Além do Destino escrita por AnaBonagamba


Capítulo 32
Um pedido especial.


Notas iniciais do capítulo

Sou muito boazinha, não sou?



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- Feliz Natal, Sra. Riddle Jr. – uma voz conhecida disse para Hermione. Ela se virou prontamente, deparando-se com aquele que de seu noivo tudo tinha...até o nome.

- Que bom vê-lo, Tom! – ela o abraçou singelamente. – E que festa maravilhosa!

- Está completa, agora. – ele pegou um copo de suco e caminhou junto dela por entre os convidados. – Sinceramente, eu não esperava que você e Tom viessem.

- Oras, e por que não?

- Sei como é complicado deixar o mundo diferente para voltar para o nosso. – sorriu, desculpando-se. – Mas eu não me importo. Estou feliz que estejam aqui.

- Vi que Cecília está muito satisfeita. – comentou alegre, olhando para a loira que gargalhava junto a duas outras moças, belíssimas.

- Espero que sim. As amigas ali são damas de honra. Fiquei sabendo que será dama de honra também. – adicionou.

- Quando, hoje de manhã? – retrucou brincalhona. – Seu filho fez o favor de me assustar com a notícia praticamente logo que eu acordei.

- Não lhe agrada? – o mais velho riu.

- Não mesmo.

- Sinto informar-lhe que tal decisão é imprescindível na cerimonia. Faça esse sacrifício não só para os caprichos de Cecília... – sussurrou galante.

- Aposto que não será apenas um capricho. – disse enfadada. – Pelo menos eu ganho a roupa.

Tom Sr. riu, entregando a mão da nora para o filho.

- Acho que este ponto pode ser um grande segredo, minha adorada Hermione. – disse ele, beijando a mão dela e afastando-se.

- Sobre o que falavam? – Tom perguntou curioso, abraçando a cintura dela.

- Sobre o casamento, alguns detalhes do meu vestido de dama.

- Vejo que a ideia não lhe parece mais tão ruim. – inclinou-se para beijá-la.

Antes que ela correspondesse o beijo, um braço firme tocou o ombro de Tom.

- Meu neto, por que não vamos até o salão de jogos? – Thomas convidou, piscando o olho azul esquerdo para a menina. – Há alguns antigos amigos que querem muito o conhecer. Hermione pode sentar-se com Mary...

- Não não, Sr. Riddle, não se preocupe. – retrucou sorridente, acariciando o rosto do jovem. – Tom, estarei lá em cima, sim? Parece que este almoço não acabará tão cedo!

- Ah, é uma comemoração divina. – Thomas revirou os olhos e sorriu. – Nos vemos depois.

E afastaram-se.

Era o momento que estava esperando. Desviando de alguns curiosos e de outros intrometidos, Hermione foi até o estábulo e selou um cavalo. O bicho foi complacente, e não brigou quando ela praticamente jogou seu peso sobre ele. Pegou a corda e colocou-se a caminhar.

O primeiro pensamento que lhe veio foi a probabilidade de Maggie tê-la visto sair e, por “descuido”, informar a Thomas e Tom. É claro que o primeiro já sabia do trato, mas Tom com certeza ficaria furioso. Fechou os olhos com foça, desviando-se das contradições.

Depois pensou no que iria fazer. A última vez que vira Morfino Gaunt ele estava sendo torturado pelo próprio sobrinho, o qual o repugnava. Claro que, por vivência e talvez cultura, Morfino desprezava Tom com todas as letras e todos os olhares que se podia ter.

E com ela, como seria?

Ele não travaria um duelo com ela, isso podia apostar. Não havia medo nem insegurança em suas mãos, mas seu íntimo dizia que essa visita seria muito mais difícil do que imaginava.

Era Natal. Será que isso significava alguma coisa?

