Secrets Of a Life 2 escrita por Ester Liveranni


Capítulo 7
Capítulo 7 - Uma vida normal


Notas iniciais do capítulo

Cap. tardio, mas muito bom.modestia parte!
PS: Esse cap. é dedicado a Kriss Black que recomendou a Fic *o* fazendo essa autora aqui muuuiiiiiittto feliz!!!
Boa leitura



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– Na verdade sim... aquilo não era cocaína, era insulina!

– Você vai mesmo tentar me fazer acreditar que aquilo não era cocaína?

– Sabe, eu não te devo explicações... – falei abrindo a bolsa. – Mas se tem uma coisa que eu odeio, é que duvidem de mim. - disse tirando meu estojo de emergência da bolsa.

– O que é isso?

– Abre!- falei lhe entregando o estojo. - Aí dentro tem um medidor de glicose, uma seringa e um vidrinho com 100 ml de Insulina pro caso de alguma emergência.

– Isso é sério?! – Ele falou e a pergunta mais parecia uma afirmação.

– É... – dei um sorriso amenizando o clima já que ele parecia sem graça. – como pode ver eu não uso drogas...

– Eu... eu sinto muito. – disse me entregando o estojo.

– Tudo bem, agora me diz uma coisa... era por isso que você estava me tratando daquele jeito?

– Era... e eu sinto por isso também!- falou se sentando amuado no meio fio.

– Isso quer dizer que nós estamos dando uma trégua? – falei sorrindo.

– Só se você puder me perdoar... – falou finalmente me encarando.

– Eu não tenho o que perdoar, você só misturou as coisas. – falei me sentando ao seu lado. – Claro, que você ainda está em débito comigo... – falei sorridente.

– Tudo bem, eu mereço. O que você quer?

– Eu só quero a sua amizade... – falei com ar angelical.

–Só? – indagou surpreso.

– Ahhh e carona pro colégio é claro! – falei rindo.

– Tudo bem, eu acho que vou sobreviver às condições. - ele falou teatralmente.

– Ah, e você também tem que prometer parar com as piadinhas.

– Isso eu já não garanto! – ele falou e eu fiz cara de menor abandonado. – O que não me impede de tentar... – ele disse e eu lhe dei um sorriso, que foi retribuído com um abraço amigável.

– Então, mais alguém sabe? Digo, além da sua família...

– Só uma amiga, em Forks, e agora você!

– E você não acha perigoso as pessoas não saberem? Quero dizer, vai que você passa mal?

– Jas, só por que eu tenho diabetes não quer dizer que eu não posso ter uma vida normal! O que você queria? Que eu chegasse no colégio e falasse: - “Olá, meu nome é Alice e eu tenho diabetes!”. Acorda né! Eu não preciso de ninguém me tratando como uma boneca de porcelana. Pra isso já bastam os meus pais...

– E como você descobriu? É que, pra mim gente nova não tinha diabetes. – ele falou meio sem graça.

– É muita gente acha isso, mas o meu caso é diferente.

– Diferente?

– É, eu tenho diabetes tipo um, que é o tipo mais grave da doença por que aparece do nada e tem efeitos perigosos se não for tratada. – falei guardando o estojo na bolsa. – O que não é o meu caso já que eu me cuido. – falei confiante.

– E você já sabe da doença a muito tempo?

– Tem uns dois anos mais ou menos, eu estava comemorando a minha festa de quinze anos, quando tive uma crise hiperglicêmica depois de me entupir de brigadeiro. Desde então mudamos alguns hábitos e minha mãe virou meu “anjo cuidador”. No mais é só, eu posso comer quase tudo, com moderação é claro.

– Saquei...

– Bom mas chega dessa conversa... então você me leva pra casa?

– Levo, mas e as garotas?

– Depois eu falo com elas, sabe eu tenho aprontado um pouco, então é melhor não abusar da paciência da Sra. Cullen.

– Entendi. Então vamos?

– Sim senhor!

