A Menina e o Gigante escrita por Megurine Jackie


Capítulo 1
Dia 1


Notas iniciais do capítulo

Acorde garotinha!
Acorde grande colosso!
Um novo dia começa e não há tempo a perder!



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Rena acorda com uma estranha dor de cabeça. Ela passa sua mão sobre os cabelos e nota que tem um pouco de sangue saindo de um ferimento recente, próximo à têmpora.

- Aiii! O que houve?

Ela se levanta e, ainda meio tonta, caminha pelo local onde se encontra olhando em volta. Ela não reconhece esse lugar e fica mais confusa ainda.

- Onde será que estou? Que lugar é esse?

Quando ela presta atenção ao seu redor o que ela vê a deixa apavorada: são escombros, construções destruídas. Um local pós-apocalíptico, onde parece não haver mais vida. Tudo era marrom e cinza, as estruturas ainda estavam em pé, porém notava-se que havia acontecido alguma guerra ou explosão naquela área.

Ela olha próximo aos seus pés, onde antes estava caída, e vê uma caixa de violino. Ela abre e nota que o instrumento encontra-se em seu interior.

'Que estranho. Eu não tocoviolino...'

Por algum motivo ela decide levar o instrumento consigo.

Ela caminha por mais algum tempo, olhando a sua volta, gritando por alguém.

 - Alôooo! Tem alguém por aí?

Ela não encontrou ninguém. E continuou caminhando por horas...

Passou por casas, prédios, lojas e shoppings. Todos em ruínas. Alguns ainda pareciam estar funcionais mas na verdade tinham sua estrutura seriamente abalada. Outros pareciam estar prestes a desabar. Todos em posições estranhas.

Ela andou e andou, até suas pernas começarem a doer. O que Rena via era apenas aquela paisagem destruída. Ela começou a notar que tudo estava estático. Não havia vento, nem movimento algum. Nenhum ruído. 

Ela se cansou de caminhar. Notou que o sol estava se pondo e decidiu procurar um lugar para passar a noite.

Ela entra em uma loja de conveniência de um posto de gasolina. O posto está bastante destruído mas a loja estava bem inteira.

Ao entrar na loja ela vê aquela imensa pilha de latas de refrigerante. Ela nota que a pilha está torta.

- Mas que estranho! Faltam latas na base, mas a pilha não cai...

 Ela se aproxima da pilha e toca delicadamente com a ponta do dedo uma das latinhas. A pilha toda desmorona, fazendo muito barulho. Rena se assustou, tapando os ouvidos.

- Nossa, mas eu nem toquei direito! - Olhando para aquela grande bagunça.

Rena verifica as datas de vencimento dos produtos no refrigerador. Ela vê que estão todos dentro da validade, tomando como base o último dia que ela se lembra. Mas para se certificar ela cheira o iogurte.

' O cheiro está bom. Acho que não estáestragado.'

Quando ela levanta o olhar ela nota que a fumaça do frio estava saindo de dentro do refrigerador. Era a única coisa que se movia, fazendo desenhos no ar. Ela achou aquilo muito estranho.

Rena comeu batatas fritas e tomou o iogurte enquanto caminhava pela loja. No fundo ela viu uma coisa inusitada: uma torneira aberta, porém a água que saia não se movia, formava aquele canudo estático de água.

- Mas que coisa esquisita... - Aproximando-se da torneira.

Rena toca com a ponta do dedo o canudo de água e, imediatamente, a água começa a descer pela torneira. Ela se espanta. E fecha a torneira.

' Acho que estou tento um pesadelo etanto...'

 Ela resolve deitar-se em um sofá que ela encontra nos fundos da loja. E adormece.

Em algum lugar bem longe dali, outra criatura também desperta.

Também não pertence àquele lugar e está igualmente ferido. Porém essa criatura não sabe falar, não consegue entender tudo aquilo que está acontecendo a ele.

A criatura se desespera, e corre sem destino por entre prédios e pontes que vão desmoronando devido ao seu peso. A criatura é realmente gigante. Ele se parece com um colosso de pedra.

Cansado, ele pára de correr e se senta no chão mesmo, no meio de um deserto próximo à cidade que ele estava. Parece perdido e desconcertado. De repente a criatura começa a chorar. Emite um ruído estranho quando chora. Um ruído realmente assustador.

