Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 5
Capítulo 3 - O Fantasma


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! :)



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Capítulo 03 – O Fantasma

O Fantasma da Ópera – Música tema

Bella andava com sua mão sobre a do misterioso Fantasma; ele sempre a encarava, sem perder o contato visual. O corredor de luz dourada estendia-se a frente dos dois e a jovem bailarina mal se dava conta de onde estava indo, ela só sabia da beleza que a face, parcialmente escondida pela máscara, tinha. Um belo fantasma. Ela pensava.

- No sono, ele canta para mim. Nos sonhos ele veio. – Bella cantou baixinho. – Aquela voz que chama por mim e fala o meu nome.

Com os olhos levemente arregalados e um arfar leve em seu peito, Bella nunca deixava de encarar o Fantasma a sua frente. Sua beleza e sua voz eram hipnotizantes; ela não sabia julgar se era sonho ou realidade. O Fantasma tinha em uma de suas mãos uma tocha, cuja chama crepitava na ponta e iluminava o amplo lugar. Quando saíram do comprido corredor, ele começou a guiá-la, descendo uma escada larga, feita de pedra, como todo o lugar. Grossas colunas – das fundações do teatro – estavam espalhadas. Então ela se deu conta de que ele a estava levando para as profundezas do teatro.

- Será que eu estou sonhando novamente? Pois eu sinto que... O Fantasma da Opera está lá... Dentro da minha mente. – Ela tornou a cantar, observando o que o Fantasma, na verdade tinha a aparência de um homem, que trajava um fraque e capa negra, mas a máscara branca se destacava perante tudo.

A combinação rendada de Bella arrastava-se conforme descia os degraus. Seus braços estavam cobertos pelo robe, seu colo a mostra e os cabelos caindo em cachos pelas costas. O corpete branco, com a saia num tecido leve, também branco, delineava sua cintura. A jovem desviou seu olhar para as catacumbas em que entrava; notara que havia poucos degraus, espaçosos e baixos, e então, um corcel negro estava a espera dos dois.

- Cante mais uma vez comigo, nosso estranho dueto. – O Fantasma cantou. Sua voz era doce, seu hálito inebriante e sua beleza inumana. – Meu poder sobre você torna-se mais forte ainda. – Ele cantava e Bella sorria.

O Fantasma deixou a tocha em um pedestal, uma antiga escultura de uma gárgula, com as garras formando um círculo. Ele deslizou suas mãos pela cintura fina da bailarina e a ergueu, colocando-a sobre o corcel. Em seguida, puxou-o pelas rédeas e guiou-o por mais alguns lances de escadas largas e compridas.

- E apesar de se afastar de mim para olhar para trás... O fantasma da Opera está lá... Dentro de sua mente. – Ele tornou a cantar, enquanto guiava o cavalo negro.

Quando chegaram ao fim do último lance de escadas, o misterioso ser desceu-a do cavalo, guiando-a então para um pequeno barco com uma lanterna acesa. Ali, era o fim de toda a descida e era onde iniciava o teatro; pois aquele lugar, tomado pela água era onde começava a fundação de todo o Opera e onde o rio chegava. Todos os corredores, tomados pela água negra do rio de Paris, eram iluminados por castiçais, cujas chamas vacilavam com o vento fresco, mas nunca se apagavam, pois o gás constante as mantinha vivas.

- Aqueles que viram o seu rosto, retiraram-se com medo. Eu sou a máscara que você usa... – Ela cantava. Sua voz soprano ecoava pelas amplas e altas galerias.

- É a mim que eles ouvem. – Cantou o fantasma. -“O espírito e nossa voz misturados, num só...” – Os dois cantaram juntos.

A névoa constante subia e inundava a embarcação. O Fantasma, em pé, remava para além das catacumbas. Passava por entre arcos esculpidos na pedra, que formavam a figura de homens, com a cabeça baixa, segurando a construção. Havia castiçais espalhados por todo lugar. Mais a frente, numa caverna mais iluminada, escondida entre os inúmeros corredores, estava uma galeria.

O fantasma parou o pequeno barco e num salto, desceu, logo, estendeu a mão para que Bella saísse. Quando seus pés, calçados de uma sapatilha de cetim, pousaram no chão frio de pedra, o Fantasma retirou sua capa, jogando-a num canto. Embora fosse rústico, o lugar tinha o conforto que uma dama precisaria. Bella pensou que poderia haver outra mulher vivendo ali.

O fantasma estava parado, observando-a. Bella ainda encontrava-se num estado de transe.

