Além do Destino escrita por AnaBonagamba


Capítulo 16
Carpe Diem.


Notas iniciais do capítulo

Feito com carinho para não desamparar vocês hoje. Espero que gostem, pois eu não gostei D:
Beijos&queijos!



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- Como sabe quem é ele? – perguntou Tom, irado, prestes a sacar a varinha e tortura-la.

- É nítido que é um Riddle, querido. – ela respondeu calmamente, cheia de segurança. – É algo que se vê nos olhos.

E é claro que visivelmente se observava que os olhos de Thomas e Tom eram exatamente os mesmos. A única diferença era que os do menor brilhavam de raiva e o do mais velho, de êxtase.

Tom Jr. se afastou dos dois, caminhando para fora do lugar.

- Fiz algo de errado, Srta...? – perguntou Thomas.

- Granger, futura Sra. Riddle. – Hermione sorriu. – Pode me dar um instante? É bom que eu fale com ele. Creio que ficou chocado com a situação.

Ao virar-se, Hermione reprimiu um sorriso. A última coisa que Tom ficaria era chocado. As melhores palavras se resumiam em irado, enraivecido, bravo, extremamente bravo... exageradamente bravo. Ele iria matá-la, no mínimo.

- Tom? – chamou-o. Ele estava parado entre as carruagens, encostado em uma.

- Tem alguma noção do que fez? – perguntou suavemente, soando perigoso.

- Tenho. Vou pagar por toda a minha vida pelo que fiz. – ela disse, aproximando-se dele.

- Não, não, Hermione. Sua vida de nada vale para mim nesse momento. Ela é só um ícone. – ele virou-se abruptamente, pressionando-a contra a carruagem, indelicado. – Eu nunca, nem passou pela minha mente, planejar algo desse tipo! Como ousa, me diga...como ousa interferir-se em algo tão pessoal? – sua voz era letal, porém baixa.

- Então por que me trouxe aqui, hein? – ela o empurrou, libertando-se da prisão de seus braços. – Você iria matá-los, Tom, muito antes de conhecê-los!

- Como sabe disso? Como pode afirmar as coisas com tanta certeza? – ele se aproximou novamente, dessa vez com a varinha em punho. – É melhor que sua resposta me convença.

- Você me ama, só não sabe disso. – ela sorriu. – Não vai me machucar. – ela conseguia sentir a força nas mãos de Tom enquanto mantinha a varinha colada em seu pescoço. – Só por amá-lo, conheço-o muito bem. Você mesmo me disse que os odiava, me fez colocar-se no lugar do seu pai noite passada, quando era você que estava nele... – ela sentiu os músculos do rosto do rapaz se contraírem. – você disse que o desejava morto, no mínimo.

Tom soltou-a, observando a marca que a varinha deixara no pescoço alvo e delicado.

- Essa não foi uma boa resposta. – disse simplesmente.

- Não era o que você esperava, eu sei, mas dê uma chance! – falou a outra, chacoalhando Tom pelos ombros, fazendo-o olhar para ela. – Viu a alegria nos olhos do seu avô! Ele não o rejeita, ao contrário, o desejas!

- Até ficar sabendo que sou filho daquela que arruinou, talvez para sempre, a perfeita reputação de uma família rica e bem posta aos assoalhos da sociedade. – retrucou rispidamente.

- Não creio que se importará com isso. – Hermione pegou na mão dele, delicadamente, tentando amolecer o grande coração de pedra. – Disse que não tinha planos, que tudo estava nas mãos do destino...mas nós fazemos o nosso destino, não é?

Tom não respondeu. Contentou-se em olhá-la nos olhos por alguns minutos.

- Venha. – falou finalmente. – Não deixemos meu avô me esperando.

- Tom... – ela o chamou, num sussurro, colando os seus lábios nos dele. Não havia reação alguma. – Obrigada.

- Não pense que ficará assim, Hermione Granger.

Sua voz soava malícia e maldade, mas mesmo assim, a menina não vacilou. Ter os Riddle’s vivos foi a única coisa que Dumbledore pediu, e se quisesse ficar mais tempo naquele passado teria que cumprir suas obrigações, quer elas custassem lágrimas, dor, ou desespero.

Hermione não estaria sozinha.

   * * *

De volta ao salão, algumas pessoas já haviam descido para tomar café, o que aliviou um pouco a tensão entre a menina e Tom. O avô ainda bebericava seu copo de vodca, e sorria sozinho quando viu os dois se aproximando.

