Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 33
Namorados




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No dia seguinte, eu só queria ver Draco e me sentir uma pessoa normal. Eu ainda não tinha ido à Sala Precisa para ajudá-lo depois do incidente de Jesse e certamente estava sentindo falta de seus olhos cinzentos e... Bem... De seus lábios.

No intervalo de aulas, estava indo para a Sala, quando Su e Cece me interromperam.

- Nós vamos visitar Jesse na ala hospitalar, quer ir? – Su perguntou, sorrindo gentilmente.


Franzi a testa, Jesse ainda estava lá? Eu só tinha soltado um feitiço estuporante nele, nada de mais. Talvez estivesse se recuperando do efeito da poção do amor também, mas me senti mal por deixá-lo de cama por mais de um dia.

- Por que ele está lá mesmo? – perguntei, por que sabia que Draco tinha colocado novas memórias nas mentes das minhas amigas, elas não lembravam de nada daquela noite.

- Pirraça resolveu fazer uma brincadeira de mal gosto. – Cece respondeu, revirando os olhos e eu segurei um riso. – E ai, vem ou não?

Neguei com a cabeça, mas prometi à elas que iria mais tarde, afinal, Jesse era meu primo e eu que tinha o colocado lá, mas a verdade era que minha sede de Draco era bem maior.

Entrei na Sala Precisa e estranhei o fato de que nenhum dos comparças de Draco estava guardando a entrada, mas dei de ombros e fui em direção ao armário.

Como sempre, ele estava ali, perfeitamente concentrado, lendo um livro qualquer de feitiços, era incrível como o seu medo de Voldemort e dele fazer algo com seus pais fazia sua determinação aflorar.

- Oi. – falei, aproximando-me. Ele me fitou e eu sorri, oferecendo-lhe uma varinha de chocolate.

Eu, Su e Cece sempre guardávamos tudo que a gente conseguia de guloseimas, para que não ficássemos sem até nossa próxima visita a Hogsmeade, era uma ótima ideia para viciadas em chocolate, como eu.

Ele pegou, sem desviar o olhar, e eu me sentei ao seu lado, hipnotizada pelos seus olhos. Eu não pensei muito quando me aproximei mais, era quase como se uma força magnética estivesse me puxando para perto.

Eu não sabia se Draco iria fingir que nada aconteceu novamente, afinal, só ficamos nos beijando por um dia inteiro e não era como se tivéssemos um contrato de sangue ou algo assim... Quer dizer...

Felizmente, ele que tomou a iniciativa e eu senti meu estômago explodir quando ele encostou seus lábios nos meus. Era de se esperar que depois de beijá-lo várias vezes, eu já estivesse acostumada, mas não. Não. Era sempre delirante e completamente bom, como tudo que eu sempre sonhei.

Ficamos algum tempo nos reconhecendo intimamemente, quando finalmente nos separamos, mas sem realmente nos afastarmos.

Ele parou de me fitar e murmurou:

- Onde você estava ontem?

Segurei um sorriso, ele realmente estava se importando comigo? Aquilo era simplesmente muito fofo e completamente anormal para Draco dizer. Fingi que não sabia quanto orgulho ele teve que engolir para me perguntar aquilo e respondi:

- Eu tive detenção.

Era verdade. Não quis dizer que eu tinha falado com Dumbledore, porque isso mostraria que eu confiava nele e todo o meu joguinho ia por água abaixo. Eu já estava envolvida em tantas mentiras, que eu já não sabia o que era verdade mais.

Ele juntou as sombrancelhas e eu expliquei tudo o que tinha acontecido quando eu tinha encontrado Jesse naquela noite.

- Aquela velha só pega no pé de sonserinos. – ele ralhou e eu concordei. Snape também só pegava no pé dos grifinórios, mas não comentei nada.

- E ai? Algum sucesso? – perguntei, me referindo ao armário.

- Não. – respondeu, ficando sério. – Eu fiquei pensando... Para consertá-lo foi bem mais difícil que deveria ser. Parece que esse armário tem algum tipo de proteção, nenhum feitiço funciona direito.

Concordei, era verdade. Já tínhamos tentado qualquer feitiço que funcionaria em qualquer coisa, mas naquele armário não.

- Acho que ele é muito antigo. – palpitei. – Deve ter alguma magia que não conhecemos. Poderíamos ver se tem algo falando sobre ele na área restrita da biblioteca

- Como conseguiríamos uma autorização? Não estamos exatamente em bons lençois com nenhum professor. – ele retrucou e eu suspirei, ele tinha razão.

Pensei imediatamente em Snape e em como ele ajudaria sem piscar, ele até poderia fazer o armário ficar perfeito, mas Draco nunca daria o braço a torcer.

