O que Otempo se Nega a Apagar. escrita por Deeh-chan


Capítulo 14
Não vou desistir de você...


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo Nostálgico.
Mais muito comovente.
Afinal, Natal e cheio de lembranças, e surpresas de algumas visitas inesperadas e indesejadas.

Reviews?



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Manha de Natal.

Sim, tudo passou tão rápido. Acordei mais cedo que ela, olhando tudo ao meu redor, estava nevando, mas eu não me alegrei com aquilo, a árvore estava brilhando, as ruas cheias de corais magníficos a se escutar, mas eu preferia ficar em casa junto a Naomi, pois era só questão de tempo e aquele poderia ser meu ultimo Natal com ela.

Fui até a cozinha, ainda de roupão e chinelos, cabelo bagunçado, olhos inchados de sono e de tanto chorar, mas com um sorriso no rosto, um sorrido leve e delicado de mãe. Corri para cozinha as 08h00min da manha, ela iria acordar cedo, e eu queria preparar tudo. Uma fornalha de biscoitos de baunilha, chocolate quente, torta de maçã, bolachinhas de canela, afinal, eu era uma boa cozinheira.

Os enfeites sorriam para mim, meu avental era verde com um belo papai Noel gigante desenhado. Estava contente em passar o Natal com ela, mesmo sabendo que ele estaria com outro em seus braços neste mesmo instante, acordando de uma noite de prazer cheia de beijos e aconchegos que antes eram meus, dane-se, quero viver novamente, pela Naomi, e por mais ninguém aquele dia.

Mais eu não podia deixar de me lembrar, quando fui colocar os copos a mesa, e aprontar uma bela ceia para Naomi, não podia deixar uma lembrança tão bela de fora, aqueles copos cheios de desenhos, as toalhinhas arrumadas em seu devido lugar, e a leve chama da vela, bem ali, acesa queimando ao nosso beijo.

Flashback.

25/12/2003

Acordava meio sonolenta, levantando da cama fria e gelada de um Natal em Tóquio.

Os lençóis molhados de suor, afinal, teriam dormido juntos ontem à noite, foi ótimo, como nunca, cheios de amor um pelo outro. Eu estava sorrindo, de leve colocando meus pés ao chão, imaginando onde ele estaria, pois o seu lado estava vazio, e a porta levemente escorada.

__Amor?

Eu sussurrei, tentando me fazer de boba, mas eu já sabia o que viria a seguir.

__Onde você está?! –Me levantei, e devagar fui até a porta.

Estaria usando uma camisola branca, com chinelos soltos ao pé, e o cabelo longo escorrido pelo rosto, e os olhos brilhando como nunca de alegria, e um belo sorriso malicioso no rosto.

__O que quer que esteja fazendo, espero que limpe tudo depois!

Fazia-me de mandona, ele adorava isso.

Foi então que eu ouvi algum ruído estranho vindo pela chaminé.

__O que...

Aproximei-me para ver o que era, e não acreditei quando vi.

__Não... Não acredito nisso! –Eu levei as mãos ao rosto rindo e ao mesmo tempo, envergonhada.

__Nossa! Você um dia me disse que queria ver o papai Noel então...

Ele estava saindo da chaminé, vestido de papai Noel, com uma barba que tampava todo o seu rosto e inclusive não combinava com o cabelo preto, sorrindo um sorriso meigo e gentil, e com uma sacola vermelha nas costas, botas pretas, tudo o que era preciso para me matar de vergonha.

__Seu bobo! –Eu recuei, rindo da cara dele, tímida.__Não precisava fazer isso...

Eu ria do jeito que ele fazia com a barriga, imitando o Papai Noel para mim, rindo como ele, e fingindo ser uma fantasia minha de criança, apesar de tudo, ele era único, e muito fofo, O Meu papai Noel.

__Vem cá, vamos, vou te dar um presente de papai Noel...

__O que?-Eu perguntava ainda rindo, apontando para sacola vermelha.

__Aqui está...

__Não! Não acredito nisso! –Eu girei os calcanhares para esconder meu sorriso, ele me matou de vergonha.__Seu bobo!

__Você vai ficar linda nisso!

De dentro da sacola ele tirou um lingerie preto e vermelho, bem curtinha por sinal.

__Eu nunca vou usar isso! –Eu falava tímida.

Queria me esconder, eu ria tanto dele imitando Papai Noel, que por segundos revivi minha infância quando da bolsa enorme vermelha, ele tirou um pirulito.

__Aqui esta, para doce menininha!

__Nossa... –Eu segurei o pirulito gigantesco.__Obrigada papai Noel... –Tentei então entrar na brincadeira.

__Não acabou ainda...

__Tem mais! –Eu fiquei espantada.

__Não precisa ficar vermelha mocinha, papai Noel não vai fazer nada com você...

__Ah, sei!

Ele estava tão meigo, com a barba branca, olhando para mim com ambos olhos de ônix, tão profundos, me encantei com seu sorriso.

__Olha aqui...

__Uma câmera!

__E um retrato...

Naquele momento, ele pegou na minha mão, e me levou ate ele, carinhosamente.

__Com essa câmera vamos tirar uma foto, e com aquele, porta retratos vamos guardar essa foto, para mostrar para todos que nesta casa entrarem, o meu amor por você, e para saberem que aqui mora uma bela donzela, e que ela já tem dono!

