Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 14
Capítulo 12 - Caçada




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Capítulo 12 – Caçada

James

- Laurent, por favor, preciso que me acompanhe hoje. – Pedi ao meu criado.

- Sim, senhor. Vou apenas pegar meu casaco.

Laurent era um homem moreno, de meia idade que trabalhava para minha família há alguns anos, e veio trabalhar em minha casa assim que deixei a casa de meus pais em Marseille.

Eu estava dentro da carruagem quando Laurent voltou completamente vestido. O cocheiro seguiu pela estrada de pavimento liso passando pelos belos campos verdes e pelas longínquas mansões da nobreza da França - que eu adorava, devo confessar, porém era só uma questão de tempo até que eu conseguisse comprar o título de duque, ou algum cargo maior, e então me mudar para a América, o Novo Mundo.

- Não iremos para o teatro, esta noite, vá direto para a ponte central do Sena, perto do parque Eifel. – eu disse ao cocheiro, assim que ele entrou na cidade.

A noite estava agradável. Seria a noite perfeita para assistir um belo espetáculo na Opera, ou então ver uma peça teatral. E então, depois sair acompanhado e ir jantar num delicioso restaurante. O céu estava tão negro que fazia com que as estrelas parecem enormes pedras de diamantes cravadas. Mas também, era a noite perfeita – com a distração perfeita – para uma pequena caçada.

O cocheiro virou em uma pequena viela. O cavalo trotava vagarosamente quando chegamos à avenida principal. Nós paramos embaixo de uma árvore e eu fiquei observando as pessoas que passavam por ali. Cerca de quinze minutos depois, três homens se cumprimentaram e esperaram.

- Obrigado. Pode ir se quiser. Volte aqui em duas horas. – Eu disse ao meu cocheiro. – Vamos, Laurent.

Atravessei a rua e cumprimentei o Inspetor, seu parceiro, Jason Jenks e seu amigo.

- Boa noite senhores. Vamos enquanto não há movimento. – Pedi.

- O espetáculo acaba de começar. É a melhor hora para descermos. – O amigo de J. Jenks disse.

Todos nós descemos a escada lateral à ponte. Andamos alguns metros por uma calçada estreita, na beirada do rio, até que chegamos à saída do lago da cidade. O amigo de Jenks pegou um pé de cabra e estourou o cadeado que trancava o portão – enferrujado – de ferro. Entramos por aquele túnel, que devia ter cerca de um metro e oitenta de altura.

A água escura, todo aquele lodo, o guinchado que os ratos faziam, era o meu cenário. Esse era o preço que eu estava pagando para descobrir a verdadeira identidade do gênio musical, do anjo da música... do Fantasma da Opera. O ser que cobria a dama do teatro com todo o seu feitiço.

Isabella Swan sempre fora, desde que éramos crianças, o meu desejo. Acho que desde que eu me entendia por menino e homem, eu a desejava. Quando voltei à França e assumi o patrocínio do Opera Populaire, e então a vi pela primeira vez, cantando tão lindamente... Eu tive certeza de que ela seria a dama perfeita para viver ao meu lado.

Não nego. Aquele Fantasma realmente a transformou numa bela cantora, seja lá o que ele tenha feito para isso. A voz de Isabella era realmente a mais bonita de Paris.

- Estamos indo aonde, senhor?

- No Teatro. Quanto mais falta? – Perguntei.

- Cerca de uns duzentos metros, então viramos à esquerda e então à direita. De lá, seguimos direto. Devemos encontrar um cruzamento de várias saídas, mas só uma delas é que é o lago. As outras são do esgoto. – J. Jenks falou.

- O que eu não faço por Isabella Swan. – falei baixo.

- Então tudo se trata de Isabella Swan? A nova cantora? A que está no lugar de Tanya? – O Inspetor perguntou.

- Oui. Receio que este Fantasma esteja se aproveitando dela. Não posso arriscar. Um aproveitador! – exclamei.

Trocamos poucas palavras, porém, continuamos seguindo o túnel, conforme o planejado.

Edward

- O Fantasma da Opera! Uma idéia tão boa e tão estúpida, ao mesmo tempo! – Emmett praguejava.

- Eu sei, Emmett! Não preciso ficar ouvindo suas lamúrias quanto à minha besteira. Eu sei que errei. Mas eu não contava com a audácia desse Visconde idiota.

