Demonheart escrita por Zequi-Castanho


Capítulo 2
Capítulo 1: Eu sou insuficientemente... Bella Swan




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Ela passa corrupção em tudo que toca.

E eu a contemplo por tudo que ela fez.

Ela lança um feitiço sobre o país que governa.

E coloca todas as nossas vidas e almas em risco.

Eu sei que queimaremos.

Nós queimaremos.

Nós queimaremos no inferno por todos os nossos pecados.

                                                  Kristen Stewart

Robert Pattinson

                                                                  Taylor Lautner

                                                 

                                                                 

                                                                                                 Ashley Greene

...por Zequi Castanho

                                                                  DEMONHEART

Uma duquesa tem que ter postura. Tem que ter bons modos. Tem que ser o que seus pais gostariam que a sociedade gostaria que ela fosse.

Eu também não entendo absolutamente nada sobre ser quem eu não sou.

Mas se tenho que honrar a nobre família dos Swan perante a coroa inglesa por algum maldito motivo, que seja. Eu não me importo. Contanto que meus sapatos estejam limpos no fim do dia, meu vestido não esteja amarrotado e eu ainda exale o odor das petúnias sob a brisa, ainda serei digna de ser chamada de Isabella Swan, duquesa e herdeira da nobre casa dos Swan.

Olhar para ele nunca foi tão difícil como está sendo agora.

Jacob Black.

Meu noivo.

O pior de ser uma nobre é que para que você herde tudo o que é seu por direito deve-se casar ou ser a única viva na sua casa.

Bem... Eu não quero que meus pais morram, portanto tive que aceitar o fato de me casar com Jacob.

Ele era moreno e mais alto do que eu, como a grande maioria dos garotos. Tinha os cabelos curtos e espetados. Isso me dava nos nervos. Quem em sua sã consciência iria espetar os cabelos com alguma substância viscosa em forma de pasta?

Tudo bem, eu sou muito exigente e ele é muito plebeu. Mas isso não significa que não nos demos bem.

Eu não o amo. Mas quem disse que para garantir o futuro de minha família falida eu tenho que amar o herdeiro da fortuna dos Black?

Aquele chá estava me dando nos nervos.

- Eu não acredito que ele disse isso. Sinceramente, se minhas cortinas não estiverem combinando com o estofado quando eu acordar eu quero toda aquela ralé de pessoas mortos e enterrados!

Ah! Essa é a Sra.Black. Minhas sogra. Um amor de pessoa.

Apenas quando está dormindo.

Para ela nada estava bom o suficiente.

Nenhum jogo inglês estava limpo o suficiente, as cortinas não eram brancas o suficiente e seus empregados não trabalhavam o suficiente. Até mesa não brilhava o suficiente para refletir sua riqueza e glamour sobre a mesma... Suficientemente.

Beleza nada refletiria, ela tem o nariz maior do que a tromba do elefante de mármore que ela exibia em sua fonte no imenso jardim. Cujas as plantas... Adivinhem, adivinhem. Não eram verdes o suficiente.

Talvez o céu não fosse azul o suficiente. Não para um dia ensolarado de verão.

Eu odiava ter que sair pelas ruas de Londres para comprar mais coisas insuficientemente horrorosas para sua casa com uma sombrinha sobre minha cabeça com um sol suficientemente quente sobre a minha cabeça.

O pior de tudo era que eu também não era o suficiente para o seu filho, Jacob. Mas quem disse que havia alguma outra duquesa disponível por toda a Inglaterra para ser a mais nova Sra.Black suficientemente rica e perfeita?

Eu morria de vontade de dizer umas verdades para aquela mulher! De falar o quanto ela não era suficientemente bonita e como os seus cabelos eram insuficientemente ruivos opacos além do seu vestido ser insuficientemente apertado demais e exibia toda a sua magreza suficientemente excessiva.

Sim, eu estava suficientemente farta daquela situação!

E farta da palavra suficiente!

JÁ CHEGA!

Ufa...

- Eu gostaria de na minha sala tivessem cortinas tão lindas quanto as suas. Elas são magníficas. Não vejo defeito algum.

A puxa-saco é a minha mãe! A toda poderosa, e falida(ninguém sabia desse detalhe) Sra. Swan. Atualmente Duquesa. Posto que seria logo, logo... Meu! Não que eu realmente quisesse seguir os passos de minha mãe e puxar o saco da Sra. Black toda vez que ela reclamasse de algo ou de alguém.

Aquilo sim era completamente exaustivo.

Minha mãe tinha a síndrome da “grama do visinho é sempre mais verde”. Ela era um amor de pessoa na frente de todos e ao mesmo tempo a pior pessoa do mundo pelas costas.

Já podia até imaginar ela reclamando o resto do dia pela casa sobre como a Sra. Black era insuportável, mas precisávamos dela para poder conseguir nos reerguer no nosso posto perante a Rainha.

Ah... A Rainha.

Como é mesmo aquele hino ridículo?

