Innocence escrita por Anna, Thalia_Chase, bibi_di_angelo


Capítulo 29
Capítulo 29 - Quase 1ª vez




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POV Annabeth

- O que você faz aqui? – Perguntei irritada, mas não deixando de notar como ele estava diferente. Mais... Bonito. Confiante.

- Eu moro aqui. – rebateu, me fitando.

Não pude controlar a vontade de desviar os olhos.

- Não. Não mora. Você mora em Nova Iorque.

- Eu me mudei recentemente. – Respondeu com a maior calma do mundo.

Fiquei boquiaberta.

- Eu não te vejo desde... – Fiz força para lembrar. – Desde o dia do restaurante.

- Minha irmã tomou conta daquilo. Vim para cá tentar uma coisa... Diferente, sabe?

- Nem reconheci você loiro. – Comentei.

- A Courtney pintou. – Disse, passando as mãos no cabelo loiríssimo. Sério, era tão loiro que eu quase acreditei que fosse natural.

Courtney é sua irmã. Uma garota super linda, divertida e inteligente. Só que ela é tão... reservada. Acho que é essa a palavra.

Uma adolescente de 15 anos, os cabelos, com prancha, repicados até os ombros, franja sobre a testa, magra, bronzeada, de olhos castanhos – nunca entendi o motivo dos dois serem irmãos e ele ter olhos azuis, e ela ter olhos castanhos. E o mais bizarro é que o pai deles tem olhos verde-musgo e cabelos pretos. A mãe tem olhos azuis e cabelos ruivos.

- Ficou legal. Combina com seus olhos.

- Nem acreditei quando vi você sentada aqui conversando com aquelas garotas. – Ele sentou-se ao meu lado e me fitou com seus olhos azuis.

- É. Silena arrumou tudo.  Ela pagou... – Balancei a cabeça.

- Quer andar um pouco? – Ele perguntou com um sorriso, familiar, travesso.

Dei um sorrisinho bobo e me levantei. Começamos a caminhar, com os braços roçando. Minha sanidade berrava para eu ir embora dali e fingir que nunca mais vi Michael, desde o dia em que terminamos.

- Eu preciso ir... Meu namorado deve estar preocupado. – Falei, com a garganta seca.

- Vocês... – Ele baixou os olhos.

Franzi o cenho, esperando a pergunta surgir.

- Continuam juntos?

Ao invés de ficar irritadíssima pelo modo de como aquela frase surgiu, como se... Fosse uma doença; fiquei feliz ao responder:

- Sim. Tivemos altos e baixos, mas... Sim, continuamos juntos.

- Qual o nome dele?

Soltei uma risadinha abafada ao recordar de quando eu e ele éramos namorados, e Courtney, sua irmã e minha melhor amiga na época, enchia-me a paciência ao perguntar coisas sobre meu relacionamento com seu irmão.

- Percy. Percy Jackson. – Mordi o lábio inferior ao lembrar sua expressão ao ver-me dobrar a esquina.

- Precisa mesmo ir? – Perguntou depois de uns segundos.

- Sim. Ele deve achar que eu sou uma louca que pula janelas e beija celebridades. – respondi, me arrependendo logo em seguida ao lembrar que ele não devia saber, e bem... Agora sabe.

- James Stark?

Abri a boca para falar algo, mas desisti. Fiz esse movimento umas três vezes e me decidi:

- Já leu o jornal de hoje?

- Sim.

Passei a língua nos dentes, esperando me distrair com algo.

- Preciso mesmo ir. Silena vai pirar, Thalia vai enfartar, e meu namorado vai... – Balancei a cabeça, incapaz de imaginar a expressão de Percy nesse exato momento.

- Tudo bem. Nos vemos por aí?

- Nos vemos por aí. – Confirmei, assentindo com a cabeça.

Botei minha mochila nas costas e comecei a andar, deixando atrás de mim meu ex-namorado e presente garoto que me deixou confusa com sua forma de agir.

Fui à direção em que Mari e Penny haviam seguido e diminui o passo. Tive a impressão de ouvir risadas, mas ignorei.

A mesma garota que surgiu das árvores hoje de manhã apareceu do nada.

Reprimi a vontade de dar um berro.

- Sua louca! Não faça isso! – repreendi.

- Desculpe. – sua voz era melodiosa. – Mas achei que estava perdida.

