Was Never Enough escrita por Yunaangel, Sara Caetano


Capítulo 7
Everybody's Fool


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap ^^
Espero que estja bom.



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7. Everybody's Fool

Look here she comes now

Bow down and stare in wonder

Oh how we love you

No flaws when you're pretending

But now I know she

Never was and never will be

You don't know how you've betrayed me

And somehow you've got everybody's fool

Olhe agora, lá vem ela

Se curve e encare com adoração

Oh, como nós amamos ela

Nada flui quando estamos fingindo

Mas agora eu sei que ela

Nunca foi e nunca vai ser

Você não faz idéia do quanto me traiu

E de algum jeito você ainda faz todo mundo de idiota

Quando cheguei, o sinal para o recreio havia acabado de tocar. Não pude evitar, dei um sorriso de satisfação.

O portão estava aberto como sempre, já que muitas pessoas comiam fora da escola. Entrei correndo, não importando se perceberiam que eu havia fugido anteriormente ou se me puniriam por isso. Estava motivada apenas pela raiva.

Parei assim que avistei três garotas, mas apenas uma me importava. Ela era um pouco mais baixa que eu. Tinha cabelos castanho escuro, um tanto ondulados, e olhos da mesma cor dos cabelos. Era magra, até demais.

- Kaitlin. – disse entre os dentes.

A garota logo virou-se para mim. No início ficou um tanto surpresa, minha expressão devia estar assustadora, mas depois deu seu sorriso de deboche de sempre.

- Sophie Foster. – ela continuava com aquele maldito sorriso. – A que devo a honra?

Acho que antes de continuar com isso devo tentar explicar, pelo menos por cima, o motivo de tanta raiva.

Eu e Kaitlin nos conhecemos desde que me entendo por gente. Éramos melhores amigas, até que um dia acabamos brigando, nem me lembro ao certo por quê. Desse dia em diante nos tornamos praticamente inimigas mortais.

Kaitlin vive tentando arruinar minha vida. É uma controladora repugnante.

Não sei a quanto tempo ela e o Matthew se conhecem, e sei que é totalmente imprudente de minha parte deixar transparecer que me importo com ele, já que ela poderia usar isso contra mim, mas eu não podia deixar ela magoá-lo. Nunca mais deixaria que ela magoasse nenhuma pessoa próxima, essa era uma promessa que eu havia feito a mim mesma.

- O que você pretende fazer dessa vez? – praticamente cuspi as palavras.

- Poderia ser mais clara, por favor?

Ela mantinha seu sorriso de deboche habitual intacto. Aquilo me incomodava. Kaitlin sempre foi muito mais confiante e segura de si mesma do que eu. Isso sempre me deixou em desvantagem.

- Matthew Carter. – disse com a voz já um tanto distorcida.

Kaitlin ficou me fitando, depois virou-se para suas patéticas amigas e fez um sinal estranho. As duas garotas assentiram para ela e foram embora. Ela veio na minha direção e parou de frente para mim.

- O que tem ele? – ela perguntou sem emoção, pelo menos seu sorriso havia desaparecido.

- De onde o conhece? – tentei esconder minha preocupação, já que ela olhava diretamente nos meus olhos.

Ela permaneceu em silêncio, mas deu um sorriso maldoso.

- Você é amiguinha do Matthew? – ela perguntou divertida. – Ou... Será que é algo mais?

Já estava começando a tremer, o tom de voz dela sempre me fazia vacilar. Sua voz nunca mudava de tom, era sempre firme, calma e segura. Ela tinha uma habilidade incrível de esconder suas emoções e utilizá-las para abalar ou influenciar os outros.

- Não interessa o que eu sou dele. Apenas me responda. – tentei me manter firme, mas minha voz ficou trêmula.

- Se bem me lembro, isso não é da sua conta. Talvez eu até possa te contar, mas você terá que me esclarecer exatamente o porquê deseja saber sobre isso. – ela mantinha a expressão calma.

