A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Galera, desculpa a demora, mas aí vai o próximo capítulo! Espero que não me matem! *-*



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– NÃO! – Miroku e Sango gritaram em uníssono.

Não havia nada a ser feito. O Hiraikotsu o partiria ao meio. Ichiro, o tão pequeno e desejado Ichiro. O recém-nascido seria morto pelo egoísta e desprezível daikumayoukai, que se recusava a ter um pingo de misericórdia. Os pais se encolheram, não aguentando observar os últimos segundos de vida do filho tão esperado.

Um rugido, uma salvação. Kirara salvou o pequenino com toda a velocidade que lhe cabia. Segurando com seus dentes, delicadamente pegou o manto que o envolvia, conseguiu ajudá-lo a tempo. Mas foi perto, muito perto.

Sango o apertou contra seu corpo, numa forma de protegê-lo e agradecer a Buda por ter sido tão generoso e poupar a vida de seu pequeno protegido. Miroku olhava Hokutoshichisei com imenso desprezo e ódio.

– Se alguma coisa tivesse acontecido com o meu filho... você não viveria para contar a história, seu desgraçado! – praguejou.

Hokutoshichisei ria de toda aquela cena. Não era de seu interesse manter aquele fedelho vivo ou não, portanto, estava indiferente quanto a isso. Contudo, estava satisfeito por ter estampado tamanho pânico e desespero na cara de humanos.

– Eu voltarei – disse num sorriso – e espero que tenha oponentes um pouco mais dignos que aquele hanyou morto.

Morto? Não, Inuyasha não poderia estar morto, certo? Afinal ele... ele era Inuyasha! Aquele que derrotou Naraku! O filho de Inu no Taishou e irmão do grande Sesshoumaru. Ele não poderia estar morto. Não podia.

Miroku correu e chamou por Kagome e Kaede nos fundos de sua casa. A gestante partiu o mais rápido que pode, ainda suja com o sangue de Sango, e, assim que avistou o marido, desabou.

– Inuyasha...? – sussurrou enquanto as lágrimas brotavam em seu rosto angelical.

Não houve respostas. Ela pôs a cabeça do marido em seu colo e tornou a chamá-lo.

– Inuyasha? Inuyasha, por favor, responda! Inuyasha! – sua voz estava chorosa. Não podia imaginar a dor de perdê-lo. Não podia imaginar a dor de criar o seu filho sozinha, não podia. Seu marido precisava estar lá, como sempre esteve.

Ela deitou o corpo ensanguentado do marido em seu colo e o abraçou. Não sentia sua respiração e temia não ouvir seus batimentos, por isso, nem sequer tentou escutá-los. Kagome chorava lágrimas de medo e aflição. Seu marido jazia imóvel em seus braços.

– Inuyasha, por favor... por favor. – repetia inutilmente, sem nenhuma resposta. – Inuyasha, por favor, não vá. Por favor, fique aqui comigo. Eu não quero te perder, não quero, não quero. Não quero que o nosso filho cresça sem um pai. Não quero ficar sozinha. Por favor, não me deixe. Eu te amo, Inuyasha, eu te amo.

Nenhum sinal de vida. O pranto de Kagome banhava o rosto do hanyou. Os amigos apenas observavam a cena, todos menos Sango, que entrara para acomodar Ichiro. Não havia nada a ser feito.

– Inuyasha, não me deixe – e o apertou com força uma última vez.

– Kagome...

A miko desvencilhou-se do abraço e notou um par de olhos âmbares encarando-a. Um olhar doce e que expressava cansaço de uma batalha perdida.

– Você... você estava me apertando muito.

– INUYASHA! – ela sorria enquanto o enchia de beijos. Não sabia se continuava o plangor por alegria ou por medo, ainda recuperando-se do susto. Os amigos suspiraram aliviados.

– Ele... ele machucou você? Mas esse não é o cheiro do seu sangue... – ele repetia numa voz fraca.

– A senhora Kaede me mandou ficar assim e me esconder.

– Assim seu cheiro seria disfarçado, Kagome, e ele não lhe encontraria – Kaede explicou.

Mas ainda havia muita coisa a ser explicada. Após levar o injuriado hanyou para dentro de sua casa e cuidar de seus ferimentos, Kagome ouviu atenciosamente todas as informações que Kaede lhe transmitia. E gelou com a mais importante: Hokutoshichisei queria seu filho morto.

– Por quê? – ela tremia.

– Porque ele quer extinguir o clã dos inuyoukais – disse como se fosse óbvio.