A conversa com Thomas sempre lhe era produtiva. Os pensamentos e as lições que elas alcançavam sempre lhe mostrara um caminho sem muitos buracos e cheios de esperança. Para ela, este Natal significava mais do que estar presente na vida daquele que destruiu o Natal de tantas pessoas, mas mudar o universo que o cercava também.

Não pretendia trazer Morfino para perto de Tom, ou de sua família. Hermione tinha a noção de que, criado como fora, nenhuma palavra ou ação mudaria o rude pensamento sobre trouxas e seus derivados. A questão proposta era levar um pouco de consolo para alguém sozinho. Alguém que simplesmente não possuía valor algum.

Desceu do animal sem fazer muito barulho. A tarde em Little Hangleton estava exótica, onde o sol brilhava arduamente sobre o céu e deixava o dia com poucas nuvens.

Retardou um grito agudo quando viu uma serpente rastejando nas redondezas da casa. A mesma entrou na cabana por um buraco escavado na porta, quase que feito para ela. Andou mais um pouco, aproximando-se. Não bateu na porta, não esperava que alguém fosse atendê-la.

Morfino estava sentado sobre uma poltrona surrada, a serpente em suas mãos, acariciando-a de leve com uma pena. O bicho parecia gostar do carinho, pois quase repousava sobre o homem. Ouviu a porta ser aberta, mas não olhou para quem entrava. Estava estático, seu olhos vagando sobre o fogo que crepitava na lareira, aquecendo o caldeirão.

Hermione olhou mais para o lugar onde estava, coisa que não teve oportunidade de fazer anteriormente. A casa era um cubículo sujo e malcheiroso, cheio de insetos e pestes pelos cantos, além da comida estragada sobre o fogão. As camas estavam com os colchões destruídos e toda a poeira do mundo se encontrava ali. Sentiu pena.

Pegou a caixinha de música que Felipe Huter lhe dera na noite anterior, lembrando das palavras do amigo como se ele estivesse ali:

“Eis o real significado do Natal, mostrar às outras pessoas conceitos diferentes de felicidade e alegria. Sua missão é dar essa caixa para alguém que perdeu o brilho do Natal, o brilho da vida. – disse ele. – Eu a dei pra você porque você só pode adicionar mais coisas boas nela. Quando estiver cheia de virtudes, deve entrega-la para quem precise.”

- Morfino. – murmurou ela, aproximando-se bem. O home apenas ergueu os olhos, sem parar de afagar a cobra. Parecia longe de si. – Tome.

As mãos grosseiras envolveram a caixa como se esta fosse a coisa mais estranha que já vira. Levantando a tampa, a música suave inundou o ambiente com uma calmaria dantes sentida, aprimorada e acentuada pelos bons presságios que a garota transmitia. Sim, aquela era a razão pela qual Felipe lhe dera um presente tão soberbo... Criar uma união acima daquela elaborada em traços de rancor, mas num fio lento de memória que se guarda dentro do coração.

Lágrimas pesadas limpavam a sujeira dos olhos que há muito tempo deixaram de ver a vida. Morfino olhou para ela, pesaroso, e voltou sua atenção para a caixa. Deixou sua cabeça pender para o lado, descansando, enquanto a música lhe cobria com doce ar de virtude. Só assim, então, ela teve certeza de que o trabalho fora feito.

* * *

- Cecília está mesmo parecendo uma borboleta. E eu não gosto de borboletas. – reclamou a menina, assim que colocou os pés na mansão Riddle.

- Foi tão infernal assim? – Tom riu, beijando-a. – Não aproveitou nem a paisagem de Paris?

- Já disse, sem você não tem um pingo de graça. – riu. – Não vi nada além de tecidos caros de cores estranhas. Tom, eu não fico bem de dourado!

- Você fica bem com todas as cores, meu amor. – Tom objetou, guiando-a para o quarto. – A cor não é o maior problema para você.

- É melhor eu nem pensar nos outros. – bufou. – Como foi o dia com seu pai?

