O FIM DE UMA ERA

A VISÃO DE CHRONA

MAKA POV.

O quarto que iria ficar no Shibusen era simplesmente lindo. As paredes eram de uma cor azul claro, da mesma cor que os lençóis das camas que tinha colchões de mola. Havia dois armários de madeira (um para mim e outro para Chrona) que tinha esculpidos diferentes formatos. O piso era de madeira bem cuidada e havia também uma porta que, se eu estiver certa, levava ate o banheiro.

Meus livros estavam em uma estante na parede que estava do lado da minha cama e, para finalizar, tinha uma escrivaninha peto da janela com cortinas bem grossas. Na mesinha tinha meu notebook e algumas fotos.

Sentei no que devia ser agora minha cama e fechei os olhos, deixando meu corpo relaxar e minha mente divagar em pensamentos.

Uma nova vida, pensei, um novo começo, era tudo o que desejava. Talvez ate consiga fazer amigos. E resolva o mistério daquele garoto que estava no corredor.

-He... Maka? – abri os olhos ao ouvir a voz tímida e fina de Chrona que estava em sua cama me mirando com um pequeno sorriso. – Tudo bem?

- Tudo. – respondi, mas uma coisa estava me incomodando. –Chrona.

- Sim?

- Posso te fazer uma pergunta?

Chrona me olhou curiosa e interessada ao mesmo tempo, mas respondeu com um tímido “claro”.

- O que a Eruka quis dizer com que sou parecida com sua deusa? – vi como Chrona hesitava um pouco, então incrementei antes que ela me respondesse – Se não quiser me responder não precisa.

Ela balançou a cabeça negando e disse em uma voz tão baixa que tive que me esforçar para escutar.

- Não. Acho que você tem o direito de saber o que os outros estão falando de você.

- Então era disso que estavam falando? – perguntei intrigada. Chrona apenas assentiu com a cabeça.

- Quando tiver oportunidade olhe a estatua que esta lá fora. Você vai notar a semelhança. Mas o que realmente os faz acreditar que você é ela é a lenda que ronda por toda a sociedade vampiresca.

- Lenda?

- Dizem que, quando nossa deusa, Kami, ainda andava sobre a Terra, ela prometeu que um dia, depois que fosse embora, voltaria e venceria um grande mal que nos iria rondar. Mas o que os faz pensar mesmo que você é ela, que os da certeza disso, alem de sua aparência, é o seu brilho.

- Brilho? – isso estava ficando cada vez mais confusa – Que brilho você esta falando? Eu não tenho brilho nenhum!

- Tem. – Ela parecia muito menos tímida do que antes. – Seu corpo brilha com uma luz própria. Isso é o que os faz pensar que você é ela, já que ela tinha o dom da luz.

- Dom da luz?

- É. São seis dons que nossa deusa concede a apenas alguns de nos. Eles são: Fogo, Terra, Ar, Água, Escuridão e luz. E ela tinha o dom da luz. A muitas lendas que dizem que o corpo da deusa brilhava com uma luz tranqüilizadora e aconchegante. E é a mesma luz que tem em você.

Depois dessa não consegui falar mais nada. Não sabia exatamente do que ela queria dizer guando se referiu a luz que meu corpo emanava. Nem sabia que tinha isso.

  Dei um suspiro cansado e me deixei cair de costas na cama. Isso tudo estava muito estranho. Primeiro aquela cena no corredor, depois a sensação de que Medusa não era aquilo que parecia ser, também tinha aquela garota de cabelos prateados, Eruka, que já era minha inimiga declarada e finalmente essa que estão me confundindo com uma deusa reencarnada. Sem contar o sonho estranho que havia tido quando desmaiei. E tudo que queria era poder me encaixar, começar de novo.

  - B-bom... – começou a dizer Chrona voltando a ser aquela garota tímida do inicio. – J-já t-ta na h-hora d-do l-lanche. V-bamos?

  Eu apenas assente com a cabeça e a segui. Andamos pelos corredores da escola ate chegarmos no que parecia ser uma lanchonete. O lugar era enorme com paredes brancas, cheio de mesas e cadeiras para no mínimo seis pessoas. Havia uma mesa muito maior que as outras em um canto da lanchonete cheio de comidas variadas, mas com mais frutas. Havia também um menor no centro do salão também cheio de comidas só que com uma diferença. Nessa mesa havia uma estatua pequena de uma mulher bem bonita. Surpreendi-me ao notar que suas feições eram parecidas com as minhas.

