Para o mundo que eu quero descer! Ele não pode ser o Jasper...Black...

– Entra, onde estão seus pais?

– Eles vão se atrasar um pouco, e me mandaram avisar.

– Entendo, mas por que não ligaram?

– Nós tentamos, mas o telefone estava dando ocupado.

– Uhm sei. - minha mãe falou me encarando.

Dei um sorriso amarelo e caminhei até a sala de jantar.

– Alice, querida deixa comigo. – ela falou pegando os talheres. - Faz o seguinte, leva o Jasper pra conhecer a casa...

“Isso não está acontecendo.”

– Ta...

Passei pelo corredor e senti a figura dele no meu encalço.

– Fica a vontade. – falei indicando a sala.

– Mais aqui, na sua frente? - falou dando um sorriso torto.

– Idiota... – bufei.

– A, qual é, você é uma patricinha muito mal humorada sabia? – ele falou se jogando no sofá.

– Ok, eu não sou patricinha! – falei me sentando ao seu lado. – Eu me visto, de acordo com o as pessoas e o ambiente ao qual eu freqüento. Ao contrário de você que se veste mal pra dá uma falsa idéia de estudante ativista. – falei vitoriosa ligando a TV.

– Sabe que você fica muito gata quanto tá brava?

– Tá, eu desisto. – falei revirando os olhos. – Mãe quer ajuda! – falei indo em direção a cozinha.

Não demorou muito e os meus tios chegaram trazendo com eles a Esme. Jake não é meu tio de sangue, na verdade ele veio do mesmo orfanato que minha mãe e eu, mas como ele era mais velho eu acabei me acostumando a chamá-lo assim.

O jantar foi muito animado, meus pais estavam se divertindo bastante com a visita. Depois do prato principal eu me senti um pouco tonta, mas como não queria alarmar minha mãe dei uma desculpa e fui para o meu quarto.

Jasper PDV

– Acho que ouvi meu celular tocando, me dêem licença sim. – Alice falou saindo da mesa.

Todos já haviam terminado o jantar e já se preparavam para a sobremesa, e nada da patricinha voltar.

– Er... onde fica o banheiro?- perguntei.

– Lá encima, primeira a porta a direita, quer que eu te mostre? – indagou a anfitriã.

– Não tudo bem! – falei deixando a mesa.

Subi as escadas devagar e logo avistei uma porta semi aberta. Deslizei pelo corredor e olhei para dentro do que parecia um quarto.

Alice estava sentada no chão do quarto segurando uma seringa. Senão estivesse vendo não iria acreditar, garota injetou o conteúdo direto na veia depois fechou os olhos e tombou a cabeça para trás.

Isso não está certo, os pais dela vão ter um troço quando souberem que a filha usa cocaína.

Voltei pra mesa sem a menor vontade e quando todos estavam terminando a sobremesa, ela apareceu sorridente, como se nada tivesse acontecido.

– Tá tudo bem Alice? – a anfitriã perguntou a filha.

– Claro mãe, to ótima!

Falou a aspirante a Lindsay Lohan... Só espero que isso tudo não acabe me trazendo problemas.

PDV Alice

No dia seguinte fiquei feliz em saber que o meteorologista havia acertado. O sol estava querendo sair, derretendo o gelo que havia acumulado nas causadas. Cheguei como sempre um pouco atrasada, mas a professora de álgebra era tranquila. Dessa vez sentei entre Kate e Sam que ocasionalmente sentaram perto do Jasper.

Ele por sua vez não falou nada, na verdade não fez nenhum comentário o que eu achei muito estranho, até por que ele sempre tem algo a dizer, nem que seja uma piada torpe ou uma cantada barata. Mas nada, ele não fez nada... só ficou lá me olhando.

Depois da aula as meninas e eu fomos lá pra casa, falar da festa que os garotos do time estão organizando. Seria no próximo fim de semana como uma festa de boas vindas aos calouros.

Durante o jantar, a mamãe não parava de falar da tia Nessie e das atividades que elas resolveram fazer juntas, como aulas de meditação e academia.

No dia seguinte tive aula de português e depois do intervalo teria de educação física. Sim eu teria, se não fosse a proposta indecorosa que a Kate me fez.

– Vem com a gente Alie, vai ser legal!

– Eu não sei não... essa história de matar aula nunca dá certo.

– Que não vai, já deu certo! O plano é simples, nós nos separamos e esperamos o sinal bater. Quando isso acontecer a gente aproveita a confusão do segundo tempo e se encontra lá no pátio.

– Ta mais por quê não podemos esperar o sinal juntas. – indagou Sam.

– Por que se estivermos juntas no meio do corredor é claro que o inspetor vai notar né!

– Ta mais e depois que a gente se encontrar lá no pátio como vamos fazer? – perguntei.

– Calma uma coisa de cada vez ok. Quando chegar a hora eu falo! – Agora se preparem, vejo vocês daqui a cinco minutos.

– Certo! – Sam falou enquanto Kate se distanciava de nós.

