A Beautiful Lie escrita por Raquel Severini


Capítulo 26
Capítulo vinte e seis: Guillotine


Notas iniciais do capítulo

Bom, para quem não sabe, Guillotine é uma música pouco conhecida do 30stm, pois o Jared apenas a canta casualmente em alguns shows, mas é linda, assim como eles. Os capítulo demorarão a sair, e sorry por não responder os reviews, ando muito sem tempo, e pra quem quer saber as novidades, comecei a fazer aula de bateria! É muito sexy. Enfim.




Enjoy! :D



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- Shannon! Shannon! - Mellanie se debatia na maca, acordando-me. Ela gritou alto, agora lágrimas escorriam livremente por seu rosto. Seus olhos se abriram e me
procuraram pela sala completa e irritantemente branca.
Me aproximei e afaguei seu rosto, tentando acalmá-la, o que não surtiu efeito.
- Calma amor, por favor. - Falei me controlando, a vontade de chorar também me invadia, mas eu tinha que ser forte nessa hora.
- Me tira daqui, Jared! Porque eles me amarraram!? - Perguntou, finalmente percebendo os braços e pernas presos por cintos cinzas.
- Shh. Prometo que vou te soltar, mas primeiro para de se debater.
Mais lágrimas.
- O que aconteceu com o Shannon? - Sua expressão agora era de medo. Peguei sua mão, estranhamente gelada e entrelaçei na minha. - Jared, o que aconteceu? - Tornou
a dizer, querendo logo uma resposta.
- Ele foi envenenado... - As palavras saiam rapidamente, como se eu quisesse me livrar delas - Está em coma, ninguém sabe quando ele pode acordar.
Mellanie voltou a desmaiar. Soltei as lágrimas que antes prendia e continuei fazendo carinho nela.
Após alguns minutos, desamarrei seus braços e pernas, que já exibiam uma marca arroxeada. Aquilo fez doer meu coração, mas era necessário, pois enquanto estava
desmaiada ela se debatia e podia se machucar e causar danos nos aparelhos.
A longa espera me deixava impaciente. Acima de tudo, eu precisava que ela voltasse à consciência. Precisava de um abraço, precisava de palavras gentis. Mellanie sempre
me reconfortou e agora, eu que teria de consolá-la. Não sou bom nisso. Mas sou um ator, posso fingir.
Mell voltou a se remexer alguns minutos depois, parecia meio tonta. Fui até lá e lhe dei um abraço, dessa vez ela não chorou. 
- Preciso te contar uma coisa - Sussurrei, próximo à seu ouvido. Como a resposta não veio, prossegui - A polícia colocou você como principal suspeita.
Mellanie se afastou, parecia chocada.
- Isso é um absurdo, eu nunca faria nada prejudicial à ele!
- Eu sei. Tentei dizer isso à eles, mas não funcionou. - Fiz uma pausa - Sabe o remédio que você deu pra ele ontem? - Ela assentiu - O veneno veio dali e sabe o que mais?
o médico que receitou ele, nem sequer era médico e deixou o país ontem de noite. A alfândega conseguiu interceptá-lo a tempo e apreendeu trezentos mil euros.  Ele está
sendo interrogado nesse instante...
- Eu quero ver o Shannon. - Ela disse, começando a se sentar na cama.
- Não, amor... Você não pode. - Falei segurando seus braços, ela tentava arrancar os aparelhos do corpo.
- Claro que posso!
- Olha pra mim - Assim que recebi sua atenção, disse - A polícia proibiu você de vê-lo. Tem dois guardas do lado de fora dessa sala, apenas pra te vigiar caso você tente sair.
Mellanie recomeçou a chorar, mas dessa vez foi ela quem me abraçou com força. Afaguei seus cabelos e dei um beijo breve em sua testa. Permanecemos assim, até ela
se acalmar.
- Vai ver como ele está - Pediu, enxugando as lágrimas com as mãos.
Assenti e dei um beijo breve nela antes de ir. A sala na qual Shannon estava ficava dois andares acima, no UTI. Abri a porta lentamente, ele estava do mesmo modo no
qual o vira horas antes. Reto sobre a cama, com aparelhos para respirar, soro na veia e uma sonda alimentar no pescoço. Suspirei e me aproximei, falando baixo.
- A Mellanie acordou - Assim que citei seu nome Shann teve um espasmo, me dando a impressão de que podia ouvir. Continuei - Ela está morrendo de preocupação e me
fez vir aqui, apenas para contar à ela como você está. - Uma pausa - Sabe, acho que se você pudesse falar, não ia gostar de vê-la se preocupando atoa.