  Olhei para todos que estavam na lanchonete e percebi que todos estavam olhando para mim. Corei fortemente e olhei para o chão. Nunca havia sido o centro das atenções na minha vida, e isso era muito incomodo.

  Eu e Chrona andamos ate a mesa de comidas que estava no canto e pegamos uma bandeja para começarmos a nos servir.

  - Não sei lidar com esses olhares. – sussurrou Chrona corando e abaixando a cabeça.

  - Então somos duas. – lhe sussurrei de volta tentando ignorar os olhares sobre mim.

  Logo depois de pegarmos nossa comida Chrona me levou a uma mesa onde só havia garotas. Três para ser exata.

  Uma tinha o cabelo negro preso em um rabo de cavalo alto, olhos castanhos e uma pele rosada. Seu corpo era perfeito ou como diria os homens: Como qualquer homem desejaria ter. Usava um vestido verde que tinha um rasgo em cada lado da perna que ia do tornozelo ate metade da coxa, usava também botas pretas de plataforma baixa. Não era nada exagerado sem contar com os dois rasgos do vestido justo.

Outra tinha o cabelo loiro, longo e solto os olhos azuis escuros e uma pele pálida. Ela usava uma blusa justa e pequena da cor vermelha e uma calça jeans também justa, com sapatos negros. Era uma roupa que mostrava bem seus “atributos” que não eram para nada pequeno.

A ultima era bem parecida com a segunda. Tinha os cabelos loiros soltos só que eram curtos, seus olhos do mesmo azul que os da outra e a pele do mesmo pálido. Só que com a diferença que essa era mais baixa que a outra e tinha um rosto mais parecido com o de uma criança do que com o de uma adolescente, como o da outra. Vestia uma blusa igual a da mais alta e um short curto com botas pretas. Tinha o corpo igual ou mais esbelto que o da outra.

  Quando chegamos lá todas ficaram me mirando com os olhos arregalados, como se eu fosse algum fenômeno sobrenatural ou algo parecido.

-Ah o-ola – disse com um pouco de timidez já que não paravam de me olhar.

- É incrível! – falou a de cabelos loiros longos enquanto a de cabelos curtos ria.

- Não consigo acreditar no que vejo. – disse a de cabelos negros. – Os boatos eram verdadeiros.

Sentia-me um pouco incomoda com aqueles comentários e as miradas surpresas. Devia me acostumar com tanta atenção se quisesse ficar aqui.

- M-meninas. – começou Chrona tímida – E-essa é M-maka. M-maka e-essas s-são Liz – apontou para a loira de cabelos longos – E-essa é Patty – apontou para a de cabelos curtos. – Essa é Tsubaki.

Dei um pequeno aceno e me sentei ao lado de Chrona que se sentou do lado de Tsubalki. Comecei a comer ainda sentindo os olhares de todos no salão sobre mim.

- Vocês podem parar de ficar olhando para mim desse jeito? – perguntei do modo mais tranqüilo que pude. O que não era muito – Isso já esta me incomodando.

- Oh desculpe! – disse Tsubaki. – Mas é que você brilha como se fosse uma pequena estrela.

Pude ver seus olhos se iluminarem de ternura. Parecia ser realmente uma garota legal.

- Você é tão linda! – exclamou Liz com estrelinhas nos olhos. – Pareci uma bonequinha de porcelana.

Uma gota estilo anime desceu por minha cabeça enquanto a olhava com um pouco de pena. Um pequeno riso rouco chamou minha atenção. Virei meu rosto para a direção de onde tinha vindo esse som e vi uma mesa com cinco garotos. Cada um mais bonito que o outro.

Mas o mais me chamou a atenção foi um de cabelo branco que tinha um pequeno sorriso no rosto.

Percebe que ninguém mais havia ouvido o riso então decide perguntar:

- Quem são eles? – apontei para os garotos da mesa que estava a poucos metros de nós.

As meninas olharam e vi como um sorriso malicioso se formava no rosto de Liz, que parecia ter a informação que queria.

- Eles são os garotos mais populares dessa escola. São talentosos, bonitos e pelo que soube muito cavalheiros.

