A Grande Profecia de Nárnia escrita por ro1000son


Capítulo 6
Capítulo 5: O Mistério da Rainha (2º Parte)


Notas iniciais do capítulo

* Os personagens principais e os cenários pertencem ao grande C.S.Lewis.



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Algum tempo depois, General Sperdan havia solicitado uma audiência com a Rainha logo após receber uma mensagem de Nedamus, que dizia que os narnianos estavam prontos a se juntar com o exército do castelo. Na carta, ele sugeria que o exército e os narnianos rumassem para o norte afim de interceptar a Feiticeira antes mesmo que ela entrasse de vez em Nárnia. Também avisava que a Feiticeira, junto com seguidores dela, estavam rumando para as montanhas do norte, justamente para as armadilhas que os castores fizeram. E nesse momento, o General cruzava os corredores de Cair Paravel ao encontro da Rainha, sendo acompanhado por Lorde Doran e Lorde Isarim, dois grandes conselheiros do reino. Lorde Doran era bastante influente em Nárnia, mas não tanto quanto Lorde Isarim, que era bem mais velho que os dois juntos. General Sperdan seguia no meio dos dois e abria a porta para a alameda que dava no jardim preferido da Rainha. E ela esperava por eles, trajando um logo vestido branco com detalhes dourados, tomando um chá na companhia de duas amas.

- General, Lordes. Que prazer em vê-los. - disse ela mostrando um sincero sorriso.

- Também estamos satisfeitos e vê-la, minha Rainha. Venho pedir permissão para levar o exército para o norte. Nedamus mandou notícias e sugeriu que no norte seria melhor para segurarmos a Feiticeira. - disse o General, entregando o pergaminho a Rainha. Ela abriu e começou a ler um trecho mas não terminou.

- Meu bom General, não precisa que eu autorize isso. Tem toda a autoridade numa hora dessas.

- Nedamus diz que ela está próxima das montanhas do norte. Vai passar justamente nas armadilhas que os castores montaram. - disse Lorde Doran.

- Então aquele anão está mesmo orientando a Feiticeira. Isso vai ser um problema para nós, General. - disse a Rainha, olhando de Lorde Doran para Sperdan, que respondeu.

- Nós só precisamos estar a um passo a frente dele.

- Mas ele conhece muito de Nárnia. É filho de Graarnes, que é muito nosso amigo. - reconheceu Lorde Isarim.

- Sei que Nárnia está segura com tanta gente disposta a ajudar, como temos agora. Lutar com essa Feiticeira não vai ser fácil. Já sabemos quantos são?

- São cerca de oito mil com a Feiticeira. - disse o General.

- Nisso temos a vantagem, Majestade. - Lorde Isarim comenta. -  Só nosso exército é mais que esse número. E junto com os narnianos então...

- Mas como Nedamus diz na carta, números não vencem batalhas. - interrompeu Lorde Doran. - A Feiticeira Branca certamente tem um plano, e é muito esperta.

- Tem razão, Lorde. - disse a Rainha, mostrando preocupação. - Precisamos estar prontos para ela.

- Mas, Alteza, não está pensando em ir para o front. Está? - perguntou Lorde Isarim.

- Mas é claro que não. Eu sou uma dama, Lorde. Não me acostumo com essas guerras, que na verdade nem deveriam existir em Nárnia. Mas sei que elas são necessárias. Ou você acha que a Feiticeira Branca vai trazer um exército desse tamanho só para tomar chá conosco? - disse isso, levantando uma xícara do seu chá para tomar mais um pouco.

- Claro. Tem razão, Majestade.

- Então vamos. - disse Lorde Doran. - Temos um problema para resolver lá fora.

E os três fizeram uma reverência e se viraram para se retirar, mas a Rainha interrompeu.

- General, fique um pouco. Preciso conversar com você à sós. - e olhou para as amas de companhia, que entenderam o olhar e se levantaram para acompanhar os dois lordes.

A Rainha convidou o General para se sentar e esperou até que estivessem realmente sós. Depois de algum tempo, tomou mais um pouco do seu chá e começou dizendo a Sperdan.

- General, sabe que confio em você. É o meu mais fiel súdito e amigo.

- Sim, Majestade. Estou sempre à sua disposição.

- Preciso te contar uma coisa. Noite passada tive um sonho. Sonhei com nosso Grande Leão. Mas esse sonho me foi perturbador.

- Mas como um sonho com Aslam pode ser perturbador, minha Rainha? - perguntou o General, meio confuso.

- Vou te contar. Sonhei que eu estava em um bosque. Era muito bonito, mas não era Nárnia. E isso estava me incomodando. Eu caminhava por entre as árvores e não encontrava ninguém. Às vezes encontrava um ou outro lago e havia um rio que, por mais que eu procurasse, não conseguia saber de onde vinha e nem para onde seguia.

- Que estranho. - sussurrou Sperdan.

- O estranho é agora. - continuou a Rainha.- Andei muito até que encontrei uma parede de vidro enorme, e do outro lado estava ele. Mas Aslam estava enorme. Ou parecia que era gigantesco, ou eu e o bosque estávamos muito pequenos. Era como se eu estivesse dentro de uma caixa de vidro. Só que quanto mais ele me olhava, mais triste ele ficava, pois ele ouvia minhas súplicas. Eu pedia a ele que me tirasse de lá, mas ele não podia fazer nada.

- E depois? - quis saber o General.

- Depois eu acordei. E estou com esse sonho na minha cabeça até agora.

- Talvez deva consultar...