– Aquele cretino não vai a lugar algum! Eu vou acabar com ele amanhã mesmo! – Inuyasha anunciou, enquanto tentava levantar-se da cama.

– Não seja burro, Inuyasha! – a anciã disparou.

– Deixe de ser cabeça-dura! Você precisa de repouso.

– Como você acha que vou descansar sabendo que aquele monstro quer o nosso filho, Kagome? – gritou.

– Eu não sei. Mas se você perdeu para ele quando estava totalmente recuperado, imagine ferido! Tenha calma. O nosso filho não nasceu ainda e acho que ele gosta de nos torturar. Não aparecerá enquanto eu não estiver em trabalho de parto. – Kagome falou.

– Acho que tem razão, Kagome – Kaede completou.

Inuyasha mantinha um olhar determinado. Não esqueceria de sua promessa. Havia prometido que protegeria a Kagome e a seu filho custe o que custar. Ainda que fosse com sua vida.

– Bah, amanhã eu resolvo! – deu-se por vencido.

– Se você quer tanto matá-lo, Inuyasha, seria interessante treinar um pouco. – Kaede sugeriu.

– Ou tentar uma aliança com Sesshoumaru – Kagome indicou.

– Kagome, você é uma baka mesmo! Só tem ideias ruins! – o hanyou protestou.

– Baka é você!

– Pelo menos eu não estou sujo de sangue!

– Pelo menos eu não apanhei pra um youkai com um nome tão ridículo quanto Hokutoshichisei!

– Você não aguentava um minuto naquela luta! – Inuyasha reclamou.

– Eu teria vencido! – Kagome gabou-se.

– NÃO, NÃO TERIA!

– TERIA SIM!

– EU DUVIDO!

– QUER APOSTAR?

– QUER MATAR O NOSSO FILHO?!

– SE EU QUISESSE, DEIXARIA VOCÊ TOMANDO CONTA DELE!

Kaede observava a tola discussão. Era sempre assim. Inuyasha nunca se dava por vencido e Kagome adorava toda aquela discussão, especialmente porque ela sempre vencia. Após passar um bom tempo usando seu olhar reprovador, a anciã cansou-se de assistir o casal e partiu para sua choupana.

Já era noite e todos estavam prontos para dormir. Sango e Miroku descansavam depois de um dia com tanta adrenalina, entretanto, Ichiro não permitiria tamanha relaxação por muito tempo. Logo, logo estaria pedindo comida.

Na casa ao lado, Kagome aconchegava-se no peito de seu marido, tomando cuidado para não magoar seus ferimentos. Fechou os olhos e sentiu Inuyasha mexer em suas orelhinhas de cachorro.

– Aproveita, porque daqui a pouco elas somem... – Kagome disse ainda de olhos fechados.

– Eu já estava me acostumando com elas! – Inuyasha riu.

Era estranho para uma humana olhar-se no espelho e, no topo de sua cabeça, encontrar orelhinhas de cachorro. Esta era uma das consequências da gravidez. Devido ao excesso de sangue youkai circulando pelo corpo da mãe, esta acabava por adquirir algumas características hanyous.

– Você... – Inuyasha corou – Você fica muito bonita com essas orelhinhas e esses olhos âmbares...

– Acha mesmo? – disse a menina abrindo os olhos e um sorriso.

– Sim... – Inuyasha desviou o olhar, fazendo-a sorrir ainda mais.

– Fico feliz que esteja bem... não conseguiria imaginar minha vida sem você.

Inuyasha nada disse, apenas permitiu que sua esposa se aninhasse em seu peito e adormecesse, enquanto ele se entorpecia pela fragrância embriagante das negras madeixas que a mesma possuía.

~ o ~ o ~ o ~ o ~ o ~ o ~


Passaram-se as semanas e Inuyasha intensificava todo o seu treinamento. Miroku o ajudava como podia, especialmente como estrategista e pensador. Unindo força e inteligência, não havia como falhar.

A ala feminina cedia-se aos encantos do pequeno Ichiro, que demonstrou ser, não só uma criança linda, como também bastante tranquila. Mal fazia barulho. Era quase imperceptível sua doce presença.

Kagome e Sango estavam na sala, quando foram surpreendidas com a chegada de Shippou. Este fez muita festa com o recém-nascido e chegou a falar com a barriga de Kagome. Todos estavam saudosos e o kitsune fez questão de deixar bem claro: só estava ali para o nascimento do filho da miko.