Franzi a testa. Como ela...?

- Me chamo Katie Gardner.

- Annabeth Chase.

- Não posso ficar muito tempo, mas o suficiente para levá-la ao seu destino. – deu uma piscadela.

Dei o endereço da casa que Silena havia alugado.

- Não fica muito longe daqui. – respondeu. – Vire a direita na próxima rua, ande dezenove passos, vire à esquerda e ande em frente. Vai saber qual é a casa.

Dito e feito. E a contagem de passos foi... Certíssimo. Como se ela soubesse exatamente o jeito de meu andar.

De longe, pude identificar a casa. O que não foi muito difícil. Preparei-me para os comentários de sobre como sou irresponsável, as brigas e tudo mais. Só que quando entrei pela porta, o que encontrei foi uma coisa muito diferente: Silêncio completo. Pareceu-me que não tinha ninguém na casa. Subi as escadas, silenciosamente, esperando encontrá-los de cara feia.

Surpreendi-me quando revistei todos os cômodos da casa e presumi que não havia ninguém.

Eu estava sozinha.

Abandonada.

Com a casa somente para mim.

E a maioria das adolescentes normais com os hormônios a flor da pele iria comemorar, fazer merda, sumir, pedir pizza. Só que eu não sou normal, e nunca vou ser. Joguei minha mochila sobre a cama e me deitei ao lado dela. Não demorou muito e eu já estava dormindo longa e profundamente.

POV Thalia

Eu, Silena, Percy, Nico, Luke, Melanie, Raíssa, Penny e Mari saímos “ao resgate” de nossa amiga.

- Onde vocês a encontraram? – perguntou Percy, com a voz cheia de tensão.

- Foi por aqui... – Mari franziu a sobrancelha. – Penny, onde foi?

- Por aqui mesmo. – confirmou.

- Gente, eu tô com fome. – Nico disse de repente.

Estreitei os olhos e olhei o namorado de Silena.

- Você é muito louco.

- Ué, to mesmo. Eu acordei com uma louca – olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas – jogando uma bolsa de maquiagem na minha cara, falando que é filha da mãe, não tomei café e nem almocei. Minha filha, assim eu vou evaporar no ar.

Dei de ombros para a pouca sanidade daquele garoto.

Silena me cutucou, respirando pesadamente olhando para um ponto da rua. Um loiro MUITO lindo caminhava lentamente sem rumo, pelo que me pareceu.

Quando o reconheci, arregalei os olhos. Fiquei boquiaberta.

- Hã... Gente; vamos nos separar. Vocês vão por ali – apontei para o lado oposto da rua. –, e eu e Silena vamos por aqui.

Todos concordaram. Troquei um olhar nervoso com minha amiga e fomos à direção do ex de Annabeth.

Paramos na sua frente, fechando a passagem. Cruzei os braços.

- O que faz aqui? – interroguei.

- Eu moro aqui.

- Viu a Annabeth? – Silena continuou, com a expressão carrancuda. Ela podia ser louca, mas era séria e má quando necessário.

- Sim. Ela saiu daqui faz uns dez minutos.

Minha expressão se suavizou.

- Sério?

- Nunca falei tão sério na minha vida. – disse. Ouvi a sinceridade em sua voz. Silena também pareceu notar, porque seu maxilar ficou menos tenso.

- Você viu para que lado ela foi? – Silena perguntou ansiosa pela resposta.

- Ela falou que ia se encontrar com o namorado dela. Porque ele devia estar morrendo de preocupação.

Arregalei os olhos.

POV Percy

- Eu vou voltar para casa e ver se Annabeth está lá. – Falei nervoso. Aquela garota estava quase me matando do coração de preocupação.

Todos eles concordaram.

Andei apressadamente na direção da casa e fiquei desapontado ao chegar lá e notar que todas as luzes da casa estavam apagadas.

Abri a fechadura com a chave e suspirei pesadamente. Subi as escadas e chequei os cômodos. Quando eu cheguei ao quarto em que havia dormido, me deparei com a visão mais linda do mundo. Annabeth estava deitada sobre a cama, seu corpo pequeno e delicado estava reto. A mochila dela estava um pouco próximo à minha namorada.

Seus cabelos não estavam bagunçados, o que me surpreendeu. Seu peito subia e descia lentamente. Seus olhos estavam fechados e ela murmurava alguma coisa enquanto revirava-se.

