Todos os Tipos de Amor escrita por Guardian


Capítulo 1
Doença


Notas iniciais do capítulo

A primeira história^^
Essa é do MelloxNear, mas eu também vou fazer do MelloxMatt mais pra frente
É que eu tava jogando um joguinho do Death Note e me veio a idéia*.*
Enfim, espero que gostem^^



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   " Como eu posso ter perdido de novo?! Por que eu sempre tenho que ficar em segundo?! Mas tudo bem, tem outro teste depois de amanhã, e dessa vez eu com certeza vou superar o Near! Com certeza... " era o que Mello dizia para si mesmo. Nos dois dias que se passaram, até o teste, Mello ficou estudando direto, quase sem dormir, só para ultrapassar Near. 

   Finalmente havia chegado a hora do teste, mas Mello olhava em volta e não conseguia encontrar nenhuma figura branca.

   - Onde está Near? - uma garota fez a pergunta que Mello não se atrevia a fazer.

   O professor parou de distribuir as provas para responder - Ele... Não está se sentindo bem hoje.

   " Não está se sentindo bem? " Mello ficou surpreso e estranhamente incomodado com a informação. Ele não foi o único a se surpreender, ao seu redor, os outros alunos cochichavam entre si; todos sabiam que Near tinha a saúde frágil, sua própria aparência mostrava isso, mas fazia tempo que ele não adoecia o suficiente para faltar a uma prova. Todos os alunos daquele lugar competiam pelo cargo de sucessor de L, e Near era sempre o primeiro, mas nenhum deles desejaria que algo realmente grave acontecesse a ele; nem mesmo Mello. O loiro o odiava, mas iria vencê-lo de forma justa, por seu próprio esforço. Mas isso não o impediu de ficar de extremo mau-humor " Eu estudei tanto e ele falta?! Não podia esperar para ficar doente?! ".

   Terminou a prova mais rápido do que qualquer um e rumou direto para o quarto de seu rival; não sabia o porquê de estar indo vê-lo. Preocupação? Improvável. Para chamá-lo de fraco e descontar sua irritação nele? Bem possível. Porém, qualquer intenção negativa que tivesse, foi apagada e esquecida quando ele entrou no quarto de Near. Ele estava em sua cama, todo encolhido como se tentasse se esquentar, coberto de suor, mais pálido do que o normal e respirando com dificuldade. A visão de Near naquela forma tão frágil, sofrendo, fez o próprio Mello parar de respirar por um momento.

   - Mello? O que faz aqui? - Roger apareceu por detrás dele, seguido por um médico e duas enfermeiras.

   - E-Eu... Vim ver como ele estava... - respondeu com dificuldade em se concentrar. O médico e as enfermeiras passaram por ele e foram até a cama.

   Roger suspirou - Entendo. Que bom que você se preocupou com Near.

   Mello ia dizer que não estava preocupado nem nada, mas não conseguiu. Ao invés disso perguntou - O que ele tem?

   - Ainda não sabemos. O próprio Near pediu para não ser levado ao hospital, mas desse jeito... - todo o rosto do senhor demonstrava preocupação - Se o quadro dele não melhorar até de noite, não teremos escolha...

   Mello se retirou; não aguentava mais olhar para Near naquele estado. Ele tinha pedido para não ir ao hospital? Bom, a questão da identidade seria um problema, mas... Afinal, o que ele tinha?! Ele não podia morrer daquela forma! Não antes de Mello o vencer... Mas era isso mesmo? Só estava preocupado em perder seu rival? Parecia ser algo mais do que isso, algo que Mello sempre ignorou, ou melhor, algo que Mello nunca quis admitir. No fundo, sabia que não era exatamente ódio o que sentia por Near, mas o que poderia fazer? Dizer que o amava? Nem tinha certeza disso! Pelo menos até agora... Não queria amá-lo, não queria se preocupar com ele, mas não conseguia escolher nem controlar seus sentimentos.. Tudo o que sabia era que quando o viu daquele jeito, um medo profundo o invadiu e um único pensamento ocupu sua mente: " eu não quero perdê-lo; eu não posso perdê-lo ".

   Tentou estudar, assistir TV, jogar com Matt, mas nada, nem mesmo seu precioso chocolate, afastava a imagem de Near de sua mente. Precisava vê-lo, já estava escurecendo, não dava mais para esperar. Roger e uma das enfermeiras estavam no quarto quando Mello entrou. Se a situação fosse outra, Mello faria de tudo para não ser visto entrando no quarto de Near, mas agora nada disso importava. Mello olhou bem para o garoto deitado. Estava longe de parecer melhor, ainda mais com aquele aparelho que o ajudava a respirar e a agulha de soro saindo de seu braço, mas pelo menos não parecia pior.

   - Pneumonia - Roger disse - Está em estado avançado... Não entendo por que ele não disse nada, já devia estar mal há alguns dias.

   Mello tentou se lembrar: Near parecia doente ultimamente? Não notou nada. Estava tão concentrado estudando para superá-lo, que nem se preocupou em olhar para ele.

   - Vamos Mello - Roger o conduziu para o corredor - Near precisa descansar.