Dessa vez não houve reação. Soltei outro suspiro e saí dali, caminhando até a escada. Depois de descer, voltei ao quarto.
- Como ele está? - Me perguntou ela, com os olhos brilhantes de expectativa.
- Na mesma... - Respondi.
- Me leva pra casa? - Pediu me abraçando.
- Eu queria muito isso, mas você tem que ficar no hospital até amanhã, não quero causar problemas com a polícia.
- Então fica comigo...
- Claro.
- Eu não quero ficar sozinha aqui... - Continuou, mesmo depois de ter ouvido minha resposta, algumas lágrimas escorreram por seu rosto, ela continuava abraçada comigo.
- Shh. Não chora - Aquilo era basicamente uma tortura pra mim, assistí-la naquelas condições, sem poder fazer nada. - Não chora se não você me machuca
também - Admiti, enquanto beijava seu rosto e enxugava suas lágrimas.
Ao ouvir essas palavras ela parou de chorar e fixou os olhos nos meus. Sustentei seu olhar durante um tempo. Assim que a adrenalina de seu corpo diminuiu, Mellanie
pareceu notar a dor nos pulsos. Ela os massageou e choramingou.
- Amor, eu não quero mais ficar com esses aparelhos. - Falou se encolhendo na cama e os olhando.
- É pro seu bem.
- Mas eles não estão funcionando. O único remédio do qual eu preciso agora é você.
Dessa vez eu a beijei brevemente, mas com muito carinho e peguei sua mão. Com cuidado a puxei, fazendo com que seu braço ficasse esticado. Puxei a agulha do soro
cautelosamente e depois a ajudei a retirar o resto dos aparelhos. 
Assim que se viu livre Mell se levantou da cama e me guiou na direção do sofá que ficava ao lado da maca. Ela sentou no meu colo e abraçou-me pela nuca com os dois
braços. Fiquei fazendo carinho em suas costas até ela dormir.
Já eu não tive tanta sorte assim. Fui pego pela insônia e fiquei divagando dentro da minha própria mente. Mas fui interrompido, com um susto, pelo celular, que vibrou
no bolso da minha calça jeans. Atendi sem olhar o indentificador de chamadas e falei baixinho, tentando nao acordar Mellanie.
- Quem é?
- Jared, sou eu. - Falou Constance.
- O que você quer? - Perguntei com a voz gelada.
- Meu filho, eu só queria te pedir desculpas e dizer que sinto muito por tudo que está acontecendo.
- Agora você quer pedir desculpas? - Meu tom era sarcástico - O Shannon está em coma e tudo...
- Por culpa da sua namorada - Me cortou.
- O que? Como você é capaz de falar algo desse tipo!? - falei alto, me alterando e Mell acordou assustada.
- As provas indicam que foi ela.
- Indicam, não comprovam! Eu tenho certeza que ela não faria nada desse tipo, e se você ligou para acusá-la, sinto muito, mas preciso desligar na sua cara.
- Jared, por favor, escute a sua mãe! Essa garota não está fazendo bem a nenhum de vocês dois!
- Eu amo ela, mãe! O Shannon também e tenho certeza de que ele nem estaria olhando pra sua cara agora, se te ouvisse dizendo isso!
- Tem várias mulheres no mundo, você pode achar outra e...
- Porque você não entende!? Ela foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Onde você estava enquanto eu me drogava!? Hm!? Se dependesse de você até hoje eu
seria um viciado de merda, sem saber o próprio caminho de casa...
- CHEGA! - Gritou. - Faça o que quiser, mas quando tudo estiver dando errado não venha chorar no meu ombro! - E bateu o telefone.
Dei um soco na parede, precisava descontar minha raiva em alguma coisa. Meus dedos latejaram, mas eu nao me importava. Mellanie me olhava assustada.
- Que foi amor...? - Sua voz era baixa, como se ela estivesse com medo de falar.
- É minha mãe denovo... Porra, porque ela não entende? Sabe, no momento que eu mais preciso, ela ao invés de me apoiar vem fazer acusações.
- Vocês brigaram por minha causa denovo? - Sua expressão era triste. Até admirei isso, como ela podia ficar assim depois de tudo que Constance disse à seu respeito?
- Uhum. - Respondi brevemente e depois deitei o rosto no ombro dela. Com uma mão Mellanie ficou fazendo carinho em meu rosto, a outra estava entrelaçada com meus
dedos.
Houve uma pausa longa, até que:
- Jared...
- Que foi?
- Você sabe que eu não posso sair daqui sem ir ver o Shannon...
Respirei fundo.
- Eu sei. - E era verdade. Desde o início já sabia suas pretenções. - Olha, quando der você corre, já volto, vou distraí-los.