Fiquei em silêncio, agora eu já estava visivelmente tremendo. Ela deu um enorme sorriso de satisfação ao perceber isso.

- Essa expressão nos seus olhos... É medo, Sophie? – ela perguntou docemente.

- Não. – praticamente sussurrei.

- Tem certeza? – seus olhos castanhos me olhavam de um modo estranho, como se pudessem decifrar minhas emoções facilmente.

Mantive-me em silêncio, mal piscava. Estava começando a lembrar o porquê de nunca tirar satisfações com Kaitlin. Essa garota realmente me assustava.

- Ele é meu amigo. Apenas isso. – disse com a voz falhando.

- Um amigo? – Kaitlin sorriu. – Interessante.

- Agora vai me responder?

Kaitlin ficou me fitando, depois assentiu.

- Você sabe que quando pequena eu tive várias amigas estúpidas, certo? – ela deu o maldito sorriso de deboche novamente.

- Continue. – consegui fazer minha voz voltar ao normal.

- Uma dessas infelizes era Holly Carter, a irmã do Matthew. Quando briguei com Holly, acabei me aproximando bastante dele. É um garoto bem divertido, e também interessante. O tipo perfeito para garotas como eu, que cansaram de viver sempre na mordomia e fazer tudo certo. – ela sorriu.

Senti um aperto no coração de ouvir aquilo. Não sabia de Kaitlin realmente sentia algo por Matthew ou só estava me testando, mas aquilo me incomodou.

Não estava entendendo o que estava acontecendo comigo, nem porque aquele assunto me irritava e incomodava tanto.

Algumas lágrimas começaram a formar-se nos meus olhos e, por mais que eu tenha tentando ocultá-las, caíram rapidamente pelo meu rosto.

Kaitlin deu um sorriso de satisfação e começou a rir, de um modo um tanto maníaco.

- Que bonitinho! A certinha da Sophie está apaixonada por um encrenqueirozinho de Deltstone? Pena que ele é apaixonado por mim, não é? – ela sorriu vitoriosa.

Queria retrucar, mas não conseguia nem sequer me mover. Abaixei minha cabeça para esconder minha expressão.

- E-Eu não... – minha voz falhou. – E-E-Eu não estou... Apaixonada... Por ele. – disse com muito esforço, pausadamente.

- Não está? Então, por que tanta preocupação? Por que tantas lágrimas? Por que tanto esforço para negar isso? – ela se divertia.

Comecei a me sentir estranha. O que Kaitlin dizia fazia sentido, mas eu nunca havia me apaixonado e prometi a mim mesma que nunca me apaixonaria.

Podem me chamar de louca, psicopata ou o que quiserem, mas eu sempre odiei o amor. Um sentimento tolo que apenas faz as pessoas agirem como idiotas.

Sempre fui criada em uma família que desprezou emoções. Isso me fez crescer uma pessoa um tanto fria. As únicas pessoas com que me importava a pouco tempo atrás eram Alicia, Kaio e Arielle... Mas em um só dia aquele estúpido garoto de Deltstone já havia se tornado um grande amigo e tinha me feito ser expulsa de sala, fugir da escola e ainda enfrentar uma das pessoas mais assustadoras que eu conhecia.

Sabia que um dia corria o risco de me apaixonar, mas não podia aceitar que seria por um garoto como aquele! Isso podia não fazer diferença para mim, mas minha família jamais aceitaria que eu tivesse nada com ele, na verdade, não aceitaria nem minha amizade com Matthew.

Minha família tinha um nome a manter, não podia desonrá-lo ficando com um garoto como ele... Não que eu quisesse também.

Eu definitivamente não podia, não estava e não iria ficar apaixonada por ele!

Levantei minha cabeça e fitei Kaitlin.