   A partir daí, Mello ia todos os dias ao quarto de Near, mas ele estava sempre igual; não se preocupava mais com o que os outros diriam sobre sua preocupação com o outro. O médico disse que ele estava melhorando lentamente, mas Mello não conseguia ver a tal melhora. Conforme passava pelo corredor em frente ao quarto do mais novo, Mello ouvia acessos de tosse violentos, que lhe causavam um aperto no peito toda vez; ia vê-lo uma vez por dia, mas nunca o encontrou acordado. Na verdade, tinha medo de encontrá-lo acordado, não saberia o que dizer, mas a perspectiva dele não acordar mais era bem mais assustadora e desesperadora. Agora fazia quase uma semana que não via os olhos inexpressivos de Near. Sentia falta deles, sentia falta de provocar o garoto, sentia falta da visão dele montando algum quebra-cabeças na sala de brinquedos, sentia falta de Near como nunca imaginou que sentiria.

   Em uma noite, Mello foi visitá-lo e não encontrou a enfermeira no quarto. Foi até a cama de Near e ficou olhando-o um pouco. Já estava pronto para ir embora, mas uma voz o fez parar, uma voz que parecia não ouvir há anos - Aonde vai? - Near perguntou, a voz baixa e rouca.

   - N-Near... - gaguejou estupidamente.

   - A enfermeira disse que você tem vindo me ver todos os dias - Near sentou com dificuldade, retirando o aparelho do rosto. Mello quis impedi-lo, mas não conseguia encontrar sua voz - Por que?

   - P-Por que o quê? - sua voz saiu rouca também. Pigarreou para tentar arrumá-la.

   - Por que veio me visitar?

   - Porque eu quis, oras! - gritou sem querer - E você? Por que não se cuidou direito? Roger disse que você devia estar doente há um tempo já.

   Near começou a enrolar uma mecha de cabelo com o dedo antes de responder - Eu achei que daria para esperar até aquele teste.

   - Teste? - repetiu Mello sem entender. Provas, notas, tudo parecia tão distante agora.

   - Eu achei que você ia querer uma revanche pela outra nota, mas eu acabei faltando. Desculpe, Mello.

   - Você é idiota?! Você estava doente e mesmo assim estava pensando em... Mim? - Mello se deu conta do que acabara de dizer. Near estava pensando nele? E por isso não se cuidou? O que isso significava?

   Seus pensamentos confusos foram interrompidos pela tosse de Near. Mello o olhou assustado, sem saber o que fazer; Near parecia que ia sufocar. Quando  finalmente parou, Near voltou a deitar, cansado, o que deixou Mello ainda mais preocupado.

   - Near? - chamou hesitante.

   - Tudo bem, Mello. Se eu morresse, ficaria mais fácil para você, além do mais, logo o pessoal do orfanato esqueceria sobre mim.

   - O quê?! Você acha que eu gostaria de uma vitória dessas?!

   - Todos só me vêem como aquele que pode suceder L, e você pode ocupar esse lugar. Eu seria apenas um fraco que não conseguiu resistir.

   - Eu nunca desejaria a sua morte! - claro que há uma semana atrás ele diria exatamente o oposto, mas isso há uma semana atrás.

   - Não? - Near perguntou ligeiramente surpreso e... Esperançoso.

   - Não! Porque eu me importo com você e... Apenas a idéia de que você poderia morrer é insuportável... - sua voz foi sumindo conforme falava e sua face estava muito corada.

   - Mello... Eu achei que me odiasse.

   - Eu também. Só... Não faça mais isso, tá bem?

   - Por que?

   - Como assim?! Acho que já deu pra perceber, não é? - Near não é assim tão lerdo!

   - Mas eu quero ouvir - pediu meio manhoso. Era a primeira vez que Mello o via assim.

   - Porque eu... Eu... Eu te amo!

   - Eu sempre quis ouvir isso de você, mas parecia impossível... É tão bom... - Near disse baixo.

   Mello não conseguiu mais resistir, se abaixou e o beijou. Foi com calma, afinal, ele estava doente. Era incrível, apesar de serem rivais, e mais, homens, era tão bom, tão natural, que Mello se perguntou por que não fizera isso antes.

   - Mello... - Near o encarou com os olhos brilhando, querendo mais.

   Mello cruzou os braços - Só depois que você sarar.

   Near o olhou decepcionado. Mello sussurrou em seu ouvido, com um sorrisinho - Esse é o castigo por ter negligenciado sua saúde - e levantou - Eu vou indo antes que a enfermeira volte.

   - Boa noite, Mello - Near disse baixo, fechando os olhos.

   - Boa noite - o loiro disse ao sair do quarto.

    Mello ficou vaguando pelo orfanato, não se importando com o fato de que o toque de recolher já havia sido dado. Tudo ia ficar bem de novo, Near ia ficar bem, eles iam ficar bem. Ele ainda era seu rival, ainda iria superá-lo, mas em primeiro ou em segundo, iriam ficar juntos.

   Três semanas depois tudo retornou a ser como sempre foi... Ou quase... 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Reviews são sempre bem-vindas^^
Eu não sei se a saúde Near é frágil( acho que não ), mas eu tive essa idéia e até que gostei*.*
Até o próximo^^



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