Dancing With The Devil escrita por Mercy_Dawn


Capítulo 1
Preparando-se para morrer


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único. Me inspirei na música "Dance With The Devil" do Breaking Benjamin.



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A sala está cheia de pessoas contorcendo-se conforme o ritimo da música.

Olho em volta procurando pelo meu par, ele deve estar com sua língua fincada na boca de alguma menina. Eu deveria sentir-me péssima por não ter cortejado meu par o suficiente, mas porra, eu sou apenas uma humana. E do jeito que aquele moleque parece um ratinho no cio, ele deve estar fazendo muito mais do que apenas beijando uma menina.

- Anna! - ouço gritarem meu nome. Olho na direção em que a voz veio e vejo Eliza aproximano-se de mim.  Legal, hoje é a noite dos idiotas!

- Oi, Eliza. - Tento ser fria com Eliza. Eu não sou inimiga dela e nem nenhuma dessas merdinhas, mas eu não gosto dela. Ela é a típica menina popular americana de qualquer filme que você já tenha visto: loira, olhos azuis, corpo perfeito, um bronzeado laranja e o mias importante de tudo, uma megera.

- Anna, você já votou em aguém para ser a rainha do baile?

- Não.

- Perfeito, vote em mim então!

Ela me entrega um pedaço de papel, nem me dou ao trabalho de ler. Apenas sorrio para ela, enquanto lentamente vou rasgando o papel e caminhando até o lixo mais próximo.

- Ai, que menina esquisita. - Ouço ela comentando com alguém que provavelmente nunca realmente conversou com ela em sua vida.

Putz, eu preciso achar a Emilie. Ela precisará de carona para ir embora, já que eu estou dando o fora daqui.

Ando para fora do grande salão imaginando que ela estaria no banheiro. Erro totalmente quado vejo que ela não está entre o milhão de garotas apoiando-se na pia para retocar a maquiagem.

Volto andando rapidamente para o salão de dança, entre os corpos se retorcendo tento identificar Emilie, mas não a vejo entre eles. Vejo, porém Eric (meu par) com sua língua enfiada na garganta da pobre Jennifer. Os dois parecendo muito bêbados.

- Ainda bem que não bebi o ponche. - Digo em voz baixa.

Ignorando o meu par que me fez de palhaça (mais do que eu já estou com esse vestido) ando entre as pessoas procurando Emilie. Esbarro sem querer em um monte de casais que estavam se atracando. Um menino todo empolgado com a música que toca bate seu cotovelo em minha testa, dói demais e eu paro um minuto para poder passar a mão na testa. Ajudou um pouco, já que minha mão estava gelada.

Volto a procurar Emilie, mas de novo, não a encontro. Andando perto da mesa de ponche, vejo Carter (namorado de Eliza) totalmente bêbado, dando em cima de qualquer uma que passava perto o suficiente para ouví-lo. Por um minuto tive pena de Eliza, mas logo passou. Do jeito que ela era má com todos, ela merecia o que Carter estava fazendo para ela.

Cara, estou prestes à desistir de procurar Emilie. Talvez eu vá ate os armários onde estão as bolsas e... Caramba! Como foi que eu não pensei nisso antes?

Corro pelo salão em direção às portas que dão para a série de armários, mas bato num ombro no caminho e caio. Eu não desmaio (pô, eu não sou tão fraca assim), mas caralho, vai ter um ombro pesado assim lá na puta que pariu. Vejo uma mão completamente branca estendendo-se para mim, a recuso imediatamente levantando-me sozinha.

- Você está bem? - Ouço o menino de voz grossa perguntando para mim.

Eu olho em sua direção, cara, que menino bonito. Seu rosto é bem definido, com o maxilar e o nariz bem másculos, seus olhos são castanhos e avermelhados ao mesmo tempo, seu cabelo era de um preto profundo e o branco de sua pele ficava em perfeito contraste com seu terno de alta costura preto.

Eu fiquei hipnotizada pelos olhos daquele menino, na verdade, ele já era um homem bem formado com seus pelos facias recém cortados.

- E-estou. - Bosta, eu não deveria gaguejar.

O homem na minha frente riu, uma gargalhada meio malígna que combinava perfeitamente com sua voz.

- Como se chama? - Eu perguntei. - Não me lembro de tê-lo visto na escola...

- Thomas, deve ser pelo fato de haverem mais de mil alunos em nossa escola. E o seu?

- O meu o quê? - Eu ainda estava olhando fixamente nos olhos dele.

- Seu nome. - Ele riu descaradamente da minha cara.

Eu controlo meu impulso imediato que seria dar um soco na cara daquele filho da puta.

- Anna.

- Belo nome. Pois então me diga Anna, já que eu não te provoquei nenhuma lesão cerebral você não gostaria de dançar comigo?

Penso por apenas uns 5 segundos.

- Sim.

Quando acabei de falar "sim" o DJ corta a música que estava tocando para anunciar que chegou a "hora dos casais" na pista. Tradução: uma hora inteira só com músicas lentas.

Sinto Thomas pegando em minha mão, ele era quente o suficiente para esquentá-la, e puxando-me para a pista de dança.

- Essa era uma hora perfeita para eu dizer que seu vestido está lindo em você, mas vejo que você está muito desconfortável nele, então seu vestido está horrível.

- Você é um grande filho da puta.

- Todos dizem isso. - Sua mão desce pelo meu vestido até alcançar minha bunda, mas eu a puxo até minha cintura novamente.

- Repito o que eu disse. - Sorrio para ele.

Ele também sorri para mim, mostrando a fileira de dentes brancos perfeitos.

Encosto minha cabeça em seu ombro e fecho meus olhos, sentindo por alguns minutos que agora eu realmente estava no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa.

- Diga adeus Anna, porque hoje você dançará apenas comigo! - Ele sussurra em meu ouvido e sinto cóssegas.

- Uhum, tudo bem.

- Olhe para mim Anna.

Levanto minha cabeça e olho em seus olhos. Sinto suas mãos indo para meu pescoço e trazendo-me mais para perto dele. Seus lábios encostam nos meus e por quanto que o beijo dura, me sinto em paz.

Gritos vinham de todas as partes do salão.

O corpo sem vida de uma menina encontrava-se jogado de qualquer pelo chão do vasto salão de dança. Uma menina ruiva chorava aos prantos em cima dele.

Seu pescoço estava quebrado, e por todos os lados as meninas choravam e os meninos corriam para achar o assassino.

Andando pelo cemitério durante um dia desses vi o túmulo que pertence à Anna, nele dizia-se:

Despediu-se de nós todos tão cedo.

Tudo porque dançou com o demônio,

Olhou em seus olhos e

Nunca mais os abriu.

Anna Marie Miller

1994 - 2010

  


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Notas finais do capítulo

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