Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 10
Capítulo 08 - All Ask of You




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Capítulo 08 – All Ask Of You

Tudo o que eu peço a você

- Pode me dizer por que as duas acabaram saindo daquele jeito ontem? – Jasper perguntou. – O que você falou?

- Nada, na verdade. – Ele respondeu. – Ok. Talvez eu tenha dito alguma coisa.

- Edward! – Jasper rosnou.

- Ela é uma dama, tenho direito de dar minhas investidas. – Ele deu de ombros.

- Talvez ele tenha sido direto demais. – Emmett falou. – E acabou assustando-a.

- Não estou certo de que seja só isso. – Jasper estreitou os olhos.

- Que seja. Preciso sair. Não tenho hora para voltar.

- Aonde ele vai? – Emmett perguntou novamente. – Ele sempre sai a essa hora.

- Isso é problema dele, ele é quem deve lhe contar.

Edward vestiu o paletó azul marinho, colocou sua cartola e pegou a bengala de carvalho e prata, então saiu porta a fora. Sua carruagem já lhe esperava na porta da mansão. Ele seguiu rapidamente pela cidade e parou assim que chegaram às ruas que antecediam o centro. O cocheiro lhe deixou por ali e seguiu para o lugar de costume na praça central, onde outros coches esperavam.

Era uma manhã de quinta–feira e as pessoas já saíam para seus afazeres. Muitos criados, vestidos quase elegantemente, estavam às ruas cumprindo os afazeres diários. Alguns comerciantes abriam seus estabelecimentos, enquanto outros já iniciavam o dia de comércio. Próximo ao centro, os trabalhadores da grande torre que seria feita, iniciavam um duro dia de trabalho, carregando as peças pesadas e trabalhando na construção. Edward parou em frente a uma porta quase da cor da parede; bateu algumas vezes, olhou ao seu redor e então entrou.

Um homem de chapéu que estava por ali, fazia um pequeno esboço do local. Seu lápis corria pela folha rapidamente e anotava todo e qualquer movimento naquela área. Mais tarde, ele deu a volta no quarteirão e voltou a desenhar.

J. Jenks guardou a caderneta em uma pasta e foi em direção a um escritório mais ao centro da cidade. Quando entrou, um homem já lhe esperava em sua sala. Aquele era o escritório “oficial” de Jason Jenks, um agente imobiliário bastante requisitado. J. Jenks, como era conhecido, tinha um pequeno negócio de investigação. Muitos diziam que ele tinha métodos eficazes, era quase chamado de Sherlock. Quase. Se não fosse por pequenos tropeços que às vezes dava.

- J., como vai? – Perguntou o homem.

- Bem, na medida do possível. Trouxe algo para mim, Martin? – J. perguntou.

- Consegui achar um meio de entrarmos no teatro sem ser pela entrada principal. – O homem de meia idade, de cabelos loiros disse. – O lago deságua no Sena, entraremos na noite de espetáculo. Este fim de semana. Assim, todos estarão ocupados e não seremos vistos.

- Por onde?

- A ponte principal, antes da construção no grande parque. Tem uma escada que desce até a calçada. Em baixo da ponte há uma passagem. Uma porta de ferro. Está aberta claro.

- Olhou a rede de esgoto da cidade? – J. perguntou, havia satisfação em sua voz.

- Sim. Na verdade, olhei as plantas das galerias e tem uma região em especial que é muito curiosa. – Martin sorriu. – Andaremos por alguns minutos na água, mas depois poderemos andar pelas calçadas até chegar a uma parte onde o rio torna a ser fundo. É lá que deixarei um pequeno barco.

- Faz muito bem. Vou chamar mais uma pessoa. Para garantir.

- Certo. Dos equipamentos eu cuido. Às oito sobre a ponte. Tudo bem?

- Está ótimo. Obrigado, Martin. – J. Jenks agradeceu.

J. Jenks sentou em sua cadeira estofada e colocou os pés sobre a ponta da mesa. Suas mãos estavam entrelaçadas atrás da nuca e havia um sorriso presunçoso em seus lábios. Não podia deixar de pensar no pedido do visconde. “Traga-me o Fantasma VIVO e com sua máscara.” O Visconde frisara. Porque raios ele quer saber sobre o fantasma? Ele pensou. Então, teve uma idéia.

