“- Está bem, Lily – disse Marlene – Sete segundos.

Mas mesmo depois do tempo definido esgotado, Lily Evans ainda beijava James Potter.”

- Lily? – chamou Marlene novamente, controlando-se para não rir.

Sirius Black, ao contrario dela, não se importava em dar boas gargalhadas diante da cena. Remus Lupin, que até então lia atentamente ao Profeta Diário daquela manhã, fora interrompido quando Lily adentrara a cabine e agora contemplava, de queixo caído, a companheira monitora no colo do amigo, e ambos praticamente se engoliam. Peter, por sua vez, parecia um tanto assustado.

- Lily? – chamou Marlene outra vez – Lily, eram sete segundos! LILIAN! – explodiu.

Só então Lily deu ouvidos a ela.

- O que? – quis saber, mas no momento em que olhou para Marlene arrependeu-se mortalmente.

Todos os olhos estavam voltados para ela, inclusive e principalmente os de James Potter. Ao perceber que ainda estava em seu colo, Lily deu pulo e foi postar-se atrás de Marlene como se esta lhe oferecesse algum tipo de proteção ou coisa do tipo.

Quando ninguém disse nada, Lily tomou a palavra.

- Alguma objeção contra minha coragem? – indagou tentando manter-se firme e voltada a Marlene e somente a Marlene porque Lily estava com medo de olhar em outra direção que não fosse a da amiga.

- Olha... Nenhuma – respondeu Marlene, rindo – Vou pensar duas vezes antes de te desafiar da próxima vez.

- Fico contente – disse Lily.

Ela virou-se para voltar a sua cabine, mas James protestou.

- O que? Eu não recebo nenhum tipo de explicação pelo o que acabou de acontecer?

- É. Não, não recebe – respondeu ela.

Marlene olhou para ela.

- Qual é, Lily? Você acabou de beijá-lo – ela interpôs – Você, no mínimo, deve dar seu endereço a James para eventuais recados.

Sirius riu da piada. Lily a fuzilou com os olhos verdes, mas não disse nada.

- E então? – apressou James.

- Bem, James – começou Marlene então – desculpe, mas tudo isso faz parte de um desafio.

- O que?

- Eu disse a Lily que ela não era corajosa, não deveria estar na Grifinória – explicou ela – e então ela me pediu que a desafiasse e... Bom, você sabe o resto. Inicialmente era para o beijo durante sete segundos.

- Ah, que bonito! Sou objeto de recreação agora?

Sirius riu. James olhou para ele.

- O que? – perguntou o primeiro – Foi engraçado!

James o ignorou e voltou-se às garotas novamente.

- Estou esperando uma resposta.

Lily e Marlene se entreolharam.

- Nós - Nós não achamos que você ficaria chateado, Potter – disse Lily – Aliás, você passou o último ano todo me pedindo para sair com você mesmo eu dando uma resposta negativa em todas as ocasiões.

- E por isso você se acha no direito de vir aqui e me beijar quando bem entender e tudo bem?

Lily não disse nada.

- Como você se sentiria no meu lugar?

Ela abriu a boca para falar, mas James a interrompeu.

- E não vá dizer que foi apenas uma aposta, Lilian, porque o combinado eram apenas sete segundos e, se ouvi Marlene avisando, você também ouviu e não parou.

Os olhos de Lily pediam socorro quando olharam para Marlene.

- Touché – murmurou Marlene por baixo do fôlego.

- James, eu...

- Admita que gosta de mim, Evans – desafiou.

- O que?! Potter, não chegamos a esse ponto e foi só um beijo...

- Se você me detestasse tanto quanto diz não teria aceitado o desafio – acusou – E, se tratasse apenas de um desafio, o tempo teria sido obedecido.

Marlene olhou de esgueira para Lily. As maças de seu rosto estavam a ponto de atingir a mesma cor que seu cabelo acaju.

- Pontas tem argumentos realmente válidos – apoiou Sirius.

- Vamos, Lily – exclamou James – Eu tenho coragem de dizer que te amo. Você tem?

Lily gaguejou alguma coisa, mas antes que pudesse completar ao menos a palavra que se esforçava para conseguir formar, James deu um passo adiante, em sua direção, e lhe tomou nos braços e a beijou.

Muito mais de sete segundos foram gastos naquele beijo.