Shippou havia crescido um pouco e adquirido mais de massa muscular. Era palpável o seu amadurecimento, o que era bom para um lutador. Contudo, seu jeito espontâneo e engraçado de ser ainda prevalecia.

– O que é isso? Cheiro de lobo? – Inuyasha entrou fungando. Seu olfato sensível logo detectou o peculiar odor. Shippou, após passar alguns meses treinando junto a Kouga, Ayame e outros okamiyoukais, adquirira o cheiro dos mesmos.

– INUYASHA! – Shippou gritou, pulando no amigo.

– Sai daqui, pirralho! Você está fedendo!

Os olhos de Shippou transbordaram raiva. Como poderia ser tão insensível perante toda aquela saudade?

– SEU IDIOTA! VOCÊ CONTINUA SENDO UM IDIOTA, INUYASHA, UM IDIOTA! UM GROSSO, UM IGNORANTE! POR QUE VOCÊ NÃO CRESCE DE UMA VEZ, HEIN?

Após sucessivos galos na cabeça, Shippou desistiu de brigar com o hanyou. Todavia, foi possível perceber um sorriso brotar em seus lábios quando Kagome gritou “OSUWARI”!

É, tudo havia voltado ao normal. A turma estava reunida outra vez e tudo estava muito calmo. Por enquanto.

Hokutoshichisei era um adversário digno e jamais deveria ser subestimado ou esquecido. Afinal de contas, era a vida do sucessor de Inuyasha que estava em jogo.

~ o ~ o ~ o ~ o ~ o ~ o ~ o ~ o ~

Era noite. Kagome despedia-se de Sango e caminhava lentamente até sua casa. Acreditava que em poucos dias seu filho nasceria. Estava ansiosa e bastante animada. Não se sentia intimidada com as dores, pois saberia que valeria a pena.

Estava imersa em seus pensamentos. Avistava as luzes acesas, provavelmente, Inuyasha lhe esperava na sala de estar. Conhecendo-o, estaria sentado no sofá, na sua típica posição, e com uma cara emburrada. Alegaria que já estava tarde e que Kagome deveria estar em casa antes de escurecer. Bobo. Um bobo cuidadoso, amável e muito, muito cabeça-dura. E irritante, vale ressaltar. Kagome sorriu com o pensamento.

Seu sorriso logo desapareceu. Uma dor sufocante alastrou-se pelo seu corpo. Podia sentir suas características youkais desaparecerem. Seus olhos tornaram-se negros e suas orelhas, humanas. Aquele era o sinal: estava entrando em trabalho de parto.

Por um instante, suas pernas falharam e seu corpo foi ao chão num baque surdo. Inuyasha, sentindo algo estranho, correu para fora de casa e encontrou sua mulher agonizando em dor. Levou-a para dentro e chamou à senhora Kaede. Alertou a Sango e Shippou, enquanto Miroku cuidava do primogênito.

Todos já estavam no quarto e o inudescendente não estava disposto a esperar. Tudo estava tão agitado que, como um hobbie maldoso, as pequenas garras do bebê-hanyou arranhavam as paredes uterinas de Kagome, que gritava pedindo algo que o acalmasse.

Inuyasha estava tremendamente angustiado. Sua sensível audição permitia-lhe ouvir todos os gritos e gemidos de sua mulher. Era terrivelmente frustrante não poder fazer nada perante a dor dela. Como detestava manter-se inativo.

Contudo, o hanyou entraria em atividade logo. Podia sentir que Hokutoshichisei se aproximava. Não se sabia ao certo como ele podia ter tanta certeza de que Kagome estava para dar a luz naquela noite, mas o daikumayoukai apareceria.

Kagome acalmou-se após ser devidamente medicada com um patê de ervas feito pela Senhora Kaede. E, quando as contrações se intensificaram, Hokutoshichisei chegou.

Trajava uma nova manta de urso pardo e seus olhos se assemelhavam a pequenos radares. Sua audição aguçada lhe trazia uma absurda confiança, embora Inuyasha também fosse igualmente dotado. O daikumayoukai sorriu.

– Pensei que tivesse morrido, cachorrinho.

– Não me subestime, seu cretino!

– Ora, ora... não se preocupe. Lutarei igualzinho àquele dia, sendo que, dessa vez, não vou lhe deixar vivo!

– Duvido que consiga! – e, com o mesmo sorriso confiante no rosto, atacou - KAZE NO KIZU!

Outra vez, Hokutoshichisei cruzou os braços num “X” e recebeu todo o ataque. Atingiu-lhe fracamente.