- Tão linda. – Ele disse baixo. – Como um frescor de manhãs frias de primavera. – Ele acariciou a face da jovem.

- Quem é você? Quem é o gênio por detrás dessa máscara? Quem é o dono dessa voz aveludada que me assombra nas noites solitárias?

- Assombro-te? Eu assombro-te? Pensei que a jovem dama estivesse acostumada a ouvir-me. – Ele puxou-a pela mão, conduzindo-a até um divã em veludo vermelho.

- Desculpe-me, não pude evitar, monsieur. – Ela disse educadamente, recordando-se que ainda era uma dama e devia ser educada. – Gosto muito da sua voz, se me permite dizer. Algumas vezes me assusto, mas agora... Quem é? Quem é o dono desta face tão bela?

Bella perguntou ao Fantasma, observando os olhos dourados e a meia face coberta. Existia algum motivo para ser coberta com uma máscara? Ela pensava. Mas é tão belo...

- Por que eu, monsieur? Por que escolheu a mim para cantar pelo senhor? – Ela tornou a perguntar.

- Porque tens a voz mais bela de toda Paris, merece ser ouvida, minha jovem bailarina. – Ela arrepiou-se com as palavras do Fantasma. Por dentro, sentia-se pertencer a ele.

- O Fantasma tem um nome? – Ela insistiu, pegando a taça de vinho que ele lhe entregava.

- Bella, Bella. – Ele disse baixo, numa voz sedutora. – Tão linda e tão curiosa. Audaz. Teimosa. – Ele sussurrava. – Não deve contar a ninguém sobre o nosso encontro. – A voz dele soou dentro da mente dela.

- C-certo.

- Oh, minha doce Bella, não quero tenhas medo de mim. Não deve ter medo de mim. Sou inofensivo a você. E perigoso aos que tentam lhe encantar e tirá-la de mim. – O Fantasma disse com um tom de posse, mas ainda sim, gentilmente.

- Se não quer me dizer seu nome, então irei chamá-lo de Fantasma, como todos. – Bella disse sorrindo.

- Consegue sentir-se tão à vontade em meio a todo o meu mistério, jovem bailarina? – Ele perguntou.

- Oh, é claro. – Ela levantou-se e começou a explorar o local. – Se é inofensivo a mim, então não irei temê-lo.

- Nem se eu fosse um monstro?

- Nem se fosse os piores demônios do mundo. – Ela disse sorrindo, passando os dedos pelo piano.

Bella não sabia que o que estava dizendo, poderia ser verdade. Em sua mente, só existia o fantasma naquele momento. Ela queria saber tudo sobre aquele ser belo e misterioso, a curiosidade aflorava em sua pele e brotava dos seus olhos.

- Sabe tocar piano, meu caro Monsieur Fantôme? – Ela perguntou.

- Oui, mademoiselle. Sente-se ao meu lado, irei lhe ensinar. Tocará piano melhor que todos neste teatro. – Ele disse numa voz penetrante.

(...)

- Madrinha! – Alice sibilou ao ver a madrinha nas primeiras horas da manhã.

- O que há, Alice?

- Onde está Bella? Nós combinamos que iríamos à cidade hoje! – Alice exclamou. – Ela sumiu!

- Logo ela aparecerá. Por que não me ajuda com a barra de seu novo vestido? Estou terminando. – Madame Renée disse a jovem impaciente.

(...)

- Nos veremos em breve, minha bailarina. – O Fantasma sibilou, após deixá-la em seu quarto.

Bella havia adormecido nos aposentos do misterioso gênio musical. Ele acordou-a na primeira hora da manhã, servindo algumas torradas e um delicioso café, que ela não imaginara que poderia haver ali. Sentou-se em uma pequena mesa redonda, coberta com uma toalha escura, onde – sempre – a luz de velas, comeu na companhia do fantasma, que só a admirava.

Quando havia terminado o café, voltou com ele pelos mesmos corredores, até que entraram por outra passagem. Ela levantou-se e foi ao banheiro, ligou a torneira de água quente e deixou enchendo a banheira. Neste tempo, lembrou-se que faria um passeio com Alice pela cidade e ela devia estar louca atrás dela.

Quando terminou o banho, Bella vestiu as peças íntimas, colocou uma combinação limpa e vestiu o espartilho branco, com rendinhas em suas bordas e colocou todo o vestido por cima. Alice entrou no quarto logo em seguida e assustou-se ao ver Bella ali.

- Muito bem, senhorita fujona, onde esteve noite passada?

- Podemos conversar depois? – Ela perguntou num suspiro.

- Ok. Mas depois quero saber. – Alice riu. – Agora vire-se, deixe-me dar o laço.

