Geisha escrita por Najayra


Capítulo 5
Capítulo 5 - Reencontro Especial


Notas iniciais do capítulo

Narrador por Rika



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Saudades dele. Dos macios cabelos que eu podia sentir entre meus dedos. Do seu perfume inebriante que tanto me encantava. De sua pele contra a minha. Da sua voz dizendo coisas tão carinhosas. E principalmente, de sua boca, seu beijo. Delicado e carinhoso, porém firme e inquietante. Afastei meus lábios dos seus e fitei novamente os olhos azuis. O azul escuro que se encontra no mar, que com suas ondas tentava me puxar e me manter prisioneira em suas águas.

- Como você...

- Viagem de negócios. – ele completou meu pensamento – Não se preocupe com o modo como escapei de meu pai. Não agora.

Eu escapei de seus braços, em tom de brincadeira, mas era apenas uma maneira de tentar esconder minha preocupação. Fui em direção à janela do quarto e fitei o pequeno lago oriental. A lua refletida em sua superfície era simplesmente maravilhosa. Percebi Irie se aproximando de mim.

- E o seu irmão? – perguntei.

- Ele não irá nos atrapalhar dessa vez.

- Como pode ter tanta certeza? – eu coloquei uma mão sobre meu ombro, tocando parte da fênix em minhas costas por sobre a yukata.

Fez-se silêncio por uns instantes. Eu estava realmente preocupada com o “daqui para frente”. E ele parecia refletir a respeito de algo, logo fez seu pedido:

- Deixe-me ver.

- Como? – perguntei espantada.

- Suas costas.

Desviei o olhar dele por um momento, hesitei em atender ao seu pedido, mas enfim concordei. Eu desamarrei a faixa dourada, deixando a yukata presa apenas por um fino fio vermelho na cintura. Aproximei-me um pouco dele e me virei de costas. Ele passou a mão por meus ombros, abaixando a yukata que eu segurava na frente, escondendo meus seios. Suas mãos me fizeram arder sob a pele, no lugar de meus músculos parecia existir brasa. Logo que abaixou o tecido delicado de minha roupa, acompanhou o desenho da fênix com seus dedos, tomando cuidado para não me machucar.

- Desgraçado. – ele dizia com um rosto sério e raivoso.

- Que isso... Pode dizer que: Combinou comigo; Ficou muito bom; ou Não está tão ruim assim.

- Sem piadinhas, Rika. O que ele fez é condenável.

Levantei a yukata e dei um sorriso melancólico. Não sabia o que dizer. Não havia o que dizer. E então, senti a atmosfera pesar menos quando ele me beijou, de forma singela desta vez. Suas mãos passaram por minha cintura e entre os fios de meu cabelo.

- Ele nunca mais encostará um dedo em você.

- É claro que não, afinal... Agora estou longe... – parei por um instante, chocada – Espere. Você quer dizer que...

- Eu vim buscá-la. Irá comigo para o palácio e se tornará minha esposa.

- Não!! – ele reagiu surpreso, não conseguia compreender minha revolta.

Segui para a outra ponta do quarto. Eu não iria voltar. Não. Naquele lugar de novo, não.

- Rika...

- Esqueça! Eu não volto para lá!

- Rika, você terá a mim, minha mãe e outras pessoas mais para te proteger.

- Não dá!! – eu parei no meio do quarto, de costas para Irie. Caí de joelhos no chão, cabisbaixa – Você não entende... Eu não quero passar por aquilo de novo... – agora, eu murmurava.

Irie se ajoelhou ao meu lado e ergueu meu rosto para conferir se havia lágrima. Não havia. Há muito elas deixaram de sair dos meus olhos. Ele não pareceu surpreso com sua ausência, já esperava por isso. Ele então me tomou em um abraço apertado.

- Não confia em mim?

- Confio, mas...

- Eu estou dizendo. Ninguém, repito, ninguém irá encostar um dedo se quer em você.