- Jéssica?! – Ele chamou. Alguns segundos depois, uma moça jovem abriu a porta do escritório.

- Chamou, J.? – Ela perguntou.

- Entre, Srta. Stanley. Tenho perguntas a lhe fazer. – Ele disse, voltando a sua postura atrás da mesa.

- Fiz alguma coisa errada? – Ela perguntou.

- Não. – Ele riu. – Diga-me, andou indo a Opera?

- Ah sim. A Opera é belíssima. – Ela concordou.

- Diga-me. Tem visto o visconde por lá? – J. Jenks estreitou os olhos. Certamente a fama de fofoqueira deveria ter alguma utilidade para ele, afinal, era isso o que as fofoqueiras faziam, não? – Conte-me tudo o que sabe.

Aquelas eram as palavras mágicas para que alguém como Jessica Stanley, uma dama, secretária de uma imobiliária, começassem a falar sem parar. Ela respirou fundo e começou a rever os dias que foi à opera, acompanhada de sua mãe e das amigas fofoqueiras dela.

- Sei que o Visconde está interessado em uma das bailarinas. – Ela falou. – Me parece que é pela nova cantora, Isa alguma coisa. Eu não sei o que acontece exatamente, mas ouvi dizer que o visconde a quer como pretendente, mas eu acho que ela não quer.

- O que mais sabe?

- Não sei de muito. Sei que a cantora não quer o Visconde. E me parece que têm mais alguns atrás dela. – Jessica disse. – Ela tem muita sorte...

J. nada falou. Talvez... Ele pensou em algo, mas decidiu omitir. Precisava de mais informações e certamente, Jessica seria a pessoa perfeita para lhes passar.

- Já ouviu os rumores sobre o fantasma?

- Ah, claro. Quem não ouviu. Diz que ele assombra o teatro. Eu duvido. Não acredito em fantasmas. Mas dizem que ele é quem controla aquele lugar, me parece que ele consegue tudo o que quer. – Ela falou rapidamente.

- Estaria interessada em me ajudar numa investigação? – Ele perguntou a ela.

- Oh, uh. – Ela arfou. – Mas é claro! O que tenho que fazer?

- Descubra quem é a pretendente do Visconde. Se torne amiga dela. Diga-me tudo o que puder descobrir. – J. Jenks. Falou.

Jéssica saiu exultante do escritório. Aquela era a tarefa que uma pessoa como ela conseguiria fazer. Ela pegou sua pequena bolsa em sua mesa e foi ao armazém. De longe, podia ver a imponência do teatro... E dos mistérios que o cercavam. Raramente ela via as bailarinas na rua. Algumas vezes via uma ou outra, mas nunca todas juntas. Jéssica estava curiosa quanto aos motivos da investigação do patrão. Por que raios ele quer saber sobre o visconde? E sobre a pretendente? A não ser que ele esteja interessado nela... Não, mas ele disse que não a conhece. O que o fantasma tem a ver?

Dentro do teatro, Bella e Alice estavam na sala de música, onde havia alguns violinos, harpas e todo tipo de instrumento. Bella deslizava o arco do violino pelas cordas e uma melodia alegre e gentil enchia o ambiente. Alice tocava habilmente o piano, acompanhando Bella. Elas tocavam Claire de Lune.

Alice interrompeu a melodia, quando ouviu outra tocando por cima, chegando aos seus ouvidos. No começo pensou ser Bella, mas então percebeu que era algo mais complexo e maior, digno de um verdadeiro gênio musical.

- É ele. - Bella sibilou.

- Ele? O Fantasma? – Alice perguntou.

- Sim. – Bella falou baixo. – Quando ele toca, é porque quer que eu vá até ele...

- E por que não vai?

- Porque estou confusa, Alice. – Ela desabafou.

- Então vamos pensar. – Alice sorriu e se sentou ao lado dela na banqueta do piano. – Não quer o Visconde, porque é ciumento.

