Better Than Revenge escrita por luciana_seixas


Capítulo 22
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Ladies, curiosas pra saber o que aconteceu com a Liz?

Então, divirtam-se!!!



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Elisabeth acordou com o sol aquecendo-lhe o rosto. Não lembrava onde estava e muito menos como chegara ali.  Ela piscou algumas vezes para que seus olhos se acostumassem com a claridade enquanto as lembranças chegavam. A maldição. O feitiço. A morte de Katherine. Tyler. De repente tudo estava latejando em sua mente, a cabeça parecia que ia explodir. Ela suspirou e recostou-se nos travesseiros.

A porta do quarto se abriu, e Elena entrou com um sorriso no rosto. “Parece que alguém acordou! Como você se sente?” ela perguntou enquanto sentava ao seu lado, na cama.

“Como se tivesse sido atropelada por um trem!” Liz retribuiu o sorriso.

“Foi o que eu pensei.” Elena falou docemente. “Você se esforçou muito lá na tumba. Era natural que seu corpo enfraquecesse.”

“Como está o Tyler? Ele...?” Ela lembrou-se de perguntar.

“Ele está ótimo!” Elena a tranquilizou. “Está aliviado por não ter de virar lobo de novo. Apesar de agora viver se gabando de como ele conseguiu matar sozinho dois vampiros grandes e maus.” Ela deu um risinho debochado. “Enfim, ele ficou muito grato por você ter removido a maldição, e mais ainda por salvar-lhe a vida. Ele tem passado todos os dias aqui pra te ver, pelo menos duas vezes e...”

“Peraí!” Elisabeth a cortou. “Como assim ‘todos os dias’? A quanto tempo eu estou aqui?”

“Cinco dias.” Elena informou. “Nós ficamos muito preocupados, mas não sabíamos o que fazer. Klaus quase morreu de nervosismo! Ele se preocupa muito com você”

“Deve ser o único” pensou Liz, amarga. Mas não quis exteriorizar o que sentia. Decidiu apenas perguntar “Onde ele está agora? E onde é que eu estou?” ela olhou em volta, ainda sem reconhecer o ambiente.

“Esse aqui é o quarto de hospedes da mansão. Nós trouxemos você pra cá. Klaus também ficou, disse que não conseguiria ir até saber que você estava inteira. Ele tem dormido no quarto do Stefan. O que é ótimo, já que assim o Stef pode ir dormir comigo todas as noites!” Elena sorriu com a confidência, e completou. “Ele deve estar lá na sala. Eu vou avisar que você acordou e pedir pra ele subir.”

“Obrigada, Elena.” Elisabeth agradeceu antes que ela saísse pela porta. “Muito obrigada por cuidar de mim, não precisava.”

“Claro que precisava. Afinal, era o mínimo que eu poderia fazer pela pessoa que quase morreu pra salvar a vida de todos aqueles a quem eu amo.”

Assim que Elena a deixou, Liz deixou a tristeza invadir-lhe. Se afeiçoara a todos eles. Elena poderia ser uma ótima amiga. Podia se imaginar ajudando Bonnie a controlar a sua magia. Não queria ter de ir embora. Mas tinha dado sua palavra a Damon.

Klaus entrou no quarto sem bater. “Meu reino por seus pensamentos.” Ele sentou-se a seu lado e ela se jogou nos braços dele, rezando para que o abraço reconfortante pudesse lhe fazer sentir melhor. Não queria chorar, mas seu coração doía mais do que ela imaginara ser possível.

“O que foi, pequena?” Klaus afagou-lhe os cabelos. “Você devia estar feliz. Você foi a grande heroína de Mystic Falls. Seu plano foi um sucesso, e até o Lobo Bobo você salvou.”

Elisabeth deu-lhe um tapinha no braço. “Não fala assim. O Tyler é legal.” Depois fungou e levantou a cabeça. “Eu sei que devia estar feliz, ou pelo menos satisfeita que tudo saiu como planejei. Mas não consigo... eu...”

“Eu sei.” Ele a consolou. “Se ajudar, saiba que todos ficaram com muito medo de perder você! Ficaram se revezando, não deixaram você sozinha um minuto sequer! Você fez amigos muito leais.”

“É, eles são mesmo. Pena que vou ter que partir e deixá-los.”