Essa criatura tinha um lar e um nome. Agora está totalmente perdido e sozinho. Ninguém nunca mais saberá seu nome.

Amanhece naquele mundo destruído. Rena desperta, pois o sol queima sua face. Ela se levanta e olha no espelho. Ela percebe que o ferimento está cicatrizando rápido. Ela lava seu rosto naquela torneira estranha de ontem.

'Esse sonho está durandomuito...'

Rena começa a desconfiar que aquilo não é um sonho. Mas ela é só uma menina de 14 anos. Ela quer explorar, descobrir para onde foram as pessoas e por que tudo está parado. Antes disso, ela quer saber como fora parar naquele lugar.

Rena decide explorar um pouco mais. Pega seu violino, que na verdade não era seu, mas agora a acompanharia sempre, e sai pela porta. Vê um dia bonito, com um sol brilhando forte. E todo o resto parado.

Ela decide caminhar até uma colina que vê ali próximo. Um local verde e florido no meio daquela destruição parecia um milagre. Ela sentiu um desejo estranho. Ela quis tentar tocar o violino.

Qual não foi sua surpresa que, no momento que ela encostou a vara nas cordas, o instrumento tocou. Parecia que suas mãos eram guiadas por uma força sobrenatural. Seu corpo todo estava em sintonia com aquele instrumento. E Rena tocou uma canção muito bela.

'Isso foi realmente estranho... Nunca toquei um violino antes navida...'

Rena guarda o instrumento com a sensação de que ele possuía algum poder mágico.

Ela caminha no meio de carros abandonados em uma avenida. Aquilo é uma cena bastante assustadora.

- Mas que coisa! Onde foi parar todo mundo?! - Grita a menina, começando a ficar desesperada.

Rena correu até uma grande ponte ali próximo que também tinha vários carros abandonados. Ela parou e olhou para o rio que passava debaixo daquela ponte. Ele não corria! O rio estava parado.

- Meu Deus! Eu quero acordar, eu quero acordar! - A menina entra em pânico, se agacha em um canto e chora.

Seu choro logo cessa, pois ela nota que pedir para acordar não dará resultado. Ela decide continuar com sua jornada. Porém agora ela tinha um objetivo: descobrir onde foram parar as pessoas daquele lugar.

Em outro lugar daquele mesmo mundo, o grande gigante de pedra decide parar de chorar e começa a procurar uma maneira de sair daquele lugar tão estranho.

Ele já havia notado a ausência de vida. Sua espécie era muito ligada a natureza então para ele é muito fácil perceber essas coisas.

O gigante começa a caminhar na direção que o sol se põe, à procura de algum rio que ele possa seguir. Ele também estava com medo, assim como Rena, ele não pertencia àquele lugar. Porém, para a menina, tanto as construções quanto aos objetos e todo o resto era normais. Para o colosso não. Ele nunca tinha visto nada como aquelas coisas estranhas empilhadas. Tudo era novo e assustador para ele.

Ele caminhava seguindo o sol quando ouviu, muito distante, um ruído. Era o primeiro que ele havia escutado além dos que ele mesmo provocava. O gigante parou, tentando ouvir com atenção, para identificar de onde vinha o som.

A grande criatura fechou seus olhos para poder se concentrar melhor. Ele percebeu que o ruído que ouvia era uma música. Sim, de onde a gigantesca criatura veio havia música. E naquele momento, aquilo era a única coisa naquele lugar estranho, que ele reconhecia.

O gigante conseguiu ouvir de que direção vinha a bela melodia e correu em seu encontro. Porém o som estava muito distante. Logo a música parou. O gigante continuou andando naquela direção. Ele logo avistou uma cidade, ao longe. Mas ele não sabia o que eram aquelas construções. Para ele, não passavam de mais montanhas.

A criatura pensou que se algo naquele lugar era capaz de produzir uma melodia tão doce, seria capaz de entendê-lo e ajudá-lo a sair daquele lugar estranho. 

Ambos tinham o mesmo objetivo, mas ainda não se encontraram. Os dois só precisavam agora da ajuda dos deuses. E da canção.


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Notas finais do capítulo

Gente! Meu primeiro original!
Não me batam, por favor!
Domo aregatou!