Caminhamos e conversamos até chegar a minha casa. Jasper até que é bem engraçado, quando não está me irritando. Fico feliz que tenhamos esclarecido as coisas. Se continuar assim tenho certeza que nos tornaremos grandes amigos. Pelo menos é o que eu espero.

***

Eu sei que muitas pessoas não gostam da segunda-feira por terem que voltar ao trabalho ou por serem obrigados a retomar as aulas. Mas esse definitivamente não é o meu caso. Eu gosto de ir à escola, de ver as pessoas, contar as novidades, em fim, segunda pra mim é um bom dia.

Levantei cedo, pois hoje teria aula do Senhor Franklin de biologia, e como eu tenho um pequeno problema de pontualidade achei melhor me concertar antes do fim do semestre, até por que a ultima coisa que eu preciso agora é que ele estrague as minhas segundas feiras. Depois do veneno coloquei um look mais Roxy e desci pra tomar meu café. Eu não tinha certeza se o Jasper lembraria da promessa de me dar carona então me adiantei.

Depois de tanto esperar, peguei meu material e me despedi dos meus pais. Foi quando eu ouvi alguém estacionar no portão da frente. Jasper estava de calça jeans e um colete preto que deixava os braços a mostra.

– Achei que você não vinha. – falei me aproximando.

– Que isso!Eu sou um cara de palavra. – ele disse com ar ofendido. – Agora sobe, antes que a gente chegue atrasado. – falou me entregando o capacete.

Subi na moto e o abracei, ele tinha um cheiro doce que me lembrava canela. Não era forte nem enjoativo na verdade era um cheiro até bem gostoso. Eu sempre fui muito ligada em fragrâncias, acho que de certa forma me faz lembrar de coisas agradáveis. Não é atoa que vez ou outra me pego em uma dessas lojas especializadas comprando mais um frasco de alguma essência exótica que eu provavelmente não irei usar.

O caminho até o colégio foi tranqüilo, Jasper dirige bem apesar de fazer as curvas fechadas demais pro meu gosto. A aula passou rápido e logo era hora do intervalo. Jasper sentou em uma mesa com os amigos, enquanto eu sentei com as meninas em uma mesa não muito distante.

– Conta tudo! - exigiu Kate.

– Contar o que?

– Ahh qual é Alice, não se faz de santa. Eu vi muito bem você chegando de moto agarrada com o J.B.

– O que, o Jasper, não foi... – tentei explicar, mas fui interrompida pela Sam.

– O J.B. aquele gato? Nossa ninguém me conta nada! – exasperou a Sam.

– Calma gente! Não tem nada a ver, ele é tipo amigo da família é isso!

– A ta! Uhum sei. Vai dizer que você não aproveitou nem um pouquinho?

– Claro que não! Ele é legal, e tava me dando uma carona foi isso...

Kate e Sam me olharam como se na houvessem acreditado em uma única palavra. Então fingi que não era comigo e me concentrei no meu lanche. O que foi um pouco difícil já que elas não paravam de tagarelar sobre como deveria ser o “lado primitivo” do Jas.

Depois da aula, fique no pátio aguardando a minha carona, mas o Jasper não havia chegado então caminhei até o estacionamento esperando ele aparecer.

– E aí mina, posso falar contigo! – disse um cara com uma camisa de futebol na costas

– Er... fala. – eu disse sem saber o que fazer.

– Sabe que hoje é o seu dia de sorte... – falou o gorila.

– Não, por que? - franzi o cenho.

– Por que eu to muito afim de você!

“OMG!”

– Legal... – falei sem graça.

“Cadê o Jasper quando se precisa dele? ”

– Show... vamo então?

“Ferrou!!!”

– Vamos aonde?

– Dá um role!

– É... sabe o quê que é, eu não posso, por que eu to esperando uma pessoa, ahhh olha ele lá! – falei apontando super feliz pro Jas, que vinha em nossa direção a passos largos.

– Coé mina, vai deixar de ficar comigo por causa daquele mané?

– Ele é meu amigo. –falei já perdendo a paciência.