“Por que?” Klaus parecia bravo. “Por que aquele idiota que você não me deixa matar quer que você vá?”

“Matá-lo não vai fazer bem a ninguém.”

“Faria bem pra mim!” ele bradou.

Ela balançou a cabeça, negativamente. “De qualquer forma, não faz sentido eu continuar aqui. Não há nada aqui pra mim. Nada, a não ser um monte de memórias ruins.”

“Não só memórias ruins.” Klaus lhe tocou a ponta do nariz. “Lembre-se que foi aqui que você me conheceu!”

Aquilo finalmente fez Liz sorrir um pouco. Aquele era o Klaus que ela amava. Não o vampiro mau, cruel e perverso que muitos odiavam e todos temiam. Ela pudera ver além disso. Pudera ver que ele era um homem honesto e honrado, um pouco rude na superfície, mas completamente amável quando se olhava de perto. Ela o abraçou de novo com carinho.

“Tem razão. Você sempre foi muito bom comigo, me tratou com muito carinho. Como uma filha. Acho que foi a única coisa boa que Katherine me fez. Ela me trouxe você!”

Klaus lhe beijou de leve no rosto. Também aprendera a amar aquela pequena de língua afiada, que tinha um coração enorme. Só lamentava que, justamente por ser tão grande, ela o ocupasse com mágoas e frustrações.

“Por que você não se arruma e desce? Estão todos ansiosos por ver você de pé!”

Elisabeth olhou pela janela. Não teria coragem de encará-los para depois abandoná-los. Teria de pensar em algo. E rápido.

“Por que você não desce e reúne todos no jardim? Eu vou me vestir e encontro vocês em poucos minutos.”

“Só não demore muito, ok?” Klaus tocou-lhe o queixo e saiu, deixando-a sozinha.

Elisabeth se levantou o mais rápido que conseguiu e vestiu suas antigas roupas. Nada de vestidos, fossem eles bonitos ou feios. Apenas calça jeans, camiseta e sua jaqueta. Pegou os poucos objetos que estavam fora da mochila e jogou tudo lá dentro, sem se importar em arrumar nada. Um último olhar em volta, e ela estava pronta pra ir.

Com a mochila nas costas, Elisabeth desceu as escadas. Tentava não fazer barulho. Teria que sair sem que ninguém a visse, ou não a deixariam ir. “Pelo menos, eu acho que não”, ela pensou. Não gostava de iludir-se, mas rezava para que pelo menos alguns deles tivessem aprendido a gostar dela do mesmo jeito que ela fora cativada por eles.

Pela porta entreaberta, ela pode vê-los no jardim, reunidos. Conversavam e sorriam. O que eles sentiriam quando percebessem que ela havia partido? Esperava que não ficassem muito chateados. Talvez, mais tarde, quando já estivesse longe o suficiente, pudesse ligar e se explicar. Mas não poderia fazer isso agora.

Ela respirou fundo e continuou a caminhar. Porém, a alguns passos da porta, ela ouviu a voz que vinha da sala de estar.

“Fugindo?” Damon estava sentado numa das poltronas, pernas cruzadas e um copo na mão. Ela recuou um passo e parou na porta da sala, virando-se para encará-lo. Ele parecia abatido. Talvez estivesse com fome.

“Não.” Ela respondeu. Sabia que era mentira, mas que diferença faria?

“Mas está partindo?” ele pôs o copo sobre a mesa e se levantou.

“Sim, estou indo embora.” Ela cruzou os braços sobre o peito, num claro gesto de autodefesa.

“Tão cedo?” ele soou sarcástico. “Achei que estavam te esperando lá fora pra uma festinha, ou coisa assim.

“Ou coisa assim.” Ela assentiu. “Foi por isso que você ficou aqui? Pra não ter de se juntar a eles na ‘festinha’?”

Ele sorriu irônico. “Você acha isso mesmo, princesa? Acha que eu fiquei aqui dentro só por sua causa, pra te evitar?”

Liz piscou, tentando organizar as idéias. Ele a chamara de ‘princesa’, depois de tanto tempo... Ela mordeu o lábio e, por fim, falou. “Eu não achei que você fosse querer festejar o fato de eu estar viva. Aliás, por que está tão interessado? Não era exatamente isso que você queria? Me ver longe de Mystic Falls? Isso se eu saísse viva, foi o que você disse.”

