Após toda aquela apresentação e a festa estar acontecendo sem precedentes de que algo mais interessante ocorreria eu ainda sentia que era uma questão de tempo até que algo se sucedesse...

E sem surpresas eu estava certa, a pista de dança havia começado. Ninguém se sentia a vontade para ir dançar.

Quando tocaram uma música eletrônica a vontade falou mais alto, Aki em um pulo se levantou.

-Realmente vocês vão ficar parados aí enquanto os outros times se divertem? Temos que mostrar para eles que o nosso time não só sabe jogar como também sabe se divertir! Vamos Endou! - Ela arrudiou a mesa e o levantou com uma puxada só no braço, quase rasgando a manga do paletó que ele usava.

Os dois foram para pista e começaram a dançar, Aki de maneira mais ajeitada que ele, eu ri. Dois minutos depois ambos pulavam ao som de “Ignorance” de Paramore. Todos nós ficamos sentados, olhando eles se divertirem, nunca tinha visto Endou e Aki tão desinibidos.

Natsumi não se controlou ao ver os dois em tanta descontração.

-Vamos Goenji.

-O que? - Ele praticamente gelou quando escutou o que ela falou.

-Vamos, eu estou cansada de ficar aqui parada vendo aqueles dois se divertirem sozinhos. - Goenji assentiu com a cabeça, eu pensei que estava tendo alucinações quando o vi tirar o paletó e sair de mão dadas com Natsumi para a pista de dança.

Os quatro quase não pararam no chão quando começou uma música de Black Eyed Peas.

Eu fiquei congelada, eu estava vendo o impossível acontecer.

Depois que mais um música eletrônica tocou Endou e Aki voltaram para beber algo. Os dois sorriam descompassados e ofegantes.

-Pessoal o que ainda estão fazendo aqui sentados? É muito divertido dançar! - Endou derramou de vez um copo d'água garganta abaixo. Aki quando se sentou tirou os sapatos e deixou em cima da sua cadeira, bolhas nos pés não seria suficientes para acabar com o ânimo e a vontade dela de dançar. Enquanto isso Goenji e Natsumi não paravam quietos na pista. Eu no fundo senti inveja daquela dança dos dois, adoraria estar no lugar deles com Tsunami.

Algo que eu estava estranhando era Fuyuka ainda estar sentada, ela com certeza estava com vontade de dançar e...

Eu e meu pensamentos... A garota não havia perdido tempo mesmo... Ao seu lado estava o capitão dos Cavaleiros da Rainha, o belo inglês de cabelos longos, lisos e azulados que faziam qualquer garota em seu estado perfeito ficar sem fôlego e simplesmente hipnotizada com seu olhar, Edgar Valtinas.

-Sabia que possui um brilho encantador nos olhos? - Ele estava sentado agora na ex-cadeira do Endou, os meninos ao redor olhavam com olhos espantados.

-Nossa, obrigada.

-Eu particularmente penso que um time é o reflexo da sua administração.

-Não, é o reflexo do esforço dos jogadores.

-Mas sua senhoritas com certeza influenciam muito no que diz respeito ao desempenho do time.

-Isso porque o você é muito educado e sabe ver o trabalho dos outros. - Eu estava quase vomitando com aquela conversa! Ele riu para ela e estendeu a mão.

-Me daria o prazer da dança?

-Sim, claro.

Os dois se encaminharam para a pista de dança de mãos dadas.

Enquanto isso Endou havia entrado de cabeça mesmo na história da Dança.

-Vamos pessoal é divertido!

-Mas Capitão, ninguém se sente a vontade - Kabeyama protestou em defesa de todos. E a pessoa que até o momento por uma graça divina estava quieta resolveu acabar com a novidade milagrosa e abrir sua boca para desferir uma bomba mortífera para alguém...

-Quer saber de uma coisa? Eu vou, quem quer ir dançar comigo? - Os olharam da mesa viraram para Tsunami que praticamente berrava fazendo todos olharem para nós. Eu tinha consciência plena que estava mais vermelha que pimenta. -Então ninguém vem comigo? - Ele olhou ao redor... Ai! Por que eu fui ficar justamente ao lado dele? Ok, eu sei porque, mas aonde diabos eu estava com a cabeça de deixar ele me ver? Ele pegou no meu braço e olhou nos meus olhos. CALMA TOKO VOCÊ NÃO PODE DESMAIAR! -Toko você vai dançar comigo não é?

Eu balancei a cabeça de forma positiva. Não sabia se eu estava quente ou se estava fria, sei que estava no extremo de algum dos dois.

Ele me arrastou pelo salão até chegarmos na pista, as luzes felizmente não estão tão fortes.

-Ah eu ia me esquecendo!

-O que foi Tsunami? - Graças a Deus eu estava conseguindo falar sem gaguejar.

-Eu não sei dançar! - Ele percebeu que se deu um banho de água fria? Ele realmente é um escandaloso. A próxima música tinha que ser lenta? "Thank You For Loving Me" de Bon Jovi.

-Vem cá. - Eu segurei sua mão direita com a minha esquerda. - Coloca sua outra mão na minha cintura. - Ele me olhou de forma estranha. -Presta atenção como todo mundo está dançando! -  Eu apontei em minha defesa para Goenji e Natsumi, que estavam colados um no outro, Natsumi com a cabeça o ombro de Goenji, ela envolvendo os braços no pescoço dele e ele na cintura dela.

-Ata, assim? - Ele me puxou de vez para perto dele, colando nossos corpos e me abraçou pela cintura. Para que eu fui inventar de olhar para o rosto dele? Minha boca estava a quatro milímetros da dele. Abaixei na mesma hora minha cabeça, colocando ela de vez no ombro dele e envolvendo meus braços por volta de seus ombros.

Nos dois não estávamos dançando no mesmo ritmo, para ser sincera não sabia nem que aquilo podia se chamar de dança. Estávamos abraçados girando no meio da pista... Eu realmente queria ignorar o fato de a cada três passos dois serem no meu pé mas aqueles sapatos me apertavam até a alma.

-Aí Tsunami! Espera... - Eu me larguei dele. -Você sabe dançar sem pisar no meu pé! Vamos, um passo de cada vez. - Voltamos e ficar juntos, de primeiros passos estávamos dançando como se fosse uma valsa normal, até que no top da música ele larga minha mão e coloca na minha cintura, juro que fiquei arrepiada, e para completar meu espanto ele volta a me puxar contra seu corpo.

Olhei para ele com um interrogação enorme em meu rosto. Em um movimento brusco, o vi apontar com o olhar para Natsumi e Goenji, agora era Goenji que apoiava a cabeça no ombro dela e os dois se estivessem mais juntos estariam dentro do outro. Nossa, eles não fazem idéia do quanto estava agradecendo por dentro.

Pela primeira vez desde que chegamos na pista estávamos dançando, e não fingindo que sabíamos dançar e o melhor de tudo, por vontade dele estávamos mais perto que nunca...

Não sinceramente não sabia o que pensar, só queria que a noite seguisse com nós dois dançando sem mais problemas... Quem dera eu estar certa sobre uma noite sem problemas, mal fazia idéia que meu pressentimento estava mais certo que nunca sobre a noite prometer várias emoções...

Emoções estas que não viriam acompanhadas de trilas sonoras de filmes românticos...