- Negócios, conversas...Ele quis saber sobre nossos estudos, quando terminam...Quando será a próxima cerimônia religiosa que ocorrerá nesta casa.

Hermione jogou-se na cama, cansada.

- O jardim de sua avó está lindamente pronto. – comentou.

- Será um evento pomposo, como disse meu avô. – sentou-se na beirada da cama, observando-a. – Eu nunca imaginei isso.

- O que?

- Estar dentro desta casa, esperando o dia do casamento de meu pai, mesmo que seja com aquele pacote de presente. – disse sincero. – É estranho.

- E pensar que você ia privar-se de tudo isso. – replicara singela, deitando a cabeça sobre as pernas dele.

- Não ia privar-me de uma coisa que nunca tive.

- Você não os teve porque tinha medo. Tinha vergonha de eles serem diferentes de nós. – murmurou.

- Não, Hermione, nós somos diferentes deles. Eles não me aceitariam se eu viesse mais cedo.

- Será? – sorriu presbítera. – Eu penso que seria o contrário.

- Não importa. – Tom finalizou, afagando os cabelos da menina. – Mudando um pouco de assunto, achei uma caixa de bombons jogada sobre a cama e lembrei-me do presente que Huter te deu. Onde está?

Hermione sorriu, erguendo o rosto até tocar-lhe os lábios.

- Está em boas mãos, acredite.

                                     * * *

- Deus, Deus, Deus. – Cecília caminhava de um lado para o outro, enquanto Maggie tentava segui-la para colocar a coroa sobre o lindo arranjo que fizera.

Era o grande dia. O dia do casamento de Tom Riddle Sênior com Cecília Wright.

- Senhora, se puder sentar... – pediu Maggie, cansada.

- Não posso! Estou elétrica! É hoje! Como passou tão rápido? Eu nem percebi os dias caminhando...

Cecília sentou-se na penteadeira e Maggie veio a arrumar-lhe as madeixas.

- O vestido da Senhora é lindo, Madame. É o vestido de noiva mais maravilhoso que eu já vi.

A loira somente empinou o nariz para seu reflexo no espelho.

- Você e toda Little Hangleton. Foi Sherazade quem fez este vestido, e nenhum outro jamais será tão belo quanto este.

- Pode ter certeza que sim, senhora!

Colocada a coroa, Maggie ajustou o corpete e, por fim, desceu no esbelto corpo o vestido de renda dourada, desenhado em finas linhas de ouro e bordado com delicadas flores. Era pouco armado, e integraria o ambiente propício da beleza do quintal e o jardim de Mary, exclusivamente arranjados para a festa.

- Me sinto mal. – disse vagamente. – Chame Tom!

- Mas, senhora... O noivo não pode ver o vestido da noiva antes do casamento! Eis um grande azar! – replicou Maggie, aflita pelo pedido da senhora.

- Não, sua imundícia, o filho! Chame o filho do meu ma... futuro marido. Traga-o aqui, ande!

Maggie correu corredor abaixo até chegar ao maior quarto de visitas de toda a mansão. Bateu na porta ansiosa, esperando o mais rapidamente por uma resposta.

- Quem é? – gritou Hermione de dentro do aposento.

- É Maggie, Srta., a Senhora Cecília pede que o Sr. Riddle vá ao quarto dela imediatamente!

- Por que? – sussurrou Hermione para Tom.

- Não faço a menor ideia. – disse o outro, abrindo a porta e acompanhando Maggie.

- Senhora, fiz o que pediu. – orgulhou-se, mostrando o rapaz pelo espelho.

Cecília virou-se e sorriu nervosamente.

- Tom, querido. – fez um gesto com a mão, dispensando a empregada. – Venha cá.

O rapaz se aproximou e agachou-se sobre a cadeira dela. Cecília o fez apoiar as mãos em seus joelhos, sobre o belo vestido rendado.