– Ei! Droga, eu não disse que sim...

– Xííí amiga, agora já foi! – Sam falou me beijando o rosto. – Mas relaxa, te vejo daqui a pouco! – ela falou correndo pelo corredor.

– Droga! – falei fechando o meu armário.

Eu ainda tinha cinco minutos, e como não podia ficar dando bandeira, entrei no banheiro. Quando o sinal tocou, meu coração quase saiu pela boca, eu estava tão desorientada que quase perdi o braço no esbarrão que dei no corredor. Olhei pra trás pra me desculpar e vi Jasper me encarando.

– Desculpa...

Ele não falou nada, só virou as costas e saiu. Fico me perguntando o que eu devo ter feito pra essa mudança de atitude. Digo, desde a segunda no jantar que eu não ouço sua voz... Não que eu me importe, só queria saber o porquê dele não estar me irritando.

Bom mas eu não tinha tempo pra isso, corri até o pátio onde as garotas já me esperavam, descalças???

– Por quê vocês tiraram os sapatos?

– Elementar minha cara Alice. – Kate falou rindo. – Como acha que conseguiremos pular o muro de salto?

– O quê? Como assim pular o muro?

– Como assim, pulando né! – completou a Sam.

– Gente, isso não vai dar certo...

– Iííií pode parando, anda tira as sandálias.

– Aiinnn ta bom...- falei tirando o calçado a contra gosto. – E agora?

Kate deu aquele seu sorriso diabólico e falou:

– Vem comigo!

Corremos até o muro lateral, Sam era a atleta e conseguiu subir no muro sem ajuda, então eu ergui a Kate nos ombros e elas me puxaram. Na hora de descer eu cai dentro da lata lixo, mas a Sam me ajudou por que a Kate estava sentada no chão de tanto rir. Depois de me erguer coloquei os sapatos, não deu dois segundos e o carro da polícia passou. Ficamos estáticas, sem nem ao menos respirar. Kate e Sam tentaram parecer naturais, mas não sei se conseguiram.

– Levanta devagar. – Sussurrou a Sam.

Eu obedeci e antes que alguém conseguisse falar alguma coisa eu já tinha corrido até a esquina. As meninas corriam e riam atrás de mim, acho que no fim o nosso medo era que os policiais nos vissem e nos levassem de volta.

Depois dessa corrida absurda, resolvemos que iríamos matar aula no Shopping. Olhamos algumas vitrines, cobiçamos alguns garotos, rimos um bocado, nada demais. Já era quase a hora de ir pra casa, já que a aula havia acabado. Enquanto olhávamos as ultimas lojas reparei em cara vindo em nossa direção, ele era novo e se vestia como um personal trainer.

– Kate, Sam? – Ele falou e elas se viraram brancas feito papel.

– Er... oi professor Brandon, tudo bom? – Kate falou sem graça.

– Tudo... e vocês?

– Nós? Nós estamos bem! Não é meninas? – Kate indagou.

– É bem! – respondi.

– Maravilhosas! – respondeu Sam.

– Fico feliz em saber. – ele falou rindo. - Quem sabe, se a saúde de vocês continuar tão boa, talvez vocês apareçam na próxima aula de educação física.

– É quem sabe né... esperamos que sim! – Kate amenizou.

– Ótimo até a próxima então!

– Até! – falamos em coro.

Depois que o professor se virou, nós caímos na gargalhada.

Entramos em uma loja chique como diria a Angie. Kate procurava um vestido perfeito, que é claro ela não encontrou, chamamos as vendedoras, mas nenhuma mostrava interesse em nos atender, até que finalmente uma ruiva se aproximou.

– Posso ajudar?

– Não, estamos só olhando.

– Ahh ok, qualquer coisa é só chamar. – Ela falou tapando a boca. – Nossa que cheiro horrível! - Disse se afastando.

– Cheiro? Que cheiro?- falei e nós nos cheiramos.

–Alice, eu acho que é você... – falou a Sam tirando um pedaço de pão do meu cabelo.

– Tá, já chega! – falei saindo da loja. – Eu vou pra casa...

– Ahhh Alie, não fica assim vai! Apesar de tudo foi legal... não foi?

– ...Tá foi. – falei dando o braço a torcer. - Mas agora é sério, eu tenho que ir, já tá ficando tarde, daqui a pouco a minha mãe me liga aí já viu.

– Beleza, então agente se vê amanhã?

– Claro!

– Fechou então, tchau amiga!

– Tchau meninas. - Falei as abraçando. – Até.

– Até!

O caminho de volta pra casa foi tranquilo. Mesmo não sendo muito longe peguei um ônibus pra voltar, já que os meus pés estavam me matando. Ao chegar no ponto, caminhei até a minha rua, mas fui obrigada a correr graças ao cachorro da vizinha que tem problemas comigo. Com a corrida eu quebrei o salto, mas o desespero era maior já que o cachorro do demo tava atrás de mim. Entrei em casa esbaforida, quando ouvi minha mãe.

– Alice, pode me dizer onde você se meteu?