Eu passeava pela Londres cinzenta, junto com minhas amigas, Bella e Melinne, e como em todo o sábado, admiravamos as vitrines, com roupas que não podiamos comprar.

Estavamos rindo dos excêntricos na rua, com suas calças coloridas, saibam que não tenho nada contra esse tipo de calça, mas, esse dia cinzento não pedia calças laranjas.

As duas eram gêmeas, altas e de cabelos escuros, que se formavam em cachinhos.

Meu celular começou a tocar, e quando olhei, vi que eram meus pais me telefonando.

- Alô?

- Hum... Filha? Você poderia, por favor voltar para casa? É que tem uma novidade que precisamos contar.- disse meu pai, eu não o via, mas conseguia ouvir o sorriso em sua voz.

- Ok, já pego o ônibus.- eu desliguei o telefone e dei um sorriso para as meninas, me desculpando.

- Vai lá.- disse a Bella me olhando friamente- mas se você perder uma iper-liquidação a gente não vai lamentar.

E sairam, me dando as costas. Eu estava acostumada, é claro.

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Ao chegar em casa, meus pais me receberam com um sorriso, e meu vô com um sorriso desdentado. Mas, havia uma pessoa a mais na sala, um senhor de barba e cabelos alaranjados, meio baixinho e magrelo, que me sorria com um sorriso cordial.

- Oi gente, senhor.- eu disse também sorrindo, devo mencionar, sem entender nada.

- Juliet, sente-se.

Arregalei meus olhos, mas sentei de frente a meu avô, que agora tratava de achar sua dentadura.

- Filha, este é o senhor Collin Mtsou, ele quer te falar uma coisa.

- Bom dia, senhorita McKind.

- Bom dia senhor Mtsou.- eu mandei um olhar de '' o que está acontecendo?'' para o meu pai.

- Bom queria te explicar umas coisas, que você vai achar que são mentira, mas depois eu posso provar elas, ok?

- Ok...

- Você é uma bruxa, sim, há uma comunidade bruxa em nosso mundo. E você é uma delas, é chamada de trouxa em nosso mundo, ou seja, pessoa nascida sem familiares com magia na veia. Você recebeu sinais sútis de magia, provavelmente desde os oito anos, e vai para uma escola de magia, Hogwarts...- ele me explicou um monte de coisa que eu não engoli, completamente pasma.

Explicou como era ser uma bruxa, e que não era igual aos filmes, pois eu não criaria verrugas na ponta do nariz, nem nada parecido; explicou as regras, como era a tal escola, Hogwarts e por fim para eu acreditar nele, fez um monte de coisas com a varinha, como reviver minhas plantinhas, um tabuleiro de xadrez vir voando até mim e também ferveu um chazinho.

- E-eu não sei o que dizer... Eu não sou uma bruxa, não posso ser.- eu corei e olhei para baixo. Minha vida sempre fora monótona. Ia para a escola e a coisa mais maravilhosa que fazia era ser boa em matematica.

- Você nunca fez nada acontecer, ''do nada''?- ele me perguntou gentilmente.

- Filha, pense... Quando quebrou aquele vaso da vovó Chen, você o consertou sem nem ao menos saber explicar como; e teve aquela vez em que você mudou o sabor do seu suco...

Eu sorri, pensando além do que minha mãe estava dizendo. Eu ja fizera mais, mas nunca havia contado para ela, com medo dela me achar doida.

- Viu só?- disse o Sr. Mtsou.

'' Iremos semana que vem ao Beco Diagonal, onde você vai comprar seus materias.'' ele continuou.'' A escola não se paga, mas os materiais sim. No banco de Gringotes, vamos trocar seu dinheiro trouxa, por dinheiro bruxo. Combinado?'' eu assenti, ainda quieta.'' Mas, olhem, vocês não podem contar a ninguém.''

Combinado.

Algumas semanas depois...( já em 1 de setembro)

Olhei para os meus pais antes de entrar no trem, dos olhos de minha mãe saiam lagrimas de saudade, já meu pai tem olhos orgulhosos e felizes por ter uma filha bruxa.

Me despedir de Bella e Melline foi fácil, elas não perguntaram por que eu estava indo, só disseram que me viam nas féria e sairam de vista. Isso para elas foi muito sensivel.

A plataforma 9 e meia era cheia de fumaça e de um amontoado de bruxos com malões, muito barulhento, em geral.

- TODOS OS ALUNOS ENTREM NO TREM! - gritou um guarda com chapéu de bruxo.

Me despedi de meus pais, era meio bobo mas eu tinha lágrimas nos olhos, ah! Não era bobo, eu ia ficar quase um ano longe deles.

Fui, então procurar um vagão vazio, para não incomodar ninguém. Achei um bem no fundo, que só era ocupado por uma garota loura, de cabelos de aspecto sujo e brincos de rabanetes.

- Posso me sentar aqui? - perguntei.

- Ah! É claro, entre! Sou Luna Lovegood, e você?

- Juliet McKind. É seu primeiro ano também?

- É.

Ficamos conversando durante um bom tempo, e logo viramos grandes amigas, se juntaram depois Leticia e por fim, Gina. Todas pareciamos combinar, de certo jeito

Afinal, era nosso primeiro ano e estavamos nervosas. Leticia também era trouxa, mas sabia que queria ficar na Grifinória, assim como Gina. Já Luna, queria ficar na Corvinal e disse que me obrigaria a ir também.

Chegamos depois de um tempo a aquele gigante castelo, cheio de torres e torrinhas, onde depois, seriamos selecionados para nossas casas.

E parecia que eu não era a única com certo frio na barriga.