- Você acha mesmo que eu sinto algo por aquele idiota? – disse com firmeza e tentei imitar o sorriso de deboche dela. – Pelo contrário Kaitlin, eu o odeio. Não sei se você se lembra, mas eu sou uma legítima filha de Jack Foster, um dos maiores empresários do mundo. Minha família tem uma importante reputação a manter, e eu jamais a estragaria por culpa de um encrenqueirozinho sem modos como ele. Além do mais, você sabe que eu não acredito nessa besteira de amor. Se um dia me casar, será apenas um casamento de aparência. – disse com desdém.

Kaitlin alterou um pouco sua expressão, deixando-a um tanto surpresa. Eu podia estar parecendo segura por fora, mas por dentro me sentia destruída. Obviamente, eu não odiava o Matth, nem ligava para a reputação dessa família amaldiçoada que eu tive a infelicidade de fazer parte.

Depois do que Matthew falou, eu passei a ver as coisas com mais clareza. Ele tinha razão, eu jamais tinha sido eu mesma. Por mais que tudo que disse para Kaitlin não passasse de mentira, eu a estava enfrentando e iria vencer dessa vez. Essa seria a prova que eu estava realmente decidida a mudar.

Kaitlin estreitou os olhos e depois os abriu lentamente, não entendi o motivo, talvez para me ameaçar.

- Se você o odeia, por que está tão preocupada em saber o que sinto sobre ele, sua tola? – ela perguntou sem emoção.

Forcei uma risada e dei um sorriso maldoso.

- Você não se diz a rainha da manipulação Kaitlin? Você já deveria ter entendido. Não percebe? Essa é uma arma que eu posso usar contra você. – dei um sorriso vitorioso.

Pela primeira vez, pude ver medo dentro dos olhos sempre profundos e sem expressão de Kaitlin. Não pude deixar de abrir um sorriso maior ainda. Ela não sabia o que dizer.

Ficamos nos encarando sem dizer nada, até que Kaitlin recompôs sua máscara sem emoção, apenas com o sorriso de deboche.

- Muito bem. Devo admitir Sophie, você cresceu. Está mais esperta do que eu pensava que um dia você poderia ser. – ela sorriu. – Porém, como você disse, sou a rainha da manipulação. Você é apenas uma garotinha insignificante que tenta me copiar. Aprenda, nem tudo o que eu digo é verdade. Quase nada do que eu digo é verdade. Aquilo que disse sobre ele foi apenas para te testar.

Não posso dizer que não fiquei aliviada por ouvir aquilo, apesar de não saber ao certo se ela estava mentindo antes ou agora, porém, aquilo me deixou sem fala. Tive que pensar durante alguns segundos antes de formular alguma frase que pudesse ser usada contra ela.

- Entendo. – sorri. – Mas, então você deve me dizer o que sente por ele.

- Por que eu diria isso? – ela riu.

- Porque você corre o risco de toda a escola descobrir que você é apaixonada por Matthew Carter. – disse com desdém.

- Isso não é verdade! – ela disse entre os dentes, destruindo sua calma e sua expressão sempre perfeita e intacta.

- Isso não me impede de dizer isso para todo mundo. – dei um sorriso maldoso.

Kaitlin suspirou derrotada e ficou séria novamente.

- Ele é um amigo. – disse seca.

- Amigo? Que tipo de amigo?

Mandar em Kaitlin e saber que ela tinha que responder e cooperar era uma sensação muito... Gratificante. Agora ela iria me pagar por tudo que já tinha feito.

- Como assim que tipo de amigo? – ela estreitou os olhos novamente.

- Você tem dois tipos de amigos, aqueles que você gosta e os que você usa. – sorri maldosa. – Qual tipo ele é?

- Podemos dizer que do primeiro tipo. – ela disse incomodada.

- Sério? Você amiga de um garoto como ele? Não parece do seu feitio, senhorita perfeição. – sorri. – Tem certeza que não está mentindo?