Ah! Me lembrei; “Deus salve a graciosa Rainha. Longa vida a nossa nobre Rainha”.

Blá!

Santa mãe de todas as falsidades. Em toda a Inglaterra podíamos contar nos dedos o número de pessoas que eram realmente fiéis a coroa. Os outros só queriam, como diz Jacob, “encher lingüiça”.

Eu não sei o que isso realmente significa, mas como o termo é engraçado eu resolvi usá-lo aqui mesmo.

Acredito que a Rainha é a única pessoa em toda a Inglaterra que seja direita, honesta, justa e nobre em todos os sentidos, não somente nos patrimônios.

- Bella, o que você acha do seu casamento ser no jardim de nossa casa?

Por que a Sra. Black só me dirige a palavra para me fazer perguntas difíceis.

- Ah...

- Ótimo! Que assim seja.

E é claro, ela nunca me dá a oportunidade de responder nenhuma delas.

“Eu adoraria que o meu casamento com seu adorável filho fosse na sua adorável mansão em seu adorável e não insuficientemente lindo, jardim”.

Bem que eu poderia dizer isso, não é? Quem sabe ela fosse adorar.

Talvez fosse suficientemente bom.

Eu odeio essa palavra.

Uma olhada em minha volta e sim... era um bom dia.

Eu queria mesmo era passear. Me distrair. Fingir que não estavam conversando sobre a minha vida e decidindo qual vestido a noiva usaria, qual sapato a noiva usaria, quais os votos a noiva diria, como seu cabelo estaria e onde seria a lua de mel.

Coitada da noiva... Não podia escolher absolutamente nada para o seu casamento.

Nem mesmo o noivo!

Quem seria essa pobre coitada?

Eh... EU!

- Com licença. Eu vou tomar um pouco de ar – disse me retirando daquela mesa completamente coberta por xícaras e bules de chás das mais diversas e remotas regiões da Europa.

Eu não ia agüentar ficar por mais nenhum segundo em uma mesa do tamanho de um isso de banheiro (exagero meu), olhando para a cara da minha linda e maravilhosa sogra, minha mãe puxa saco e meu noivo lindo e cabeça oca.

Para falar a verdade, só estávamos nós quatro naquela sacada tomando chá e olhando para o imenso jardim dos Black pelo simples fato de que não cabiam mais ninguém naquela minúscula mesa.

Graças a Deus! Inventaram as mesas pequenas.

Do contrário os chás seriam na companhia de lebres malucas, ratos dorminhocos em bules com açúcar e chapeleiros malucos como nas histórias para crianças dormirem.

Corra Bella!

Minha mãe, minha sogra e meu noivo ficaram me olhando enquanto eu me retirava, suficientemente elegante (não se esqueça!) da mesa.

Me virei e acelerei o passo na direção do jardim imenso que mais parecia uma floresta e fugi! Para bem longe dos três.

Infelizmente eu pude sentir que o imenso armário dos Black, Jacob Black, vinha logo atrás de mim em seu terno caríssimo e preto, sua gravata vermelha como um laço e seus macassins italianos novos.

Um para cada dia da semana.

- Bella! – disse ele se aproximando.

Aquela voz foi como um tiro contra mim.

Claro, eu não queria que ninguém me perturbasse, eu queria ficar um pouco a sós comigo mesma, mas ele não era o tipo de pessoa que me daria espaço.

- Você não parece muito feliz ultimamente – disse ele acompanhando meus passos sobre a grama verde e macia, molhada pela leve brisa da manhã.

Eu já disse que eram OITO HORAS DA MANHÃ?!

- Engano seu, Jacob. Eu estou ótima – respondi com um dos sorriso mais forçados e pesados que já sustentei em meu rosto.

- O que você está achando de tudo? Está gostando dos preparativos para a nossa festa de casamento? – ele perguntou me parecendo bastante entusiasmado.

Por que será que eu não conseguia ver nenhum outro motivo para ele sorrir além do fato de que ele teria passagem livre para me deflorar na noite de núpcias?

- Eu não entendo algumas coisas, como o fato de que não da para saber se irá se tratar de uma festa ou de uma cerimônia de casamento. Além do fato da sua mãe estar mais interessada no casamento do que eu, que sou a noiva, e também tem aquele pequeno detalhe de que eu não escolhi nem mesmo o meu noivo. Tudo já fora premeditado. Mas fora isso... Eu estou ótima, adorando! – disse quase cantando junto com alguns passarinhos que passavam assoviando pelas árvores enormes (pinheiros) que os Black cultivavam.

- Eu não entendo porque odeia tanto a minha família e a minha pessoa – disse Jacob parando de me seguir enquanto me olhava com seus lindos olhos de cachorrinho pidão.

Eu odiava aquele olhar.

