Better Than Revenge escrita por luciana_seixas


Capítulo 3
Antigamente




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Mystic Falls – 1864

Elisabeth acordou cedo naquele dia. Ela estava tão empolgada que mal conseguira dormir. O dia havia finalmente chegado. O dia em que ficaria noiva de Damon Salvatore.

Ela sorriu apenas por pensar nele. Logo, ela seria sua esposa. Elisabeth Salvatore. Aquilo lhe soou como a mais linda das canções.

Ela era apaixonada por ele desde... Bem, desde sempre. Ou, pelo menos desde que o conhecera, no dia da festa de seu aniversário de 16 anos. Ela crescera sabendo que, mesmo antes de nascer, seus pais lhe haviam prometido em casamento para um dos filhos de Giuseppe. Mas ela não se importava.

“E por que se importaria?”, pensou ela. Os irmãos Salvatore eram os solteiros mais cobiçados de Mystic Falls. Damon e Stefan Salvatore. Quem todos os rapazes queriam ser, e quem todas as moças queriam ter.

Stefan era da sua idade e Damon, alguns anos mais velho. Quando seu pai lhe contou, meses atrás, que ela desposaria o primogênito de Giuseppe, ela ficara encantada. Após a sua festa de aniversário, ele a visitara algumas vezes, sempre em companhia do pai. No entanto, antes que Elisabeth tivesse a chance de conhecê-lo melhor, ele havia partido para a guerra.

“Maldita guerra!”, pensara ela. E rezava todas as noites para que seu amado noivo voltasse são e salvo do campo de batalhas. Foi nesse período que ela passou a freqüentar a casa dos Salvatore, sempre em busca de notícias de Damon. E também foi nessa época que ela conheceu Katherine Pierce.

Katherine, Giuseppe lhe contara, era a filha órfã de um casal de amigos seus, falecidos em um terrível incêndio. Elisabeth ficara muito triste por ela, jamais poderia imaginar uma vida sem seus pais. Até mesmo o irmão caçula, de 9 anos, lhe faria falta, apesar de suas traquinagens.

Katherine acabou por tornar-se uma grande amiga para Elisabeth. Mas do que isso, uma confidente e grande aliada. Elisabeth lhe abrira o coração e lhe contara todos os seus sentimentos mais profundos. Katherine lhe ouvia e lhe dava conselhos, enquanto também lhe confidenciava seu crescente interesse por Stefan.

A amizade das duas continuou se fortalecendo até o retorno prematuro de Damon da guerra. A principio, Elisabeth preocupou-se: um retorno repentino poderia significar um grave ferimento de batalha ou, até mesmo, a morte. Katherine lhe acalmara e permanecera ao seu lado até saberem que Damon apenas abandonara o fronte, e que estava vivo e saudável.

Ao ver Damon novamente, o coração de Elisabeth exultara de alegria. Ficara tão feliz por vê-lo! Ao saber da notícia de que futuro genro havia se desligado do pelotão, o pai de Elisabeth cogitou romper com o compromisso, por não querer a filha casada com um desertor. Mas Elisabeth, seguindo os conselhos de Katherine, chorara, implorara, suplicara ao pai que mantivesse o acordo com Giuseppe. O pai por fim cedera e concordara com o casamento, marcando o noivado para três meses após a data do retorno de Damon.

E o dia havia finalmente chegado. Após tomar café e arrumar-se, Elisabeth abraçou o pai, beijou a mãe, e despediu-se do irmão com um beijo no rosto, gargalhando ao vê-lo limpar a bochecha rosada. Seu coração estava cheio de alegria quando ela partiu rumo a casa dos Salvatore. Queria dividir com a amiga a felicidade que sentia. Sabia que ela entenderia, estando ela também tão apaixonada por Stefan. Ao chegar ao jardim da mansão, no entanto, o sorriso que trazia nos lábios murchou, e a dor que sentiu foi como se milhares de facas estivessem atravessando ao mesmo tempo seu coração.

Escondidos sob uma árvore, estavam Katherine e Damon. Beijavam-se e riam como duas crianças que faziam travessuras. Lágrimas rolaram por seu rosto e a dor foi tão intensa que Elisabeth quis sair dali o quanto antes.

Entretanto, antes de partir, notou que Katherine a olhava. Não com arrependimento, mas com um ar de triunfo estampado no rosto. Ela ainda lhe sorriu antes de passar novamente as mãos ao redor do pescoço de Damon e puxá-lo para mais um beijo.

Elisabeth girou nos calcanhares e correu como se o próprio demônio a perseguisse. Sem rumo. Sem direção. Ela mal podia respirar. Correu até que os pés não pudessem agüentar mais o peso de seu próprio corpo. Só então percebeu que correra para o bosque. Sentou embaixo de uma árvore e chorou até que seus olhos e garganta estivessem em fogo. Até não ter mais forças e adormecer.

Quando acordou, a noite já dominava o céu. Elisabeth pensou nos pais, sem saber noticias suas. A mãe estaria desesperada. Resoluta, se pôs a caminhar de volta para casa. Contaria ao pai o ocorrido, e lhe diria que não aceitaria mais o casamento com Damon. “Ele que se entenda com Giuseppe”, pensou ela. No entanto, ao chegar à cidade, notou que algo ocorrera.

Muitos corpos estavam espalhados pela praça e pessoas passavam por ela, gritando e chorando. Ela se esqueceu da dor nos pés, e correu para casa, onde sabia que estaria segura. Mas ao chegar lá, deparou-se com uma cena que fizera a traição recém descoberta parecer ter acontecido anos atrás. Algo que ela jamais esqueceria. Algo que ela jamais perdoaria.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só! Atualizações em breve...