Ele ergueu a sobrancelha. “Eu nunca disse que queria você morta. Apenas que não queria que você continuasse por perto.”

“Então por que não vai cuidar da sua vida e me deixa ir embora de uma vez?” Ela quase gritou, irada.

“Eu não sei.” Ele deu de ombros. Aquilo a irritou ainda mais.

“Você quer saber o que mais, Damon? Você é um covarde!” ela gritou, enquanto desabafava. “Passou 150 anos perseguindo uma fantasia, a ilusão de uma mulher que nunca te amou e, quando finalmente teve a chance de algo concreto e verdadeiro, você simplesmente destruiu tudo!”

“Verdadeiro? Se bem me lembro, foi você quem dormiu comigo como parte da sua vingançinha contra mim! Mas acho que quem saiu perdendo foi você, se quer saber.”

“Eu não...!” ela estava a ponto de romper em lágrimas. “Você sabe que isso não é verdade! Eu não dormi com você por vingança. Nunca foi por vingança!”

“E foi por que então?” Ele lhe perguntou com olhos furiosos. “Para provar que era melhor que eu? Melhor que Katherine?”

“Porque eu te amo!” ela gritou, as lágrimas já molhando seu rosto. “Porque eu te amei desde o momento que eu te conheci, em 1864. Porque mesmo que eu quisesse, eu não consegui te odiar! Porque, por mais que isso me consumisse, eu simplesmente não te culpava! Eu nunca te culpei! Culpei à Katherine.” Ela suspirou, tentando controlar as lágrimas.

“Então, por que?” ele perguntou, num tom baixo e confuso.

“Porque era mais simples! Era mais fácil conviver com a idéia de que você tinha sido tão responsável quanto ela por tudo que aconteceu, do que com o fato de que também foi uma vítima, e cujo único crime foi se apaixonar por ela, e não por mim.”

Ela limpou o rosto molhado e ergueu o queixo. “Era só isso que você queria saber? Pois bem, essa é a verdade que você tanto procurava. Agora se você me der licença, tenha uma boa vida, Damon.” Ela virou-se e disse por sobre o ombro. “Seja feliz!”

A passos rápidos e de cabeça baixa, ela nem notou Klaus parado junto a porta. Apenas saiu, sem olhar pra trás.

Damon continuava parado no mesmo lugar, as palavras dela ainda ecoando em sua cabeça. Foi Klaus quem o tirou dos devaneios.

“Satisfeito? Era isso que você pretendia? Magoá-la mais ainda?”

Damon lhe olhou com uma expressão fria. “Por que você não me mata de uma vez, e pára de me encher?”

“A única razão que eu tenho pra te manter vivo acabou de sair correndo por aquele porta, chorando!” Ele gritou tão alto que Damon achou que as paredes fossem cair.

“O que está acontecendo?” Stefan entrou, seguido por Elena. “O que foi que você fez, Damon?”

“Eu? Por que o culpado sou sempre eu?” ele se defendeu.

“O seu querido irmãozinho” o cortou Klaus, furioso, “acabou de ouvir que Elisabeth o ama, e mesmo assim, deixou que ela fosse embora!”

“Eu não acredito! Damon!” Elena o repreendeu. “Você é um imbecil!”

“Valeu, cunhadinha!” o sarcasmo era evidente.

Stefan se aproximou dele e falou lentamente. “Você não faz mesmo idéia do que você acabou de fazer? Você acabou de desperdiçar a única chance que você já teve de ser amado, de ser feliz!”

“Elisabeth?” Damon perguntou, incrédulo. “Ela nunca me amou!”

“Repita isso e eu juro que nem todo o amor que eu tenho pela Elisabeth vai me impedir de arrancar a sua cabeça!” Klaus falou, com os punhos cerrados.

“Se você a ama, por que não vai atrás dela? Apesar de tudo, o sexo é bom!”

Klaus lhe deu um soco mais rápido do que qualquer um pôde notar. Damon caiu no chão desorientado, enquanto ouvia os gritos do vampiro mais velho.

“Você é mais imbecil do que pensei! Quem você pensa que é pra falar assim? Você não faz idéia do que aconteceu, de tudo o que ela passou!” Stefan ajudou o irmão a se levantar e todos esperaram Klaus continuar a falar. Ele acalmou a respiração e se sentou no sofá, antes de retomar a palavra.