- Creio que minha futura esposa tenha me explicado a situação. – disse o mais novo, sentando-se ao lado de Thomas. - Apesar de não ter planejado algo do tipo, fico feliz que tenha me encontrado.

- Não não... – começou Thomas Riddle. – eu fico extremamente encantado de tê-lo aqui, Tom.

O jovem não reprimiu o leve sorriso que desenhou em seus lábios ao ouvir o outro chama-lo por seu nome. E este sorriso não passou despercebido aos olhos de Hermione.

- Vim aqui somente para vê-los. – disse Tom Riddle. – Jamais esperava conhece-lo, Senhor Riddle.

- Sou seu avô, rapaz! É maravilhoso saber que tenho um neto! – disse Thomas, completamente emocionado.

- Mesmo esse neto sendo filho de uma mulher indesejável? – perguntou Tom, com relutância.

Por um momento, Thomas observou o Tom Riddle a sua frente com um pouco de cautela. Não havia nada dos Gaunt’s naquela aparência imponente, bela, fria, quase letal que ele exibia.

Era, sem dúvidas, seu neto. Era olhar para ele e ver Tom Riddle Senior na flor da idade, tempos atrás.

- Me diga seu nome, meu jovem.

- Tom Servolo Riddle. – respondeu contragosto. Sabia bem o que isso significava.

- Não importa quem seja sua mãe, ou o resto da sua outra família... – começou. – você é meu neto, filho do meu filho, e eu sempre sonhei que você existia. Não acreditei quando Tom, seu pai, me contou que tinha abandonado a moça, e ainda grávida! Ele pensou que estava mentindo, que era mais um dos seus feitiços...mas não! Você está aqui, um verdadeiro Riddle! Temo que devo pedir mil desculpas e amparar vossa mãe... – ele parou.

Pois a face de Tom Riddle Jr. se contorceu de dor.

- Ela está morta, senhor. – disse o jovem, sem se preocupar na expressão que isso trazia. O mais velho nem se deu o trabalho de pedir que o chamasse de Thomas, novamente.

O rosto do homem empalideceu.

- Morta? – sussurrou, perdendo a voz.

- Sim, morta. Morreu quando eu nasci. Morreu abandonada pelo seu filho.

- Meu Deus... – foi só o que conseguiu dizer. Hermione havia se aproximado, notando a tensão da conversa.

Thomas Riddle estava perplexo. Apesar de tudo o que a relação do filho com aquela mulher estranha tinha lhe causado, ela havia lhe dado um neto, que possuía todos os bens dos Riddle’s, e agora estava morta. A pobrezinha morrera no parto.

- Onde você...quer dizer...como foi criado? – disse, observando a menina apoiar uma mão no ombro de Tom.

- Orfanato, desde bebê, até agora.

- Me desculpe a sequencia de perguntas... – interrompeu envergonhado.

- Não se preocupe. – disse rispidamente o menor. – É natural que queira saber, Thomas, pois eu também quero saber bastante a respeito do senhor.

Tom Riddle havia sorrido, quase que sinceramente, eliminando algumas dores que cresciam no semblante da menina e do velho a sua frente.

- Quantos anos tem?

- Quase 17. – respondeu Hermione, arrancando um sorriso dos lábios de Thomas.

- Tão novinhos assim, já decidiram se casar? – ele riu. – Vejo que herdou muita inteligência que, modéstia a parte, me pertence.

Tom riu novamente, observando o avô.

- Decidimos ainda este mês. – comentou. – Creio que encontrei a mais linda juíza, também jurada, parte do júri, mas ainda sim advogada de defesa que existe nesse mundo.

Hermione desacreditou. Além de estar conversando abertamente com o avô, Tom tinha acabado de, praticamente, se declarar para ela, de uma maneira que nunca tinha feito.

E ela jamais imaginou que faria.

- Você estuda, rapaz? – o mais velho mostrava sincero interesse. Parecia, aos olhos de Tom, que pretendia conhecer toda sua vida em pequenas horas.

E sabia que isso jamais seria possível.

- Sim, eu e Hermione estamos na mesma escola, no penúltimo ano. – disse displicente, ignorando maiores detalhes.

- Tom é o melhor aluno. – comentou a menina, vendo os olhos de Thomas brilharem de orgulho.

- Senhor Riddle! – chamou uma senhora com cabelos louro-cinza presos num coque fino, vestida de azul claro. Os dois, neto e avô, olharam curiosos, levantando-se da cadeira.

O olhar da governanta congelou no menino, por saber bem quem era ele.

Ele era, sem dúvida, o filho do seu mais jovem senhor. O filho que ele não sabia da existência.