- Eu não odeio sua família, nem mesmo você, Jacob. Mas nós éramos amigos. Fomos criados juntos. Freqüentávamos os mesmos bailes beneficentes e as mesmas causas sociais. Freqüentávamos as mesmas aulas de equitação. Eu ia para o chá com as damas enquanto você estava indo para os treinos de esgrima. Eu aprendia a tocar piano enquanto você aprendia arco e flecha, eu fazia balé enquanto você cassava com o papai. Era para ser tudo perfeito. Mas veio um elefante gordo e rosa chamado mamãe acompanhado de um mamute horroroso e suficientemente gordo, cujo o nome nem gostaria de citar, e passou por cima de tudo e de todos. Desde os meus sonhos até os seus sonhos e será possível que você é o único na face da Terra que não consegue ver isso?

Bem... Eu quase cuspi na sua face, mas eu estava com aquelas palavras entaladas na garganta desde o dia em que me engasguei com um Sponge Cake logo em seguida de ouvir as palavras lindas e inspiradoras de minha querida mamãe, amiga do peito; “Bella! Você vai se casar!”.

Nunca mais comi nada perto dela com medo de sofrer um acidente...

Imaginem só o que diriam as pessoas: “Isabella Swan, morta engasgada com uma colher de sopa.”

- Então o problema é comigo? Eu não sou bom o bastante para você?

Pelo menos ele não disse “suficiente”.

- Esse não é o problema, Jacob. Eu simplesmente não esperava ter que me casar tão de repente – qual é a dificuldade em compreender isso? O que será que se passa na cabeça dele? Apenas exercícios físicos para trabalhar seu corpo já bem trabalhado?

- Bella... A maioria das pessoas se casam muito antes de nós. Já temos dezesseis anos. Já somos adultos perante a sociedade e somos noivos há apenas dois anos.

Para ele parecia tão normal falar de casamento. Era como se ele realmente desejasse se casar comigo.

Ele desejava?

- Eu não consigo te entender. Eu já fiz de tudo para você tentar ficar mais a vontade com tudo isso!

Tudo o que? Ele por acaso está embriagado ou algo do tipo?

- Jacob. Eu não quero me casar – disse alto e claro para ver se entrava na cabeça dele de uma vez por todas. O que era muito difícil – eu quero viver minha vida, quero ser historiadora. Quero apresentar as mais nobres causas para a Rainha e quero fazer isso de uma maneira que ninguém me diga o que eu devo ou não devo fazer. Eu quero ser eu mesma! Assumir o comando das indústrias Swan. Doces e brinquedos! Eu quero criar, inovar!

- Você é mulher, Bella. Não pode liderar o mundo sozinha – ele disse com uma cara. Era como se eu tivesse acabado de dizer a coisa mais absurda do mundo – não pode liderar as indústrias Swan, um homem tem que fazer isso, seu marido! Nesse caso eu! Se você quiser eu a deixarei no comando e faço com que tudo saia absolutamente perfeito! Da maneira que você sempre sonhou.

Maldita realidade onde as mulheres dependem de seus maridos! Eu odiava isso tanto quanto odiava nata de leite.

Respirei fundo e olhei para os olhos castanhos de Jacob. Ele era o meu melhor amigo. Mas não era o amor da minha vida! Eu entendia o que ele queria dizer. Ele queria que eu controlasse minha vida, mas de modo que todos pensassem que não era isso que eu estaria fazendo!

Ele queria finalmente ser alguém importante para mim.

Mas eu sabia que ele não seria mais importante do que ele já era.

- Um dia... Um dia e eu coloco tudo no lugar – disse batendo de leve no rosto dele.

Eu queria mesmo era lhe desferir um belo safanão!

- Tudo o que? – disse ele me fazendo a maior cara de quem não havia compreendido absolutamente nada do que eu havia lhe dito.

Eu fiquei parada olhando para a cara dele.

Como ele podia ser tão tapado!?

- Um dia e eu me reponho, aceito a ideia de que eu sou noiva e agora tenho compromissos e aceito a ideia de que você vai ser o meu marido – disse novamente repetindo o sorriso mais pesado que já havia segurado em meu rosto.

Dois em um dia? Isso é um recorde!

- Um dia e você aceita a ideia de que o nosso casamento será amanhã! – disse ele sorridente.

- Claro – eu sorri de volta.

O nosso casamento seria amanhã.

Ai, ai...

...

...

AMANHÃ!?

- Amanhã?

Quem foi que marcou tão em cima da hora? E nem ao menos me contaram? Poxa! Eu era a noiva! Precisava saber de uma coisa como aquela. Não?!

- Você não ouviu a minha mãe falando ontem? – disse ele sorrindo.

O desgraçado ainda achava graça em tudo aquilo!

- Ela decidiu que iria ser amanhã? – disse em voz alta e clara.

Eu pensava que as mulheres não decidiam nada. Onde está o Sr. Black nessa história?

- Brincadeira – disse Jacob me dando um beijo na testa e se afastando de mim.

Miserável! Como pode fazer uma coisa dessas comigo? Agora tinha mais uma pessoa que eu deveria evitar enquanto estivesse comendo.

Jacob.

Já imaginaram o que as pessoas diriam?

“Isabella Swan, morta engasgada com um garfo!”


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