- Ta, mas quem são? – voltei a perguntar um pouco impaciente. Mas na verdade só queria saber sobre o garoto de cabelos branco que, tinha quase certeza, de que era o garoto que havia visto no corredor.

- O de cabelo loiro de olhos azuis é Hero. Ele é o melhor poeta daqui. O que esta do lado dele que tem um “x” na cara é o Ragnaroki. Ele é o melhor quando se trata de um combate com espada, derrotou os melhores vamps adultos. O de cabelo azul é Black Star. Ele é o melhor em artes marciais ou qualquer coisa que envolva combate corpo a corpo. O que esta do lado dele de cabelo preto com três raias brancas é o Kid. Ele é o mais inteligente daqui e o mais cavalheiro de todos.  – Liz deu uma pausa olhando de maneira estranho o garoto de cabelos brancos que olhava distraído a comida a sua frente. – E o ultimo é o Soul, o garoto prodígio.

- O garoto prodígio? – repete meio surpresa.

- É. Ele é o melhor em combates corpo a corpo, ate melhor que Black Star, é o melhor em manejar armas e o mais bonito de todos. – ela disse isso em um tom tão estranho que não pude evitar perguntar.

- Tem alguma coisa errada com ele? – todas me miraram atentamente, mas eu nem prestei atenção. Apenas fiquei mirando o tal Soul.

- Por que pergunta? – rebateu Tsubaki.

- Vocês falaram nele em um tom estranho e o miraram como se tivessem medo dele. Supus que havia algo errado. – dei de ombros. Pude ouvir Tsubaki suspirar antes de falar com um tom um pouco triste.

- Todos têm medo dele. Mesmo os amigos dele, aqueles que estão na mesa o temem de certo modo. – disse em um tom meio melancólico mirando a Soul.

- E por quê? – voltei a perguntar sem entender.

- Digamos que tem um jeito muito peculiar. É como se uma aura negra sempre o estivesse envolvendo afastando todos de perto dele. – disse Liz com um arrepio. – Ele sempre tenta afastar a todos de perto dele e tem um comportamento... Digamos... De um vampiro das lendas humanas.

Não pude evitar sentir pena dele. Sabia o que era se sentir sozinho, diferente. Sei que ele não dizia nem demonstrava isso, mas também sabia que ele sentia isso e que precisava de alguém para ajudá-lo.

  - Ora, ora, se não é a nossa amada deusazinha. – disse uma voz esganiçada atrás de mim, cujo eu reconheci ao instante.

- O que quer Eruka? – perguntou Liz entre dentes.

- Só vim ver se nossa deusazinha precisa de alguma coisa, ou será que ela já pediu para alguns de seus capachos ir pegar o que necessita? – disse em um tom de zombaria.

- Não Eruka, não preciso de nada. – disse em um tom cortante chamando a atenção de todos. – Mas ao contrario de você posso me virar sozinha sem que ninguém me ajude.

- Uuuuhhhhh!! – ouvi dizer Liz mais não dei importância.

Fechei os olhos tentando reter a ira que me invadia. Não queria confusão em meu primeiro dia de aula, só queria começar de novo. Ser querida pelo menos uma vez por outras pessoas.

- Desculpe se eu a ofendi vossa majestade. – disse fazendo uma pequena reverencia com um sorriso malévolo no rosto. – Só achei que uma pessoa como você não seria capaz de lidar com coisas maiores que quebrar uma unha.

Já ia mandar a patada do ano nela quando a porta do refeitório se abriu e por ela passou um gato preto como a noite e olhos tão sombrios quanto o pelo. Sorri ao ver que se tratava de mosquito, o gato de Medusa.

Ele passou por todo o refeitório que o mirava com certo temor e, o que estavam de pé abriam espaço para ele passar. Quando ele pareceu me ver veio correndo ate mim e pulou em meu colo esfregado sua cabeça em minha mão.

Ouvi como todo o refeitório soltava um sonoro “OH” enquanto eu acariciava a Mosquito que ronronava sem para.

Olhei para as meninas, logo depois Eruka e suas amigas e finalmente para o garoto de cabelos brancos que tinha seus olhos vermelhos sangue cravados em mim. Todos me miravam surpresos e assustados.

- O que houve? – perguntei meio constrangida. – Tem algo errado?

- M-maka. – começou a dizer Tsubaki que estava mais branca que leite. – S-sabe que gato é esse?

- Sei. – disse ainda confusa. – Ele é o gato da Medusa-sempai.

