No capitulo anterior...

Entrei no IML com o coração na boca, falei com a atendente e ela me levou até o necrotério e mostrou-me o corpo sobre a mesa coberto com lençol.

- O senhor pode ficar o tempo que precisar. Caso precise tem os pertencer encontrados com a garota para facilitar o reconhecimento – ela disse colocando a mão no meu ombro. – Assim que terminar o reconhecimento me encontre na recepção. – Ela disse fechando a porta.

Caminhei devagar até a mesa temendo o que iria encontrar, puxei o lençol devagar e descobri o rosto...

--*--

O rosto estava todo machucado, com queimaduras e irreconhecível. Olhei então para o lado e vi o que nunca quis ver em toda minha vida, o cordão que tinha dado a Bella a uns cinco anos atrás, com um desenho de um cisne de ouro.

As pernas me faltaram, o ar não chegava aos meus pulmões. Não podia ser, minha menininha não podia ter sofrido tanto assim. A minha Bella.

- Minha filha, perdoe-me, por não ter sido o pai que você precisa, por ter sofrido meu anjo, por não esta ao seu lado quando precisou, eu te amo tanto e você irá fazer tanta falta meu anjo, quem vai separar as brigas entre as meninas, quem vai brincar com o Emmett, quem vai ser a Barbie da Alice, quem vai ser a minha menininha?????? POR QUE??????????? POR QUE COM ELA?????????? ISSO NÃO É JUSTO!

- Carlisle, meu amigo,se acalme. – Charlie me abraçou e puxou-me de perto do corpo. –Sinto muito Carlisle, mas não a nada que possamos fazer a não ser pegarmos o culpado por isso. Eu prometo que farei tudo que tiver ao meu alcance para prender o desgraado que fez isso com ela...

Meia hora depois...

- Desculpa te perguntar isso, mas como a reconheceu? – Charlie me perguntou depois do vigésimo copo de água que me dava para me acalmar.

- O cordão, com um cisne de ouro, foi presente meu... – eu não conseguia concluir a frase, nó na minha garganta aumentava mais ainda. – Eu..

Contar a noticia parecia mil vezes pior do que fazer o reconhecimento dela, como eu irei fazer isso não tenho a mínima idéia, como irei contar para Alli e Rose que perderam a irmã, ou para o Edward que sua namorada morreu, e o Emmett??? Como irei contar a ele que a Bellinha não vai mais voltar???

Pensei nisso durante todo o caminho de volta para a casa. Isso era uma ironia e tanto, sendo que eu já dei noticias como essa a muitos pais quando seus filhos morriam no hospital, mas não fazia idéia de como iria dar essa noticia a minha família,pois até agora, mesmo vendo o corpo e o cordão, eu não conseguia acreditar que era ela, a minha filhinha.

Estacionei o carro, abri a porta da sala, e lá estavam eles, todos juntos, na sala esperando o meu veredicto, vendo-os todos me encarando, minha voz não saía e as lagrimas escorreram, não precisei falar mais nada, apenas desabei, eu sabia que tinham entendido,pois na mesma hora o Edward subiu para o quarto e lá se trancou. Jazz abraçou a Alice enquanto Rose  abraçava o Emmett e a Esme.

E agora como iríamos superar tudo isso, daqui de baixo podia escutar o som de vidro se quebrando no andar de cima, Alice se debulhava em lagrimas enquanto Esme vinha ao meu encontro e me abraçava.

- NÃO A BELLINHA NÃO – Escutei o Emmett gritar e sair correndo para os fundos da casa.

Aquilo era o caos, minha vida tinha mudado drasticamente eu não podia acreditar no que tinha acontecido, minha família estava estilhaçada, já havia presenciado uma dor parecida quando René morreu, porem eu não era tão ligado a ela afinal já morava com a Esme, mas agora, sinto que minha vida tinha acabado.

PDV Edward

Nunca imaginei que uma sucessão de acontecimentos podiam causar uma tragédia tão grande, o que uma briga causou. Por que eu não pude escutar o que ela queria me dizer, por que eu deixei uma simples briga nos separar, porque? Se tivéssemos sentado e conversado nada disso teria acontecido, ela ainda estaria aqui, e nós todos estaríamos felizes.

Como eu queria voltar atrás e vê-la sorrindo de novo, rindo das burrices do Emmett ou brigando com a Rose, era tudo que eu precisava naquele momento.

Sei que dizem que o tempo  cura todas as feridas, mas não creio que essa dor vá diminuir com o tempo, pois ela sempre fará falta para todos nós.

Fiquei encolhido no chão do meu quarto não sei quanto tempo, mas minha tristeza não amenizava, a lembrança dela vinha a cada momento em meus pensamentos aumentando ainda mais o meu sofrimento.

                Ver o caixão descendo com o seu corpo dentro me deixou em pânico, não podia acreditar, o enterro foi pior do que imaginava, o Emmett em pânico gritando para a sua Bellinha voltar,  Esme e Rose debulhando-se em lagrimas, o Jazz permaneceu calado como sempre, assim como eu e Carlisle, não tínhamos mas lagrimas para chorar, presenciei varias vezes, Carlisle trancado em seu escritório aos soluços durante as madrugado enquanto segurava uma foto dela.

                Era revoltante e seria assim pelos próximos anos, até que algo nos confortasse, o que duvido muito que aconteça.

                Sete meses depois...

                Dor e silencio resume a situação lá em casa, nenhuma piada do Emmett, nada. Almoços silenciosos, nada de risos, apenas a falta dela.

                Tririmmmmmmm Tririmmmm

                - Alo? – Atendi o telefone.

                Pode passar o telefone para o Dr. Carlisle?

                - Quem quer falar com ele?

                É do hospital.

                - Carlisle é pra você! – disse friamente.

                - Alo? – ele respondeu – Como? Mas você tem certeza...? – um sorriso que não aparecia a muito tempo em rosto surgiu – Mas que noticia boa! Eu já to indo ai, agora mesmo! – ele suspirou aliviado. – Claro, claro, muito obrigado!

                - Quem era, amor? – Esme perguntou intrigado com a felicidade repentina dele.

                - É do hospital, vocês não vão acreditar no que eles me falaram...