- Ele só foi um amigo. Nada mais. – Bella falou. – Mas... Eu sei que gosto do fantasma. Mas como vou nutrir algo por alguém que nem sequer vi o rosto?

- Acho que é hora de você mostrar ao fantasma quem é a verdadeira Isabella Swan. – Alice sorriu.

Bella continuou sentada com uma expressão de desânimo. Alice puxou-a gentilmente pela mão e ficou parada em frente a ela.

- Ânimo!! – Ela exclamou. – Somos as segundas melhores bailarinas da França e do mundo minha, querida!! – Alice disse. – O balé populaire é o segundo balé mais habilidoso! Os homens caem aos nossos pés. E passamos delicadamente por cima. – Ela acrescentou rindo.

- Você sempre sabe como me animar. – Bella disse baixinho.
- Você pode até nutrir algo por alguém cujo rosto é um mistério, mas seu caráter e personalidade não são. – Alice disse inteligentemente.

- É óbvio que ele é um freqüentador deste teatro. – Bella falou. – Ele tem classe.

- E tem muito bom gosto. – Alice acrescentou. – O que ele lhe disse quando tirou a máscara dele?

- Que quando for a hora saberei quem ele é, embora eu já o conheça. – Bella lembrou-se.

Por mais óbvio que fosse Bella não fazia idéia de quem era o rosto encoberto pela máscara. Quase não conseguia ver a metade descoberta por causa da penumbra daqueles salões antigos, mas tinha certeza que aquele era um freqüentador do teatro. Ela dedilhou algumas teclas no piano e deixou sua mente vagar. Ainda tinha o Visconde que não largava de seu pé. E tinha um dos Condes Cullen. Mas acima de tudo, temia pela vida do Fantasma. O Visconde conseguia ser muito astuto quando queria.

- Talvez eu deva seguir o conselho dele. – Bella falou novamente. – O Visconde é o tipo teimoso. Eu nunca gostei da teimosia de James.

- Pode ter razão. – Alice falou.

- Allie, posso não saber quem está por detrás da máscara. Mas quem quer que seja, consegue me cativar, me alegrar e me fazer querer cantar aos quatro cantos do mundo. Eu sei que estou apaixonada por alguém como ele, e é justamente por isso que vou cuidar da discrição dele.

Naquele dia, Bella não atendeu ao ‘chamado’ do Fantasma. Mesmo querendo muito vê-lo, decidiu que deveria esperar. Quando ela e Alice saíram da sala de música, o Fantasma andava pelas catacumbas do teatro, observando o movimento que todos por lá faziam, aonde iam, o que falavam...

Aquela noite estava excepcionalmente fria. Bella vestia sua combinação de seda branca, com uma renda rosada por cima, porém, acrescentou um manto vermelho por cima e saiu do quarto, quando Alice já estava dormindo. Ela subiu pela escada caracol e passou pelas estruturas de madeira que ficavam ao fundo e sobre o palco. Chegou a uma das torres do teatro, abriu a porta e sentiu o ar frio da noite.

Aquele era o terraço. Cercado por um parapeito de meio metro de altura, onde vários sótãos tinham saída. Ela parou ao lado de um anjo de pedra, pousou sua mão sobre a cabeça dele e ficou observando as luzes da cidade. Não muito longe dali, podia-se ver a imponência do moinho vermelho, o Moulin Rouge.

- Admirando a vista? – Uma voz gentil falou.

- James! – Ela exclamou. – O que faz aqui?! – Bella apertou a rosa vermelha e a pequena fita negra entre seus dedos.

- Sou o patrono deste lugar. Posso ir e vir. – ele disse divertido.

Nenhum dos dois se dava conta de que havia mais alguém naquele lugar.

All Ask Of You – O Fantasma da Opera

- Oh, certo. – Ela desdenhou.

- Por que me trata assim? – Ele perguntou.

- Porque é inconveniente. – Ela respondeu. – Porque não percebe quando uma dama não lhe quer. És mimado demais, James.

- Ele deve ter feito lavagem cerebral em você... – James disse baixo. – Não existe nenhum Fantasma da Opera... Só um homem sem escrúpulos querendo se aproveitar de uma jovem dama.