Aproximei-me da cama, com medo de acordá-la. Sentei na ponta da cama e passei os dedos em suas bochechas macias e rosadinhas.  Deitei ao seu lado e entrelacei meus braços em sua cintura. A fragrância de seu cabelo era tão... Doce. E bom. Não doce enjoativo, doce muito bom.

Toquei, levemente, a têmpora de seu narizinho reto e pequeno.

 - Percy... – de início, achei que ela estava acordada. Falou com tanta clareza...

Abri um sorriso imenso. Era bom saber que ela pensava em mim.

- Percy! – ela arfou, levantando-se rapidamente. Sua voz estava rouca e baixa.

- Desculpe.

- Não. Não. É que eu... – Baixou os olhos, suas bochechas esquentando.

Atravessei o quarto e a envolvi com os braços.

- Eu... Desculpe-me. – murmurou.

Franzi a sobrancelha.

- Por que está se desculpando?

- Não deve ter sido... Fácil. Ver aquela foto ali. E a notícia. – murmurou. Parecia dominada pela minha proximidade. Dei um sorrisinho fraco.

- Fico feliz que fique dominada pela minha presença.

Ela arquejou e revirou os olhos. Fitei seus lindos olhos acinzentados. Os olhos eram a tempestade, e os cabelos eram os raios.

Levantei sua mão direita e vi um anelzinho dourado no dedo indicador.

- Meu pai me deu quando eu completei treze anos. – respondeu minha pergunta mental. – Minha mãe... Bem... Percy, meus pais são separados.

Franzi o cenho.

- Eles se separaram quando eu tinha doze anos e meio, foi difícil na época, mas...

- A Taylor é sua meia-irmã? – a interrompi.

Ela negou, levemente, com a cabeça.

- Meu pai de verdade mora em São Francisco. Chama-se Frederick Chase. Ele é casado com uma... Megera. Tem dois filhos.

- Por que nunca me contou isso?

- Eu tento ignorar. – suspirou. – Nunca tivemos uma relação muito... Boa. Sempre aconteciam coisas ruins... Aos treze anos, tentei novamente. Só que... Nunca dá certo. Hmm... Não vamos falar sobre isso.

Ficamos uns minutos, me pareceram horas, em silêncio. Constrangedor.

- Você parece... Diferente. – cortei aquele silêncio que ia me deixar MALUCO se continuasse.

- Eu sou diferente. – rebateu, correndo os olhos pelo quarto.

- Tem razão. Você passa tanto tempo com a Silena, que ficou louca também.

Ela revirou os olhos e me encarou.

E ficamos assim, nos encarando, por tanto tempo, que eu achei que ela estivesse cochilando de olhos abertos.

Aproximei-me dela e coloquei minha mão em sua bochecha. Seu hálito era de uva, o que eu realmente estranhei, porque hoje de manhã mesmo ela estava com hálito de menta.

Ela colocou uns fios do cabelo para trás da orelha e sorriu envergonhada.

Então nos beijamos, o beijo começou bastante... Inocente. Só que aos poucos, foi se intensificando, ficando selvagem. Passei meu braço pelas suas costas, puxando-a para mais perto.  Senti sua unha afundando em meu antebraço.

Previ que iria ficar um hematoma, mas e daí?

Quem se importa com alguma coisa quando se está com Annabeth?

Quem se importa em ficar com hematomas quando se sente responsável pela garota mais importante da sua vida?

Suas mãos, pequenas e frágeis, desceram até o zíper de minha calça jeans. Sua respiração estava fraquejando.

POV Annabeth

Eu sabia que era errado.

Sabia que tinha que parar ali mesmo.

Sabia que se tirasse minha virgindade, meu pai ia ter uma parada cardíaca se descobrisse.

Mas... Quem se importa?

Sabia que estava indo longe demais quando senti ele levantando minha blusa.

Mas... Eu queria continuar com aquilo. Mas não podia.

Porém, eu não podia fazer isso agora. Não aqui. Não nesse momento.

Ele me apertou mais ainda contra seu corpo. Nossos corpos quase se fundindo... Essa era a minha deixa.

Vacilei antes de me afastar, respirando freneticamente.

- E-eu – gaguejou. – fiz algo de errado?

Não. Eu fiz.

- Não... Eu... – olhei para a janela. – Não estou pronta para fazer isso.

