A Beautiful Lie escrita por Raquel Severini


Capítulo 1
Capítulo um: Was It A Dream?


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, minha primeira fanfic sobre 30 seconds to mars, espero que gostem, e por favor, se houver algum erro gramatical ou qualquer coisa do gênero, me avisem ok? Boa leitura



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Capítulo um: Was It A Dream?
(Isso é um sonho?)

A infância conturbada e a adolescência rebelde acabaram por ser tornar uma grande influência na vida de meu melhor amigo. Havia estudado com ele durante bastante
tempo, e apesar de Jared mudar-se com frequência, nunca deixamos de nos falar. Sempre trocávamos telefonemas, e  assim, com o tempo, ele se tornou confiável e
ganhou meu afeto de uma maneira especial.

Dez anos depois. Los Angeles, Califórnia.

Precipitei-me para o telefone, esbarrando em algumas roupas que encontravam-se espalhadas pelo chão. Após algum tempo de procura, finalmente encontrei-o.
Atendí-o, mesmo sabendo que ganharia mais uma desculpa de aniversário.
-  Mel - Começou Jared com um tom animado, o que me surpreendeu um pouco. - eu...
 - Olha, eu sei que é difícil pra você vir até aqui, só por favor, não gostaria de ficar ouvindo besteiras, ok? - Era uma pequena bronca, porém não estava com raiva.
- Escuta, não é nada disso, bobinha. Esse ano eu vou conseguir aparecer aí. Vou estar em turnê no seu estado.  E seu presente será especial.
Comecei a caminhar pela casa escura, parando em frente à uma janela, deixando o vento frio arranhar-me o rosto desconfortavelmente.
- Você promete? - Perguntei cautelosamente, tentando esconder a mágoa, sem sucesso.
- Não seja tola. - após uma breve pausa, acrescentou - Você sabe que promessas são para os fracos.
- ...Jared, prometa para mim. - Podia até ver ele revirando os olhos do outro lado da linha, tentei não pensar muito nisso.
- Tá legal, eu prometo. - Ele riu baixinho, e percebi o quanto aquilo estava me fazendo falta. - Estou com saudades de você.
Eu também estava morrendo de saudades dele, porém, ele faltara meu aniversário durante três anos, nos quais ele assumiu pequenos papéis em filmes e séries, e
não iria perdoá-lo facilmente. Bufei, fingindo desinteresse.
- Você poderia me dizer isso ao vivo, talvez eu o desculpe.
- Ah, você está chateada? - Sua voz soou preocupada - Me desculpe, meu anjo, eu sei que deveria ter ido em seus aniversários, mas você sabe que tive muitos
problemas, por favor não se magoe.
Abraçei meu próprio corpo, sentindo-o gélido. Fiquei muda um instante tentando impedir as lágrimas de saírem. Nunca soube realmente o que sentia por ele,
entretanto, aquele sentimento que me acometia, tinha certeza que era um misto de mágoa e saudade.
- Quando você chega? - Perguntei,  disfarçando a voz.
- Humm - ele começou a fazer mistério, e eu tive que rir. - Será uma pequena surpresa, só não me espere muito.
- É, porque talvez você não venha. - Praticamente cuspi aquelas palavras, e sabia que me arrependeria mais tarde. Ouvi ele suspirar.
- Eu vou. - Afirmou.
- Assim eu espero. - respondi esperançosamente, enquanto ouvia o som irritante da linha muda.
Não consegui dormir aquela noite, deixei apenas que minha mente vagasse, porém, incrivelmente ela sempre acabava por voltar ao mesmo ponto: Jared. Fiquei
imaginando como seria quando ele voltasse, e qual seria seu presente para mim. Sabia que não podia me dar o luxo de ser muito esperançosa, pois acabaria
decepcionando-me. Mesmo assim, talvez eu estivesse exigindo demais dele, sabia quanta dificuldade havia passado para chegar onde chegou, e quanto a banda
tomaria seu tempo. Nunca havia conhecido realmente seu irmão. Shannon era reservado quando criança, e não fazia questão de muitos amigos. Será que ele viria
também? Tantas questões... Teria de esperar para obter as respostas.
Sem ter muito o que fazer, acendi as luzes e comecei a limpar a casa lenta e silenciosamente, porém, não o suficiente para os ouvidos sensíveis de minha " amiga de
casa ", que desceu  as escadas do duplex, resmungando.
- Mellanie, o que você está fazendo? Está tentando me matar? Você me acordou do meu sono de beleza, alguma explicação?
Anna era uma garota muito superficial e, na maioria das vezes, fútil. Preocupava-se muito com a aparência e tinha fama de conquistadora, pois conseguia qualquer
homem que quisesse. Já havia me acostumado com sua presença distinta e irritante. Suspirei cansada, porém, sem sono.
- Me desculpe, é que estou com insônia.
Ela deu um risinho debochado, tampando a boca com  uma das mãos.
- Isso se deve ao fato de que seu melhor amigo gostoso está vindo pra cá? - Perguntou, sarcástica, estufando o peito.
- Mas o que...? - Não consegui terminar a frase, derepente ficando irritada demais para meus padrões meigos. - Você estava ouvindo tudo pela extensão!?
- Ora, Mel - ela pronunciou meu apelido numa tentativa mal sucedida de imitar a voz de Jared - Você não devia se surpreender tanto. Ainda não percebeu que eu sou
capaz de qualquer coisa  se tratando de homens?
-  O que você quer dizer com isso? - Estava incrédula, ela estava sugerindo que...
- Eu vou conquistá-lo, querida. E vou fazer isso na sua frente.
- Retire o que disse! - Gritei, correndo até ela, enquanto olhava ameaçadoramente.
- Nossa, esse cara deve estar mais gostoso que o normal, pra estar te deixando desse jeito. - Ela começou a subir os degraus novamente, provavelmente
comemorando a vitória.
- Quer saber, Anna? - Falei com a maior voz de desgosto e nojo que consegui. - Você pode tentar de tudo com ele. Mas Jared não é o tipo de homem que faz sexo
com menininhas fúteis e mimadas como você.
Ela me fuzilou com os olhos, porém sabia que estava desarmada, então fingiu não ter ouvido e voltou a subir os degraus. Sorri comigo mesma, enquanto os primeiros
raios de sol infiltravam o cômodo. 