- É. – falou Liz mirando impressionada o gato em meu colo. – Ele não gosta que ninguém o acaricie, a exceção de Medusa e de Soul.

Voltei a mirar o garoto de cabelos brancos que se encontrava com os olhos arregalados. Corei um pouco com sua intensa mirada, mas me recompus rapidamente.

- Eu sei. – falei sem dar muita importância.

Vi de rabo de olho como Eruka ficava furiosa e seu rosto começava a ficar de um vermelho intenso, o que me pareceu gracioso.

- Sua cachorra como pode esse maldito gato gostar de você e não de mim?! – gritou a todo pulmão me apontando com um dedo acusador.

Senti o corpo de Mosquito debaixo de maus dedos se enrijecer e ouvi como começava a sibilar na direção de Eruka, que pareceu nem se importar.

- Você é só uma maldita garotinha frágil, como ele pode gostar mais de você do que de mim?! – gritou novamente com o ódio transbordando da voz.

Levantei-me de golpe carregando Mosquito nos braços, que parara de sibilar e agora me mirava atentamente. Eu apenas olhei com fúria para Eruka que trago saliva sonoramente. Se tinha uma coisa que eu odiava era que me chamassem de frágil e muito menos de garotinha.

- Olha aqui Eruka! – gritei tentando manter o pouco do alto controle que me sobrava – A única frágil que tem aqui é você que fica se escondendo atrás dessa mascara de boazinha. Mas uma coisa eu tenho de seguro é que não sou frágil, muito menos uma garotinha que sempre precisa que alguém a ajude. E se o problema aqui, nesse momento sou eu, eu me retiro. Não quero confusão em meu primeiro dia!

Ela ficou calada e eu agradeci por isso. Deixei Mosquito no chão dando a entender que era para ele ir. Ele me mirou triste, mas logo foi andando ate a saída, não sem antes passar perto de Soul e fazer uma pequena caricia.

  Logo depois que foi embora comecei a dirigir a saída passando por Chrona. Mas esta me segurou pela mão me fazendo para e mira-la. Foi quando notei que estava mais pálida que o normal e que seus olhos estavam opacos e sem brilho.

- Chrona o que houve? – perguntei a mirando atentamente.

Ela não me respondeu, apenas apertou mais minha mão e fez uma expressão de medo.  Comecei a me preocupar ainda mais e voltei a me sentar a seu lado a mirando atentamente, tentando achar alguma pista do que podia estar acontecendo com ela.

- Ela esta tendo uma visão! – disse Tsubaki de golpe. A mirei confundida.

- Visão? – perguntei. O aperto de Chrona aumentou ainda mais.

- Chrona tem a habilidade de ver o futuro, na maioria tragédias. – disse Liz preocupada se aproximando dela.

Chrona de repente soltou um grito de pavor e começou a mexer a cabeça de um lado para o outro como se estivesse negando algo.

- Temos que chamar a Medusa! – disse Kid que havia se aproximado não sei quando e parecia bem preocupado.

- Eu vou. – disse já me levantando para ir. Mas Chrona não me deixou.

- Por favor, fica. – suplicou quase com desespero.

- Pode deixar que eu vou. – Falou Tsubaki se levantando e correndo ate a porta.

Liz segurava Chrona pelo ombro tentando acalmá-la enquanto eu só podia segurar sua mão com força e torcer para que tudo terminasse bem.

- Temos que fazê-la dizer o que esta vendo! – disse kid com desespero.

Assenti levemente e tentei pensar em um plano de fazê-la falar. Foi quando um calor inundou meu interior e uma calma sobre-humana me possuía e, de repente sabia o que tinha que faze.

- Chrona. – a chamei com calma e ternura. Minha voz não parecia mais a minha. Era muito mais harmoniosa e delicada. – Chrona pode me ouvir?

Ela assentiu com a cabeça se acalmando um pouco.

- Ótimo. Agora quero que me diga tudo que esta vendo. – sentia a mirada de todos sobre mim, mas a única coisa que realmente podia me concentrar era em Chrona.

  - E-eu estou na cidade, perto do muro do colégio. – começou a dizer com calma. – Ela esta toda em ruínas, tem algo atacando e destruindo tudo.

- Pode ver quem é? – perguntei

- Não. Movem-se muito rápido, não consigo vê-los. – disse voltando a se desesperar.