“Quando eu a encontrei, ela estava quase morta. Os corpos da família estavam por toda parte. E a única coisa que ela me pediu foi para eu matá-la. Nunca tinha ouvido aquilo. As pessoas sempre clamam por suas vidas. Mas não a pequena Lizzie. Ela queria morrer. Aquilo mexeu comigo.” Ele passou a mão pelos cabelos. “Eu cuidei dela. Ela era forte e, por mais que quisesse, seu corpo não desistiu de lutar. Quando ela se recuperou, eu achei que ela tentaria fugir. Mas ela não o fez.”

“Não?” Elena perguntou.

“Não. Ela continuou pedindo que eu a matasse. Dia após dia, era a única frase que ela pronunciava. ‘Por favor, me mate’. Mas eu não podia. Havia me afeiçoado a ela, apesar de tudo. Ela tinha uma coragem e uma determinação que eu nunca vira. Foi quando eu sugeri que ela se unisse a mim, por 100 anos. Eu achei que ela recusaria, mas ela disse sim, com algumas condições.”

“Nós já sabemos essa parte da história.” Damon afirmou.

“O que ela provavelmente não contou foram os termos do acordo.”

“Ela disse que depois dos 100 anos, você simplesmente a deixou ir” Stefan recordou. “Não foi isso o que aconteceu?”

“De certa forma” Klaus explicou. “O acordo inicial era que, após a morte de Katherine ou de 100 anos de servidão, o que acontecesse primeiro, eu a mataria. Mas eu não pude. Eu aprendi a amá-la como a filha que nunca tive. Por que vocês acham que não consegui em 150 anos o que ela conseguiu em uma semana?”

“Você quer dizer, matar a Katherine?” Elena indagou.

“Sim. Tive de escolher entre a vida de Lizzie e a morte de Katherine. E fui egoísta o bastante para mantê-la ao meu lado por todos aqueles anos. Mas o prazo acabou e ela percebeu que eu não cumpriria a minha parte. E foi embora.” Ele suspirou. “Mesmo assim, ainda me tem como um homem honrado, mesmo não merecendo essa admiração.”

“Mas você é!” concluiu Stefan. “Se não fosse, não teria vindo até aqui para nos ajudar, nem teria poupado a vida do Damon.”

“Só uma coisa não faz sentido.” Damon balançava a cabeça. “Ela disse que não me culpa por nada. Eu não entendo. Eu achei que ela me queria morto!”

“Ela nunca te culpou.” Klaus confirmou. “Ela sempre culpou à Katherine e...” ele fez uma pausa e concluiu “a ela mesma!”

“Como? Por que?” Damon se levantou, as mãos na cabeça. “Como ela pode se culpar? Ela não fez nada!”

“Eu não sei. Acho que pelo fato de ter confiado na Katherine, ou por não ter estado lá para protegê-los dela. O fato é que ela tem se sofrido por todos esses anos.”

Damon ainda não conseguia acreditar. “Então quer dizer que ela não voltou por vingança?”

Klaus negou com a cabeça e sentenciou. “Não. Ela voltou por justiça. E por amor. E você, meu caro, a deixou ir embora mais magoada e ferida do que quando ela chegou aqui!”

Damon passou a mão nos cabelos negros, enquanto um único pensamento lhe passava pela cabeça. “O que foi que eu fiz?” perguntava-se ele, as emoções o dominando.

“Acho que você sabe o que fazer, não sabe, Damon?” Klaus indagou.

Ele sabia. Olhando-os de relance, ele saiu correndo. Tinha de encontrá-la e lhe dizer o que precisava ser dito. O que realmente importava. Como se sentia. Antes que fosse tarde demais.


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Notas finais do capítulo

O que acharam, meninas???

Eu preciso contar que esse foi um dos poucos capítulos que eu escrevi de uma vez, sem voltar pra ler e pensar no que adicionar. Eu só sentei e começei a digitar. E quando acabei e fui ler... eu chorei!!! Dá pra acreditar???

Fiquei com tanta peninha da Liz!!! Mas acho que o Damon agora vai tentar consertar as coisas, não?

Enfim, queria dizer também que minha próxima fic será uma continuação de Better Than Revenge!!! Vou abrir um outro link pra postar a minha idéia, como tinha prometido! Não deixem de ler e comentar, ok?

Beijos!!! Luv U!!!



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