Suas palavras me confortavam. Eu me sentia tão segura em seus braços, essa era a segurança que eu desejava há cinco anos. De repente, me dei conta de que esquecia algo. Afastei meu corpo do dele, apenas um pouco. Agora meu olhar era outro. Ajeitei minhas pernas e apoiei um dos braços no chão enquanto o outro tocava seu rosto. A yukata deixava à mostra meus ombros e o colo. Mudei o tom de minha voz.

- Você pagou para estar aqui. Veio procurando algo. E eu devo lhe conceder o que deseja.

Ele deu um sorriso, singelo e malicioso ao mesmo tempo. Seguiu meu chamado e me beijou. Seu corpo estava levemente inclinado sobre o meu.

- Como consegue fazer isso?

- Isso o quê?

- Ser tão sedutora, mesmo sendo virgem.

- Quem contou?! – minha voz subiu uma oitava.

- Mameha.

- Droga, Mameha... – eu sussurrei e virei o rosto.

Ele conteve um riso e seus lábios avançaram contra os meus novamente. Suas mãos correram até minha cintura e minha perna. Ele afastou a yukata e passou a acariciar minha coxa. Em dois segundos, sua mão me puxava pela perna enquanto a outra, em minhas costas, me dava apoio. Ele me deitou e se colocou sobre mim, com uma de minhas pernas dobradas ao lado de seu corpo. Sua boca começou a correr por minha pele. De início foi até minha orelha e sussurrou:

- Tem certeza?

- Vamos nos casar, não é? Não vejo problema...

Ele sorriu, extremamente satisfeito ao ouvir a palavra “casar”. Mas aquilo tinha sido jogo sujo! O homem que eu amo, está deitado sobre mim, prestes a ter uma noite de amor comigo. Ele traz sua boca até minha orelha e sussurra, com aquela voz que me hipnotiza, “você tem certeza”? Desculpa, mas é CLARO que eu tenho certeza, mais que absoluta até.

Ele abriu mais a yukata que escorregou por meus ombros. Sua boca desceu por meu pescoço, passando por meu colo e entre meus seios. Um arrepio passeou por todo meu corpo. Ele erguia meu corpo levemente com a mão em minhas costas, e continuava a beijar minha pele. Minhas mãos pareciam trabalhar por vontade própria e de forma ansiosa, elas começaram a retirar a roupa de Irie. Ele sorriu e ajudou com o resto da roupa. Quando o puxei de volta, o coloquei entre minhas pernas. Enquanto me beijava, ele procurou em minhas costas pelo nó do fio vermelho e o desfez, retirando totalmente minha yukata. Suas mãos passeavam por meu corpo enquanto as minhas brincavam com seu cabelo e arranhavam suas costas levemente, o que fazia com que ele arrepiasse. Eu dava um risinho baixo e ele protestava, me mordendo de leve. Quando efetivamos o ato, meu corpo contraiu com a dor aguda que senti. Ele me olhou um pouco preocupado, eu sorri e disse para ele:

- Irie... Acha mesmo que não suporto esse tipo de dor?

Ele não respondeu, eu peguei seu rosto entre as mãos e o beijei, ao mesmo tempo em que o puxava contra mim. Ele se movimentava nem muito devagar, nem muito rápido. Nunca sonhara com este momento, mas Irie estava conseguindo fazer esta noite ser inesquecível. Dócil, carinhoso, dominador na medida certa e atraente. O meu príncipe era, de fato, um príncipe e futuro imperador. E eu... Seria sua esposa. Sua pele contra a minha me provocava uma sensação indescritível. E eu não sabia se focava nos beijos ardentes, na sensação de prazer que se apossava de meu corpo ou na minha vontade de agarrá-lo cada vez mais.

=§=


Depois de nosso momento de perfeição, Irie se deitou e me puxou com ele. Fiquei acima dele, dando alguns beijinhos e acariciando seu rosto e seu peito. Ele puxou a yukata e me cobriu com ela.

- Não estou com frio. – eu disse.

- Você pensa que não está.

- Então tá. – lhe dei um beijo.