Mellanie;

Observei-o por um instante. Jared aproximou o rosto e me beijou. Depois de alguns minutos ele se afastou e caminhou até a porta.
- Espera - Pedi indo até lá e colando nossos lábios brevemente - Eu te amo.
- Eu também te amo. - Recebi um beijo na bochehca e então ele saiu do quarto.
Passaram-se alguns minutos, até que ouvi gritos e então passos apressados.
- Por aqui, por aqui! Eles foram por aqui! - No corredor houve uma correria e então eu soube que os dois policiais não estavam mais ali.
Abri a porta e corri, olhando as plaquinhas que indentificavam os andares. Subi dois lances de escada, indo em direção ao UTI. Chegando lá, abri as portas uma à uma
até encontrar o quarto do Shannon. Aquela visão me chocou tanto que não fui capaz de me mover. Durante um minuto inteiro me mantive imóvel, olhando-o. Quando
meu corpo finalmente cooperou virei a chave na fechadura e me aproximei dele.
Shann estava consideravelmente mais magro, os olhos fechados exibiam olheiras profundas e os lábios descascando indicavam uma desidratação.
- Amor, sou eu. - Sussurrei próxima à seu ouvido. Algumas lágrimas escorreram de meus olhos, molhando seu rosto. - Por favor não me deixa. Eu preciso de você aqui
comigo. - A máquina que media os batimentos cardíacos começou a apitar com mais frequência. Chequei-a. Foi com um susto que constatei que seu coração estava a
120. 
Não aguentei e grudei meus lábios nos dele com força. Acariciei seu rosto durante vários minutos, até que bateram na porta com força.
- Abre essa porta, é a polícia!
- Shannon, se você estiver ouvindo eu quero que prometa não por mim, mas por você mesmo que vai melhorar.
- Nós vamos arrombar!
- Eu te amo tanto... - Já estava soluçando novamente - Não se esqueça disso nunca...
Então a porta foi derrubada. Minha mão, que jazia entrelaçada na dele foi arrancada bruscamente dali e colocada atrás de minhas costas. Algemada, um homem enorme
me arrastava pelo braço. Apertava com tanta força que doía.
- Me solta! - Ouvi alguém gritando e reconheci a voz do Jared. Assim que me viu ele avisou para um dos policiais - Se você machucar ela, eu acabo com a sua raça!
O policial, só para contrariar, apertou mais meu braço. Choraminguei e algumas lágrimas de dor e ódio ao mesmo tempo caíram.
Percebi chocada que o Jared também estava algemado. Ao sair do hospital, flashes me cegaram. Lágrimas ainda escorriam por meu rosto. Assim que possível, Jared
estava em meu lado. Olhei-o, procurando algum alento em seus olhos azuis. Mas estes apenas estavam vazios e desolados. Observei que ele buscava a mesma coisa em
mim, então parei de chorar feito uma menininha e endureci a expressão.
Fomos conduzidos até uma viatura. A escolta vinha logo atrás. As portas foram trancadas assim que caimos no assento do carro. Jay continuava me olhando.
Aproximei meu rosto e o beijei suavemente.
- Que foi? - Perguntei após ele não reagir.
- Me abraça - Foi só o que ele disse, fazendo com que eu lembrasse de anos atrás. Seus olhos estavam molhados por lágrimas que ele insistia em não deixar cair. Abraçei-o,
com alguma dificuldade por causa das algemas, mas por fim, meus braços estavam em volta de seus ombros.
Jared encostou o rosto em meu pescoço.
- Amor - Falei baixo, com o queixo apoiado sobre sua cabeça - Não tem problema em chorar, você também é humano.
