(im)perfecty Good Heart. escrita por cheerryq


Capítulo 2
Íris.


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem :3



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Vários flashes passavam por sua cabeça. Lembrava da última vez que o vira. Não era para aquele homem estar em uma guilda de comerciantes, recomeçando sua vida? Era o que ele disse que faria.  E ela tinha acreditado. Isso era tão idiota; mesmo depois de tudo, mesmo fingindo que não se importava com ele, ainda era o seu pai. E ela ainda tinha um pingo de esperança de que ele era capaz de arrumar sua vida.

Mas, julgando pelo que estava vendo,  não conseguiu ficar longe do dinheiro por muito tempo. Aquilo cheirava a algo ruim.... algo muito ruim. Aqueles homens carregavam faces amarguradas. Não pareciam ser o tipo confiável.  Tentou esquecer seus pensamentos e se focar na conversa que ocorria lá dentro.

Lucy já tinha ouvido que era algo sobre diamantes e dinheiro. “hump, bem típico dele mesmo.” Pensou. Sabia que essas coisas chamavam seu pai. Ficou em silêncio, tentando até controlar sua respiração.

- é isso que devemos fazer. – Lucy conseguiu ouvir uma voz lá dentro falando. Agora não era a de seu pai. – se conseguirmos roubar aquilo do conselho, iremos atingir os nossos objetivos. E seremos uma lenda!

Todos os homens começaram a rir e fizeram um brinde com os grandes copos transbordando de cerveja. Agora havia  várias vozes falando ao mesmo tempo, animadas. Porém, a loira estava completamente ao contrário daqueles homens. Seus olhos amendoados arregalaram-se de medo; não podia ser o que ela estava pensando.

Não. Não. Sua cabeça começou a girar. Não podia ser o que ela estava pensando. Isso era... cruel demais. Horrível demais.  Não conseguia ouvir mais nada do que se passava lá dentro. Olhou ao redor; por um instante, esquecera de onde estava. Seu coração pulou ao pensar que, a qualquer instante, um daqueles homens poderia sair do prédio e vê-la ali, espiando pela janela.

Tinha que sair dali. Ao dar uma última olhada, percebeu que alguém estava olhando para a janela onde ela se encontrava, com um ar de dúvida. Sentiu um aperto no peito. “Não acredito... ele.. me viu?” virou-se e seguiu seu caminho, torcendo para que ninguém viesse atrás dela.

Estava caminhando rápido, porém não correndo. Queria fechar os olhos e estar em outro lugar, porém não seria assim tão fácil: a rua era bem comprida. Naquele instante, Lucy começou a se dar conta do que tinha feito.

Ela tinha ido parar em uma rua sombria no meio do nada sem saber como e, ao invés de virar as costas e ir embora para não arranjar problemas, o que ela fez? Simplesmente foi atrás. Ela, definitivamente, era um imã dessas coisas.

“Lucy, sua idiota” começou sua própria voz dentro de sua cabeça, reforçando o que ela já sabia. Mas começou a se tranquilizar quando viu a esquina aproximando-se. Era isso. Era dobrar a esquina e aqueles pensamentos obscuros acabariam por hora. Quando finalmente estivesse segura, tentaria digerir o que ouviu.

Ou, talvez, não fosse acabar tão cedo.

Quando já estava aliviada, ouviu uma voz atrás dela:

- Hey, moça!

Arregalou os olhos. “não... não pode ser que eles vieram atrás de mim. Eu não senti eles me seguindo!” fingiu não ouvir. Poderia simplesmente não ser com ela. Afinal, ela não era a unica moça naquela ruazinha de marginais, era?

- Hey, moça loira!

Arregalou os olhos mais uma vez. Não, não podia ser com ela. Ela não podia ser a única loira ali, podia? Não. Não queria acreditar que era com ela. Apertou um pouco o passo.

- Moça loira de azul!

Parou.  Definitivamente, era com ela. Quem ela queria enganar? Talvez a si mesma, mas ela sabia que nem ela mesma era tão burra para perceber que era a única moça ali, a única loira e a única de azul. Era a única doida o suficiente para se perder ali.

E era a única que, mesmo não tendo completa conciência do que estava por vir, ia se meter em uma bela encrenca. Bem, já estava metida.

Sentiu uma mão masculina encostar seu ombro. Virou-se.  Viu um homem que não conhecia. Era alto, seus cabelos eram cinzas. A garota quase paralisou ao ver os olhos do rapaz; sua íris era em um tom de castanho-escuro. Porém, a pupila... era vermelha. Por mais entranho que fosse os olhos dele, não foi a cor que fez com que ficasse com medo. Foi a sensação que aquele olhar a fez sentir.


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Notas finais do capítulo

e foi o segundo capítulo :3
sei que ficou curtinho e agora sim eu enrolei tudo, mas queria acabar ele ali...
gostaram?
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