- Não vou consultar ninguém por causa desse sonho. - interrompeu a Rainha, olhando direto para os olhos do General. - É bobagem. Se esse sonho era pra me dizer alguma coisa, vou ficar sabendo com o tempo. Temos coisas mais urgentes para nos preocupar.
- Como queira, Majestade.

O General entendeu o que a Rainha quis dizer com isso, prestou uma reverência, e se retirou se encontrando logo com os dois Lordes que estavam a caminho da saída do castelo. O exército estava esperando lá e, quando os três chegaram, ficou acertado que o General seguiria com o exército e os dois Lordes ficariam com a Rainha.

E assim o exército de Cair Paravel rumou para o norte, para se encontrar com os narnianos. Traziam nas vestes, nas flâmulas e nos escudos algo diferente. Além da habitual figura do Leão em posição de ataque, havia uma enorme árvore fazendo fundo com este. Foi a forma que encontraram para homenagear a árvore que foi destruída recentemente e que protegia Nárnia. Foi um longo caminho e levaram dois dias até chegarem no local combinado, mas por onde passavam, ganhavam vivas e saudações de todos que encontravam pelo caminho, sendo que o mesmo aconteceu quando se encontraram com os narnianos que iriam para a batalha. Nedamus, acompanhado de seu discípulo, Óruns, foi quem recebeu o General.

- General Sperdan, que satisfação em vê-lo. Só gostaria que as circunstâncias fossem outras.

- Eu também, meu bom Nedamus. - respondeu o General. - Mas infelizmente não imaginamos que aconteceria assim.

Enquanto os três conversavam, os anões, faunos, texugos, centauros, ursos e os outros animais se misturavam ao exército, que em sua maioria era de descendentes de Filhos de Adão. Todos discutiam e trocavam informações. Mas enquanto eles se reuniam para seguir para as montanhas, a Feiticeira já chegara no vale que existe entre dois morros. Enquanto seus seguidores continuavam no caminho, ela contemplava o lugar. Viu um grande lago que havia na região e teve um pensamento que resolveu dividir com seu comandante e com o anão que a acompanhava.
- Ginnarbrik, Otmin. Esperem. - a Feiticeira fê-los parar e começou a dizer o que queria. -  Marquem bem este lugar. Será aqui meu castelo.
- Mas e Cair Paravel? A senhora não se interessa por ele? - perguntou Ginnarbrik.
- Nem um pouco. - respondeu Jadis. - Por mim, será abandonado. Quero que construam meu castelo naquela pequena ilha no meio do lago, com grandes torres e um enorme portão de entrada. - e os dois olharam tentando acompanhar a imaginação da Jadis. Foi quando eles foram surpreendidos pelos gritos dos que seguiam à frente e viram que a caravana parou por algum problema. A Feiticeira foi a primeira a ir para o local e verificar o que estava acontecendo.
- O que há? Porque todos pararam? - perguntou ela em tom desafiador.
- São armadilhas, minha Rainha. Tem delas por todo lado. - respondeu um gnomo.
- Não podemos prosseguir assim. - disse também um ciclope.

A Feiticeira deu uma boa olhada no local e viu que havia muitos dos seus caídos em buracos, alguns presos nas árvores da floresta que havia próxima e um ou outro esmagado pelas grandes toras que os atingiram.
- Não é possível. - sussurrou a Feiticeira, quando Ginnarbrik e o minotauro chegavam próximos a ela. O minotauro fez um gesto que fez parar o restante do grupo que se aproximava e o anão reconheceu o que estava acontecendo.
- São armadilhas... Foram os castores.
- Como disse? - perguntou a Feiticeira quando ouviu as palavras do anão.
- Que essas armadilhas foram os castores que fizeram. Os cortes nas árvores são inconfundíveis.
- Então foi você que nos trouxe para essa armadilha? Como ousa? - a Feiticeira concluiu, levando a sua varinha para o pequeno pescoço do anão, que sentiu calafrios na espinha.
- Não, minha Rainha. Não imaginava que isso fosse acontecer. Jurei fidelidade à senhora. - disse Ginnarbrik tentando esconder sua tremedeira nas pernas.
- Então acha que isso pode ter sido obra apenas dos castores? - perguntou Jadis, um pouco mais calma, tirando a varinha de perto do anão.
- Não creio. Os castores devem ter feito isso a mando da Rainha Cisne Branco ou de outro alguém. Talvez de Nedamus, o centauro. Estou certo que há centenas dessas armadilhas, talvez milhares.

A Feiticeira olhou um pouco mais ao redor e, depois de alguns segundos de pensamento, se virou para o comandante Otmin.
- Comandante, depois que tomarmos Nárnia, você será proclamado General. E sua primeira tarefa será exterminar todos os castores que encontrar.
- Entendido, minha Rainha. - respondeu o minotauro.
- Por agora, quero que convoque alguns gigantes para desmontar essas armadilhas o suficiente para que nossa tropa passe para o outro lado da floresta. Vamos montar acampamento por aqui mesmo até podermos atravessar.

Logo que recebeu essas ordens, o Comandante Otmin tomou as providências. Ginnarbrik se encarregou do acampamento juntamente com outros lacaios da Feiticeira. Ela notou que aquelas armadilhas eram justamente para atrasá-la e pôs-se a pensar em outros planos, caso já tivesse alguém esperando por eles. Ela não foi muito longe, pois o exército junto com os narnianos já seguiam para aquela direção afim de surpreender a Feiticeira.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que estão acompanhando. E obrigado a quem deixou review. Estou muito animado para escrever os próximos capítulos.



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