- Você está gelada. – comentou.

- Estou nervosa. – respondeu a outra, quase amável. – Você está tão bonito.

- Eu não acho. – replicou frígio. – Não gosto de ternos brancos. Ficarei furioso se algum convidado me pedir bebida.

Cecília riu platinada e colocou as mãos enluvadas sobre o rosto do rapaz.

- Tem tanto do seu pai... – suspirou. – Será que se eu tiver um filho ele será tão perfeito quanto você?

- Não diga asneiras, ele será loiro. – moveu a cabeça para os lados, como se comentasse a coisa mais óbvia do mundo.

- Queria que fosse meu, Tom. Desde o começo temi que me sentisse assim, temi que desejasse você tanto quanto desejo seu pai ou a mim mesma. Sempre quis ter um filho de Tom Sr., um menino que dele tivesse nome e sobrenome, mas você... – respirou um instante, antes de concentrar seus olhos azuis claros nele novamente. – Você tem o rosto dele.

- E como se sente?

- Vencida. Esta batalha a menina Gaunt ganhou. Nunca poderei dar um filho tão maravilhoso para Tom como você é.

- O externo é um luxo, madame. – Tom ergueu-se de prontidão, levando-a consigo. – Posso ser completamente diferente por dentro.

Cecília apenas fez descaso com os dedos enluvados.

- É, na verdade. – olhou-o tristemente, pasma. – Posso lhe pedir uma coisa?

Tom observou-a por alguns instantes até ver uma lágrima brilhar em seu rosto maquilado.

- Sempre poderá.

- Você...pode me a-acompanhar...até o altar? – perguntou esperançosa.

Por tal coisa Tom jamais esperara. Em nenhum momento imaginou-se entrando de braços dados com a mulher que tentou, de formas horrendas, desfazer o carinho que o pai sentia por ele, pô-lo para fora da casa e da família, entregando-a para o próprio progenitor.

- Será uma honra, Sra. Riddle. – Tom não conteve os braços dela que dependuraram em seu pescoço.

   * * *

Diário de Tom Marvolo Riddle. 31 de dezembro de 1944.

Eu não esperava que Cecília fosse fazer isso. Na verdade, aguardava alguma surpresa desagradável, como todas as outras que se sucederam, mas não.

Ela pegou minhas mãos e perguntou se eu a levaria ao altar.

Olhei para ela antes de responder. O vestido era belíssimo sim, mas a mulher a minha frente também era bela. Sofrida, quase morta de amor. Por um momento entendi a posição dela em desgostar de mim, sendo que o que eu era significava para ela tudo o que ela um dia sonhara.

Sonhos, enfim, mostravam as decepções e desilusões que causaram em uma jovem. Coloquei Hermione em seu lugar, e eu no lugar de meu pai, e não pude deixar de sentir pena da minha futura madrasta.

Ajeitou o broche que Hermione me dera de presente de Natal, colocando-o mais acima do bolso do terno branco e dourado. Passou o véu sobre o rosto e desembrulhou a imensa cauda que o vestido tinha. Sorriu para mim antes de tomar meu braço e seguir pelo corredor.

- Você será meu filho também. – murmurou.

Sorri-lhe desajeitado, não cabendo a resposta em hipótese alguma. Talvez eu já fosse muito fechado dantes, e não pudera dizer que ela agora seria também minha mãe, uma vez que seria uma cabível mentira. Ao chegar ao jardim, um elegante quarteto de cordas tocava a primeira marcha, onde as damas e os pajens entravam graciosos. Vi um reflexo de Hermione, vestida com um traje dourado escuro, quase bronze, e seus cabeços caindo em cachos maravilhosos, numa cascata chocolate em suas costas.

Olhei Cecília novamente.

Os olhos dela não demonstravam afeição, medo, ansiedade, nem nada. Estavam apáticos. Segurava um braço com força, com segurança, e eu apertava o dela de leve, como se mostrasse que podia confiar em mim.