- Maggie, eis que lhe apresento meu neto, Tom Riddle Jr. – ele sorriu, fazendo menção para que ela se aproximasse.

Nenhum passo foi dado pela mulher, somente seus olhos lagrimejaram levemente.

- Tom, esta é minha amiga, Margareth, mantém a minha casa em ordem e suporta a décadas a rigorosidade de sua avó. – Thomas gargalhou, tirando um sorriso de Hermione com a naturalidade que tratava Tom. Esta é a futura esposa dele, Srta. Granger.

Nenhuma ação foi feita por ela. Ainda continuava pálida, parada alguns metros dos dois, olhando estupefata para o garoto a sua frente.

Até que sua boca mexeu, e leves sussurros foram ouvidos por eles.

- Mary...lá...fora...esperando. – pronunciou-se tortuosamente.

- Oh, preciso pará-la! – disse Thomas, correndo para a porta do albergue. – Se Mary vê você, Tom...estragará toda a surpresa! – disse hesitante. – Esperem..esperem! – pediu.

Thomas Riddle deu passos apressados até a porta principal, e Tom podia vê-lo tentando enganar a outra senhora de cabelos negros que, ironicamente, procurava alguma jovem bonita dentro do bar. Levou-a para fora e lá ficou por alguns minutos.

- A senhora, Maggie, está bem? – perguntou Hermione, aproximando-se da outra.

- Conheci sua mãe, menino. – ela falava com Tom, de um modo quase grosseiro. – E tem sorte de se parecer com o pai.

- O que quer dizer? – perguntou Tom, ríspido e ofegante. Mesmo forte e poderoso, estava absorvendo muitas informações para uma só manhã.

- Seu pai é rude, e você não parece muito gentil. – disse enfadada- Mas Tom Riddle é bonito, e você é exatamente como ele. – ela o observou andar até seu encontro, e observou-a com bastante cautela.

- Como a minha mãe era. – não parecia uma pergunta. Tom praticamente cuspia as palavras no rosto daquela senhora, fazendo as mãos de Hermione suarem de receio. Ele estava quase parecido com Lord Voldemort naquela posição estranha.

- Não me lembro dela, mas me lembro do medalhão. – agora seus olhos estavam postos em Hermione, mais precisamente perto de seu peito, onde o medalhão Sonserino balançava-se vagarosamente com a respiração da menina. – Ela tinha olhos e cabelos escuros, menino, tão normais que enojavam.

Tom sentia repulsa e, por incrível êxito, Hermione também.

- Pare, senhora. – disse a menina, vendo os olhos de Tom assumirem o ardor assassino.

- Não estou falando com você, criança estúpida. – disse rispidamente. – Agora, senhor Riddle, se veio aqui para atrapalhar a paz e a harmonia em que dediquei anos de minha vida para organizar, deve ir embora.

Hermione não entendeu o que ela quis dizer, mas não se dispôs a perguntar. Thomas havia retornado com seu enorme sorriso, e a senhora colocou-se no lugar que assumira antes da conversa que tivera com Tom: quieta e pálida. Meio morta.

- Creio que não corremos perigo, mas tenho que ir embora. Essa noite temos uma festa, acabei de me decidir! – disse empolgado. – Nem imagino a hora de apresenta-lo, meu querido!

- Senhor...Thomas... eu quero conhecer o meu pai. – disse convicto, observando a face de Maggie endurecer e Hermione sorrir levemente.

- E creio que ele ficará satisfeito em conhecê-lo, Tom. – Thomas abriu os braços, esperando que o neto fosse ao seu encontro. Tom relutou a principio, mas deixou que seus passos guiassem-no para algo extremamente novo.

Ele se sentia completo, com família, o que jamais teve. Não choraria, jamais, ao contrário disso, sorriu ao sentir um beijo leve em sua bochecha, dado carinhosamente pelo avô. Thomas Riddle, oposto a felicidade do outro, chorava de orgulho. Um choro silencioso e desejável, que despertava os mais nobres sentimentos no coração de Hermione.

Agora sim poderia dormir em paz. Sabia que aquela cena estaria com ela no passado ou no futuro, seja lá como fosse, impregnada em sua mente. Gostaria de, quem sabe, mostrar a Harry e a Ron o que acontecia ali... quem Lord Voldemort fora de verdade.

E o que o amor pode fazer com uma pessoa.

                                     * * *

- Ainda quer me matar? – perguntou Hermione no quarto, quando se arrumavam para a festa planejada por Thomas na casa dos Riddle. Em nenhum momento Tom sequer havia olhado para ela.

