Pequeno Aisu... escrita por Nebbia


Capítulo 1
Parte 1 - Descoberta Inesperada


Notas iniciais do capítulo

N/C: Originalmente seria uma One-Shot, mas acabei me empolgando para escrever tudo e ficou maior do que eu esperava (dá pra perceber que até cortando a Parte 1 ficou grande) >.<' Vou postar o resto em breve.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/115280/chapter/1

 Pequenos passos com o tempo tornaram-se grandes distâncias e, quando percebeu, o barulho alto vindo de sua horda marinheiros agora tornava-se um baixo ruído de fundo, sendo reposto pelo calmo som das águas marinhas batendo contra as rochas na costa da Nova Terra.

 Sua falta parecia não ser notada pelo grupo, mas isso não lhe importava. De fato, Noruega agradecia por conseguir escapar despercebido. Nada mais conhecia da ilha além de sua costa, e explorá-la parecia uma boa ideia no momento, vendo que sua única opção fora isso seria observar seu grupo de marujos encherem-se de bebida até caírem.

 O norueguês então recomeçou sua caminhada, ainda contornando as margens da terra mesmo que estas já fossem conhecidas. Queria ficar mais ao som do mar, olhando as ondas baterem ferozmente contra as rochas que jaziam metros abaixo, perto do planalto, decorando-o como uma renda. Noruega perguntava-se se toda a sua costa era assim ou se haviam praias, ou ao menos um lugar onde pudesse ficar mais perto do nível do mar.

 Mas, para ele, aquilo já estava de bom tamanho. Sentou-se com cuidado na borda do planalto, cuja superfície, assim como toda a ilha, estava coberta da neve que mansamente caía. Fechou os olhos como que entrando em uma meditação profunda e uma leve brisa vinda do norte acariciou seu rosto de um jeito suave. O cheiro do mar vindo de cada onda quebrada nas pedras era um incenso tão forte que Noruega quase entrou em um estado completamente zen. Quase...

 Um som incomum bastou para que o norueguês abrisse seus olhos e esquecesse totalmente do resto dos acontecimentos. Um som que, por um instante, julgou ter sido de um de seus homens, porém era agudo demais... Infantil demais...

 Noruega sentiu seu coração palpitar mais forte com o pensamento que passara pela sua cabeça. A ilha seria habitada? Sabia que a resposta só viria se conferisse... E, antes de se virar, levantou-se.

 A poucos metros do norueguês havia uma pequena criança albina, cujos olhos violeta jogavam a este um olhar curioso. Trajava uma espécie de vestido roxo e um amuleto no pescoço que, pelo tamanho, deveria pesar mais ou menos um terço do peso do próprio pequeno. Depois de uma breve examinada nas roupas, se deu conta de que eram quase idênticas às suas.

 Noruega inclinou a cabeça de um modo brusco. Não recordava-se de trazer crianças a bordo. Quem sobreviveria em uma ilha praticamente deserta como aquela?

 Cuidadosamente, dirigiu-se com passos leves até o garoto, que observava em silêncio cada mínimo movimento feito por ele, sem nada fazer. Noruega podia ver medo nos olhos da criança, e este medo foi confirmado quando o explorador extendeu as mãos para pegá-lo no colo.

 Emitindo um breve gemido de susto, o menino rápidamente afastou-se dos braços do outro, correndo para longe da costa, para a parte ainda inexplorada da ilha. Instintivamente, o norueguês seguiu-o até perdê-lo repetinamente de vista, o que confundiu-o por uns instantes, mas foi esclarecido após ouvir um berro vindo de perto.

 Não longe de onde Noruega procurava havia uma praia que este não havia notado, um pouco abaixo, e cuja entrada só era possível após a passagem cuidadosa por uma barreira de rochas. Na pressa, o pequeno não parecia ter sido tão cuidadoso...

 O albino estava sentado em uma das pedras, chorando com o rosto coberto de lágrimas que não cessavam e apertando o joelho esquerdo coberto de sangue contra o peito. Vendo a cena, o norueguês tentou aproximar-se novamente da criança, com cautela para não assustá-lo tanto novamente.

 " Está tudo bem...", o descobridor disse em um tom ameno enquanto pegava o pequeno no colo e acariciava suas costas em uma tentativa de aparziguá-lo. Aos poucos, o outro acalmava-se e seu choro diminuía até tornar-se apenas soluços que desapareceram com o tempo. Logo, o garoto aconchegava-se no colo de Noruega, quase a dormir.

 " Vamos para casa... Eu te faço um curativo, vai ficar tudo bem.", continuou em sua voz calma mesmo sem saber se o garoto ouvia ou ao menos entendia, afagando seus cabelos prateados. Então levantou-se e voltou ao mesmo ponto de onde havia começado sua "exploração", com o garoto no colo.

Ao longe, já podia ver alguns de seus homens caídos no chão, outros com hematomas nos braços e no rosto, mas todos rindo como se tal coisa fosse apenas natural. Noruega franziu o cenho e deu uma rápida olhada ao garoto que achara. Este continuava dormindo repousando a cabeça em seu colo e provavelmente não notaria o escarcéu que acontecia à sua frente.

Ao perceberem a aproximação do capitão, os marujos voltaram à praticar ações mais sóbrias, ficando eretos e olhando-o em sinal de obediência. Todos notaram o garoto que o viajante segurava em seus braços e perguntavam-se de onde este aparecera, mas ninguém ousou comentar ou perguntar nada.

“ Vamos?”, perguntou o norueguês em sua voz monótona, levantando uma sombrancelha.

A viagem de volta para casa ocorrera sem maiores problemas. Conforme a ilha que deixava para trás diminuía, Noruega ainda tentava entender como a criança que encontrara chegara lá, ou como vivia... Era confuso, não havia nexo... E acabou dedicando a viagem inteira a pensar sobre isso, enquanto o garoto dormia embalado pelas ondas que levavam o barco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/F: Sinto muito por algumas letras estarem em azul, mas meu teclado não tem cê cedilha e til então tive que copiar de algum lugar, mas a cor ficou alterada x_x'