Além do Destino escrita por AnaBonagamba


Capítulo 9
Pesadelo.


Notas iniciais do capítulo

Mais um por hoje! Divirtam-se!



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Tom acordou com pequenos raios de sol em frente ao seu rosto. Hermione ainda dormia, assim fez o menor barulho possível enquanto tomava banho e se trocava.

Como de costume, optou por um terno escuro. Arrumou caprichosamente a gravata verde e prata, enfileirou os fios negros de um só lado da cabeça e olhou-se no espelho.

- A poção de Stradivastus possui 438 gramas de fibra de coração de Dragão, é raramente comerciável e serve para fortalecer poderes mentais e controladores. – Disse Hermione, olhando para seus pés acima da cama.

- Ou eu sou um excelente professor ou você é realmente a aluna modelo mais esperta que existe. - ele disse, risonho.

- Acho que nós dois nos encaixamos nisso. - ela riu.

- Está mais segura agora? É capaz de fazer uma provinha idiota para o ministro da magia?

- Você não gosta muito dele né?

- Ninguém gosta. A magia é um meio infinito, não deveria existir regras no seu uso. Cada pessoa tem seu potencial e, se você estagna o uso desse potencial, a pessoa acaba a perdê-lo.

- Bem, eu acho que você tem razão, olhando por esse lado. Mas existem pessoas más, Tom, que não tem malícia e acabam fazendo coisas erradas e cruéis. - ela o olhou penetrante. - Pessoas que destroem a vida das outras.

- Sempre pensa nos outros dessa forma? É bonito. Admiro que consiga.

- Eu tento fazer o melhor.

- Você realmente não parece ser daqui, dessa época. O mundo trouxa numa guerra ridícula e você pensando em cada um por si. Mesmo sendo de outra escola, você é completamente diferente das meninas que eu conheci. - sorriu um pouco.

- E quantas meninas você já teve uma relação assim...como está tendo comigo agora? - ela corou.

- Realmente quer saber? – ele deitou na cama sobre ela. – Umas três, ou quatro. Aconselho a manter-se bem longe delas, aliás. – ele riu.

- Que bom que me avisou. Nada de amigas Sonserinas! – ela levantou as mãos como se estivesse se protegendo.

- Oh, o que a faz pensar que são todas Sonserinas? – ele perguntou.

- Você me disse que não poderia confundir seu trabalho de monitor com mais nada que eu requeresse de você... porque eu era da Grifinória. Sois um rapaz tremendamente orgulhoso!

- Acertou, Srta, mas meu orgulho está ferido neste momento. – ele a olhou profundamente. – Minha namorada é da Grifinória. – ele riu.

- Que ironia, não?

- Sim, muito irônico. Aliás, creio que deve dormir um pouco mais. Ainda é muito cedo. – completou.

- Cedo? Mas já está prontamente vestido! – se exasperou.

- Preciso, ãhn, conversar com uns colegas meus. Uns colegas da Sonserina. Como monitor, este é um dever a mais.

- Que tipo de conversa? – perguntou desconfiada.

- Coisas minhas, sem importância. De qualquer forma, um dia você saberá. – e a beijou na testa. – Tem mais duas horas pra dormir, e metade de uma pra se trocar.

- É, vou dormir mesmo. – ela riu. – Cuidado, Tom.

- Cuidado?

- Sim. Lembre-se, tem vezes que o poder pode trair você.

- Ah, querida, eis que o poder me acompanha. Acompanha você também. – e saiu.

                                                           * * *

Estava tudo escuro, a não ser os flashs de luz verde que passavam a finuras do corpo da garota. Ouvia os gritos e o barulho leve de cristais se quebrando, talvez taças. Uma risada: Belatrix. Mais flashs verdes.

- Hermione, corra! - gritou Ron, todo machucado. - Saia logo daqui!

- Ron, onde estou? O que está havendo? - gritou de volta.

- Hermione, faça o que eu digo! O portal está se fechando, corra! - e sumiu, no meio das luzes verdes.

Hermione correu para o corredor de cristais, conteúdos estranhos. Seu peito gelou: a sala dos segredos de Dumbledore.

Continuou a correr até a tampa da caixinha, acreditando que ela seria levada de volta ao castelo se a atravessasse. Nada feito. Os gritos aumentavam continuamente.

- Hermione! - gritou Harry.

- Harry, cuidado! - desesperou-se.

- Aonde pensa que vai, Srta. Granger? - disse uma voz rouca e sensual, na qual conhecia muito bem.

- Não se aproxime dela, Voldemort! - berrou Harry. - Me mate, se quiser, mas não vai machucá-la. - disse confiante.

- É claro que vou te matar, Harry Potter. E é claro que a Srta. também morrerá. Sua traidorazinha, sangue-ruim! - gritou Voldemort, olhando com seus olhos de cobra.

- Harry, - gritou. - não se aproxime dele! Ele vai matá-lo!

- Não...se alguém aqui for morrer, será Voldemort. AVADA...