Não sei quando foi, mas acabei adormecendo num dos sofás da espaçosa sala. Quando comecei a abrir os olhos, já eram duas horas da tarde. Meu deus! Corri para o andar
à cima,  procurando meu celular. Encontrei-o em cima da mesa de cabeçeira. Apertei um dos botões, e esperei enquanto a tela se iluminava. Ah, merda. Três
chamadas perdidas, e todas do  Jared. Apertei a rediscagem, e esperei. O telefone tocou várias vezes, e ninguém o atendeu, até que caiu na secretária eletrônica.
- Jay, me desculpe por não atender, eu acabei pegando no sono por mais tempo do que esperava.
- Não precisa se desculpar.
A voz dele era suave, e vinha de trás de mim. Mal acreditei, quando me virei e ele estava parado na soleira da porta, com os olhos azuis intensos fitando-me com um
brilho indecifrável.  Estava incrivelmente lindo, se comparado a última vez que eu o vira. Usava um sobretudo preto, e os cabelos também pretos estavam bagunçados
atrativamente. Corri e o abraçei com muita força. Ele retribuiu, me erguendo um pouco do chão. Ouvi sua risada ao pé do meu ouvido, e ri também, pelo simples
fato dele estar ali. Ele pressionou um pouco mais minhas costas, enquanto apoiava o queixo no topo da minha cabeça. Continuamos abraçados durante um bom
tempo, não queria que terminasse, pois me sentia bem pelo simples contato com sua pele.
- Me desculpe - ele falou baixinho.
Dessa vez não fui capaz de conter algumas lágrimas.
- Eu senti muito sua falta, sabia?
Queria me afastar alguns centímetros apenas para fitar seu rosto, porém, ele não deixou eu me distanciar, o que de certo modo me deixou muito feliz.
- É, eu sei. Mas agora eu estou aqui.
Não disse nada, afinal ele estava coberto de razão por se desculpar. Apenas aproveitei o momento, até que após alguns segundos uma voz melosa e extremamente
desagradável arranhou meus ouvidos.
- Oi, Jared. - Disse Anna, com um tom sedutor, enquanto aproximava-se lentamente. Senti a raiva cresçente dentro de mim, mas a evitei, apenas apertando um
pouco mais meu melhor amigo.
- Nos conhecemos? - Perguntou ele, e não precisei olhar para enxergar uma de suas sombrancelhas erguidas.
- Prazer... Anna. -  Ela pronunciou o próprio nome como se fosse uma espécie de animal em extinção, porém, para de Jared, pareceu mais com uma criança doente
pedindo remédio. Ele apertou a mão dela, educamente, porém sem o mínimo interesse. Segurei um sorrisinho.
- Ahm, será que você pode nos dar um segundo? - Perguntou Jared depois de uma pausa desconfortável da parte dela, que, fazendo um beiçinho retirou-se do cômodo.
Afastei-me relutante dele, enquanto me sentava na cama, e apontava um espaço em meu lado. Ele me acompanhou, ficando de frente pra mim. Não tínhamos muito
sobre o que conversar, pois sempre adiantávamos o assunto pelo telefone. Acabamos por falar da carreira dele, que estava começando e se saindo bem. Ele me
contava sobre umas fãs loucas, quando resolvemos sair um pouco.
- Você espera eu tomar um banho? - Perguntei, pois ainda estava  de pijama e com cara de sono.
- Claro, vou ficar lá embaixo. - Ele disse, enquanto saía do quarto, fechando a porta atrás de si.
Separei uma roupa no closet,  deixando-a sobre a cama, enquanto me dirigia até ao banheiro. Tomei um banho rápido, porém relaxante. Passei uma maquiagem leve,
deixando meus olhos com uma sombra cinza, e completando-os com um delineador, de modo que meus olhos verdes se sobressaltassem. Após dar-me por satisfeita,
comecei a me vestir. Estava um frio muito intenso, por isso a roupa escolhida era uma jaqueta preta, com botões na lateral, que pus sob uma blusa de manga
comprida azul-escura de gola alta. Peguei um jeans qualquer, e um sapato com um salto não muito grande, para não sentir-me desconfortável ao andar pelas ruas.
Meus cabelos, de um castanho claríssimo, jaziam soltos, roçando  em minhas costas. Saí do quarto, indo para o andar inferior, recebi um assobio por parte do Jared.
- Vestida para matar - comentou ele. Eu ri alto, adorava quando recebia  um elogio, quanto mais se fosse ele quem elogiasse.
- Para onde vamos? - perguntei com uma repentina curiosidade. Ele franziu a testa.
- Porque você não escolhe?