– Hum, tá certo então, qualquer coisa a gente se vê por aí... Meu nome é Ben, mas pode me chamar de Big Ben por que quando eu chego faço o maior estrago.

– Beleza, a gente se vê... – falei me livrando do brutamontes e indo em direção ao Jasper.

– Nossa, você demorou!

– Foi mal, quem era o cara?

– Ninguém importante... vamos?- perguntei e ele fez que sim com a cabeça.

Big Bem, posso com isso? É cada um que me aparece... só espero que o Sr. Narciso não fique no meu pé! Por que eu já tive problemas demais com garotos esse ano.

No dia seguinte, levantei cedinho e depois do café sentei na varanda pra esperar a minha carona. Não demorou muito e o Jas apareceu no final da rua. A aula foi tranqüila, e o intervalo foi que nem ontem. Jas com os amigos dele e eu com as minhas amigas, isso tinha que mudar, eu queria todo mundo junto, mas não me ocorreu nada no momento.

Depois do lanche tentei juntar o povo, mas todos pareciam tão ocupados que eu desisti. A tarde fui procurar o Carlisle, ele anda quieto, nem veio me acordar essa semana. Sabe como é né, ele é pentelho, mas vez ou outra eu sinto falta do baixinho, então depois do almoço fui saber onde ele anda.

Bati na porta e veio o Carl me atender meio desanimado.

– Oi. – disse em muxoxo.

– Oi, posso entrar?

– Entra... – ele disse se afastando da porta.

– Quê que foi, você tá bem? – falei me sentando no carpete.

– Tô...

– Quer conversar?

– Não é nada não... – falou se sentando ao meu lado

– É por causa da mudança? – perguntei e ele fez que sim com a cabeça.

Tadinho, com toda essa correria eu nem me liguei de saber como ele estava.

– Tem haver com o colégio? Não tá gostando? Tem algum professor pegando no seu pé?

– Não, o colégio é legal...

– Então o que foi?

– É que... o Fred e os garotos que andam com ele estão pegando no meu pé por que eu sou de Forks...

– Ô mano, não fica assim. – falei o abraçando. – Quer que eu vá lá dar uma lição neles?

– Não, melhor não... eles já me zoam por que eu sou de Forks, imagina só se a minha irmã for lá me defender.

– Sei, e o papai? Já falou com ele?

– Não... não quero que o papai pense que eu sou um fracote. – falou apoiando a cabeça no meu ombro.

– Entendi...

Ficamos ali sem falar nada... Foi quando eu tive uma idéia.

– Quer saber, relaxa eu vou dar um jeito! – falei me levantando.

– O que você vai fazer?

– Espera você vai ver!

– Não Aly por favor não vai lá não... – ele falou levantando.

– Calma, vai dar tudo certo!

– Não, não vai não... promete Alice! – ele disse me impedindo.

– Carl, eu prometo que eu não vou fazer nada. Você confia em mim?

– Confio... – ele falou meio na dúvida.

– Beleza! – falei saindo do quarto.

– Onde você vai?

– Vô lá o Jas, e já volto. Se a mamãe perguntar fala que eu não demoro.

– Tá.

Peguei minha bolsa e fui correndo até a casa do Jasper. Ele morava a umas duas ruas da minha, em um duplex lindo de morrer.

– Oi tia. – falei com tia Nessie que arrumava umas flores no jardim da frente. – O Jasper tá aí?

– Tá, lá no quarto dele, pode ir lá, é a segunda porta a esquerda.

– Obrigada!

Subi meio sem jeito, eu não sei bem onde ficavam as coisas. Caminhei sem fazer muito barulho, olhei pela fresta da porta e vi o Jas, sentado no chão de costas pra porta, sem camisa com um violão no colo. Era um quarto bem masculino, com uns posters e uns Cd’s jogados pelo chão. Bati na porta e a empurrei meio devagar, ele estava tão distraído que nem notou minha presença.

– É Save me from my self? – perguntei reconhecendo a música.

– É. – ele falou se virando.

Quando ele virou, eu dei até uma titubeada. Fala pra mim, que barriga é essa? Ele é magro, mas todo definido, e que oblíquo...