– Pensei que soubesse que essa técnica não funcionasse, Inuyasha... – mas os seus olhos perderam o hanyou.

– Isso se chama DISTRAÇÃO! RYUURIN NO TESSAIGA!

A Tessaiga de escamas de dragão. Inuyasha cortou os “youketsus” de Hokutoshichisei, o que o enfraqueceu perceptivelmente. Foi uma surpresa para ele, um daikumayoukai, finalmente ter sido atingido de tal forma por um hanyou.

– Você quer brincar? Então vamos brincar... – um sorriso demoníaco brotou em seus lábios.

Hokutoshichisei deformou-se. Seu focinho saltou, alongando-se. Seus dentes transformaram-se em presas. Seu corpo ganhou uma imensa dimensão. Patas peludas lhe tomaram os membros e, por fim, seus olhos adquiriram um brilho vermelho-sangue. Ele transformara-se num enorme urso.

– MALDIÇÃO! – Inuyasha gritou. Agora estava fácil destruir a casa em que Kagome estava, mas ele não permitiria tamanha tragédia.

O enorme urso deu-lhe uma patada, mas Inuyasha desviou num salto. A Tessaiga tornou-se feita de diamantes e, ainda no ar, o hanyou lançou um “Kongousouha”. Atingindo o adversário, inutilmente.

– Cretino! Ele não se afeta tanto com os meus golpes... tem de haver um ponto fraco!

O urso disparou um raio colorido de sua boca. Aquele ataque Inuyasha conhecia bem: era o Ōguma-za no ikari, usado no último confronto dos dois. Inuyasha usou a Tessaiga vermelha e “cortou” o golpe, impedindo-o de chegar até a casa em que quase todos estavam.

Inuyasha pensou. Procurou algum lugar em que pudesse atingi-lo. Era difícil pensar em algo com tanta pressão! Sem falar que Hokutoshichisei continuou a disparar inúmeros raios. O hanyou esforçava-se para “cortá-los”, mas estava ficando difícil.

Brilhantemente, o inuyoukai cravou a Tessaiga na pata do urso, que urrou de dor. Infelizmente, o kuma deu-lhe um golpe certeiro do Ōguma-za no ikari. Em seguida, tentou mordê-lo, mas Inuyasha conseguiu escapar a tempo. Em seguida, Hokutoshichisei voltou a lançar inúmeras bolas coloridas e poderosas.

Por um instante, o daikumayoukai cedeu. Precisava respirar. Sua respiração estava acelerada. Abriu a enorme boca de urso e – liberando um terrível mau cheiro – deu a Inuyasha uma ideia. O hanyou lançou mais uma vez o “Kongousouha” na garganta do oponente. Este urrou de dor outra vez.

As enormes patas de urso esforçavam-se para tentar remover os pequenos diamantes encrostados em seu céu da boca. Como solução, lançou um ataque desconhecido. Fu~yūrībea (fúria do urso) era um raio amarelo, altamente destrutivo.

Foi impossível “cortá-lo” com a Tessaiga. Como consequência, Inuyasha tomou todo o golpe. Seu corpo foi preenchido por marcas e algumas queimaduras. Caiu de cara no chão.

Hokutoshichisei cansou-se de uma maneira tão absurda com aquele golpe, que retrocedeu a sua forma humanoide. Ele arfava, com a respiração ainda acelerada. Tudo aquilo lhe exigira muito, muito poder. Foi uma descarga muito intensa. Era impossível Inuyasha sobreviver àquele golpe direto.

– Viu, cachorrinho nojentinho? – sua fala era entrecortada pela respiração – Eu disse que você não iria me vencer! Eu sou Hokutoshichisei! E agora, você está morto! Nem sei por que perco tempo falando com um...

– Morto? – Inuyasha disse levantando-se lentamente.

– MAS... MAS... MAS COMO ISSO É POSSÍVEL? VOCÊ LEVOU UM ATAQUE DIRETO! É IMPOSSÍVEL!

– Bem, eu não chamaria isso de direto... – o hanyou pegou a bainha, parcialmente danificada, da Tessaiga e devolveu a seu devido lugar: sua cintura.

– Ora, seu...!

Hokutoshichisei, totalmente enfurecido por ter falhado em aniquilar o oponente, começou a deferir-lhe inúmeros socos e chutes, assim como da última vez. Inuyasha desviava de todos, com certa dificuldade, mas efetivamente.

Logo após, o kumayoukai atacou-lhe com o Kuma no Tsume bem em sua perna direita, rasgando-a parcialmente. Inuyasha urrou e, com enorme dificuldade, continuou desviando dos sucessivos golpes do adversário.

