O coração bateu mais rápido quando Luke parou na praia.

- Vamos? – perguntou abrindo a porta para mim.

   Sai do carro toda feliz. Andamos em silêncio até atingirmos a areia branca. Nossas mãos esbarraram-se sem querer, e Luke entrelaçou nossos dedos.

- Desculpe-me. – disse ele apertando os nós de meus dedos.

  Sorri. Sentamos na areia perto da água. Luke sentou-se atrás de mim e ficou mexendo em meus cabelos.

- Eu te amo. Mesmo que você não acredite em mim. – sussurrou ele beijando o topo de minha cabeça.

- Eu também te amo. – sussurrei sem som.

   Estávamos sentados observando o mar, quando tive a idéia de andar na beira da água.

- Vamos? – perguntei levantando e limpando a bunda cheia de areia. Elas voaram no olho de Luke. – Oh! Desculpa!

   Fiquei olhando para seus olhos para ver se não tinha nenhum pouco de areia. Ele me encarava muito. Tipo, muito mesmo! Fiquei vermelha e ele acariciou minhas bochechas. Estávamos tão perto, que sentia sua barba fina raspar em meu rosto.

- Ah! – gritou uma menina fazendo com que Luke se assustasse. – Meu Deus! É o Luke Malory!

   Não, é o papai Noel! Agora vamos voltar ao que interessa. O beijo!

- Me dá um autógrafo? – perguntou doce.

   Vou te dar um soco se não sair daqui!

- Claro. – disse Luke.

   Ele deu o tal autógrafo, sentou-se na areia novamente e a garotinha ficou me olhando.

- Hmm... Você é a Rachel Julies? A garota que canta a música She? – perguntou.

   Minha música tem nome?

- É. – respondi incerta passando a mão na nuca.

- Ótimo! Poderia me dar um autógrafo? – perguntou esticando o papel e a caneta.

- Tá... – disse rindo.

   Depois de escrever o nome meio garranchado na folha, a menina olhou para mim com os olhos brilhando e saiu feliz.

- Nossa. – disse Luke.

   Peguei em sua mão e o fiz levantar. Ele nem se moveu.

- Vamos! – disse eu.

- Não. Porque nós não ficamos aqui? – perguntou.

- Porque nós não vamos andar com os pés na água. – rebati colocando as mãos na cintura.

   Luke suspirou pesado e esticou as mãos. Peguei-as e puxei Luke do chão. Ele me abraçou por trás e começou a correr em direção à água.

- Não! Luke não! – gritei e nada dele parar.

- Oh, yeah! – gritou ele atingindo o mar e fazendo com que nós dois ficássemos um pouco molhados.

   Não pude fazer nada, pois os braços de Luke pareciam aço em minha volta.

- Luke! Poxa! Eu falei para agente andar e não se molhar. – reclamei olhando para ele e tentando evitar o fato de que sua camisa branca estava transparente e grudada em seu abdômen definido.

- Ah, vai dizer que não foi engraçado. – disse ele soltando-me

   Comecei a rir.

- Foi. Foi sim! – respondi andando.

   Ele começou a andar junto comigo e pegou minha mão. Ignorar que meu coração estava explodindo de felicidade era meio impossível. Ficamos em silêncio até que Luke jogou água no meu rosto. Arregalei os olhos.

- Você não fez isso! – disse eu.

- Realmente não fui eu. Foi minha mão. – respondeu rindo.

   Fiz a mão em forma de concha e joguei em seu rosto. Comecei a rir muito com a cara que ele fez e nem percebi que ele preparava mais uma dose de água salgada, para ser jogada em meu rosto. Quando a água atingiu meu rosto, fiquei paralisada.

- Luke? Já tomou banho hoje? – perguntei ameaçadoramente.

- Não. – disse nem prestando atenção em mim.

- Então vai tomar. – respondi jogando água nele com o pé.

- Você não fez isso. – gritou tirando água dos olhos.

- Não. Foi o meu...

   Não consegui terminar de falar, pois no segundo mais tarde, estava sendo jogada nos ombros de Luke e ele caminhava mais para o fundo. A água batia em sua cintura e estava calma. Luke me jogou dentro d’água sem esforço nenhum. Ficamos brincando disso até que comecei a sentir frio.

- Luke? Tô começando a ficar com frio. Vamos sair. – disse.