- Já lhe disse que sua vida, agora, é um ícone. – disse simplesmente, natural.

- Não suporto isso.

- É claro que não. E eu não me importo. – adicionou.

- Não se importa então, se eu não for nessa festa? – perguntou.

- É bom que vá. – disse seco.

- Me desculpe. – disse ela, sentando-se no colo dele sobre a cama. Tom nem se mexeu.

- Não costumo desculpar tão facilmente. – disse, com um sorriso maroto nos lábios.

Aquele sorriso derreteu milhões de pedras que se acumulavam sobre os ombros da menina. Ela fora perdoada, sentia isso.

- Então... – sussurrou ternamente. – o que posso fazer para merecer seu perdão?

- Não se apaixone por meu pai essa noite. – Riddle sorriu, abraçando a cintura da moça.

Hermione gargalhou de leve. Esta era a coisa mais absurda que ele poderia dizer num momento como aquele.

- Não me apaixonei por você por causa de sua aparência. – comentou sarcástica.

- Oras, não me diga!

- Digo sim.

- Inteligência, talvez? – ele fechou a expressão, admitindo severidade. – Você atrai homens inteligentes, para lhe informar os fatos.

- Também.

- Não seria dinheiro, pois não disponho de nenhum. – Tom rolou os olhos, observando o queixo da menina cair.

- Muito menos isso.

- O que seria, pois, minha grandiosíssima juíza?

- Você é mau. – disse, bagunçando os cabelos bem penteados do outro. – Homens maus me atraem.

- Hmmmm... – suspirou ele, deitando-se na cama e levando-a consigo. – Que bom saber disso, aluna modelo.

E a beijou, deixando-a assumir todo o controle dessa vez. As mãos dela eram apressadas em abrir sua blusa social, enquanto as dele procurava o zíper do belíssimo vestido que usara no último baile.

- Parece que seu avô terá que esperar alguns minutinhos a mais do nosso encontro. – comentou ela, sentindo Tom beijar-lhe o corpo.

- Também não me importo com isso. – respondeu risonho.

- Tom... venha cá. – pediu com a voz suplicante.

- Diga, mennya liublie.

- Acreditaria se eu dissesse que o que fiz hoje, a carta e o encontro com Thomas...foi tudo do fundo do meu coração? – disse de uma vez, perdendo o fôlego. – Sei como é temperamental, e imaginei que pudesse ajudar de alguma forma. Perdoe-me se mal fiz eu.

- Você não fez nada de mal, Hermione. – interviu Tom, afagando o resto da menina abaixo de si. – Só... não esperava que fosse assim. Por anos planejei esse encontro. Trouxe você aqui porque precisaria de alguém comigo, mas não sabia para que. Engraçado, não?

- Não, eu chamo isso de destino. – ela sorriu.

- Você e seu destino! – ele censurou. – Sempre pensei que fosse mais esperta.

- Jamais serei mais esperta do que você. – terminou, roubando todas as outras palavras que Tom diria a ela naquele momento com um beijo.

A noite é longa, pensou ela. Esta noite cumpriria mais uma parte da sina de Dumbledore, aquela que ele lhe destinara de bom grado e que ela aceitara com gosto.

O requerimento de seus pensamentos já não avançava mais nas pretensões do futuro. Parecia livre para brincar com seu próprio caminho, e já estava disposta a alterar todo o rumo daquele universo, independente das consequências.

- O momento é que deve ser valorizado. – disse Tom, beijando seu pescoço enquanto tomava ar. – Carpe Diem, como diriam os trouxas, minha querida.


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Notas finais do capítulo

Bom, para começar, detestei esse capítulo. Sério, ficou um açougue novamente, cheio de coisas a serem explicadas e...eu estou morrendo de preguiça. ÓTIMO! >.
Maggie: é governanta da casa dos Riddle, e vocês verão nos próximos capitulos que ela é uma TREMENDADUMAPUXASACO da Cecília (sim, vamos colocá-la na fic porque ela é má, hohoho).
Eu sinceramente imagino o Thomas Riddle morrendo de felicidade por causa de um neto. Sério, meu avô russo tem 5 netas, e quando nasceu Henrich ele ficou louco, mole que nem meleca, hahahaha.
Tom Riddle está...amável de mais, vocês não acham? Eu acho. Ele começou malvadinho e terminou "uma moça". Detestei. Vou chupar um limão agora. *saibatendoopé*
Prometo melhorar essa porqueira no próximo. Beijinhos e até breve *porqueamanhãinfelizmenteeutenhoprova* ):