Todas as moças entraram, sorridentes, pelo longo tapete enquanto um fotógrafo batia algumas fotos. O cheiro de fumaça que saia das câmeras estava começando a incomodar minha avó, mas nada disso poderia deixar de ser feito. Cecília apertou mais minha mão.

- É a nossa hora. – informou ela.

Olhei para trás, e a empregada Maggie limpava os olhos com um lencinho de renda. Era uma cena hilária, mas a mulher ao meu lado não me deu espaço para sorrir. Entramos, por fim, ao som da segunda marcha.

Assim que Cecília colocou os delicados pés no tapete, os olhos de meu pai encontraram os meus. Sorri para ele, sem jeito, logo após perceber que seu olhar foi diretamente para ela. Ele parecia bobo, encantado, como se ela fosse poderosa o suficiente para controlar todos seus desejos e anseios.

Hermione olhou para mim e retribuiu o sorriso vão. Continuei a imaginá-la no lugar de Cecília. Continuei a imaginar como seria meu casamento.

Eu nunca quis me casar. Nunca quis uma família, nem nenhum vínculo que se adeque a ela. Nunca amei ninguém, e isso jamais me foi um problema. Mas agora, olhando Cecília, olhando meu pai, desejei imensamente estar no lugar dele, e Hermione no lugar dela. Vi crianças correndo dentre o jardim, algumas segurando uma varinha, outras pequenas de mais para demonstrar qualquer poder.

Qualquer hipótese que isso me fosse desfavorável era descartada agora. Entreguei Cecília para meu pai, morrendo de orgulho, depois de receber um abraço dele e um carinhoso beijo dela. Pude ouvi-lo sussurrar “muito obrigado, meu filho”.

Caminhei até Hermione e abracei sua cintura possessivo, encantado, quase fora de meu sentido oblíquo, mas mesmo assim soberano. Aí estava a razão de todas as coisas terem mudado. Eu me apaixonei.

Vi a benção do padre trouxa e lembrei-me dos meus desejos de vingança, o quanto desejei matar aquele que também ajudou a me colocar no mundo, o quanto quis acabar com a felicidade dele. O poder, enfim, conquistado me daria completa alegria de ser superior a todos no mundo, e fazê-los temer-me quando somente pedi carinho e atenção. E foi nela, somente nela, que conquistei isso. E agora?

Trancei meus dedos nos de Hermione e senti a aliança queimar minha pele levemente, um calor gostoso de sentir. Ela sorriu e, como num dever amaríssimo, sussurrou ao meu ouvido:

- Feliz Aniversário, Tom.

Por fim, a hora do “aceito”. Muitas vezes vi esta passagem como a mais ridícula de um casamento, principalmente uma passagem muito trouxa. Cecília não respondeu de prontidão, olhou para meu pai profundamente com aqueles olhos aguados e tomou-lhe as mãos por apoio. Murmurou um sim quase inaudível, pois sua voz estava encharcada de emoção.

Garantindo os votos, o noivo levantou o véu da noiva e roubou-lhe um beijo. Não resisti em fazer o mesmo, puxando minha futura esposa de encontro a mim e fazendo-a suspirar sobre minha pele.

- Eu acho que nunca esteve tão linda, aluna modelo, nem mesmo em um vestido dourado. – disse-lhe brincalhão, recebendo em troca uma gargalhada suave.

- Estaria mais linda se estivesse de verde, não é? Ou talvez, preto? – citou as minhas cores favoritas, provocante.

Respondi, sorrindo de lado.

- Você só pode ser completamente linda para mim. – beijei-a de novo. – E quando ninguém está vendo.

Hermione me deu um leve tapa no ombro enquanto todos os convidados jogavam arroz nos recém-casados. Ri junto dela.

