as Lágrimas da Fada Madrinha escrita por fosforosmalone


Capítulo 1
As Lagrimas Da Fada Madrinha




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INSTITUTO MÉDICO LEGAL DE CHAMBERLAIN

   Sue Snell esta sentada em um banco em um corredor iluminado por uma luz branca, tendo sua mãe sentada ao seu lado. Sue esta ali nesse dia para reconhecer um corpo. Ela poderia reconhecer muitos dos corpos que estavam recolhidos no necrotério nessa noite. O baile anual do colégio Ewen se transformou em um inferno, que se espalhou por toda a cidade. Muitos morreram nas ultimas horas,

Sue não podia imaginar quantos colegas perdeu naquela noite. Quantos amigos se foram. Tudo o que sabia é que foram muitos. O salão fora o epicentro daquele desastre, e quase toda a escola estava lá. “Meu Deus”, pensa Sue “Tommy estava lá. Eu o mandei para morte”. Uma lagrima escorre pelo rosto da garota. Ela sente o braço de sua mãe pousar em seu ombro, e puxá-la para um abraço silencioso, que Sue aceita de bom grado. Sue fica abraçada na mãe por um bom tempo, igual quando era uma garotinha. De repente, a Sra. Snell afasta delicadamente a filha. Sue tira o rosto do ombro da mãe, e vê um homem de jaleco branco se aproximando. Ele para na frente das duas e pergunta

         DR. BRIAN

                                            - Ola, sou o Dr. Brian. Você é Susan Snell, certo?

      SUE

- Sou eu sim (responde Sue limpando as lagrimas dos olhos).

DR. BRIAN

- Já pode fazer a identificação. Vai entrar acompanhada?

Sue e sua mãe trocam um olhar. A garota tivera dificuldade em convencer a mãe a deixá-la ir fazer o reconhecimento do corpo, e mais dificuldade ainda em permitir que entrasse sozinha. Sue foi obrigada a contar a sua mãe toda a historia. Contou tudo, o incidente no vestiário, a idéia de mandar Carrie ao baile no seu lugar, até mesmo a estranha e terrível experiência telepática que tivera. Só depois de ouvir tudo, foi que a mãe de Sue concordou com o pedido da filha.

Por um momento, quando o Dr. Brian fez a pergunta, parecia que a Sra. Snell ia recuar em sua decisão de permitir que a filha entrasse sozinha, mas com um aceno de cabeça, incentivou-a a ir em frente.

SUE

- Não, eu vou entrar sozinha.

DR. BRIAN

- Então me acompanhe, por favor.

Sue segue o médico através do corredor branco. Subitamente, a adolescente começa a sentir bastante frio. Por um instante se arrepende da escolha em entrar sem a mãe, mas sabe que isto é uma coisa que tem que fazer sozinha. Na opinião dela, ninguém mais na cidade faria isto. E se ninguem fizesse, não haveria um registro legal. Para Sue, esta questão se tornou sua responsabilidade.

Responsabilidade. Sue tem pensado muito sobre esta palavra nas ultimas horas. Quem era a responsável por esta tragédia. Seria Carrie White? Todos com certeza vão pensar que sim. Mas Sue sabe o quanto aquela garota sofreu, seja sendo perseguida no colégio, ou sendo atormentada pela mãe fanática. Mas Carrie não poderia ter sido forte e aguentado? Não, não com o fardo que carregava. O dom que se tornou maldição. Graças aos poderes de Carrie, suas mentes se ligaram por um momento. Sue pôde sentir toda o odio, a humilhação, o medo, e o horror que Carrie sentia pelo que havia se transformado. Tantas emoções reprimidas por uma vida inteira, botados para fora de maneira destrutiva fez aflorar o monstro interior de dentro da garota timida. E por mais que no futuro Carrie venha a ser chamada de bruxa e tudo mais, Sue sabia que no final, Carrie abominou este monstro.

Enquanto o Dr. Brian abre uma porta que dá em uma sala mais escura, Sue lembra-se de Margaret White. A cidade inteira achava que ela era louca. E era mesmo. Louca e cruel. Tão louca a ponto de esfaquear a própria filha. Seria ela a responsável? Tambem não podia responsabilizá-la. Não fora ela que tivera a idéia idiota de jogar sangue em Carrie. Os poucos sobreviventes relataram que um balde de sangue jogado na garota foi o que despertou sua ira, Mas pensando bem, nem a pessoa que fizera esta brincadeira terrível era inteiramente responsável. “Quem era a pessoa responsável então?” pensou Sue. Talvez ela própria, Sue Snell. Afinal, se não fosse por ela, Carrie não estaria naquele baile.

Sue começou a ser conduzida através de uma sala lotada de macas com sacos mortuários em cima. Lá dentro, a temperatura era realmente baixa. O médico conferia as macas com o olhar, juntamente com uma prancheta que tinha em mãos. Ele para diante de uma maca, e diz:

DR. BRIAN

- Esta pronta pra ver isso mesmo, garota?

  SUE

- Sim.

O médico abriu parte do saco, revelando o rosto de seu ocupante. Uma jovem com sardas no rosto, e longos cabelos loiro escuro.

DR. BRIAN

- Consegue identificar?

SUE

- Sim. É Carrie White. A filha de Margaret White.

Uma onda de tristeza atinge Sue. Ela não queria nada daquilo. Tudo o que ela queria ela dar uma noite feliz para Carrie. Ela queria dar a garota tímida e deslocada, que era atormentada pelas garotas “populares” um dia de princesa. Ela só queria ser uma fada madrinha para Carrie. Queria que ela encontrasse alegria, e não desespero e morte. A mão trêmula de Sue toca o rosto pálido de Carrie, enquanto lagrimas começam a brotar em seus olhos.

SUE

- Me desculpe, Carrie (diz tentando inutilmente conter o choro) Deu tudo errado.

DR. BRIAN

- Eu posso...

Antes que o médico termine de falar, Sue sai do necrotério em um passo apressado. A jovem consegue fazer metade do caminho de volta, mas repentinamente sente-se tonta, e se escora na parede, deslizando até o chão, à medida que as lagrimas descem fartas pelo seu rosto. Ela só queria que Tommy estivesse ali para confortá-la. Queria que Carrie estivesse viva. Queria ter feito mais para ajudá-la. Queria nunca ter caçoado dela no vestiário. Queria muitas coisas que nunca poderia ter. Sem ação, a pobre fada madrinha chora no chão, por seu amor perdido, e por sua Cinderela morta.


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Notas finais do capítulo

Minha primeira fic de capitulo unico. Espero que tenham gostado, embora eu mesmo não tenha certeza se estou satisfeito. Hehehe

Quem puder, deixe um review.

Até!



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