I Will Come To You escrita por Eire


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Notas da autora: Inuyasha e Cia. não me pertence, pertencem a Rumiko Takahashi. Eu não recebo lucro nenhum com as fics que escrevo. Eu apenas gosto de inventar histórias com esse personagens pra me divertir e divertir os leitores. A música usada nesta songfic é I Will Come To You do grupo Hanson. Eu sei que é meio antiga e que pode parecer romântica, mas quando eu estava atrás de uma música de uma fic em homenagem ao dia dos pais, achei a letra dessa daqui a mais certa pra história que eu queria contar. Como já disse essa fic é uma homenagem ao dia dos pais. A idéia surgiu quando vi em um comentário à minha fic “O dia das mães de Inuyasha” a sugestão de uma leitora (Aline Pereira da Silva) para que eu fizesse uma terceira parte, dedicada ao dia dos pais. Deu trabalho, mas está aqui, minha homenagem a todos os otousan’s , nossos velhos, nossos pais. Quem achar que a fic merece um comentário, por favor, não se acanhem, é com os comentários de vocês que eu posso melhorar o que faço. Lembrando que essa fic é em seguida a fic “O dia das mães de Inuyasha”, que foi precedida pela fic “Imortal”. Recomendo que para um melhor entendimento de alguns pontos da fic leiam as fics citadas, principalmente a dedicada às mães. Quem não quiser ler tudo bem, mas se ficar boiando em algumas partes não vá dizer que eu não avisei.



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I Will Come To You

When you have no light to you
Quando você não tiver mais luz para te guiar
And no one to walk beside you
E ninguém para caminhar a seu lado
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você


Já era madrugada em Tóquio, a maior parte das pessoas estava dormindo em suas casas, abrigados da chuva que estava caindo, esta era uma noite bastante fria. No templo Higurashi o vento soprando por entre as folhas das árvores fazia barulhos estranhos que junto com os trovões deixavam a noite assustadora. Num dos quartos da casa uma menininha de sete anos não conseguia dormir. Seu quarto estava escuro porque há alguns meses os pais dela haviam dito que já era hora dela dormir com a luz apagada. “Quando eu era criança, depois de minha mãe morrer, dormi tantas vezes em cavernas ou templos abandonados que eram escuros e muito perigosos, e eu dormia sozinho, sem ninguém por perto. Você vai estar dormindo no seu quarto, perto do nosso quarto. Não vai estar sozinha. Se você ficar com medo é só me chamar que eu virei até você, mesmo que seja só pra te ajudar a enxergar alguma coisa no seu quarto.” Isso foi o que o seu pai tinha lhe dito daquela vez e ela o chamou várias vezes, uma vez ela estava com medo de uma sombra muito grande na parede e ela gritou pelo pai que veio correndo ver o que era: a sombra da abelhinha de pelúcia dela...

Seu pai estava sempre pronto para salvá-la dos monstros da sua imaginação, ele até dizia que enfrentá-los era mais fácil que enfrentar os youkais que ele tanto tinha enfrentado no passado. Seu pai era muito forte, um hanyou, como sua mãe dizia, ela não entendia muito bem, mas seus pais tinham salvado o mundo de um youkai muito mau no passado. Literalmente no passado. No templo onde moravam existia um poço, por onde eles sempre passavam quando queriam ir visitar vovó Kaede, Tia Sango e Tio Mirok, seu amigo-quase irmão Shipou, e seu outro amigo Kohaku, filho da tia Sango e do tio Mirok, lá era muito legal, um lugar bonito onde não existiam prédios, nem aquele cheiro ruim de poluição, que ela sentia muito mais no nariz, não sabia por quê. A mãe dela dizia que aquele poço sempre os levava há 500 anos atrás no tempo, como naqueles animês que passavam na televisão, e ninguém mais, a não ser a própria família poderia saber disso. E esse era o grande segredo da família Higurashi. Também havia outro, pro qual Izayoi sempre arranjava uma desculpa diferente quando algum amiguinho de escola perguntava, seu pai sempre aparecia de boné ou bandana na frente de outras pessoas, que não fosse a própria família, ou os amigos do outro lado do poço. O motivo? Seu pai tinha lindas orelhinhas de cachorro. Ele trabalhava no templo, com o avô dela, ajudava-o a vender os amuletos e de vez em quando aparecia sem o boné para os visitantes porque o vovô queria atrair pessoas para o templo com a desculpa de que lá havia um espírito antigo de youkai. Sua mãe era uma professora, mas ela não dava aulas pra ela e sim para crianças maiores. Além de ensinar, a sua mãe também estudava. Ainda estava cursando uma tal de faculdade e por isso não passava tanto tempo junto de Izayoi. Muitas vezes ela discordava do marido em relação à educação da filha. Izayoi queria comer um doce, seu pai lhe dava, a mãe chegava, queria que a filha almoçasse mas a menina não estava com fome por causa do doce e aí começavam os problemas de adultos.