- Seu rosto está da cor do seu cabelo. – ele riu.

- Haha. Engraçadinho. – depois de fazer sexo queria que eu estivesse como? Azul? Ele passou uma mecha de cabelo por trás da minha orelha.

- Quando foi a última vez que eu disse “eu amo você”?

- Hum. Acho que faz cinco anos.

- Nossa, quanto tempo! – ele virou e se posicionou sobre mim – Eu sou louco por você, Rika.

- E eu daria minha vida por você, Irie.

Nós pudemos ouvir um ruído vindo de trás da porta, um cochicho.

- Espere um pouco.

Eu lhe dei um beijo e me levantei, peguei a yukata e a vesti. Fui até um canto do quarto e procurei em um baú uma manta. Encontrei e a joguei para Irie.

- Por que isso?

- Está frio, não é mesmo? – pisquei para ele e terminei de dar um nó com o fio vermelho de minha roupa.

Fui até a porta e a abri. Minha cara era séria e uma de minhas mãos repousava em minha cintura, enquanto a outra estava apoiada na parede. Aniya e Marine estavam grudadas à porta, e Shizuka estava encostada à parede um pouco distante delas.

- Eu disse que ela iria perceber. – comentou Shizuka.

- Posso saber o que fazem aqui? – perguntei.

- Rika! Hum... Bem... É só que... Nós... – tentou Aniya.

- Queríamos saber se jogou mais um cliente fora. – Marine, como sempre, direta.

Irie enrolou o manto nos quadris (ai que corpo perfeito; acho que qualquer coisa que eu disser agora será suspeito) e foi até a porta. Chegou por trás de mim e me abraçou pela cintura, dando um beijo em meu pescoço. Eu olhei para elas e vi todas chocadas, como se vissem uma montanha de barras de ouro.

- Isso responde? – perguntei levantando uma sobrancelha e com um sorriso sarcástico.

- Devo avisar Mameha? – Shizuka perguntou, mas essa foi para o Irie.

Eu o olhei pelo canto do olho, sem entender, e o vi confirmando com a cabeça. Shizuka repetiu o gesto e saiu em direção ao quarto de Mameha.

- Shizuka! – as meninas a seguiram, e eu fechei a porta.

Virei para Irie e perguntei:

- O que ela foi avisar?

- Que você parte comigo, amanhã.

- Como?! Mas e a Okiya? E as minhas irmãs?

- Já negociei com ela. Irei mandar sempre uma ajuda de custo, afinal estou levando uma das meninas mais preciosas da Mameha.

- Espere. Está... Me comprando?

- Rika, não entenda como comprar. Estou apenas aplacando o prejuízo que eu irei causar a todos desta Okiya. E estou também agradecendo ao cuidado que tiveram com você, à forma como te trataram. – eu fiz uma cara de desaprovação – Vamos, meu amor. Não fique chateada comigo. – ele se aproximou para me beijar, mas eu desviei o rosto.

- Vamos dormir. Amanhã eu mesma falarei com Mameha. – eu me dirigi a um canto do quarto e peguei um futon, de casal, obviamente (fora ideia de Mameha).

O coloquei no chão, arrumei um pouco e Irie foi se deitar. Sentou sobre o futon e me puxou, eu caí sobre seu colo. Ele me beijou, mas logo desvencilhei.

- Para com isso, Irie. – eu tentava ser séria, mas ele havia conseguido me fazer rir.

Ele sorriu vitorioso, pois havia quebrado minha cara de brava e transformado tudo em uma brincadeira. Bobo. Deitei sobre o futon, mas o modo como me deitei, de costas para ele, não o agradou. Ele me puxou para perto, decidi desistir e me deitei abraçada a ele. Parte de meu corpo por cima dele, enquanto minha mão repousava em seu peito e a sua, em minhas costas. Depois de cinco anos, esta seria a primeira e mais maravilhosa noite de minha vida.


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Notas finais do capítulo

Foto de futon: (http://yc.ace-deuce.com/uploads/FUTON1.jpg )



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