- E se mandarmos outra pessoa ir em nosso lugar...? – perguntei, pensando em Peter. Eu sabia que talvez não devesse confiar totalmente nele, mas mesmo se ele estivesse trabalhando para Voldemort, ele iria querer ajudar Draco em seu plano maligno, não é?

- Não. Ninguém pode saber do armário. – apressou-se em falar.

- Que outra escolha temos? Já procuramos em todos os livros de feitiços existentes... A não ser que você queira perguntar para Flitwick sobre algum...

- Podemos usar uma poção polissuco. – Draco me interrompeu. – Nos transformamos na sabe-tudo Granger ou em alguém assim e conseguimos uma autorização.

Revirei os olhos, aquilo era infinitivamente mais dificil que simplesmente confiar em alguém para pegar para nós, mas eu entendia todas as preocupações de Draco. Ele era o Sr. Paranóico e eu não podia mudar isso.

- Eu tenho algumas poções prontas, uso sempre em Crabbe e Goyle. – ele continuou, agora mostrando um entusiasmo que lhe era raro. Sorri com sua face esperançosa.

- Acho que se transformar na Granger é muito arriscado, precisamos de alguém inteligente, mas não tão óbvia. Além do mais, nenhum de nós a conhece bem o suficiente para imitá-la...

Ele deu uma risada exagerada.

- Não é tão difícil, é só ser uma insuportável o tempo inteiro. – desdenhou entre as risadas.

Eu ri, era verdade. Ela realmente era uma insuportável que se achava a tal o tempo todo e seria divertido se transformar nela e zoar um pouco para variar, mas seria mesmo muito arriscado.

- Mesmo assim... – murmurei, agora séria.

- Quem, então? – ele perguntou, já ficando impaciente.

- Alguém que conhecemos bem... Alguém inteligente... – alguém como Peter, pensei. Claro, quem mais perfeito que o Peter? Além de ser da Corvinal, ele estava um ano a cima de nós, era perfeito, ninguém suspeitaria. Mas eu sabia que mencioná-lo deixaria Draco com ciúmes e ele recusaria a ideia.

- Não sei você, mas todos os meus amigos são macacos babões. – ralhou.

- Uau, obrigada! – falei, obviamente brincando, mas ele aparentemente resolveu responder:

- Não. Você... – começou, agora sem me fitar e se a luz fosse mais clara, eu juraria que ele estava corando. – Você... Você não é minha amiga.

E então, eu morri e fui para o céu. Fim.

Essa sou narrando do céu. Ok, quem eu quero enganar? Do inferno.

Quer dizer, ele simplesmente não estava dizendo que me considerava apenas uma colega com quem passava um tempo beijando e consertando cosias, ele estava me chamando de namorada. Certo?

Precisei de ar. Respirei fundo e fingi que não estava surtando por dentro.

Não forcei a barra perguntando algo do tipo “o que você quer dizer?”, porque sabia que ele desconversaria e o momento iria acabar do mesmo jeito que começou. Então, resolvi seguir na brincadeira, tentando manter um tom de voz normal que não denunciasse o meu estado psicótico de pura surtação.

- Não sou amiga de Draco Malfoy? Me sinto ultrajada!

Eu ri, mas ele ainda estava sério. Será que eu tinha o irritado? Não era algo muito difícil de fazer, convenhamos...

- O que eu sou pra você, Liz? – ele perguntou de repente e eu franzi a testa. Não era óbvio? Tinha sido eu quem tinha me declarado, eu que tinha beijado ele pra começo de conversa.... Eu era quem deveria estar fazendo essa pergunta.

Eu sempre achei que o Draco fosse sentimental e tivesse problemas emocionais, mas aquela insegurança era novidade. Eu também sabia que sua arrogância e prepotência eram só barreiras, mas... Como ele podia perguntar uma coisa dessa?

Achei que fosse tão óbvio. Estava estampado na minha cara desde que eu o vi pela primeira vez....

- Não é meio óbvio? – perguntei, ainda em tom pacífico, querendo manter-me no patamar da brincadeira, para não forçá-lo a dizer nada e ficar irritado.

- Às vezes acho que você está me ajudando só pra ter suas memórias de volta com o armário. – ele respondeu, ríspido de mais. O que era aquilo de repente?

Juntei as sombrancelhas, inconformada. Como raios ele podia pensar aquilo? Draco era tão ridiculamente desconfiado de tudo, mas eu já tinha passado da fase de ficar irritada com a sua idiotice.

Respirei fundo, eu não ficaria irritada com ele. Ele estava sob muita pressão, falava besteiras o tempo todo.