- Hum - dei um sorrisinho malicioso, enquanto pensava. - Quanto tempo faz que não vamos ao cinema?
- Ah. - ele lamentou, fazendo uma expressão estranha. - Lugares públicos não são muito do meu feitio agora, sabe.
- ... Mas? -  Comecei eu, sabendo que ele ainda tinha algo a acrescentar.
- Mas... Eu faço um esforço por você.
Comecei a comemorar feito criança e Jared riu de mim enquanto observava.
- Vamos? - Perguntei, eufórica. Ele estendeu o braço para mim, como quando éramos mais jovens, e andávamos daquele modo. Não hesitei e entrelaçei meu braço 
com o dele, sentindo-me muito feliz ao relembrar aqueles tempos.
Peguei minhas chaves e a carteira, e abri a porta. Nesse momento, fiquei momentaneamente cega, em função dos flashes. Protegi meus olhos com uma mão à
frente do rosto, e deixei Jay me guiar por entre aquele amontoado de repórteres e sei lá o que mais. Enquanto tentávamos abrir espaço, várias pessoas lançavam
perguntadas umas em cima das outras.
- Jared, essa é sua nova namorada?
- Jared, só uma pergunta, por favor!
Estávamos nos aproximando do carro dele, e os  repórteres pareciam mais motivados a não nos deixarem entrar.
- Jared, você já esqueceu a Cameron?
Merda, pensei comigo mesma. Nesse momento tudo parou, até mesmo os flashes, os comentários e o tumulto. Jared parou sua caminhada, enquanto mantinha o
olhar fixo no chão. Ele não se moveu um centímetro, e aquela pausa me deixou desconfortável. Apertei seu braço com mais força, temendo a reação. Ao meu toque
ele se recompôs, enfiou a chave na fechadura, abrindo a porta do carro para mim, e se dirigiu ao lado do motorista. Suspirei aliviada enquanto nos movimentávamos,
pois daquele jeito tinha a ligeira impressão de estar segura e fora de alcance de todo aquele barulho e perguntas. Senti-me muito egoísta de repente. Eu nem me
importara com o fim de seu romance. Pousei minha mão sob o braço dele, o afagando. Após um tempo senti que ele estava relaxando novamente.
- Está tudo bem? - perguntei um pouco receosa. Ele desgrudou os olhos da pista por um segundo, para me fitar.
- Me desculpe por tudo isso. 
Mal pude acreditar naquelas palavras. Eu o havia feito sair comigo, havia causado aquele transtorno e ele é quem estava pedindo desculpas?
- Você está pedindo desculpas pelo que? Você não fez nada! É culpa minha. Eu o fiz prometer que...
Ele parou o carro abruptamente, fazendo-me calar.
- Não fale isso. Eu vim porque... - Ele pensou durante um bom tempo, e vi confusão esboçada em sua expressão. - Porque me importo com você.
Suspirei, com um certo alívio. Voltamos a nos movimentar, enquanto uma pausa se estendia. Eu queria dizer alguma coisa, porém o que sentia não podia ser
expresso em palavras. Fitei-o durante todo o trajeto, até que o barulho da cancela eletrônica tirou-me de meus devaneios.
- Bem-vindo, pressione o botão, ou insira seu cartão. - Jared apertou o botão, e após pegar o pequeno quadrado plastificado procuramos uma vaga perto da entrada
principal. Eu já podia ver o movimento pelo retrovisor, provavelmente os repórteres nos seguindo novamente. Quando paramos, não esperei que ele abrisse a porta
para mim, abrindo-a eu mesma, ansiando por sair dali rapidamente. Adentramos o shopping, e eu o sentia distante de mim. Envolvi seu braço no meu, numa
tentativa mal sucedida de obter segurança. Paramos em frente ao cinema, e ele fingia uma falsa calma.
- Qual filme? - Perguntou, sorrindo com o canto dos lábios. Apontei para o primeiro da lista, sem dar-me ao trabalho de ler o nome na tela plana, só queria voltar
para casa o quanto antes. - Você  está bem? - Jared perguntou, apertando um pouquinho mais meu braço.
- Sim - menti. Ele me fitou com os olhos atentos durante todo o filme, - que para piorar era de drama - tentando decifrar minha expressão. Finalmente aceitei minha
derrota e, desistindo de assistí-lo, retribuí o olhar que era lançado sobre mim, tentando compreender o que se passava na mente dele. - Vamos embora... - era quase
uma confissão, não sabia porque me sentia daquele jeito, como se tudo fosse desmoronar, talvez, em sua presença, despertasse partes inabitadas do meu ser.
Ele apenas assentiu compreensivamente enquanto se levantava.

Quando chegamos em casa, todo aquele clima de tensão havia se estinguido de uma forma sobrenatural. Já era tarde, e me lamentei por ter perdido tanto tempo.
Nos encontrávamos sentados no sofá, assistindo televisão. Sem nenhum interesse, deixei no canal de noticiários, enquanto puxava um assunto.
- Então, onde você vai ficar enquanto estiver aqui em Los Angeles?
- No momento eu estou em um hotel, no centro da cidade - Ele fez uma careta, pois não gostava muito do barulho de carros e da poluição demasiada.
Ri um pouco, enquanto me ajeitava no sofá. Uma chuva começou grossa e insistente além da janela, e o frio se intensificou. Tremi um pouquinho antes de responder.
- Você pode ficar aqui se quiser. - Sugeri, gesticulando com as mãos.
- Acho que é uma boa idéia. - admitiu enquanto começava a se deitar, apoiando a cabeça em meu colo. Ele sorriu, enquanto parecia seriamente interessado no jornal.
Segui seu olhar até a tela, encontrando uma repórter de aparência jovial, com expressão preocupada.
- ... E a frente fria que vem de washington se estende até a California, passando por Oregon, Nevada, Utah e Arizona. Podendo ter ventos de até 120 km/h.
Aqui na capital, já causou muitas enchentes, prejudicando um dos maiores símbolos dos Estados Unidos Da America. É com muito pesar que anunciamos que uma
árvore acertou o Capitólio! - A imagem passou da jornalista, até o capitólio, com uma pequena parte parcialmente destruída. - Por sorte, ninguém se feriu. Voltando
ao estúdio.
Nesse momento, um trovão cortou os céus, impiedoso e autoritário. Tomei um ligeiro susto, enquanto preocupava-me com o clima.
- Não acredito no que aconteceu com o capitólio. - comentei, fingindo tristeza. - Nem ao menos matou um daqueles senadores corruptos! - Jared riu alto, enquanto
desligava a televisão com o controle remoto. - Nossa, estou morrendo de fome. Acho que não tem comida, que tal uma pizza?
Ele concordou, e enquanto me levantava para buscar o telefone, discutimos sobre qual sabor escolher. Acabamos por pedir uma quatro queijos.      
Enquanto esperávamos ansiosamente, fiquei pensando sobre tudo o que havia acontecido até ali e quais eram meus sentimentos a respeito dele. Não consegui,
tampouco, decifrar esse enigma complexo. A única coisa da qual tinha certeza era de que a seu lado, eu era uma outra pessoa. Uma pessoa melhor. Aquela realidade
parecia tão improvável que comecei a perguntar a mim mesma se era um sonho. E, se fosse, não desejava acordar tão cedo.






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Notas finais do capítulo

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