De vez em quando ela via uma cena muito engraçada entre os pais: se seu pai irritasse muito sua mãe, ou fizesse alguma besteira, ela logo dizia uma palavra que fazia ele cair de cara no chão. Qual a palavra? Senta. Shipou dizia que antes deles se casarem ela dizia essa palavra várias e várias vezes e que a freqüência tinha diminuído depois do nascimento dela. Essas discussões dos dois nunca duravam muito, logo depois já estavam juntos de novo, de mãos dadas, passeando com ela. As briguinhas eram coisa boba, nada que fizesse com que ela tivesse que ver seus pais separados, como tinha acontecido com uma amiga. Seus pais se amavam muito e também a amavam muito. Eles eram uma família feliz e perfeita, até a barriga da mãe dela começar a crescer e eles se sentarem para fazer o que o pai chamou de “uma reunião de família”, onde foi anunciado que em breve um bebezinho ia chegar na casa.


A mãe dela estava esperando neném? Isso significava um irmão, outro filho, um bebê que, segundo sua outra amiga, ia roubar a atenção dos pais dela. “Seu pai e sua mãe não vão mais ter tempo pra você. Todo mundo que vierr a sua casa só vai trazer presentes pra ele.” Izayoi percebia isso, pois a mãe vivia acariciando a barriga e seu pai sempre estava com as orelhas grudadas na barriga da mãe dela pra ouvir o bebê se mexer. Quando ficaram sabendo que ia ser um menino ficaram mais eufóricos ainda. Começaram a pensar em nomes. Já havia até um berçinho instalado no quarto dos pais. “Esse menino vai roubar meu lugar. Vai até dormir perto deles.” Izayoi não conseguia entender como o médico tinha conseguido ver o bebê dentro da barriga da mãe dela, como ele podia se mexer num espaço tão pequeno e muito menos como ele tinha ido parar na barriga da mãe dela, e isso nem interessava a ela, o que a estava deixando angustiada era saber que não teria mais o colo da mãe pra dormir, nem seu pai viria até ela quando tivesse medo do escuro, depois que o bebê nascesse.


Aliás o bebê já tinha nascido, sua mãe estava no hospital, no outro dia seu pai ia buscá-los. Ela sabia que estaria sozinha e pra piorar tudo estava chovendo muito, ela tinha acordado depois de um pesadelo e quando os raios iluminavam a sua janela ela via sombras estranhas na sua janela, que a estava deixando com muito medo, ela pensou em chamar o pai, mas se lembrou do que sua avó lhe tinha dito mais cedo: “Ele passou a noite passada acordado, com sua mãe no hospital, seu irmãozinho deu trabalho pra nascer, ele deve estar muito cansado.”


_É, o papai deve estar muito cansado. Se eu chamar por ele, com certeza não vai nem me ouvir. Mas eu tô com tanto medo! E se forem monstros ou youkais de verdade querendo entrar no quarto pra me levar. Talvez queiram me seqüestrar, daí ao invés de pedirem dinheiro vão pedir pra mamãe entregar aquela jóia que ela sempre guarda com ela. Youkais bobões, vocês deviam seqüestrar o novo xodó e não eu. Papai e mamãe não vão nem sentir minha falta.