- Claro, Draco. Realmente, estou aqui só pelas minhas memórias. Eu te beijo também só pra ver se acho elas bem no fundo da sua garganta. – ralhei, mantendo-me calma.

Ele levantou-se abruptamente e me olhou irritado. Bom, era ele quem tinha começado.

- Você é tão indiferente! – ele disse, claramente afetado.

Eu? Indiferente? Ele só podia estar brincando.

- Não sei se você lembra, mas eu quase morri tentando te proteger. – falei, relevando o fato que ele também tinha quase morrido por mim. Mas isso eu não precisava destacar. – E fiz um voto perpétuo por sua causa. Estou mentindo para as minhas melhores amigas e te ajudando a matar o diretor da escola. Você realmente acha que eu faria isso tudo pra ter minhas memórias idiotas de volta? Eu não lembro de nada faz um bom tempo e ainda estou aqui!

Certo, talvez eu tivesse perdido o controle. De pé, e fitando os olhos cinzentos com afinco, eu estava determinada em fazer com que Draco entendesse que eu o amava. Que eu sempre amei.

Ele sempre fora sozinho, eu entendia isso... Mas ele não podia continuar rejeitando o meu amor assim.

- Não faz sentido! – ele exclamou. – Por que você faz tudo isso só pra me ajudar?

- Nem tudo precisa fazer sentido, Draco! – berrei de volta. Ele era tão idiota, por que eu amava ele mesmo? – O amor não é pra fazer sentido!

Sua face foi de confusão para surpresa e eu engoli um seco. Eu sou tão retardada, por que fui falar sobre amor? Às vezes me surpreendo por me deixarem entrar na escola, eu devia viver em uma creche.

Ele simplesmente não podia entender como alguém podia amar ele e isso era compreensível, considerando que todos seus amigos estavam ao seu lado apenas pelo interesse. Mas isso nunca pareceu incomodar-lhe, por que só agora e só comigo?

Ele desviou o olhar e fitou o chão e eu suspirei. Valeu Liz, faça o clima ficar pesado. Estrague tudo como sempre.

- Desculpa se eu me importo com você. – falei. – Posso fingir que não, mas você pode parar por favor de desconfiar de mim? Pelo menos fingir?

- Eu só não entendo. – ele repetiu e eu me aproximei. Era óbvio que ele não entendia. Draco não sabia o que era amor, não sabia o que era altruísmo, não entendia o que era se importar com os outros. Pra ele era tudo um jogo, uma troca de favores.

- Não precisa entender. – respondi. – Só sente.

Então, brega como sou, o beijei. Era pra ser um beijo todo significativo e cheio de sentimento, mas na verdade foi apenas cheio de luxúria, como a maioria. Éramos pecadores, isso era certo, mas na minha defesa, nós encaixávamos tão bem. Era simplesmente impossível não desejar mais e mais a cada toque.

Me perguntei se Draco costumava beijar muitas meninas e se era assim com todas. Será que ele sentia-se assim voraz com todas que já beijou? Nossas mãos passavam intensamente pelo corpo um do outro e eu tentava não suspirar de prazer.

Ele parecia saber exatamente o que estava fazendo. Talvez Draco fosse um completo pegador e eu não sabia. Será que ele beijava outras meninas além de mim? Afinal, nunca tinhamos falado que éramos exclusivos ou algo assim.

Quer dizer, eu me sentia exclusiva. O que tínhamos não era só físico, apesar do físico ser bem relevante, admito. Mesmo assim, ainda tinha dúvidas. Aquilo estava me matando por dentro e me impedindo de continuar aproveitando aquele momento.

- Espera... – pedi, ofegante. Eu sentia seu olhar fulmegante soltar lasers invisíveis na minha cabeça. – Você tem... Nós somos...

Eu não sabia como continuar sem me mostrar desesperada. Eu queria ele só pra mim, era verdade, mas não queria que ele se sentisse pressionado por qualquer coisa que tivéssemos. Quer dizer, ele ainda era Draco Malfoy, o sangue puro, e eu Elizabeth Miller, a única sangue-ruim da Sonserina.

- Só tem você, Lizzie. – ele respondeu em um sussurro e eu estremeci com o meu apelido. De algum jeito, sabia que ele não estava mentindo. E mesmo se estivesse, eu não ligava mais.

Ele apertou seu braço em minha cintura, me puxando para mais perto enquanto beijava meu pescoço e logo já estavámos nos agarrando novamente.

O que dizer? Eu já tenho uma cadeira reservada no inferno mesmo.


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Notas finais do capítulo

Oooi! Olha eu mantendo o ritmo, hahaha
Enfim, cap novo pra vocês, um pouco mais fofinho! ♥

(Quem sobrou) gostaram?

:*



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