E se Fosse Verdade escrita por EmyBS


Capítulo 22
A fuga


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aqui está mais um capítulo... Estamos chegando no fim da trama... Buááááá... Espero que gostem... E comentem... Beijinhos...



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O sol ainda estava forte lá fora, mas isso não me deixava menos apreensiva. Cada segundo me deixava mais próxima de uma morte cruel e violenta. E eu realmente não estava a fim de descobrir se aqueles filmes extremamente sangrentos de lobisomens destroçando suas vitimas tinham algum fundo de verdade.

Realmente não queria mesmo saber.

Já fazia algumas horas que Pierre havia saído do quarto e não retornara. No inicio meu coração se encheu de uma felicidade estranha. Eu teria ajuda e estaria livre, mas logo o tempo foi passando e a angustia tomou conta.

Havia muitos lobisomens ali.

Como Pierre conseguiria passar por eles?

E porque Pierre vivia machucado?

Isabella, porque os machucados de Pierre importam para você?

Respirei fundo tentando acalmar meu coração que batia descontrolado pela adrenalina estranha que se espalhava pelo meu corpo, apesar deu continuar parada olhando pela janela ampla do quarto.

O dia lá fora parecia normal.

Me virei rapidamente ao ouvir a porta se abrindo e meu coração foi a boca.

Não era Pierre.

Era o estranho loiro do dia em que acordei.

- Olá minha cara!

O loiro tinha um sorriso estranho no rosto.

Não respondi nada, apenas continuei olhando para o homem parado no meio do quarto parecendo analisar o ambiente.

- Vejo que Pierre não lhe trouxe roupas, que mal educado.

Uma risada rouca de cachorro se fez ouvir da porta, mas não dava para ver quem estava rindo. A única certeza é que havia outros depois da porta.

- Vista!

Um vestido vermelho foi jogado em minha direção. Era curto e moldava os seios.

- Não.

Respondi firme empinando o nariz. Ninguém me obrigaria a fazer aquilo. Era ridículo. Queriam me vestir para participar de um filme de terror e ainda por cima um filme de quinta categoria.

- Rapazes.

O loiro disse displicente enquanto três enormes brutamontes apareciam no quarto. Corri e agarrei o vestido caído no chão.

- Eu visto.

O loiro sorriu de lado e com um gesto dispensou os brutamontes que saíram rosnando um pouco do quarto. Continuei olhando para o loiro com o vestido na mão e tive certeza que ele não iria sair dali. Caminhei calmamente para o banheiro e tranquei a porta.

Respirei fundo e coloquei o vestido. Se aquele não fosse um péssimo momento diria até que o vestido tinha ficado bem em mim, mas aquele não era um momento em que eu gostaria de parecer bonita, sexy ou qualquer coisa parecida.

Sai do banheiro sentido minhas mãos suando de apreensão pelo que estaria acontecendo. Não sabia por que tinha que colocar aquele vestido justo, mas até ficava agradecida por uma roupa limpa. Talvez a ultima que eu vestiria.

Péssimo pensamento Bella.

Voltei para o quarto e senti a mão quente do loiro tocando meu braço.

- Ficou bem em você.

Ouvi a voz rouca e continuei quieta. O que ele queria que eu respondesse? Não havia o que falar. Tinha certeza que ele não gostaria de ouvir palavras grosseiras. Com certeza não faria bem para minha vida.

- Eu volto mais tarde.

E com isso a temperatura voltou ao normal no quarto e eu me vi mais uma vez sozinha naquele ambiente. Esperar me deixava angustiada. Voltei para a cama e me joguei sem ter nada melhor para fazer. Eu realmente odiava esperar.

Não sei quanto tempo se passou até ouvir a porta se abrir mais uma vez, mas dessa vez os cabelos loiros platinados e olhos azuis tinham um dono conhecido: Pierre.

Levantei apressada e sem me dar conta dos meus atos, corri até ele me agarrando ao seu pescoço sem me importar muito com o desconforto da pele quente. Eu estava tão angustiada e solitária trancada naquele quarto.

- Onde você estava?

Pierre riu apesar do seu semblante estar um pouco preocupado e eu me dei conta que me sentia melhor ouvindo aquela risada de cachorro rouco. Não tinha percebido do quanto eu estava nervosa com toda aquela situação.

- Precisamos ir. – Pierre me olhou de cima a baixo e riu – Até vestiram você para o banquete.

- Não tem graça! – respondi chorosa.

- Eu sei...

Ele segurou minha mão fazendo minha pele arder como encostar-se a uma panela quente, devido a pressão que ele fazia, mas não me importei, tudo o que eu queria era sair dali o mais rápido possível, pois a cada segundo a lua ficava mais próxima no céu.

Eu precisava fugir.

Imediatamente.

Uma capa negra e longa foi jogada por cima de mim e me vi caminhando rapidamente por corredores. Os outros lobisomens não pareciam estar em nenhum lugar e estranhei esse fato. Pierre pareceu perceber minhas perguntas e comentou:

- Estão em reunião no porão.

A voz dele não era mais de um pequeno sussurro e eu me mantive calada a fim de não levantar qualquer suspeita de que estava ali. Eu já tinha visto filmes de suspense o suficiente para saber que o menor ruído poderia acabar com tudo. Podia jurar que tinha parado de respirar também devida toda a tensão que sentia, meus ombros doíam, assim como meu peito.

Pareceu fácil demais sair daquele lugar, mesmo que estivéssemos usando caminhos estranhos e complexos entre a vegetação que circulava a grande casa. A cada instante Pierre me fazia correr mais rápido e meu coração batia descompassado. O mais importante era colocar distancia entre a minha pessoa e aquele bando de lobisomens enfurecidos.

Éramos dois loucos correndo, mas não demorou muito até ouvirmos os sons característicos de uma perseguição.

Pierre me pegou pela cintura e me jogou nas costas correndo ainda mais rápido e eu me senti uma criança mal criada, mas não reclamaria. Nem da dor que era ter minha pele perto dele e nem da posição desconfortável.

Qualquer coisa era melhor que virar comida de lobisomem, eu tinha certeza.

Mas foi um choque bruto que me fez perder todo o ar dos meus pulmões quando meu corpo foi lançado longe e mãos geladas me seguraram no ar.


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