De repente o quarto inteiro se iluminou e ela viu uma sombra enorme, que parecia com um cachorro gigante. Novamente houve um clarão e dessa vez pareceu a ela que outro ser estranho estava em frente a sua janela, olhando pra ela, ela podia jurar que algumas coisinhas na forma como ele estava vestido lembravam a ela armaduras antigas e ele tinha uma espada na cintura. Os cabelos eram longos e prateados, como os do pai dela. Parecia um homem, na verdade parecia-se com o meio-irmão do seu pai, Seshoumaru, que ela só tinha visto umas duas vezes na vida. Quando um novo clarão iluminou o quarto o estranho não estava mais lá. Será que era um fantasma? Izayoi sufocou um grito quando ouviu um forte estrondo.


_Acho que vou dormir com o papai.


Izayoi saiu correndo pelo corredor, em direção ao quarto dos pais, sua intenção não era acordar o pai do merecido descanso, ela ia apenas se deitar na cama, se estivesse dormindo ao lado do pai estaria segura. No meio do caminho ela trombou com alguma coisa e deu um grito.


_ Por favor, senhor fantasma-youkai, não me leve embora, eu...


_Calma, Iza-chan. O que houve? Sou eu, o papai.

When the night is dark and stormy
Quando a noite estiver escura e tempestuosa
You won´t have to reach out for me
Você não terá que procurar por mim
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você



_Paizinho, o que cê ta fazendo aqui? Você não tá dormindo. Vovó disse que tava cansado


Inuyasha se abaixou até a altura da filha e olhou nos olhos dela.


_Eu acordei com o barulho dos trovões e não consegui dormir porque pensei que você deveria estar com medo, com toda essa tempestade, conheço você, por isso vim ver como você estava. Pelo que vejo estava certo, não é mesmo?


_Papai tem um monstro-fantasma-youkai enorme na janela do meu quarto.


_Vamos dar uma olhada nesse monstro. Vem cá.


Inuyasha pegou a filha no colo e seguiu pelo caminho que há alguns minutos Izayoi tinha passado.

Sometimes when all your dreams may have seen better days
Às vezes nos seus sonhos você tem dias melhores
And you don’t know how or why, but you’ve lost your way
E você não sabe como nem porque, mas está perdido
Have no fear when your tears are fallin’
Não tenha medo quando as lágrimas caírem
I will hear your spirit callin’
Eu ouvirei o seu espírito chamando
And I swear I’ll be there come what may
E eu juro que eu poderia ficar aqui

Ao entrar no quarto foi até a janela, olhou através do vidro e não viu nada. Acendeu a luz do abajur e novamente não viu nada. Lá fora o vento soprava e mexia os galhos da Goshinboku e de outras árvores. Pensou que novamente deveria ter sido a imaginação da filha. Não podia culpá-la. Nunca admitiria, mas quando criança, depois da morte da mãe, também tinha medo de muito coisa, procurava por alguém que o pudesse ajudar, mas nunca veio ninguém até ele. Ninguém nunca acordou no meio da noite preocupado com ele. Até ele conhecer Kagome. A mulher que tinha feito dele muito mais que um hanyou, muito mais que um simples guerreiro, tinha feito dele um homem, um chefe de família, um Pai. Ela o tinha ensinado tanta coisa. Nem em seus melhores sonhos poderia imaginar a vida que tinham. Ela o tinha ensinado a amar. Dizia que quando ele se sentisse perdido, ele não deveria ter medo de deixar as lágrimas caírem, pois ela ouviria sua alma chamando pela dela e estaria junto dele. Inuyasha não poderia querer tarefa melhor, sentia falta às vezes da adrenalina das batalhas, mas ele preferia mil vezes enfrentar os monstros imaginários de Izayoi, que qualquer grande oponente da Sengoku Jidai. Preferia mil vezes a companhia de Kagome durante a noite, que dormir naquelas cavernas, templos abandonados, galhos de árvores onde sempre dormia, sozinho. Não se importava com o fato de estar vivendo num mundo estranho. Poderia sempre contar com sua Kagome. E ela sempre poderia contar com ele. Aliás sua família sempre poderia contar com ele, não teriam que procurar por ele, ele sempre estaria lá para guiá-los, ajudá-los, não importando como estivesse ou para que precisavam dele.

