PDV EDWARD

Almoçamos na praça de alimentação do shopping, na verdade fizemos um lanche rápido, afinal de contas já passava das três da tarde. Aproveitei essa oportunidade para trocar as alianças com ela, retirei de seu dedo a aliança que outrora Carlisle colocar e a guardei em meu bolso, do mesmo modo  peguei sua mão entre as minhas e coloquei aquela que simbolizava essa fase de nossas vidas, nossa aliança de noivado.

 Antes de encontrar com a Tânia Bella e eu demos mais uma volta pelo shopping, parando dessa vez numa loja de roupas para bebe, ali ela comprou a primeira roupinha do nosso afilhadinho que seria gerado na próxima segunda feira.

-Linda está na hora, vamos antes que ela me ligue. – Falei abraçadinho a Bella e segurando as sacolas de compras na outra mão.

-Claro, também não me apetece uma outra mulher ligando para o meu noivo.

Como eu já havia previsto Tânia estava no local combinado com o celular nas mãos. Parou de discar assim que me viu, mas a sua expressão ficou engraçada quando viu a Bella e nossas mãos entrelaçadas e a radiante aliança que estava em nossas mãos.

-Tânia, como vai? – Tentei não parecer tão frio.

-O melhor possível, mas vejo que você está ótimo não é? – Realmente, ela quando queria conseguia ser irônica.

-Nem imagina o quanto. Bella essa é a Tânia, Tânia essa é Isabella, minha noiva. – Falei com orgulho.

-Noiva? – Fiz que sim. – E ela sabe de nós?

-Perfeitamente, e por gentileza não esqueça que estou presente, então pode perguntar direto à mim está bem? – A minha doce Bella havia tomado uma posição muito superior, uma face que eu não conhecia nela. Algo mais pesado do que ela usava com os peões.

-Desculpe, achei que o Ed poderia estar escondendo algo de você, sabe faz o tipo dele.

-Veio aqui para me atacar Tânia? Ou para conversar???

-Edward vamos para um lugar mais reservado, aqui não é lugar para conversarmos sobre isso. – Bella me segurou um pouco mais forte e falou apenas para eu ouvir.

-É claro... Tânia vamos até o nosso apartamento, lá é mais apropriado para essa conversa. – Propus.

-Desde quando você tem um apartamento?

-Desde de sempre, não que isso possa te interessar. – Bella mais uma vez derruba a pretensão da Tânia.

Fomos no mercedes até o apartamento que ocupávamos na cidade, Tânia se manteve calada quase que por todo o caminho, o que não era do seu feitio. Já melhor acomodados voltamos à conversa.

-Então Tânia essa criança é mesmo minha? – Vi seus olhos vacilarem por um instante.

-De quem mais poderia ser, eu não sou como você que sai com duas ou três ao mesmo tempo. – Cada palavra dela era para atingir o meu relacionamento com a Bella, mas esta não parecia nem um pouco abalada.

-Saia, estou noivo Tânia e não sou a mesma pessoa de antes. De qualquer forma para quando é o nascimento do bebe?

-Estou de quatro meses. – Fiz as contas mentalmente, esse bebe poderia mesmo ser meu, afinal eu estava saindo com ela nesta época. Bella no entanto estava tranqüila ao meu lado.

-E o acompanhamento médico, está fazendo o pré natal direitinho?  - Perguntei.

-Não, meu médico não atende mais pelo convenio e não posso pagar pelas consultas. Ainda não consegui nenhum outro médico para fazer o acompanhamento.

-Isso não é algo que se possa deixar para depois. – Era a primeira vez que a Bella se manifestava.

-Eu sei, mas também descobri a gravidez a pouco tempo. – Tânia se defendeu.

-Tudo bem, eu tenho que voltar para a fazenda no domingo, sem falta. Minha vida está lá agora. – Falei olhando para a Bella que sorria. – Acho que só poderei voltar para a cidade dentro de uns dez dias.

-Edward ela não pode ficar esperando, tem uma série de exames que já deveriam ter sido feitos. O ideal agora é ela procurar o médico de confiança dela e fazer esses exames o mais depressa possível. –Entendi o recado da Bella, neste momento eu teria que ajudar financeiramente a Tânia, para o bem do meu filho.

-Tânia procure seu médico essa semana ainda, vou deixar os telefones da fazenda para caso você precise de algo, e assim que possível eu venho ver como está indo o pré natal. – Fiz menção de pegar a minha carteira, mas a Bella me segurou, ainda observando a mulher em nossa frente.