Sentei na pontinha da cama, procurando seus olhos.

- Tudo... – engoliu a seco. – Bem.

Deslizei para seu lado.

- Percy, eu quero. Acredite em mim, quero mesmo – dei ênfase. – Só não sei se estou pronta para fazer... Aquilo. Sabe?

Ele me fitou.

- Annie, não vou forçar você a nada que não esteja pronta. Juro. Sei esperar e vou esperar até você cansar. – Mandou-me uma piscadela.

Suspirei. Meu namorado é tão perfeito. E eu o amo tanto. Mas por que eu senti que estava o traindo enquanto conversava com Michael?

Balancei a cabeça para afastar esses pensamentos e o encarei.

- Percy, desculpe-me.

Levantei-me rapidamente e fui andando, delicamente, até a varanda da janela.

- Que droga! Você sabe beijar mas não sabe botar pipoca no microondas? – perguntei, incrédula.

- Isso é muito dificil. – ficou na defensiva.

Revirei os olhos.

- Fala sério, Percy. Isso é P-I-P-O-C-A. – soletrei. – É só botar no microondas e apertar os botãozinhos.

Ele rolou os olhos pela cozinha.

- Minha fia, se você pedir pra mim fazer gelo – deu ênfase. –, eu não sei.

- MINHA NOSSA! – resmunguei.

- Ué, eu sou um homem.

Sentei na bancada e fiquei balançando os pés no ar, olhando para os mesmos.

- Não interessa. Não é porque é uma mulher que tem que saber cozinhar. Amy mesmo não sabe.

Amy era minha priminha mais nova. Ela tinha três anos.

- Ela tem TRÊS – deu ênfase novamente. – anos. E sabe brincar de boneca.

Levantei as sobrancelhas.

- Vamos Percy! – reclamei de novo. – Qual a dificuldade de fazer pipoca?

- Eu simplesmente não sei! – rebateu.

- Pois eu não vou pedir pizza. – falei pausadamente. – E se você quiser comer, pode fazer a pipoca.

- Annabeth, a gente vai morrer de fome. Porque eu não sei fazer pipoca.

- Percy, qual é a parte “dificílima” – abri aspas com os dedos. – de fazer pipoca no microondas?

- Quantos motivos você quer?

Abri um sorrisinho tímido.

- Nove.

Ele arqueou as sobrancelhas.

- Nove? – repetiu.

- É. Quero que você me dê nove motivos.

Ele deu de ombros.

- Ahá! Te peguei.

Pulei da bancada e fiz uma dancinha ridícula, daquelas que faz os pôneis saltitantes se sentirem mal.

A campainha tocou. Congelei e troquei um olhar com Percy.

Na verdade, ele parecia tentar não rir.

Então eu me toquei: Estava no meio da dança, minhas mãos estavam fechadas em punhos e meus braços estavam um pouco dobrados pra cima. Fiquei com a postura normal e respirei fundo.

Ele me envolveu com os braços e conduziu-me até a porta da frente.

Abri a porta e um vulto jogou-se em cima de mim.

- SILENA! – tentei sussurrar.

A coisa continuava em cima de mim enquanto meus amigos entravam.

- Silena, assim você mata ela! – Nico repreendeu, puxando sua namorada pela cintura.

- Vou matar mesmo! Como você faz uma coisas dessas?! Minha filha, eu quase enfartei do nada. – Silena continuou.

Levantei do chão.

Thalia revirou os olhos, pegou minhas mãos e as levantou.

- Annabeth Chase, se você dá valor a sua vida, NUNCA MAIS FAÇA ISSO! – berrou a última frase.

Fiquei boquiaberta e, lentamente, levei as mãos ao ouvido.

- Annabeth, por que você não nos esperou lá perto do Mc Donald’s? – Lorena, é, nem vi a coitada, perguntou, com a voz baixa.

- Como você sabe que eu estava no Mc Donald’s? – indaguei.

- Penny e  Mari contaram. – Luke interveio.

- Nossa povo, eu não fui estuprada nem nada. – revirei os olhos.

- É, mas você é MINHA – Silena praticamente berrou a palavra. – melhor amiga, e não vou deixar que você se machuque, nem deixar VOCÊ PULAR PELA JANELA.

- Silena Beauregard, para de berrar, minha fia. – reclamei.


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