- James, eu estive lá. – Ela cantarolou. – Num mundo de noite infinita. James, eu o vi. O rosto coberto pela máscara. A delicadeza de suas feições. Será que conseguirei esquecer aquela imagem?

Bella afastou-se do visconde. Sua mente perdida em memórias.

- Eu o ouvi cantar... Dentro de minha mente. – Ela cantarolava.

- O que ouviu foi um sonho e nada mais. – Ele recitou.

- Nos olhos dele havia algum mistério antigo, perdido em meio à vida sem amor.

- Isso é loucura! – Ele falou. – Ele está te enlouquecendo!

Num átimo, a figura misteriosa do Fantasma saltou ao lado de Bella. A face de ambos estava domada pela raiva. James finalmente conhecera o Fantasma. Ele estava ali, à sua frente, num esticar de dedos.

- Então você é o insano que todos temem. Você é o louco que enfeitiça a mente dela!

- Você é o jovem, insolente e prepotente! – Respondeu o Fantasma barítono.

- Saía deste lugar! Procure outros para atormentar! Procure outra para enlouquecer! – James exclamava, tirando sua Florete da bainha.

O Fantasma, como se soubesse o que ele ia fazer, desembainhou a florete, a espada fina, afiadíssima e de lamina cilíndrica. Bella deu alguns passos para trás e arfou quando James deu a primeira investida no fantasma, que imediatamente, virou o pulso, defendendo-se dos ataques. O Fantasma, que se mostrou um habilidoso espadachim, dava passos largos e empunhava a lâmina, atacando o Visconde. O Fantasma abaixou-se, desviando do golpe; sua capa esvoaçava-se com o vento noturno e a neve cobria a face de cada um deles.

James desferiu um golpe na lateral do corpo do Fantasma, que deu alguns passos para trás, mas de forma muito ágil, desviou dos outros dois golpes seguidos. Bella olhava a cena, atormentada pela dúvida. Qual dos dois sairia ileso?

Suas espadas se cruzavam várias e várias vezes. Mas então, num pequeno descuido do Visconde, o Fantasma lhe deu um soco em um dos lados do rosto. O visconde caiu no chão e arrastou-se até a escada lateral. Bella, ainda entorpecida pela situação, só percebera que a breve luta havia terminado quando o Fantasma tocou-lhe o rosto.

- Você está ferido? – Ela perguntou.

- Não, estou bem. – Ele acariciou gentilmente a face dela. Bella fechou os olhos. Estava frustrada e confusa. – Você está confusa. – Ele disse baixo.

- Estou.

- Nada do que ele disse é verdade. – O Fantasma disse. – Eu jamais machucaria você e nem faria nada daquele tipo.

- Ele vai te procurar, eu o conheço. Ele não vai esquecer-se dessa noite. – Bella encostou sua cabeça no peito do Fantasma. – Ele está louco. Louco de ciúmes.

- Eu vou estar sempre perto de você. Diga que quer compartilhar comigo, um amor, uma vida. – Ele cantarolou. – Divida cada dia comigo, cada noite, cada manhã...

- Diga que me ama... – Ela disse baixo.

- É só o que peço a você.

Eles completavam o estranho dueto, complementado pela sinfonia de um vento noturno e frio. O Fantasma envolveu Bella em seus braços, passando sua capa negra ao seu redor. Ela ficou ali, junto a ele, sentindo seu peito se encher da música e da alegria daquele momento.

- Diga que me ama... – Os dois cantaram juntos. - É só o que peço a você.

Assim, gentil e carinhosamente, afagando-lhe as bochechas, o Fantasma beijou Bella. O casal era assistido pela noite fria e enluarada; pelo Visconde, que gemia em frustração; e por Madame Renée e Alice.


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Notas finais do capítulo

Oláa pessoinhas lindas!! :)

Gostaram do capítulo? Gostaram do Fantasma? E do James ficando loouco de ciumes?

COmentem bastante, porque eu preparei uma reviravolta enorme para essa fic, graças a um outro filme que assisti e me inspirou bastante. hihi @_@

Beijinhos :)



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