- Essa casa ficará linda com um bebê. – disse quando voltamos ao quarto para trocar de roupa. A noite de Ano Novo em Little Hangleton é a coisa mais estranha deste mundo, nenhum lugar é igual. O casamento, realizado a tarde, contava com um sol escaldante sobre nossos ombros, e no entardecer já ventava frio.

- Bebê? – ajudei-a a colocar o vestido de veludo vermelho, comprado em Paris.

- Sim, um bebê. – sorriu e jogou os braços em mim. – Cecília não é tão velha, e seu pai muito menos. Ainda podem ter outros filhos.

- Não quero irmãos. – resmunguei, fazendo Hermione rir gostosamente.

- Ah, é claro, porque você vai perder o quarto. – disse-me irritante. Peguei-a nos braços, tirando seus pés do chão.

- Eu acho que não será Cecília a primeira a ter filhos aqui, depois de meu nascimento. – disse. Ela soltou-se de mim como se levasse um choque. Coloquei-a no chão.

- Não seria eu, não é, Tom?

- Por que não? – questionei. – Sempre pensei que quisesse ter filhos. Meus filhos.

- E eu quero. – acariciou meu rosto de leve. Fechei meus olhos. – Mas tem outras coisas que quero também. Quero trabalhar, quero aprender, quero viver, e quero aproveitar você, também.

Abri meus olhos e a vi contar nos dedos o que planejava para o futuro.

- Já tinha essa lista antes ou a fez hoje? – virei-a em meus braços, abraçando-a por trás.

- Na verdade, fiz nesta tarde. – beijou-me.

- Aniversário estranho, este. – comentei. – Não esperava ter uma festa tão bonita. – ironizei, olhando sobre a janela.

- Foi lindo ter entrado com Cecília. Um tortuoso trabalho, mais do que o meu de ser dama de honra.

Na verdade, não tinha sido um trabalho. Tinha sido um grande pedido. Um pedido especial.


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Notas finais do capítulo

O último do mês, mimimi. Eu sei que vocês querem mais, mas sinto informar-lhes que a fic está quase no fim. Ah, foi tão bom escrevê-la que me dá até dózinha de terminar, mas tudo tem um final, até o nosso destino.

Pois é, comprei os ingressos pra DH2. DUBLADO E 2D //fail, a Melina que o saiba.

Tenho um presente para vocês:
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meu facebook, fiquem livres para adicionar-me.

Esta foto me fala MUITA coisa. A Hermione é Melina Fonseca, minha BBF e minha inspiração número 1. O Tom é meu também (já peguei pra colocar na coleção, qq-) o nome dele é Jr. e ele adora desmaiar. O meu Tom é bem inspirado nele. Aquela estranha de cabelos cacheados sou eu, a Lilá. A Pansy é minha quase-irmã~ Lilian. //eu sei que ela é uma perfect slytherin, eu sei.

Bom, eu postei essa belezinha mesmo sem NENHUMA INDICAÇÃO. Nossa, gente, isso que é consideração hein? Se eu fizesse uma chantagenzinha, com certeza estaria LOTADA de novas indicações e comentários. Espero não ser obrigada a fazer isso, porque quando eu sou leitora, bem, odeio que façam isso. Ficou a dica!

O próximo vai demorar um tiquinho, apesar de já ter a ideia pronta no meu celular.(/só que o bichinho está com a Nathy Milik e ela não quer devolver, hmpf). Espero que coração que todos vão assistir Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II. Chorem, berrem, mordam a bochecha style Bella Swan, chorem de novo. É, meus amigos e amigas, a magia é pra sempre.

Eu vou deixar uma declaraçãozinha de amor antes de partir. Ela é para Sophie Ament, prima do VictorHugo, que me enviou uma mega linda mensagem de superação para os momentos mais oportunos da vida. Amiga mia, dolce amadigli, obrigada. Você sempre traz a luz quando estamos no escuro.

Boas férias para todos, amém.