E antes de Harry terminar de conjurar o feitiço, Voldemort tomou sua forma jovem, sua forma de Tom Riddle.

- HARRY NÃO!- gritou ela, colocando-se na frente de Voldemort em sua face jovem.

- Saia daí, Hermione! - pediu Harry, autoritário.

- Ela não vai sair, Potter. Ela não vai obedecer você. - disse Voldemort, virando Hermione para que olhasse sua face.

- Você é quem me traiu. Você prometeu que ia tentar, que não seria mal, se pudesse. Você mentiu pra mim. - disse ela, chorando.

- Eu amei você, e você me traiu. Vai pagar por isso.

- Saia, Hermione! - gritou Harry.

- Harry Potter morrerá porque a amiga não foi corajosa suficiente a deixar quem mais a fez sofrer e matou seus amiguinhos morrer. Isso prova que continua uma menina ingênua, como a Weasley. - Voldemort riu com desdém.

- Eu amei você, Tom, e você me traiu. Vai pagar por isso. Tem que pagar. - e se afastou dos braços dele.

- AVADA...

- Você pode tentar se quiser, mas nunca se esquecerá de mim. - disse Riddle.

- KEDAVRA. - completou Harry.

- NÃO! - gritou Hermione, colocando-se na frente de Tom.

                                                         * * *

- Acorde...Hermione, acorde. - disse Tom, levemente.

- Tom...Tom! - gritava.

- Fique calma, estou aqui! – respondeu. – Olhe, estou aqui!

- Por Merlin... o que houve? – ela questionou claramente confusa.

- Eu que lhe pergunto! Com o que estava sonhando? – Tom a olhou firmemente. – Por que gritou meu nome?!

- Sonhei...que..que... – ela não pode evitar as lágrimas que insistiam em banhar-lhe a face.

- Não chore, não gosto de choros. No orfanato, as crianças choravam de mais, me incomodava. Mas você chorando me parte o coração. Vamos, aluna modelo, não chore! –ele replicou. – Vai ficar cheia de rugas. – e riu.

Hermione não pode evitar uma gargalhada abafada pelo choro.

- Não foi nada. – disse Tom. – São essas provas ridículas que estão perturbando você.

- Devem...devem ser elas mesmo. Foi só um sonho idiota. – ela riu levemente. – O que importa é que você está aqui.

- Estou, e atrasado. – ele sorriu de lado de forma sedutora. – Já esperava encontra-la pronta, sua dorminhoca.

- Que...que horas são?

- Nove e quinze. Se for bastante ágil, consegue tomar um banho e comer alguma coisa. – ele olhou o relógio prata que batia incansavelmente na parede do quarto. – Vá se trocar e eu pego algo pra você comer, sim?!

- Obrigada, Tom.

- Agilidade, Srta. Granger. – lembrou-a, antes de sair apressadamente do quarto.

Hermione foi até o banheiro, cautelosa, observando que este ainda estava úmido. Tomou um banho rápido, lavando os cabelos com cuidado para não formarem grandes nós.

- Preciso de uma poção anti-frizz urgentemente. – ela riu, assim que saiu da banheira.

Enxugou-se apressadamente e procurou algo para vestir. No canto do quarto, apoiado delicadamente sobre a poltrona, descia um lindo vestido verde-musgo, com pequenos detalhes em prata.

- Ele pensa em tudo, não é?! – perguntou para si mesma, colocando o vestido no corpo.

                                                           * * *

- Tom? – perguntou Rebeca, vendo Riddle levar algumas bolachas consigo. – Você sabe onde a Mione está?

- Sim, eu sei. – respondeu secamente. – Está no meu quarto, estudando para as provas de daqui a pouco. Estou levando o café para ela.

- Será que você, bem, pode me fazer um favor? – perguntou. Podia sentir a desconfiança emanar dos olhos dele. – Diga para ela me encontrar depois da prova, no jardim perto do lago. Diga que ele fica entre...

- Ela sabe bem onde fica, Crusois. Não se preocupe. Ela irá. – e virou-se para ir embora.

- O que você e o Riddle estavam conversando, Rebs? – perguntou Dérek.

- Nadinha, amiguinho. Eu só queria saber da Mione.

- Ela está bem? Onde ela está?

- Está com ele. Nos veremos depois, sim? – disse, se despedindo.

- Ok. Nos vemos depois.

                                                         * * *

- É melhor eu fechar isso antes que os quebre. – disse Tom, apertando os botões do vestido da menina. – São de pérola, muito delicadas.

- Não sou muito boa com coisas assim. – admitiu.

- Eu também não. Só achei que ficaria bonito em você. – ele riu. – Trouxe algumas bolachas. – apontou para a mesinha de canto. – Crusois pediu para encontra-la depois da prova, no jardim do lago.

- Hum, ela disse o que queria? – perguntou Hermione, saboreando uma bolachinha de nata.

- Não. Não disse a mim, mas pareceu importante. – disse pensativo. – Fechou sua mente por completo.

- Você tentou ler a mente dela? – perguntou a menina, incrédula. – Tom! Não se deve fazer isso!