When you have no light to you
Quando você não tiver mais luz para te guiar
And no one to walk beside you
E ninguém para caminhar a seu lado
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você

When the night is dark and stormy
Quando a noite estiver escura e tempestuosa
You won´t have to reach out for me
Você não terá que procurar por mim
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você


Inuyasha colocou a filha na cama e subiu na cama, se sentando do lado dela. Colocou o edredom por cima dela, cobrindo também a si mesmo.

_Parece que seu monstro foi embora.

_É. Mas eu juro que ele estava ali.

_Eu sei. Mas não se preocupe que vou ficar aqui pra vigiar e enfrentá-lo quando ele aparecer. Pode dormir tranqüila.

_Vai ficar acordado.

Inuyasha mexeu a cabeça em sinal afirmativo.

_Mas eu pensei que você estivesse muito cansado e precisasse dormir.

_Posso agüentar.

_Quando eu acordei pensei em chamar você, papai, mas me lembrei do que a vovó tinha dito e achei que era melhor não te acordar. Achei até que você não ia me escutar te chamando e fiquei quieta. Quando eu vi o fantasma na janela eu resolvi ir atrás de você, nem que fosse pra ir dormir com você, sem te acordar.

_Izayoi-chan, deixa eu te dizer uma coisa, sempre que você estiver com medo, como uma hoje, por exemplo, uma noite escura e tempestuosa, você não vai ter que procurar por mim, porque eu virei até você. Pensei que soubesse disso.

‘Cause even if we can’t be together
Porque mesmo se nós não pudermos ficar juntos
We’ll be friends now and forever
Nós seremos amigos agora e para sempre
And I swear that I’ll be there come what may
E eu juro que eu poderia ficar aqui

_Eu sei, mas é que eu tô com medo.

_Eu sei, já disse que vou vigiar pro monstro não aparecer de novo.

_Também estou com medo disso, mas tava falando de outra coisa.

Inuyasha olhou para filha interessado. Há dias que a menina estava estranha, tinha até mesmo voltado a molhar a cama durante a noite e uma amiga de Kagome disse que era por causa do bebê, ela estava sentindo que iria perder os pais. Inuyasha e Kagome não sabiam o que fazer para passar a segurança que a filha precisava, era normal que estivessem felizes com o bebê, já havia tempos que planejavam outro filho. Depois que Izayoi tinha nascido Kagome disse que só teria outro filho quando a filha estivesse maior, queria continuar seus estudos, fazer faculdade, mestrado, talvez até doutorado. Queria estar numa situação mais estável. Um ano antes tinham adiado os planos de ter outro filho devido ao estudo de Kagome, que estava exigindo muito dela, ela nem ao menos tinha muito tempo para Izayoi, que dirá para outro bebê. Mas nesse ano, com a tese de Kagome já pronta, faltando apenas ser defendida, resolveram que já era hora. Até porque Kagome tinha lido que não era bom que os filhos tivesse muitos anos de diferença entre eles. Izayoi já tinha sete anos, se adiassem por mais tempo a menina poderia ter problemas para aceitar um irmão. Inuyasha não queria que a filha tivesse problemas com o irmão caçula assim como ele tinha tido com Seshoumaru, com quem tinha se acertado meses antes da filha nascer. Mas o que ele poderia fazer para mostrar a Izayoi que o bebê não ia tirar o lugar dela do coração dele e de Kagome. Kagome disse que iria pedir para que a filha a ajudasse a cuidar do bebê, assim faria com que a menina não se sentisse tão excluída. Mas será que daria certo? Ele tinha medo que Izayoi não aceitasse o irmão. Nesse momento pensou se o que a filha queria falar com ele tinha algo a ver com isso.