– Diz aí? Tá perdida? – ele falou se levantando.

“Foco Alice!”

– Na verdade eu vim aqui te pedir uma coisa. – falei tentando olhar pro rosto dele.

– Fala aí, o quê que é? – ele disse soltando o violão e colocando uma camiseta que estava na cama.

– Me empresta uma muda de roupa?

– O quê? - indagou. – Qual o problema com a sua? - Ele falou me analisando.

– Nada na verdade, é que eu preciso ajuda o meu irmão com uma coisas, mas antes eu preciso que você me empreste umas roupas suas, pode ser?

– E que coisa seria essa? – perguntou preocupado.

– Não é nada que envolva tinta ou ovos, então pode ser? –falei fazendo cara de anjo.

– Tá, escolhe ai. – Ele disse voltando a sentar no chão.

– Beleza. – falei entrando no closet.

Nos cabides haviam muitas calças jeans e camisetas escuras, quase todas de banda.

– Pronto essa. – falei pegando uma calça rasgada no joelho e uma camisa do AC/DC. – Te devolvo amanhã sem falta! – falei caminhando até a porta.

– Já vai? Fica aí!

– Er... que eu não avisei a minha mãe que vinha aqui.

Nessa hora ele esticou a mão sobre a mesinha perto da cama e pegou o telefone.

– Toma, liga pra ela! – ele falou me entregando o aparelho

Peguei o telefone e liguei, minha mãe deixou numa boa, com a promessa de que eu não me atrasasse para o jantar. Sentei no chão com ele e nós começamos a conversar. Engraçado como algumas pessoas caem como uma luva em nossas vidas, Jasper é tão engraçado. A impressão que eu tenho é que éramos amigos há anos. O interessante e que quando estamos juntos a conversa entre nós dois parece não ter prazo para acabar.

No começo da noite voltei pra casa, ansiosa pelo que iria suceder no dia seguinte.

De manhã, Jasper veio me buscar, mas na ora da saída eu o dispensei. Corri pro vestuário feminino e lá me troquei. A calça quase caiu e a blusa ficou super larga, mas até que eu não fiquei tão mal. Prendi o com um boné sai tentando não chamar atenção. Se conseguisse passar pelos portões sem ser notada conseguiria encarar meia dúzia de pré-adolescentes. Quando saia do banheiro quase fui pega pelo inspetor, que pra minha sorte corre eu nem uma velha de oitenta anos.

No caminho até o colégio do Carl duas garotas mexeram comigo o que me deixou mais confiante. Fiquei esperando no portão e logo vi meu irmão saindo apressado. Dois garotos o pararam enquanto ele dobrava a esquina, e eu deduzi que fossem os pivetes.

Um deles empurrou o Carl e ele caiu no chão, eu precisava fazer alguma coisa e rápido. Me aproximei dos moleques e engrossei a minha voz o máximo que pude e mandei.

– Quê que tá acontecendo aqui!

– í sujo! – falou um dos garotos.

– Corre, corre! – gritou um moleque saindo em disparada.

Peguei um deles pelo colarinho e falei de modo que só ele pudesse ouvir.

– Avisa pro seu amigo pra não mexer com o Carlisle, senão vocês vão se vê comigo! Estamos entendidos?

O garoto fez que sim com a cabeça, então eu o soltei e ele sumiu rua a cima.

Carl me olhou assustado, então eu lhe estendi a mão

– Obrigada. - ele disse aceitando.

– Não há de que! – falei com a voz normal

– Alice?!? – ele me olhou incrédulo.

– Eu mesma, agora pega as suas coisas que a gente tem que estar em casa antes da mamãe sentir nossa falta.


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Notas finais do capítulo

Não me matem!Tudo será esclarecido!
Recomendação do dia:We Are Golden escrita por vampick Gente eu nunca vi uma Leah tão bem escrita!!!
Leiam vale a pena.
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/100498/We_Are_Golden
Obrigada por tudo meus amores,
ahhh e não esqueçam de deixar reiew ao sair
*Bjox*