- Escuta, você não sabe de nada. Não sei se você realmente odeia o Matthew, ou como sabe que eu o conheço e sou amiga dele, mas isso não é da sua conta princesinha. Matth é meu melhor amigo e é muito importante para mim, não é um encrenqueiro qualquer como você pensa. Ele já me ajudou muito e nunca irei esquecer isso. Quer espalhar esse boato ridículo? Pode espalhar! Por que, quer saber? Eu sou apaixonada sim por aquele garoto e eu sei que ele gosta de mim. Obrigada por me lembrar disso Sophie. Agora me deixa em paz, depois da escola eu tenho que falar com meu futuro namorado. – ela deu um sorriso bobo, pela primeira vez parecia sincera.

Kaitlin virou de costas para mim e começou a andar. Continuei imobilizada olhando para ela.

Ela iria falar com Matthew. Ela gostava dele. Eles iam ficar juntos. Tudo isso por culpa minha.

Meu corpo já não me obedecia mais, apenas agiu por puro instinto. Fui até Kaitlin e a cutuquei. Assim que ela virou-se para trás dei um tapa forte em seu rosto, que deixou a marca perfeita de minha mão. Ela caiu no chão.

As pessoas que viram logo se juntaram a nossa volta, formando um imenso circulo. Alguns gritavam para que brigássemos, outros estavam apenas curiosos, os mais certinhos tampavam os olhos e berravam por socorro.

No começo, não pretendia brigar com Kaitlin, a maior parte da minha raiva já havia passado, mas ela se levantou e me empurrou, me derrubando no chão.

Depois disso, não sei descrever muito bem o que aconteceu. Nós duas caímos no chão e ficamos nos estapeando. Consegui fazer um corte no rosto dela enquanto ela tentava inutilmente arranhar meu braço.

Começamos a puxar o cabelo uma da outra e quase saímos rolando. A multidão em volta apenas gritava, alguns de animação, outros de medo e desaprovação.

Consegui afastar ela de mim e me levantar, percebi que meu rosto já estava machucado e meu braço ardia muito. Não vi ela se levantando, ela apenas me empurrou com força e eu praticamente dei uma cambalhota no chão, me ralando toda.

Levantei-me, ignorando a dor e a empurrei de novo. Dessa vez, o resultado foi mais grave. Ela cambaleou para trás e acabou tropeçando nos próprios pés, caindo no chão com força e batendo a cabeça. Estava extremamente exausta e com o corpo dolorido, cai ajoelhada.

- Sophie! – ouvi uma voz preocupada e furiosa vinda da platéia.

Uma garota começou a abrir caminho entre a multidão, mas minha visão estava embaçando. Minha cabeça doía muito, passei a mão na minha testa e ela ficou suja de sangue. Fiquei assustada.

A garota veio até mim e se agachou do meu lado.

- Você está bem? – reconheci a voz assustada de Alicia. – O que você tava pensando? Você ficou louca? Sophie? Responde! – ela disse tudo extremamente rápido.

Meus olhos começaram a se fechar involuntariamente, não conseguia responder nada, mal conseguia entende-la mais. Pude ver mais duas garotas se aproximarem de mim. Antes que ela pudessem chegar, minha visão começou a ficar muito escura. Senti uma dor extremamente forte na minha cabeça, exatamente no lugar no qual eu havia tocado antes. Não resisti e acabei desmaiando, senti alguém segurar meu corpo antes de cair no chão. Pelo cheiro do perfume, era Luke.



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Notas finais do capítulo

Bom... Acho que eu segui meio ao pé da letra demais a sugestão da Sarah... AHAUHHAUHAUHAUH ^^
O próximo capítulo eu fiquei com dúvida se eu escrevia um PDV do Matthew ou se continuo escrevendo a partir da parte que a Sophie acordou, mas acho que continuo escrevendo com a Sophie, pra não confundir muito ^^'



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