_É, o neném da mamãe já nasceu, né? E...Sora me disse que quando nasce um bebê a família só se interessa por ele, esquece do outro filho. Eu não queria perder você e a mamãe.- Izayoi começou a chorar abraçada ao pai – Amanhã quando ele chegar vocês vão me deixar sozinha. A mamãe só vai ter olhos pra ele e você vai deixar de ser meu amigo pra sempre, porque ele é um garoto e pais se dão melhor com meninos.

Inuyasha olhou pra filha, secou as lágrimas da menina e a colocou sentada em seu colo.

_Iza-chan, você pensou mesmo que eu iria deixar de ser seu amigo? Meu bem, eu sempre vou ser seu pai, sempre vou estar do seu lado, nós somos amigos agora e vamos ser amigos para sempre. Mesmo quando você já for uma mocinha, e me chamar de “velho”, quando começar a sair, arranjar namorados, quando se casar, tiver sua família, mesmo aí, quando vamos estar, talvez, longe um do outro eu sempre vou ser seu amigo. Eu juro que sempre vou estar aqui. Do seu lado. E também do lado do seu irmão. Não vou gostar mais do seu irmão porque ele é menino. Não me importo com isso.

When the night is dark and stormy
Quando a noite estiver escura e tempestuosa
You won´t have to reach out for me
Você não terá que procurar por mim
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você

_Você jura papai?

_Juro.

_E a mamãe?

_Sua mãe te ama muito, filhinha. Ela nunca te abandonaria. Eu a conheço muito bem pra poder dizer isso. Olhe, não é porque nós tivemos outro filho que vamos deixar de gostar de você ou gostar menos. Olhe sua avó, ela teve dois filhos, sua mãe e se tio Souta. Acha que sua avó gosta mais de um que de outro?

_Não.

_Pois acontece o mesmo comigo e com sua mãe, vocês dois sempre vão ter o mesmo lugar nos nossos corações e você vai ser sempre minha filhinha. Quer saber do que mais, sua amiga exagerou quando falou a você sobre como ficam os pais quando outros filhos nascem. Nós ficamos felizes com todos os filhos. Eu e sua mãe não agimos feito bobos apenas nessa gravidez dela. Também fizemos a mesma coisa com você. É normal que o bebê precise mais de pessoas perto dele, porque ele é muito pequeno e não consegue fazer nada sozinho, e você já consegue se virar sozinha com muitas coisas, mas sempre que precisar de nossa ajuda nós vamos estar lá, porque esse é nosso dever com você. Você é nossa filha, e só queremos o seu bem. Izayoi, todas as pessoas no mundo precisam em algum momento da vida de alguém que as transforme, que as entenda. E as primeiras pessoas que tem o dever de fazer isso por nós são nossos pais.

_Seus pais fizeram isso por você, pai?

_Sua avó, de quem você herdou o nome, sim. Ela fez o possível pra me entender e me transformar na pessoa que hoje eu sou, pelo menos enquanto esteve viva.

_ E o vovô?

_Meu pai morreu quando nasci, eu nem ao menos cheguei a conhecê-lo, mas acredito que se ele tivesse vivido tempo suficiente teria feito isso. A prova é que ele salvou a mim e a minha mãe de um castelo em chamas, no dia em que nasci, entregou a minha mãe a pele de rato de fogo, a roupa que eu sempre visto quando vamos atravessar o poço, ela me protegeu muitas vezes quando eu era criança, e depois ele me deixou de herança a Tessaiga. Minha espada, que tantas vezes salvou minha vida e a vida de sua mãe. Acho que ele ficou feliz quando soube que ia ter outro filho, mesmo eu sendo um hanyou e ele um youkai. Acho que ele também ia gostar de você. Sua avó também, eu tenho certeza. Quero que entenda Izayoi que sempre que você se sentir triste, sempre que precisar de forças para continuar, eu sempre estarei lá pra te alcançar e pegar sua mão pra te ajudar. Como fazia quando estava aprendendo a andar.

