Eu estava na praia olhando para o horizonte pensando em como seria morar com meu pai, como o pôr do sol estava bonito e que Apolo estava de sacanagem comigo e então eu ouvi uma voz familiar:

- O pôr do sol está bonito hoje né? - me virei e quase morri de susto com quem eu vi

- Ca-Calipso! - faltei desmaiar, a Calipso estava bem ali, sentada, rindo da cara que eu fiz, que, provavelmente, foi muito engraçada já que ela ficou rindo por um bom tempo.

- Sim, sou eu destemido. Calipso, filha de Atlas, ninfa do mar ex-prisioneira de Ogígia - ela falou sorrindo

- Mas como? - ela olhou-me e eu me lembrei do pedido que eu fiz quando tinha dezesseis anos lá no Olimpo - Ah, é mesmo - ela riu, a risada dela era boa de ouvir, eu estava olhando ela nos olhos e ela não desviava - É, concordo, o pôr do sol está bonito sim, mas acho que Apolo tá de sacanagem comigo.

- Por quê? - ela fez a pergunta tão dócil que eu quase falei o porquê

- Nada de mais. Mas o que traz a dama aqui?

- Você. Eu queria te ver, faz três anos não é?

- É, faz três anos.

- Você cumpriu a promessa que me fez? De fazer um jardim em Manhattan?

- Cumpri sim, promessa é dívida.

- Bom saber que você é confiável - ela me falou sorrindo

- Bom, pelo menos eu sou confiável - olhei para o acampamento e deitei na areia

- Como assim: pelo menos você é confiável? - ela me perguntou enquanto pegava a minha cabeça da areia e colocava no colo dela me fazendo olhá-la nos olhos

- Minha namorada, quer dizer, minha ex-namorada me traiu com um filhinho de Apolo.

- Ah, então é por isso que você tá com cara que comeu e não gostou e por isso também que falou que Apolo tava de sacanagem com você! - ela falava enquanto mexia no meu cabelo

- É, é por isso que eu to assim. E ela ainda tem a cara de pau de beijar o cara na frente de todo mundo algumas horas depois de eu ter terminado com ela - e aí eu contei para ela o que aconteceu até a hora da praia, quando eu acabei ela falou:

- Você vai aceitar a proposta do seu pai? Isso é uma chance única.

- Não sei, mas acho que sim - admito, eu queria muito

- Porque você acha que sim?

- É que depende das circunstâncias, sabe.

- Que tipo de circunstâncias?

- Você faz perguntas demais mocinha! Chega! Eu não respondo mais nada. - depois que eu falei isso ela começou a rir e eu ri junto. Nós ficamos conversando até a hora do jantar.

- Ih, hora de jantar.

- É melhor eu ir.

- Não, fica aqui. Janta comigo.

- Mas eu não sou uma semideusa.

- E daí. Vários não semideuses jantam com a gente: espíritos da natureza e sátiros. Meu melhor amigo por exemplo é um sátiro e janta aqui.

- Tá bom. Então eu janto aqui, mas com você.

- Tá bom. Então... Vamos. - eu dei meu braço e ela segurou.

  Chegando ao pavilhão eu a apresentei para Quíron e para o Sr. D (que tentou dar em cima dela). Eu e ela ficamos conversando enquanto jantávamos, eu torci para que o pavilhão continuasse claro, porque pelo que eu me lembrava ela brilhava no escuro mais forte que uma estrela. Quando acabamos de jantar voltamos para a praia e né que ela brilhava mesmo!

- Eu tenho que ir, Percy. Vou ver o jardim que você fez.

- Aqui, toma o endereço, basta mandar para minha mãe uma mensagem de íris e falar onde você está, fala que eu que pedi para ela te levar até lá. - e entreguei um papel com o endereço da minha casa

- Bom, espero te ver novamente. - ela me beijou na bochecha e sumiu em uma brisa do mar. Eu fiquei mais um tempo na praia e fui para o meu chalé dormir, estava muito cansado.