando-se a sua altura.

- O que foi, Nanao-chan? Por que choras?

- Ky... Ky... Kyouraku-tai... sho? – disse ela assustada –

- Por que está chorando? O que aconteceu? Te fizeram alguma coisa?

A menina o olhou e desabou em lágrimas novamente, dessa vez sendo acolhida por um abraço do capitão. E pouco a pouco ela contou o que lhe afligia e isso acabou com o homem ali... Não queria que ela tivesse ficado sabendo daquela maneira. Demorou muito até que a menina se acamasse para que pudessem conversar.

Foi um trabalho árduo fazer a menina se acalmar e quando conseguiu, deu-lhe o delicado presente. Vendo um sorriso genuíno se formar nos lábios infantis.

- Sabia que não existe um floco de neve igual ao outro, Nanao-chan?

- Eu acho que já li isso em algum lugar... – disse ela olhando-o sem os óculos e Shunsui pela primeira vez notou o quão azuis eram aqueles olhos –

- Pois então, dessa maneira quando tiver o pingente montado vai ter um floco só seu. Mostrando o quanto és especial...

- Mas se o pingente tem a forma de um floco de neve não quer dizer que quem o fez teve que ver um de verdade antes de fazer?

- Bem, isso eu não sei, mas se um dia esse floco existiu já derreteu e assim ninguém mais ter um igual ao seu.

- Obrigada, Taisho. – ela sorriu, mas não estava realmente feliz –

- Mas agora já está na hora de meninas kawaiis como a Nanao-chan dormirem para crescerem fortes e bonitas.

Dito isso ele puxou-a para o colo, não iria deixá-la sozinha para que voltasse a chorar. E Nanao adormeceu logo, mas Shunsui ficou um bom tempo ali ouvindo o ressonar tranqüilo da menina.

- Você não está sozinha, Nanao-chan, nunca estará...

Flash Back Off

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Renji terminara de fazer o que seu capitão pedira e agora iria para o almoço que Matsumoto chamara. Era aniversário de Ise Nanao e a ruiva estava fazendo um almoço surpresa... Ainda bem que ela pediria comida.

- Já está saindo para o almoço, Renji?

- Hai, Taisho. Precisa de mais alguma coisa?

- Não. – os olhos cinzas correram até um pequeno embrulho que Renji carregava –

- Aniversário da Ise-san, Rangiku resolveu fazer um almoço surpresa... Er... Já vou indo.

Assim que o ruivo saiu, Byakuya sorriu, não podia ir a esse almoço, chamaria muita atenção. Mas Nanao lhe faria uma visita na tarde do próximo dia. Seria até melhor, pois teria a atenção da moça única e somente para si.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Dedicado a minha dorada miga Senju-chan!!! Espero que gostem meus amores e comentem!!! Adoro vcs!!!
kiss kiss



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