- Vai me contar depois, não vai? Não tenho culpa de ser curioso. – defendeu-se ingenuamente.

- Sim, de qualquer forma eu já iria te contar.

O sinal bateu, juntamente com o relógio do quarto.

Nove e meia. Hora da prova.

- Temos mesmo que ir? – perguntou para Tom, relutante. Aquela prova não iria prejudica-la no futuro, nem lhe acrescentaria bônus.

- Infelizmente sim. – respondeu. – A propósito – a beijou delicadamente nos lábios. – bom dia, Srta. Granger.

- Bom dia, - ela riu, beijando-o como resposta. – Senhor Riddle.

Desceram as escadas de mãos dadas, ninguém reparando em Hermione, vestida de verde no meio da multidão. Ela riu ao perceber que esse era um dos motivos de Tom ter escolhido aquela roupa para ela: descrição. Lembrou-se de onde estava e da época que estava. Era bem estranho sair do quarto de um rapaz, mesmo o monitor, naquela hora da manhã.

Rebeca riu ao ver as mãos de Tom entrelaçadas nas dela, com um pingo de alegria e outro de desconfiança. Felipe fez uma cara de nojo e Tom retribuiu da mesma forma. Dérek espantou-se, mas acompanhou Rebeca com sua expressão animada: era raro ver Tom Riddle numa relação tão normal com alguém.

- Engraçado vê-la de mãos dadas com ele sem ser torturada. – comentou Felipe, maldosamente. – Não é isso que ele costumava fazer com suas “namoradas”?

- Não diga isso, Felipe. – alertou Rebeca. – Parece que ele gosta dela.

- Sim, até perceber que ela é pouco pra ele. Não que ela seja, muito pelo contrário. Só que o orgulho dele é maior. – vociferou. – E os amiguinhos da Sonserina, principalmente o Malfoy e o Lestrange não estão gostando nada disso.

- Chega, Lipe. – disse Dérek. – Está dizendo isso porque gosta dela e está com ciúmes. – Rebeca riu. – Tom Riddle é o cara mais inteligente daqui. Se ele largar a Mione por causa de seus amigos ou de seu orgulho, cairá para o rebaixamento mental, mil vezes abaixo de mim.

- Vocês verão – apontou para Dérek. – como isso acabará.

A prova foi fácil, até de mais. Tom sabia exatamente o que o ministério poderia pedir e dessa forma a treinou bem. Ele saiu da sala primeiro, entregando o enorme pergaminho nas mãos de Slughorn. Ela demorou mais um pouco, colocando mais detalhes na sua redação “Como criar animais mágicos em oficinas familiares”. Quando estava acabando o último parágrafo, uma pequena mensagem apareceu no pergaminho.

“Desejo tê-la aqui de volta, Srta. Granger. Algo deu errado e não consegui trazê-la mais cedo. Hoje a noite, meia-noite ai, meio-dia aqui. Não se atrase, a passagem só será aberta uma vez. Lembre-se: voltarevira! Alvo Dumbledore."

Hermione congelou. Hoje era o dia do baile, e ela iria com Tom. Daria um jeito de se desculpar e voltar mais cedo, porém não desejava isso.

- Algo errado, Srta? - perguntou Slughorn.

- Sim, eu errei uma parte da redação. Mas não tem problema, Senhor. Eu corrijo.

- Como queira, Srta.

Hermione voltou-se para apagar a mensagem de Dumbledore, mas não havia mais mensagem. “Meia noite.” disse a si mesma. Talvez esse fosse o último dia que visse Tom como estava agora. Talvez o último dia que visse e vivesse na Hogwarts de 1943, com Rebeca e seus outros amigos.

Mas e Harry, Ron, Gina, Luna e tantos outros amigos que deixara no futuro? Nenhum deles parecia importar com ela e, por incrível que pareça, ela não se importava agora. A súplica e a dor da culpa cresciam dentro do peito e lágrimas já se formavam em seus olhos.

- Aqui está, Senhor. - disse decidida.

- Obrigado, Srta. - disse Slughorn. - Tom mandou dizer que a espera em seu quarto, depois que voltar do passeio com sua amiga. - ele riu.

- Obrigada. – e saiu.

Correu para os jardins externos, a procura de Rebeca. Hermione deveria preocupar-se somente com o tempo em que estava vivendo, pois sabia que voltaria ali. Dumbledore disse para confiar nele, que tinha várias coisas para ter medo.

Mas ela sabia, e como sabia, que dizer adeus naquela hora não era a melhor coisa a se fazer.


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Notas finais do capítulo

Prontinho, eis o capítulo nove completo.
E, para a alegria de vocês, o capítulo 10 já está quase pronto.
Queria saber: o que voces acham de colocar uma cena NC-17 nessa fic? nha...tenho vergonha de escrever, mas se vocês acharem legal, eu vou tentar!
Um beijo e obrigada pelos comentários lindíssimos que eu tenho recebido! Vocês são uns amores!
Divirtam-se! *8*