- Calma. Se concentre. – falei gentilmente. – O que mais você vê?

- O céu esta completamente vermelho. – disse voltando a se acalmar. – Tem alguma coisa sobrevoando a cidade. Não, não é só uma coisa, são... – deu uma pausa como se estivesse contando para ver quantas eram. – Quatro! São quatro!

- E o que esta acontecendo? Como eles são? – perguntei tentando arrancar o máximo de detalhes possíveis.

- Parece que são três homens e uma mulher. A mulher e um dos homens parecem ter a nossa idade, outro homem parece estar na faixa dos vinte enquanto o outro dos trinta. Estão brigando. A mulher esta lutando contra o homem de trinta anos. Ela tem o corpo todo brilhado de uma luz intensa, branca e pura, enquanto o homem tem uma nevoa negra envolta dele, parece ser pura maldade e... Ele tem asas negras.

- Asas? – perguntou Kid meio confuso. Chrona apenas assentiu para logo voltar a contar o que via.

- O de vinte e dezessete estão brigando, todos os dois tem asas negras e uma nevoa negra em volta do corpo. Só que a do garoto parece ser mais pura, não parece ter nenhuma maldade. – ela parecia se confundir um pouco. – Ahhhh!

- O que houve? – perguntei apertando mais sua mão, alguma coisa me dizia que o que viria agora seria um choque.

- O homem de trinta pegou a garota! A esta segurando pelo pescoço! – exclamou – Ela esta se debatendo, mas o homem é muito forte e parece estar a sufocando! Ela parou de se debater e seu corpo esta todo mole.  O outro garoto parece querer ir ajudá-la, mas o homem que esta perto dele o está impedindo. Parecem estar conversando.

  - Consegui ouvir o que dizem? – perguntei com um pouco mais de interesse.

  - Não. Estão muito longe de mim para poder ouvir alguma coisa. Mas parece que o homem que esta segurando a garota esta sussurrando alguma coisa em seu ouvido.  – um calafrio percorreu minha espinha quando ouvi ela falando isso. Não estava gostando nada disso. – E...

  Mas antes que pudesse terminar de falar a porta se abriu em um estrondo chamando a atenção de todos enquanto Chrona caia em cima de mim inconsciente. Parecia que o que quer que fosse o que Chrona ia dizer não era para Medusa.

   - Onde está Chrona? – perguntou algo exaltada.

Todos apontaram na minha direção e pude ver por um segundo os olhos de Medusa se encher de ira. Mas logo essa ira desapareceu para dar espaço a um brilho de preocupação. Ela se aproximou de nos correndo e meu impulso foi de apertar mais Chrona contra meu corpo. Por alguma razão sentia que algo não ia bem nessa escola.

  - O que aconteceu com ela? – perguntou colocando a mão na testa de Chrona.

  - Ela desmaiou logo depois de você entrar Medusa-sama. – falou Liz ao ver que eu não falava nada. E como podia? Se na minha cabeça havia algo que me impedia de dizer um só palavra com Medusa?

  - Temos que levá-la a enfermaria. – informou com tom autoritário. – Lá veremos o que houve.

  - Deixa que eu a levo Medusa-sempai. – ofereceu Kid me deixando um pouco mais tranqüila.

  - Tudo bem Kid. E Maka. – sua voz ficou ainda mais seria e autoritária do que antes, o que me intimidou um pouco. – Suponho que você tenha ouvido o que Chrona disse sobre a visão, estou certa?

  - Sim senhora. – falei tentando demonstrar a maior normalidade. Coisa que foi difícil.

- Quero que venha comigo ate minha sala para que você me repita tudo o que ela falou.

Kid pegou Chrona de meus braços e a carregou com cuidado enquanto eu me levantava e seguia Medusa ate fora da sala.

  Enquanto ia andando pude sentir uma mirada distinta sobre mim. Virei meu rosto para ver quem me mirava desse jeito quando me topei com dois olhos vermelhos que pareciam esconder uma dor e suplica dentro do brilho de indiferença.

  Continuei mirando Soul nos olhos ate que sai da sala. Por alguma estranha razão esse garoto me era conhecido, mas não era por causa do corredor. Não, era outra coisa. Seu olhar tinha algo que me fazia ter vários sentimentos que nunca pensei que podia se combinar. Dor, preocupação, desejo, suplica e, só talvez... Amor.