Seu peito subiu e desceu algumas vezes, enquanto ele soluçava e começava um choro sem hora para acabar. Aquilo doía tanto em mim... Era simplesmente insuportável
vê-lo daquela maneira.
- Shh... - Sussurrei acalmando-o e beijando seu rosto algumas vezes - Calma... - Ele me apertou com força - Calma, eu estou aqui com você.
Ficamos abraçados até chegarmos em uma delegacia movimentada. Repórteres e fãns amontoavam a entrada. Jay já estava mais calmo.
Perdi a conta de quanto tempo fiquei sentada, dando meu depoimento interminável. Graças a Deus o celular do delegado tocou.
- Humm, tudo bem. É claro - E após uma pausa - Obrigado. - Então seu olhar sério veio em minha direção. - Boas notícias. Os médicos falaram que seu namorado está
reagindo melhor a medicação, depois da "conversa" que vocês tiveram.
O alívio foi tanto que eu suspirei, como se um peso houvesse sido tirado de minhas costas.
Seu celular tocou novamente, fazendo meu coração disparar.
- Entendo. Continuem interrogando.
- Hum, o falso médico disse que foi contratado por uma tal de Anna. Lhe é familiar? - Perguntou casualmente.
- Anna? Claro que conheço! - Falei exasperada - Pelo amor de Deus, vocês precisam prendê-la, essa mulher não tem escrúpulos...
- Acalme-se.
- Desculpe.
- Mas o interrogado se recusa a dizer a origem do dinheiro encontrado pela alfândega ou a localização da contratante.
- Espera. Isso quer dizer que já posso sair daqui?
- Talvez. Sinceramente, acredito que você não esteja envolvida, mas concerteza haverá gente pra falar que você sabia que continha veneno no remédio quando entregou
ao Shannon.
- Jared poderá sair? - Perguntei esperançosa.
- Não. Vai passar dois dias na cadeia por desacato à autoridade. Talvez ele consiga sair antes, com um bom advogado. O mesmo vale pra você.
Então o delegado Kennan pegou a pasta que estava em cima da mesa e levantou-se.
- Já ia me esquecendo... Vamos conceder uma supervisão para você. Como seu namorado reagiu melhor depois de te ouvir, os médicos querem que você faça uma visita
de 1h por dia.
- Supervisão? - Perguntei, erguendo uma sobrancelha.
- É uma prisão domiciliar, estaremos te vigiando e você vai usar um localizador. Aguarde um instante, que já vai ser liberada.
Ah, era só o que me faltava, ter que ser vigiada! Mas no fundo estava feliz por poder ver o Shannon.
Depois de alguns segundos Kennan voltou com um homem grisalho e bem arrumado ao lado. Este, sem fazer questão de muitos amigos, colocou uma "pulseira" de metal
com algumas luzes em meu tornozelo. Saiu em silêncio sem mais explicações.
- Está liberada - Anunciou o delegado.
Assenti e saí. A primeira providência que tomei foi ligar para um bom advogado. Ele prometeu que no máximo ao amanhecer Jared já estaria em casa.
Feliz tanto quanto possível, deitei na cama e apaguei. 
No entanto, com o passar das horas, fui despertada por um ruído. Abri meus olhos, alarmada.
- Quem está aí? - Perguntei, escutando o ranger do piso de madeira.



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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos, por me incentivaram a escrever essas 50mil palavras! Espero que tenham gostado.
Quem será que foi visitá-la no meio da madrugada? *música de tensão* kkkkkkkk
Quero comentários! Beijo s2



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