__Seu bobo, bobo, bobo! –Eu sorria, segurando suas mãos.

__Te amo... –Ele então levou meu rosto ao dele.

__Espera! –Eu puxei a barba branca.

__Ah! Credo, desse jeito você mata o papai Noel...

__Agora sim...

Eu levei minhas mãos ao seu rosto, e de leve me aproximei, e lhe dei um beijo carinhoso.

__Te amo... –E sussurrei em seu ouvido.

Ele somente sorria, e logo, pegou a foto e a levantou.

__Vamos lá! Sorria!

__Claro...

Eu o abracei, e ele me envolveu em seus braços, e encostou a cabeça levemente sobre a minha, e colocou um belo sorriso.

Tiramos então aquela foto, uma linda foto na qual eu sorria sentindo o seu abraço e o seu cheiro, e ele todo galante e maravilhosamente meigo, me abraçava, com vontade, com amor.

Depois daquilo, tomamos um belo café da manhã, que ele preparou, perfeito para mim, cheio de enfeites, os mesmo copos que hoje eu estaria usando, e uma vela acesa, no jantar de Natal, somente eu e ele, na mesa, e a vela flamejante, guardando o nosso beijo.

Aquele teria sido o meu natal maravilhoso, dormimos abraçados aquela noite, juntos ouvindo os corais de leve, e o luar lindo que ali fazia, não queríamos sair de casa, queríamos somente ficar juntos, eu mal sabia que aquele seria o meu ultimo Natal com ele.

Fim do Flashback.

__Mamãe...

__Hã... Filha!

__Porque esta chorando? –A Pequena se aproximou de mim, segurando um dos copos, derramando sem querer um lagrima.

__Não, não... –EU rapidamente a enxuguei, e coloquei o copo verde a mesa enfeitada.__Olha só o que a mamãe preparou! –Eu então abri o maior sorriso que eu poderia ter naquele instante.

Minha filha deveria ter o melhor Natal da sua vida.

__Nossa, mamãe! –A pequena começou a bater palminhas, e correr para mim.__Lindo!

E logo olhou para mesa, e sem modos enfiou o dedo na torta e dela tirou um belo pedaço.

__Naomi! –Eu coloquei as mãos a cintura, olhando-a, com um suposto olhar maldoso.

__Ah, mamãe, desculpa, eu, eu...

__Não era pra fazer isso sem mim!

__O que...

Eu peguei a torta, e logo um pote de sorvete que tinha logo mais acima da mesa.

__Mamãe... –Seus olhinhos brilhavam

__Chocolate! –Eu tirei duas colheres da gaveta, e sentei no chão, ao nível dela. __Vamos...

A pequena pegou uma das colheres, e se sentou ao meu lado, bem pertinho de mim, me olhando com aqueles doces olhinhos brilhantes.

__Feliz Natal mamãe! –Ela então me abraçou.

Eu sorria com ternura para ela.

__Feliz Natal... –E beijei sua cabeçinha, sentindo o perfume de bebe novamente em seus cabelos.

__Agora, a bocada final! –Ela então despejou a colher no sorvete e na torta, e colocou sobre a boca, deixando quase tudo cair no chão, porque ela era pequena de mais.

Eu sorria, somente sorria, deixando a pequena ser feliz junto ao meu lado. Eu fiz o mesmo. E ficamos as duas, ali paradas, comendo sorvete, sentadas no chão, naquela manhã de Natal.

Alguns minutos depois.

__Vamos tomar um banho Naomi! –Eu batia palminhas para ela, toda lambuzada de sorvete, sorrindo por completo para mim, era maravilhosa vê-la tão feliz e animada.

__Ah! Mamãe! Mamãe! Presente!

A pequena puxava meu avental, euforicamente.

__Sim, sim, tem um presente para você... Mais só depois do banho!

__Ah! AH! AH! –Ela pulava eufórica, com tanto açúcar, era maluquinha, girando sem parar, pulando e batendo palmas.

__Você vai explodir menina!

__Vou, vou!

__Anda vai pro banheiro! –Eu fui empurrando ela, e lhe fazendo cócegas

A pequena então tirou logo a roupinha e pulou na banheira que eu havia preparado, cheia de sabão, e a água estaria morninha, perfeita para uma boa diversão.

__Mamãe! Pega o shampoo pra mim, quero ficar igual aquelas mulheres da televisão...

__OK, já volto...

Tirei às mãos da banheira, estaria lavando seus pés sujos, e então as enxuguei e me levantei.

__Espera aqui!

__Iuupiii!

A pequena mal me ouvia, girava na banheira derramando água por toda parte.

Eu nada disse, andei pelo corredor, até o meu quarto, e peguei outro creme para ela, quando bateram na porta.

__Mamãe tão batendo!

__Já vou atender!

Eu fui devagar até a porta, enxuguei melhor as minhas mãos, e quando abri, quase cai para trás porque o meu coração parou de bater.

__Você...

__Oi, eu trouxe flores, e um vinho... –Ele sorria sínico.

__Você não é bem-vindo aqui!

__Mas é Natal, e também, eu disse pro povo do trabalho, que faríamos uma festinha, você terá de vir comigo...

__Naruto... –Eu só o olhava, sorrindo, tentando ser meigo, mais a raiva que eu sentia por ele era tanta, que eu quase lhe dei um soco ali mesmo.

__Você esta linda... –Seus olhos azuis brilhavam.__Não vou desistir de você...

Continua. 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ;)



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