   Ele assentiu e eu subi em suas costas. Entramos em uma loja e compramos duas toalhas. Ele secou os cabelos e quando chegamos perto do carro, tirou a blusa ficando só com o short que escorregava perigosamente da cintura.

   Ele ficou me olhando e passou sua toalha seca por meus ombros e abraçou-me de lado.

- Tudo bem? – perguntou ele.

- T-tá s-sim! – prensei os lábios tentando esconder o roxo de frio.

- Não, não tá! Você tá congelando! – acusou Luke. Ele pegou-me no colo e me colocou no banco da frente. Prendeu o cinto e fechou a porta dando a volta para entrar do outro lado.

   Quando ele entrou, ligou o aquecedor de bancos e o de dentro do carro. Luke dirigiu com cuidado pelas ruas até que virou na rua de casa. Abri a porta e sai do carro. Ele estacionou na garagem e desceu.

- Você vai ficar aqui? – perguntei.

- Vou. Tem algum problema? – perguntou Luke receoso.

- Não...

   Destranquei a porta com dificuldade e entrei esperando pela bagunça que Winnie e Cooper deveriam ter feito, mas para meu alívio, eles estavam sentados na frente da porta aguardando.

   Acariciei a cabeça de cada um deles e tirei as toalhas que estavam incomodando. Coloquei comida e água para Cooper e Wednesday e caminhei para o quarto, decidida a tirar aquela roupa ensopada.

- Luke, eu vou tomar um banho rápido. Tem roupas suas no meu armário. – avisei olhando por cima do ombro.

- O.k. – respondeu subindo atrás de mim.

   Entrei no banheiro e fechei a porta atrás de mim. Liguei o chuveiro e tirei a roupa, sentindo o vapor quente banhar meu corpo. A água quente batia em meus músculos tensos e no coro cabeludo. Lavei o cabelo com meu xampu de pêssego e desliguei o chuveiro. Enrolei-me na toalha e saí do banheiro torcendo o cabelo. Vesti um short preto e um top preto e uma blusa branca folgada por cima.

   Desci e Luke estava sentado no chão com Cooper e Winnie mordendo suas mãos.

- Quer comer alguma coisa? – perguntei a ele.

- Pode ser. – respondeu se levantando do chão.

   Fomos até a cozinha e eu abri a geladeira. Deixei os olhos vagarem por entre as prateleiras até que achei uma lasanha à bolonhesa. Coloquei a lasanha congelada no micro-ondas e liguei a TV.

“Nikky Star foi presa por bater em um fotógrafo ontem à noite. Ela alega que bateu nele, pois o mesmo disse que tinha tirado fotos intimidadoras da atriz.”

- Nikky? – perguntei com o queixo caído desligando. Não poderia mais ouvir sobre aquilo.

- Quem é?

- Minha amiga. – respondi. – Ela que me deixou sozinha na festa. – disse cabisbaixa.

   Luke me abraçou e eu enterrei meu rosto em seu peito. Nada vai nos impedir agora! Olhei carinhosamente para ele e sorri. Ele colocou a mão em minha cintura e me puxou mais para perto. Nossos narizes estavam se tocando de repente toca o timer do micro-ondas. Luke suspirou pesadamente e eu me afastei tirando a lasanha com brutalidade.

   Peguei os pratos e nos servi em silêncio. Se eu abrisse a boca, provavelmente sairia coisas desconexas. Coloquei um pedaço quente na boca que desceu queimando na garganta.

- Você está bem? – perguntou Luke quando eu fiz careta.

- Aham. – respondi com o céu da boca fervendo.

   Luke terminou a lasanha um pouco antes que eu e pegou duas cocas na geladeira. Dei um bom gole na minha e fiz o tão conhecido barulho: “Ah!” no final.

- Que tal darmos um passeio com Cooper e Winnie? – perguntei levantando as coleiras.

- Ótimo. Pode ser. – disse Luke.

   Colocamos as coleiras em Cooper e Winnie e saímos para a rua. Winnie me levava e Cooper levava Luke. Não é mentira, eles são fortes!

- Winnie senta! – gritei e para minha surpresa ela parou. Como Winnie corria na frente, quando ela parou, Cooper também parou. Suspirei. Luke limpou gotas invisíveis de suor e colocou a mão na barriga dramaticamente.

   Revirei os olhos.

- Você é muito ator! – reclamei batendo em seu braço.

- Isso corre pelas minhas veias. – disse ele convencido