Bella virou-se de costas para a amiga, que habilmente, deu um laço na saia de sua roupa. Bella enfiou os pés nos sapatinhos, ajeitou o cabelo rapidamente e pegou sua carteira. As duas saíram de braços dados, pela entrada lateral do teatro.

O centro da cidade estava movimentado naquele dia, as duas damas entraram em algumas lojas de artesãs e compraram novos vestidos e chapéus. Bella e Alice faturavam bastante nos espetáculos do Opera, mas eram raras as vezes que as pessoas as viam por ali. As duas sentaram-se numa mesinha dentro de uma pequena casa de doces.

- Certo, conte-me. Tudo.

- Eu estava com ele. – Bella disse baixo, quando um jovem loiro sentou-se na mesa ao lado.

- Ele? Está falando do...

- Ele mesmo! – Bella sorriu. – Não conte a ninguém Alice, temo que ele fique furioso.

- Então ele é perigoso.

- Acho que pode ser, mas não comigo. – Bella murmurou.

- Como ele é?

- Quem é? – Uma voz divertida interrompeu a conversa das duas damas.

- Oh, Visconde! – As duas exclamaram e fizeram uma pequena reverência.

- Sentem-se queridas. Fui procurá-la para jantar e não lhe achei mademoiselle Swan. – James disse formalmente. – A senhorita sumiu.

- Ela estava comigo! – Alice disse defendendo a amiga.

- Creio que não. Madame Renée disse-me que estava com o gênio musical que se diz dono do teatro. – James disse baixo.

- Eu poderia mesmo estar, seria honra, não?

- Então confirma? – James tornou a perguntar.

- Está sendo insolente, meu caro Visconde. – Bella disse. – Se for para nos importunar, por favor, retire-se. Eu estava tendo uma conversa agradável com minha amiga.

- O Visconde está incomodando as moças? – Um jovem loiro, que estava sentado na mesa ao lado, levantou-se e encarou o visconde.

- Conde Cullen. – James fez uma pequena reverência após levantar-se. - Eu já estava de saída. Até mais ver, madames.

O conde ficou observando o Visconde sair do pequeno restaurante, quando viu que o sino balançara com a fechar da porta, se dirigiu às duas damas.

- Sou Conde Jasper Cullen. – Ele disse. – Não pude deixar de ouvir que falavam do teatro. São bailarinas?

- Junte-se a nós conde. – Alice sorriu. - Nós não somos cortesãs.

- É claro que não são. Todos conhecem sobre a habilidade do balé de Paris e sabem que as damas de lá são respeitáveis. Pelo menos a maioria. – Ele disse divertido. Alice ria com seus comentários e não pode deixar de notar a beleza leonina que tinha o jovem conde.

- Se estiver disponível, venha ao teatro esta noite. – Alice convidou-o, entregando um pequeno convite.

- Eu ficaria encantado. – Ele sorriu. – Agora preciso ir, até mais ver, senhoritas! – Ele deixou duas notas na mesinha, pagando pelo seu café e pelo das moças. Alice suspirou e jogou sua cabeça para trás.

- Encantador! – Ela sibilou sorrindo.

- “Encantador”. – Bella imitou a voz da amiga. – Está corada, por acaso se interessou por ele?

- Oh, não seja... – Alice dizia. – Certo. Não tenho como esconder nada. Sim, veja toda aquela pose, a educação...

- Então vamos voltar Alice. Vamos ver se Renée sabe nos dizer algo sobre o ‘Conde Cullen’. – As duas saíram do pequeno restaurante.


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Notas finais do capítulo

Ola, olá!!! :)

Espero que tenham gostado do capítulo. Essa foi a primeira aparição do nosso querido fantasma e, é claro, esperem por mais surpresas, porque vocês vão ver a Bellinha ficar muito confusa. hihi

Bem gente, vim avisar também, que na outra semana (na quarta feira) vou estar viajando a trabalho e provavelmente vou voltar a ficar on só na outra terça de noite. Então, quem virá postar vai ser a Jeh (jeje2786, que é a beta da fic). Por isso, vocês não ficar sem posts.

Comentem bastante, indiquem e divirtam-se.

Beijinhos
@ninaxaubet

ps:Se vocês comentarem bastante até a terça feira de madrugada, posso passar e postar o capítulo 4. Querem um spoilarzinho? Vejamos... Alice e Bella vão jantar com o Conde Jasper e seu irmão, no pequeno chateau deles. ^^

hihi, curiosas? Querem mais? Então.. Sabem o que fazer! (: