As Estrelas do Amanhã escrita por Casty Maat


Capítulo 12
Destino




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/111686/chapter/12

Capitulo 12 – Destino

Carol estava aflita. Todas nós estávamos desesperadas com aquele brilho vindo de um dos templos em direção ao céu estrelado. Ela chorava de uma forma de partir nossos corações, seu rosto estava congelado e as únicas coisas que se movimentavam eram duas lágrimas que escorriam pelo rosto e os olhos, que tremiam.

-Eu... eu espero mais de cem anos... para te ver... – murmurou Carol, trêmula.

-Nós sempre sabíamos que isso aconteceria... Desde quando éramos... – disse Felícia, mas ela foi interrompida pela nossa amiga.

-CHEGAAAAA! Chega... Chega... chega...

Ela se equilibrava nos fios com mais empenho que nós, pois mal se equilibrava. Não tínhamos como nos mexer e ajuda-la, pois ela era a que melhor se equilibrava e nós não. E isso, mesmo com a capacidade de equilíbrio ter sido danificada com a dor.

-Nós fomos conhecidas deles no passado... Agora, finalmente o passado... passou... – disse eu, desabafando. – Agora, mesmo tendo as lembranças recém-despertas da Mino, Shunrei e Esmeralda, elas finalmente poderão descansar em paz.

Felícia me olhou assustada. E fechei meus olhos em luto.

-Como assim? – indagou ela.

-Eles as guardavam em seus corações e isso as mantinham vivas, agora que eles se foram, podemos ser nós mesmas sem dor... – respondi enquanto voltava a caminhar sob os fios.

Carol parecia ter saído um pouco do choque, foi essa a sensação que tive! Ela se ergueu, senti pela vibração do fio. E assim voltamos a caminhar.

"Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu e Ikki... Agradecemos pelo que fizeram por todas nós. Mino, Shunrei, Esmeralda... Eu, Carol e Felícia..." – pensei.

-MESTREEEEE!

Eu e César gritamos juntos, ao ouvirmos um estrondo. Voltamos-nos para trás e Vimos o Baralho anterior. Estava ruindo, mediante a luz que seguia aos céus. Aquela luz parecia consumir todo o templo.

-A... Exclamação de Atena... – balbuciou Andrey.

-O inimigo era tão terrível assim? – murmurou Li. – Era sim mesmo a ponto de usarem a Exclamação de Atena?

Mushu começava a chorar. Parecia fora de si. Perecia que não só ele, mas outros quatro de nós estavam fora de si.

-Porque viemos para cá, por que tudo isso? – gritava Leão, desesperado.

Gibson, ao meu lado também estava estranho.

-Se não tivesse brigado... Se eu tivesse sido um bom filho... bom irmão.

Andrey também estava longe.

-Eric... Meu irmão... Ele deve estar apanhando... Não...

César parecia parado num único lugar, os olhos foscos fitavam o chão. E Nabir estava tremendo dos pés a cabeça...

-Karizah... Eu não devia ter deixado... deixado eu ir... Karizah.

-O que está acontecendo? – indagou Claude para mim.

-Eu não sei! – respondi estranhando tudo aquilo. – Parece que a alma deles estão sofrendo!

De repente César começou a atacar Gibson, e começou uma luta entre eles. Amajones assistia sem entender. Os dois não falavam nada , mas lançavam um contra o outro seus melhores ataques.

-O que é isso?! – indagou Touro assustado.

De repente me deu um "flash". Era como se outra memória tivesse vindo até mim... E me via num Santuário uma pouco menos acabado. Eu sentia um cosmo, uma mistura de cosmos... E sentia a mesma força que sentira há poucos instantes. Uma Exclamação de Atena!

-Saga... Shura... Camus... Mu... Miro... Aiolia...

Parecia ser eu sussurrando, enquanto tentava caminhar, mas não era minha voz. Eu sabia que não, mas era eu falando. Foi quando percebi que a caixa de lembranças de Dohko se abrira para mim, como um site de busca.

-PAAAAAAAAAAAAAAAAREEEEEEEEEEM! – gritei, desesperado.

Eles não me ouviam. Andrey estava voltando para trás, mas eu o prendi com uma barra dupla. Ele parecia não se importar comigo nem com a barra, tentava apenas ir para o local antes do templo da Estrela.

-Ricky! O que está havendo? – indagou Claude. – eles perderam a cabeça ou o que?

-A Exclamação de Atena os afetou! – gritei, enquanto segurava Andrey. – Eles usaram a Exclamação de Atena no passado... Andrey, César, Nabir, Nami, Mushu e Gibson!

Amajones ficava imóvel e temia por Nami estar vindo para cá, assim como Andrey. A Exclamação de Atena usada pelos cavaleiros de bronze afetou as lembranças dos nossos amigos. Claude ergueu um facho de pétalas de rosas tom azuladas-gelo. E espalhou pelo ar.

O cheiro das flores fez os cinco desmaiarem e as pétalas seguiram até onde Haku, Lira e Nami estavam.

-O que você fez? Eu nunca vi essas rosas! – perguntou Amajones.

-Você acha que só tem as Rosas Vermelhas, as Rosas Negras e as Rosas Brancas? A Rosa Azul faz desmaiar qualquer um que eu quiser. – explicou Claude.

-Mas como você sabia do que estava acontecendo? – perguntou Amajones para mim.

-Eu não sei ao certo... – respondi encabulado. – Achou que abri as lembranças de Dohko...

-Ah...

Gibson e os outros estavam acordando. Li que estava meio "travado" foi até seu irmão.

-O que aconteceu? – indagou o escorpiniano a mim...

-Vocês ficaram entre vocês e seus antecessores... – respondi com um meio sorriso.

-Como? – perguntou Andrey, voltando-se para mim, assustados.

Sorri. Eu não sabia bem como explicar e por fim falei:

-Depois eu explico... Faltam dois Baralhos até o recinto de Perséfone.

-Não.

Claude falou repentinamente. Sua longa cabeleira castanho-mel, encaracoladas como os cachinhos de anjos barrocos seguiram a sua cabeça, que procurava ver a mim:

-Não passamos por um Baralho menor chamado "Morte"...

Morte. Essa era a alcunha guerreira da Andréa, irmã do Gibson. Ele estava arrasado.

-Nada, não, Ri... – falou Escorpião para mim quando percebi as tristes safiras de seus olhos. Ele disfarçara e virou de costas e recomeçou o caminho.

-Gibson! Não precisa disfarçar sua tristeza! – gritou Mushu, bem infantil. – Nós somos seus amigos!

Ele virou-se de novo para nós e abriu um sincero sorriso.

-Ei, moço!

Uma garotinha vinha em minha direção. Tinha tom loiro-claro nos cabelos preso por duas marias-chiquinhas. Ela carregava uma bolsa, como eu.

Era possível ver construções antigas, no estilo grego. Sempre tive a curiosidade de ver, mas tanta dor batia aqui, no peito.

-Você também está vindo visitar o Santuário? – perguntou a garotinha, que era acompanhada por outra moça, cabelos cor-de-rosa.

-Vim ver meu irmão... ele é um cavaleiro de ouro... – respondi.

-O meu também! – riu a menina. – Meu nome é Elza Valley, sou irmã do cavaleiro de Libra! – e voltou-se para a moça. – Esta é Penélope, é uma amiga minha e do meu mano!

-Sou Eric Ivanovich, meu irmão é o Andrey de Gêmeos... Somos irmãos gêmeos, sabe? – ri.

Ela me olhou séria e depois disfarçou. A Penélope me olhava um tanto estranho e eu me sentia incomodado. O olhar daquela moça estava muito estranho mesmo.

-Vamos todos juntos para o Santuário! – disse Elza muito animada.

Estávamos no meio do caminho quando senti um calafrio. Estou acostumado ao frio da Rússia e mal me adaptava ao calor infernal da Grécia. E um frio assim não era comum. Nas portas do local, os guardas me informaram que os mestres e os cavaleiros de ouro tinham partido em missão. E eu senti um mal-estar indescritível.

-Você está bem, Eric? – perguntou Penélope. – Está pálido...

-Estou, acho que é uma ligação entre eu e meu irmão, sei lá... – respondi.

Senti que Elza me observava. O que estava imaginando? Ou seria preocupação com seu irmão, Libra?

-É muito estranho... – comentou Elza comigo, depois que Penélope ganhara permissão de deixar nossas malas em "nossas" casas respectivas. Ela foi levando a dela, a da Elza e até a minha. E somente eu e Valley ficamos.

-O que?

-Você não ser um cavaleiro, como seu irmão... – respondeu ela, com um jeito que até me incomodava, de modo imparcial.

-Mesmo que eu quisesse não poderia. – respondi, baixando os olhos, e colocando minha mão esquerda em cima do coração. – Eu tenho um problema aqui que não me permite lutar. – fiz uma pausa e continuei. – Não é nada amoroso, é físico mesmo!

-Você tem um olhar de um guerreiro. Soube reconhecer porque pude ver meu irmão depois dos treinos. Sua "alma" é triste. Não você, Eric Ivanovich que estou dizendo, mas algo aí dentro. – disse ela.

-Dentro? Dentro de mim?

-Sim...

"Uma alma que busca paz em meio ao um castigo injusto para com Eric..."

-NAMI!

Nami voltara ao seu normal. Estava fora de si e depois que umas pétalas azuis passaram por aqui ele desmaiara.

-Haku... O que aconteceu? – indagou ele, tonto.

-Não sei te explicar... Mas era e não era você... Foi depois da Exclamação de Atena. – disse.

-E Lira?

Olhei para nossa amiga. Ela dormia ainda e parecia até mesmo uma bonequinha de porcelana, que precisava de uma redoma para se proteger e não aquela pesada e grosseira armadura.

Mas era só aparência. Não era para menos que eu a chamava de "Garota Naru". Depois de voltar da Itália, fui a minha terra natal e vi nos guardados de antepassados alguns mangás. E um deles chamado "Love Hina". E, digamos, que a primeira atitude da Lira foi parecida com a Naru nervosa. Lira era dona de um temperamento forte e guerreiro e se ela caíra adormecida foi porque ultrapassou muito mais seus limites... Ou o inimigo era bem traiçoeiro.

-Eu sinto pena dela... – disse repentinamente meu amigo. – Lira vivia bem num local, numa única religião... Pelo que eu sei a família dela era muito rica... Diz que ela só resolveu treinar para fugir de um casamento.

-Eu quis para salvar vidas... Por isso quis virar um cavaleiro. – comentei. – Se não fosse, minha família forçaria a barra para ser o sacerdote do templo, ao contrario do que realmente queria.

-O que você realmente queria? – perguntou Nami, curioso.

Meus olhos brilhavam, creio, e sentia-os mareados. Ah, mas ainda queria seguir esse sonho, e o fato de ser quem eu era agora não me impediria.

-Fazer Veterinária...

-Eu nunca tive um sonho para valer. Mas, por hora tenho. – disse Nami. – Que Ricky e Gibson resolvam seus problemas e salvem o mundo... E o coração do Gib...

Concordei. Lira ainda dormia no meu colo, enquanto Nami fazia um curativo no meu braço, para imobiliza-lo.

-Eis o Baralho da Lua... Deve estar outra guardiã, já que Mari estava na casa de Estrela... – murmurou Claude.

-Sim... Deve ser a Amazona do Destino da Estrela. – comentou Li.

Todos caminhamos calmamente e entramos no templo, devagar, para não haver perigo de sermos atacados por falta de responsabilidade.

Assim que entramos vimos uma moça de olhos verdes e cabelos azulados. Andrey parecia sentir uma vertigem ante a presença daquela mulher.

-Ora, eu não imaginava que o fraco do Eric tivesse virado um cavaleiro... – murmurou a mulher.

-Misa, é, eu devia imaginar que a garota que mais feriu o coração do meu irmão só para subir na escola. – respondeu cerrando os dentes nosso amigo.

Claude olhou-nos e fez sinal para seguirmos, mas César bateu o pé e quis ficar.

-Certo, então iremos. – disse Li.

Saímos, mas ainda ouvimos o que Andrey perguntara:

-Por que ficaram?

-Bem, nós vimos que vocês se conhecem e tal... Você pode se descontrolar... – comentou César.

-E estou cansado só de correr! – completou Claude.

Andrey deu uma risada e disse irônico:

-Vocês... sempre vocês...

-Estou me sentindo mal... – murmurei, enquanto segurava de leve meu abdômen, na sorte de achar um "travesseiro" e me acalmar. Mas não, ainda continuava.

-Seu irmão pode estar em apuros. Vocês são muito unidos, não? – perguntou Elza.

-Sim, eu nunca quis que ele viesse. – ergui meus olhos ao céu, que caia a noite. – Mas ele me disse que seria a "força dos punhos" e eu a "força das palavras"...

E saltei da pedra onde estava sentado e ajudei Elza a descer. Ela exprimia algo que não sabia se era dor ou imparcialidade. Ela pôs os pés no chão como uma fada e me olhou nos olhos.

Fiquei desconcertado ante a incógnita feição da menina.

-Você não sabe, né?

Ela me perguntou repentinamente.

-O que deveria saber? – indaguei.

-Seu destino é igual a do seu irmão... – respondeu Elza tristemente.

-Destino?

Ela desviou o olhar para a primeira estrela que piscava. E sem olhar para mim respondeu:

-Vocês dois devem lutar com punhos e cosmos acesos... Mas você não pode por que está expiando os crimes de outra pessoa, Eric de Gêmeos...

-Hum... É mesmo, você é o Andrey. Esqueci que o Eric tinha um irmão, inteligente na mecânica e melhor ainda em brigar.

Ela se aproximou mais um pouco.

-Lembro-me ainda do soco que me deste. E você não se importou de eu ser garota. – disse Misa, provocando Andrey.

-E lembro-me que você pisou no meu irmão. Eric deixou de amar as pessoas no sentido de namoro por sua causa. Tudo por que? Um trabalho! – retrucou Andrey.

Misa olhou César e Claude com desdém e voltou a olhar Andrey:

-Vocês dois, mesmo sendo gêmeos... Sabe, o nerd do seu irmão é bem mais feio que você!

-Eu to nem aí para a beleza exterior, Misa. Se eu a visse pelos olhos de um simples mortal eu seria capaz de compara-la a Deméter... Mas não sou ingênuo e seu interior é tão podre quantos as frias carnes de mortos pelo mundo em petrufação. – disse Andrey, frio.

-Desculpa aê, visse, que eu saiba não tamo aqui para conversar... – disse César, desmontando seu tom brincalhão devagar. – E sim para fazer o pau comer!

Claude sacava entre os dedos uma rosa avermelhada e deixava-a perto da face, roçando a corola em suas bochechas.

Em volta de César, pequeninos pontos prateados flutuavam de forma majestosa, como os pequenos cristais pendurados na casa da Lira, em meio às estrelas e Budas.

Andrey permanecia imóvel, e seus olhos tom azul claro fitavam de uma forma a amazona do mal, como a espada de um guerreiro cravada no coração inimigo brutalmente.

Misa sorria, irônica. Desejava acima de tudo se divertir, ainda mais as custas de seu antigo colega de escola.

-VAMOS!

Misa abrira os braços em forma de cruz e olhava para cima, não se importando nem um pouco com o fato de três cavaleiros de ouro partirem com tudo contra ela.

-TOLOS!!!! – bradou Misa de Estrela.

-PÓ DE DIAMANTE!

-ROSAS VERMELHAS!

-OUTRA DIMENSÃO!!!

Mas, de repente as armaduras agiam estranhas. Era como se todo aquele poder místico que lhes conferiam maiores dons de batalha tivesse sumido. Suas armaduras perdiam o brilho dourado pouco a pouco.

-O... O que está havendo? – indagou assustado César, enquanto corria. – Minha armadura não segue minha vontade.

-Está deveras pesada... Não entendo! – murmurou Claude.

-É claro, pois estou matando suas constelações... – disse calmamente Misa.

-Como?!

-Vocês se esqueceram? Dentre os mais poderosos baralhos da senhora Perséfone, existem três considerados de maior grau: Estrela, Lua e Sol.

"Ou seja, nossos poderes derivam de nossos elementos. Assim como vocês, sou guardada pelas estrelas, cavaleiros. Porém, eu sou uma guerreira direta das estrelas e posso fazer o que bem entendo com elas.

"Agora, estou apagando as estrelas das constelações de Gêmeos, Aquário e Peixes, e sem isso suas armadura se tornam inúteis. E ASSIM POSSO ACABAR COM VOCÊS!!!!!!"

O cosmo de Misa explodia e lançava os três cavaleiros de ouro, atrapalhados com suas moribundas armaduras, contra a parede.

Claude se levantava com dificuldade, ante o peso extra da armadura de Peixes. Misa apenas apontou seu dedo indicador contra Claude.

-Eu posso roubar as habilidades de alguns dos cavaleiros também... – disse ela.

Atrás de Misa via-se o brilho de pequeninas estrelas. César erguia sua cabeça com dificuldade. Um fio de sangue escorria de sua testa.

-N... Não... Pode... ser...

"É A CONSTELAÇÃO DE CÂNCER!"

Andrey não se movia, perecia estar desmaiado ou morto, pois seu cosmo não emitia qualquer brilho.

-SEKISHI KI!

Um facho dourado se lançou contra o coração de Claude, antes que ele pudesse fazer algo. A armadura, morta, não pôde com o golpe dado por Misa. Do furo do projétil de luz, rachaduras seguram por quase toda parte de proteção do peito de Peixes. Claude caíra no chão, vencido. César não acreditava no que via.

-Não é possível! CLAUDEEEEEEE!!!!!!!!

Olhos serenos do brasileiro se tornaram tão gigantes como a lusamérica e suas pupilas tão afiladas quanto as de uma serpente.

Ele olhou apressadamente para Andrey. Não via reação alguma da parte de Gêmeos. Ele retornou a olhar o amigo recém-vencido e depois Misa. Tudo em frações de segundo.

-Vais entregar tua vida a mim, cavaleiro?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Estrelas do Amanhã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.