- Ela já sabe? – Foi a vez de Jasper perguntar.

- Não. Mas ela não vai tentar descobrir. Por incrível que pareça, Bella confia no fantasma. – Murmurei.

- Tudo bem. Nós iremos te ajudar nesta sua idéia maluca. Mas vamos planejar com calma, Edward. Não podemos nos arriscar muito. – Jasper, o terceiro melhor conselheiro da família, falou calmamente. – Até porque... Já temos outras coisas com que nos preocupar.

O cocheiro parou no centro, conforme combinamos. De uma viela escura saiu Gerárd, vestindo sua capa negra, acompanhada de uma cartola. Emmett abriu a porta da carruagem e ele entrou, tirou a cartola e tomou fôlego, para então falar.

- O Visconde se encontrou com outros três homens. Ele mesmo estava acompanhado de um criado. Os cinco foram para a ponte, no centro, e então entraram num túnel embaixo dela. – Gerárd disse.

- Um túnel? O que isso significa?

- Significa que ele vai tentar encontrar o covil do fantasma. Ele aproveitou o horário do espetáculo, quando não teria ninguém para vê-lo. – Respondi. Não pude esconder, minha decepção e irritação eram aparentes. – Merd!

- O que você pretende fazer, Edward?

- Não, sei, Gerárd. Preciso pensar.

Pensar. Talvez eu tivesse pensando demais ou de menos. Porque, por mais que tentasse, não conseguia achar uma solução aceitável para minha situação. Deixar o Fantasma da Opera sumir, de repente, e então me revelar a Bella, podiam acarretar duas situações. A primeira seria Bella não me aceitar e seguir sua vida, o que seria muito bom, pois assim eu eliminava outro problema; e a segunda era ela me aceitar, então logo apareceríamos juntos, mas então as pessoas iriam desconfiar.

Meu plano precisava dar certo. Se um pequeno detalhe saísse dos trilhos, eu e algumas pessoas teríamos sérios problemas. Quando já estávamos chegando ao teatro, soube o que deveria fazer, mas para isso, precisaria da ajuda dos meus irmãos e de Gerárd.

- Eu sei o que fazer. Mas vou precisar da ajuda de todos vocês. – Falei.

- Estamos contigo, irmão. – Emmett e Jasper juntaram suas mãos.

- Sempre. – Gerárd sorriu.

Assim que chegamos a Opera, peguei o pacote que eu trouxera comigo, coloquei por debaixo da capa e saímos da carruagem. A Opera estava cheia, muitos dos nobres tinham tirado a noite desse domingo para vir ao espetáculo. Cumprimentei um dos guardas e nós fomos ao camarote número seis.

- Sejam bem vindos, Condes. – Um dos oficiais de polícia, o parceiro do Inspetor, nos cumprimentou.

- Boa noite. Onde está o inspetor?

- Precisou resolver alguns assuntos pessoais. – O parceiro respondeu a pergunta de Jasper.

- Sempre vemos os dois juntos. Esta noite ele perderá um bom espetáculo. – Jasper acrescentou.

- Bom proveito. – Ele tirou o chapéu.

Assim que entramos no camarote número seis, pedi que chamassem madame Dwyer. Alguns minutos depois, ela já estava batendo a porta do camarote onde eu, meus irmãos e Gerárd estávamos. Mandei que entrasse e encostasse a porta.

- Algum problema, Conde?

- Alguns, Madame. Diga-me, meu camarote está como deve? – Perguntei.

- Sim. Como sempre.

- Então precisarei da sua colaboração. – Disse eu. – Minha identidade corre um certo risco, por causa do Visconde. Por isso, preciso que não deixe ninguém entrar nos camarotes números cinco e seis.

- Tudo bem. Estas são as chaves. – Ela entregou-me duas delas. – O que mais?

- Creio que seja só. Por via das dúvidas, Gerárd estará no camarote cinco, ele lhe avisará caso algo não dê certo.

- Então estamos combinados. Quer entregar algum recado a Bella?

- Eu mesmo irei vê-la. Não se preocupe.

- Nos vemos mais tarde. Preciso ir.

Assim que ela saiu, fechei a porta e abri o pacote que carregava. Tirei as duas capas e as duas máscaras. Um par entreguei a Gerárd, a outra ficou comigo. Expliquei a ele o que devia fazer e então chamei Jasper e Emmett para vir comigo. Assim que as luzes do teatro se apagaram, nós saímos do camarote. Furtivamente, segui à frente de meus irmãos pelo corredor, quando o primeiro desvio apareceu, entramos por ali e depois usamos a passagem atrás da grande pintura.