We all need somebody we can turn to
Todos nós precisamos de alguém que nos transforme
Someone who’ll always understand
Alguém que sempre entenderá
So if you fell that your soul is dyin’
Então se você sentir que sua alma está morrendo
And you need the strenght to keep tryin’
E você precisar de força para continuar
I’ll reach out and take your hand
Eu a alcançarei e pegarei a sua mão.

_Eu acho que fui uma boba em ficar com ciúmes do meu irmãozinho.

_Não, você não foi nenhuma boba. Só devia ter nos contado sobre isso antes. Eu tive uma idéia. Quando sua mãe chegar com o bebê você pode ajudá-la. Ela vai precisar de ajuda, pra trocá-lo, pra fazê-lo dormir. Sua mãe vai gostar muito da sua ajuda. E sabe do que mais? Também vamos precisar de ajuda para ensinar as coisas certas pra ele. Ele também vai precisar de alguém que o entenda e que o ajude a ser um bom menino e sabe quem vai fazer isso?

_Você e a mamãe?

_Certo. E com a sua ajuda. Acha que pode dar conta dessa responsabilidade?

Izayoi hesitou um pouco na resposta, olhou para o pai e deu um longo sorriso parecido com os sorrisos de Kagome.

_Sim, mas eu não quero trocar fraldas.

_Também não gosto dessa parte.

E os dois começaram a gargalhar juntos. Inuyasha dormiu no quarto de Izayoi e nem ao menos percebeu que à noite a misteriosa figura que a filha tinha visto na janela tinha aparecido de novo e dado um sorriso ao ver os dois: pai e filha juntos. Também disse algo.

_Você tem razão filho, eu teria feito tudo o que disse. Queria muito ter podido estar ao seu lado e te ajudado. O máximo que pude fazer foi deixar a Tessaiga para lhe proteger. Através dela eu sempre vou estar do seu lado.

Uma mulher muito bonita se aproximou dele.

_Inutaisho, precisamos ir.

_Eu sei. Só queria vê-los. Mas agora, sinto tanta vontade de falar com ele.

_Eu também. Posso entendê-lo, mas não podemos. Só deixaram que eu o trouxesse para vê-lo. Talvez outro dia.

_É. Sei que não posso falar com ele, mas isso não me impede de vir até ele para poder ajudá-lo. Eu tenho muito orgulho dele. Tornou-se um bom homem, ou um bom hanyou. Sou muito grato a você, meu amor, por ter me dado um filho como ele.

A mulher sorriu e estendeu a mão para ele que a pegou. Os dois sumiram como se fossem névoa se dispersando no ar.



When you have no light to you
Quando você não tiver mais luz para te guiar
And no one to walk beside you
E ninguém para caminhar a seu lado
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você


No outro dia Inuyasha foi buscar Kagome e o filho no hospital. Izayoi estava na escola. Quando a menina chegou correu para o quarto dos pais, estava morrendo de saudades da mãe e queria conhecer o irmãozinho. Inuyasha já tinha contado a Kagome sobre a noite anterior. Ao entrar no quarto Inuyasha fez sinal para que ela não fizesse muito barulho, para não acordar o bebê. Kagome deu um abraço bem apertado na filha e a trouxe para sentar do seu lado.

_Senti tantas saudades suas.

_Eu também, mamãe. Você tá bem?

_Estou sim, melhor agora que estou com minha filhinha do meu lado. Seu pai me contou que tinha um fantasma na sua janela ontem à noite. Ele foi embora?

_Foi. Eu o vi no meu sonho. Eram o vovô e a vovó. Fiquei com medo à toa. Eles só queriam ver o papai, principalmente o vovô.

Inuyasha que estava conferindo como o bebê estava dormindo olhou espantado em direção à filha.

_Ouviu o que ela disse, Inu-chan?

A menção do apelido fez Inuyasha arquear as sobrancelhas. Dirigiu-se até a cama e se sentou do lado de Kagome.

_Tem certeza disso Iza-chan?

_Tenho. Eles falaram comigo.