– Sabe a diferença entre nós, Hokutoshichisei? – indagou ainda desviando-se dos golpes.

– VOCÊ É UM HANYOU IMUNDO E EU SOU UM DAIKUMAYOUKAI! NÃO HÁ COMPARAÇÕES! – ele insistia em seus ataques. Até chegou a usar o Kuma no Tsume outra vez, mas o dono do kimono rubro se esquivou desse ataque.

– Exato! E nós, hanyous, não desistimos nunca! Nós temos o sangue humano nas veias, o sangue humano que vocês, youkais, tanto repudiam! Agora sinta como é morrer nas mãos de um HANYOU! KAZE NO KIZU!

– ISSO NÃO VAI FUNCIONAR! ŌGUMA-ZA NO IKARI! – uma enorme bola multicolorida devastou a “ferida do vento” e aproximava-se de Inuyasha.

– ERA EXATAMENTE O QUE EU ESTAVA ESPERANDO! BAKURYUUHAAAAAAAAAAAA!

Hokutoshichisei estava confiante de que conseguiria rebater o ataque, mas foi inútil. Os treinamentos fizeram efeito. O Bakuryuuha foi tão intenso que conseguiu desintegrar todo o corpo do daikumayoukai. Hokutoshichisei deixou de existir e virou apenas uma lenda.

Inuyasha caiu de joelhos, suspirando aliviado. Um sorriso brotou em seu rosto. Ele havia conseguido! Ele havia conseguido mais uma vez! Seus protegidos estavam a salvo.

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– Só mais um pouco, Kagome! – Sango repetia, apertando a mão da amiga.

– Sango, eu não aguento mais! Eu não sei se consigo – seu kimono de sakuras estava tingido por sangue. O suor pingava de sua testa.

– Kagome, o seu parto está complicado, mas ainda é possível terminá-lo! Vamos, ande! – Kaede insistia.

– Eu não sei... eu não sei se consigo. – Kagome suspirava e usava toda a sua força.

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Inuyasha permanecia ali, ajoelhado. Olhava suas queimaduras, mas estas não lhe incomodavam mais. Estava satisfeito com todo o seu mérito, toda a sua merecida glória. Além do mais, seu filho estava quase nascendo.

Consequências...” ouviu uma voz grave em sua cabeça.

– Pai? – disse, mas não havia ninguém em volta.

Achou que estava delirando, contudo, em pouco tempo, ouviu mais uma vez.

Consequências...

Que consequências?” pensava consigo.

Por um instante, lembrou-se do que havia acontecido no túmulo de seu pai. Lembrou-se também do que ele havia lhe dito:

Você terá de arcar com as consequências. Nada na vida é de graça. Prepare-se para ser mais forte do que nunca, Inuyasha. Tenha cuidado, pois eu não sei o que irá acontecer de agora em diante, mas, caso precise de mim, desembainhe a Tessaiga e pense nos seus pais. Tenha certeza de que nós estaremos lá para lhe dar toda a coragem, força e sabedoria que você precisar. Seja forte, Inuyasha, esteja preparado.”

– Arcar com as consequências? – repetiu baixinho.

O medo tomou conta de si. Não, não poderia ser uma consequência tão temível, tão desalmada! Isso... isso é muito injusto. Não se pode fazer um sacrifício dessas proporções! Claro que Inuyasha disse que estava disposto a fazer de tudo para ter Kagome de volta, mas isso? Era cruel demais. Não podia ser.

Os primeiros raios de sol apareceram. Por fim, Kagome finalizara seu parto. Infelizmente, nenhum choro foi ouvido em meio ao canto dos pássaros. Nenhuma comemoração foi feita naquele momento. O pesadelo dos dois se tornara realidade. Seu herdeiro nascera morto.


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Notas finais do capítulo

Gente, antes que vocês me esganem, esfaqueiem e desistam da fic, POR FAVOR, esperem pelo próximo capítulo. E tenham a certeza de que isso foi muito mais difícil pra mim do que para qualquer outro :c eu queria muito esse bebê. T-T (pra casar comigo, lógico hehe)
Bem, às minhas amáveis leitoras, digo que a fic está perto do fim.
Pretendo escrever outras duas fics, como "continuações", mas tais projetos podem demorar muito para sair... por ora, vamos terminar essa, não é? Muito obrigada pela leitura e, sério, muito obrigada por me acompanharem e incentivarem dessa forma. Sou muito grata a todos *-*
Beijinhos