Depois disso, fiz o caminho tradicional até as grandes escadas e depois descemos até onde o pequeno barco estava. Nenhum deles dizia qualquer palavra. Apenas me acompanhavam. Remei rapidamente até o fundo das catacumbas, onde o lago já ficava mais profundo, onde meu pequeno covil ficava.

Desci do barco e girei a pequena manivela. O gás correu pelo encanamento de cobre e acendeu algumas lamparinas que ali estavam dando visibilidade ao local.

- Então, que faremos? – Emmett perguntou.

- Vamos confundir algumas pessoas. – Respondi.

Eu teria apenas duas horas para conseguir desviar a atenção dos intrusos do teatro. E então, depois teria que voltar o mais rápido possível até o camarote. Esta noite, eu seria o Conde Cullen e o Fantasma da Opera.

Eu não tinha absolutamente nada contra o Visconde de Chagny, antes dele colocar aquele par de olhos sobre aquela que era minha. Meus irmãos e pais costumavam dizer que eu tinha um caráter um tanto obsessivo por Isabella Swan, e obviamente, eles não estavam errados. Mas a diferença entre minha obsessão e a de James, era que eu sabia – embora não quisesse – perder e ele não.

De fato, minha história – a que envolve o surgimento do Fantasma – e a de Isabella Swan, se cruzavam num ponto delicado e crucial. E era exatamente por este motivo, que eu não podia deixar que Isabella, minha doce e delicada bailarina, caísse em mãos erradas.

- Escutem. – Eu sussurrei. – A partir daqui, precisaremos nos separar. Chamem a atenção deles para longe deste ponto. – Eu apontei para o portão de ferro.

- Tudo bem. Nos encontramos aqui em alguns minutos. – Jasper assentiu.

James

- Shii! Quietos, escutem! – Jason Jenks disse.

Eu estaquei. Havia realmente ruídos, passos n’água e algum portão sendo aberto. Deixei todos eles para trás e corri em direção ao som que eu ouvia. Esta noite eu iria pegar o Fantasma da Opera e desmascará-lo à frente de toda a corte francesa. Quem quer que seja... Iria saber quem era o Visconde James de Chagny.

- Espere, Visconde!! – Alguém me chamou.

- Se nos separarmos agora, mesmo com este mapa, vamos nos perder. Os subterrâneos de Paris são imensos.

- Então vamos.

Quando estávamos próximos a um novo cruzamento, onde eu podia ver um outro portão de ferro, novos passos e grunhidos soaram pelo lugar. Virei-me de costas procurando onde os novos sons estavam e, para minha surpresa, eu vi um vulto negro.

- Olhem! Ali!! – Disse o inspetor.

Nós corremos em direção ao vulto negro, mas logo, vimos outro e outro. Eram três! Três negros vultos que nos enganavam!

- James, é melhor sairmos daqui. Estamos nos afundando mais e logo o espetáculo vai acabar. – O inspetor falou.

- Sr., melhor irmos. – Laurent dizia. – De qualquer maneira, existem outras formas de desmascarar o Fantasma. Poderemos tentar depois. Mas hoje já não há mais jeito.

- Pelo jeito este fantasma existe mesmo. E não é só um. – J. Jenks falou.

- Até parece que é um asno, J. Jenks! – Exclamei. – É apenas um! Aqueles são só para nos distrair.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram do plano do james, hãn? Para variar, não deu certo. hihi, mas ele vai ter muita ajuda em suas marmotas (assim que eu conseguir bolar alguma delas xD)

Espero que tenham gostado, vão comentando pq faltam somente 2 capítulos para a bellinha descobrir a identidade do nosso Fantasma ^^

Ah, um detalhe... Como o sistema de reviews do nyah ainad está em manuetenção, eu não consigo ter certeza se respondo a todos, então, mil desculpas se eu respondi de algumas de vocês e de outras não, ok? :/

*A imagem do capítulo de hoje é do Gerard Butler... Levanta mão quem acha ele um charme com esse terno e máscara õ/

Bem, por enquanto é só. Já sabem, comentem, pq senão cabeças vão rolar.... heh @_@

Beijinhos