Enquanto Izayoi foi ver o bebê no berço Kagome disse a Inuyasha, em um tom que apenas ele poderia ouvir.

_Acha que é verdade?

_Pode ser. Minha mãe já veio nos ver uma vez, não é mesmo? O que me impressiona, é saber que meu pai pode ter vindo nos ver. Queria tanto tê-lo conhecido. Acho que ele veio porque queria ajudar Izayoi, que estava muito angustiada.

_Talvez quisesse ajudar você a lidar com aquela situação.

_É talvez. Será que se ele não tivesse morrido ele teria sido capaz de mudar a opinião do Seshoumaru em relação a mim?

_Foi ele quem pediu, em sonho, para seu irmão te ajudar a voltar pra mim, não foi?

_Seshoumaru diz que sim.

_Seu pai sempre esteve do seu lado, Inuyasha.

_Tem razão. Sabia que foi ele quem escolheu meu nome?

_Mamãe que nome deram pro bebê.

_Taisho.

_Quem escolheu esse nome?

_Seu pai.


Izayoi olhou para o irmãozinho que dormia tranqüilo no berço. Tinha os cabelos cor de prata, como os de Inuyasha, mas os olhos, sua mãe havia lhe dito eram azuis, como os de Kagome. Lá fora uma tempestade se aproximava e o bebê acordou com o barulho de um trovão. Taisho começou a chorar e Inuyasha foi até o berço pegar o menino no colo. Levou-o até a Kagome que o pegou no colo.

_Está tudo bem, meu anjinho. Tudo bem. – ao ver como a filha olhava para eles Kagome se dirigiu a ela- Quer pegar ele?

_E se eu derrubar ele? Posso machucá-lo.

_Vem, eu ensino você.

Kagome explicou a Izayoi como segurar o bebê sem machucá-lo e o entregou a filha. Izayoi olhou para o menino que ainda chorava. Começou a balançá-lo nos braços e cantou alguns versos de uma canção que tinha aprendido na aula de inglês.


When the night is dark and stormy
Quando a noite estiver escura e tempestuosa
You won´t have to reach out for me
Você não terá que procurar por mim
I will come to you
Eu virei até você
Oh I will come to you
Oh Eu virei até você


_Não precisa ter medo Taisho. Sua oneesan sempre vai estar aqui pra te proteger dos perigos. Viu?

Inuyasha enlaçou uma de suas mãos com a mão de Kagome e deu-lhe um beijo na testa. Os dois sorriram e trocaram olhares, para não estragar com palavras aquele momento lindo dos seus filhos.


Depois de tudo isso Izayoi sempre estava do lado do irmão, procurando ajudá-lo e Inuyasha, como havia prometido a ela, não havia deixado de ser seu amigo, e também era amigo de Taisho. Kagome, que finalmente tinha terminado seus estudos, passou a dividir seu tempo entre o trabalho e os filhos. Quando precisava de ajuda com Taisho sempre tinha Izayoi do seu lado, e também Inuyasha. Eles sempre saiam juntos, passeavam, iam a outra era. Shipou sempre estava com eles nestes momentos. Ele também fazia parte da família. Era como se fosse o terceiro filho de Kagome e Inuyasha. Inuyasha se sentia feliz com a vida que levava e tinha muito orgulho dos filhos, que também tinham muito orgulho do pai que tinham. Conforme foi crescendo Izayoi, começou a perceber que sua família não era tão perfeita como ela queria, mas o mais importante é que todos eles se amavam e se respeitavam. Inuyasha era um ótimo pai de família, o que deixava Inutaisho orgulhoso no lugar onde estava.


Fim.


Até mais e feliz Dia dos Pais!
Não esqueçam o presente dele. Seu pai pode te encher o saco, ficar pegando no seu pé, pode te dar pouca mesada, pode não concordar com seus pontos de vista e opiniões, pode não demonstrar seu amor com tanta intensidade, mas tenha certeza de que ele te ama e só quer a sua felicidade, e claro ganhar pelo menos um abraço nesse dia, ou, como é o caso do meu, receber um telefonema.
Kissus.
Eire.




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