-Tânia você se importaria em fazer uma ecografia hoje, sabe com quatro meses já dá para ver o sexo do bebe, assim voltamos para a fazenda já sabendo o que é. – Bella disse na maior inocência.

-Não sei onde posso fazer isso assim em cima da hora, mas não me importo. – Bella saiu da sala com o telefone em mãos, provavelmente ligando para alguma clinica marcando o exame.

-Deu o golpe do baú Ed? – Cínica....

-Não, não preciso disso.

-Sei que seus pais morreram e deixaram você na lama, agora aparece nadando na grana.

-Tânia, não diga o que não sabe. Vou me casar por amor não por dinheiro. – Falei ríspido.

-Se você diz. – Ela respondeu quando a Bella entrou na sala novamente.

-Vamos?

-Já? – De uma hora para outra a Tânia ficou branca.

-Sim, o meu médico irá fazer o Exame, apenas para matar nossa curiosidade. Na segunda você procura o seu médico para dar inicio ao acompanhamento.

Seguimos em silencio até o local indicado pela Bella, o médico estava esperando por nós. Na sala de Exame entramos apenas eu e a Tânia, Bella preferiu ficar do lado de fora e deixar esse momento apenas para os pais da criança. Segundo o médico Tânia estava com uma gestação dupla – gêmeos – de mais ou menos 17 semanas, eram dois meninos provavelmente, já que deu para ver um deles de relance e muito rápido.

 Ao escutar o coração do bebe meu peito se encheu de alegria, mesmo não sendo filho meu e da Bella eu estava feliz em saber que seria pai. Ao sair do consultório Bella propôs à Tânia que fizesse o acompanhamento com este mesmo médico, a loira que não era burra nem nada aceitou, afinal além de ser conceituado atendia apenas a alta classe.

Deixamos a Tânia no prédio que ela morava, com a promessa que logo eu voltaria para acompanhar a gestação e um cheque com certa quantia para que ela se manter por um tempo. As consultas e exames serão cobrados via boleto bancário que será encaminhado diretamente para o escritório.

PDV BELLA

Não me senti muito a vontade quando fomos comprar nossas alianças, o olhar inquisitivo da vendedora sobre minha mão foi um pouco demais para mim, se o Edward não estivesse ao meu lado eu teria saído correndo daquela loja e nunca mais voltaria. No entanto deixamos passar isso e ai sim trocamos nossas alianças, não que isso fosse importante para mim, mas se o Edward estava fazendo questão deveria ser importante para ele.

Mais tarde, depois de fazer a primeira compra de roupinhas para o meu...ou melhor nosso afilhado, encontramos com a moça que seria mãe do filho do Edward, sim pois essa seria a única ligação entre os dois. Fiz questão de leva-la fazer uma ecografia antes que o Edward desse qualquer dinheiro a ela, depois disso me emocionei ao ver o brilho nos olhos do Edward quando soube que seria pai de gêmeos. Ele estava feliz e isso é o que mais importa no momento, a nossa felicidade. É claro que havia o medo que eu o largasse, mas isso jamais passou pela minha cabeça, afinal nosso relacionamento é posterior à concepção destas crianças.

Depois de um dia muito tumultuado finalmente voltamos para casa para relaxar um pouco, pedimos uma pizza e passamos o resto de noite assistindo a um filme qualquer. Adormeci nos braços do meu Ed...

-Bom dia.... – Edward me acordou um delicioso beijo.

-Bom dia, nossa meu corpo inteiro dói. – Reclamei, afinal de contas havíamos dormido apertadinhos no sofá, não que a parte do apertadinhos fosse ruim, mas a do sofá incomodou bastante.

-O meu também, mas nada que um banho não resolva. – Só então percebi que ele já havia tomado seu banho e feito o nosso café. Olhei o relógio no visor do celular e vi que ainda não eram nem oito horas.

-Desde quando você acorda tão cedo?

-Desde que fui morar numa fazenda e me apaixonei pela fazendeira mais linda do mundo e tive que correr atrás. – Ele se ajoelhou na minha frente, segurou minhas mãos entre as suas e continuou olhando em meus olhos. – Mas saiba que valeu a pena.

Nunca me vi nos braços de um homem, até que Edward Cullen apareceu na minha vida me tirando o chão e me roubando o rumo...